Venha daí a Champions!
Daqui a poucas horas o Sporting vai conhecer a sua sorte europeia. Naquela prova que verdadeiramente interessa a todos os amantes de futebol, acrescento.
A todos? Bom, talvez para alguns sportinguistas fosse melhor não estarmos na competição maior do futebol de equipas. Uma posição intrigante, é certo, mas, verdade seja dita, com a apetência destrutiva com que avaliam a equipa e o treinador outra conclusão não se poderia retirar daquelas cabecinhas pensadoras.
Ao olhar para a composição dos potes é natural que haja alguma preocupação perante a possibilidade de um grupo composto, por exemplo, por Real Madrid, Borussia Dortmund, Sporting e Roma. O grupo da morte, expressão de que a imprensa tanto gosta.
É um facto que atenta a qualidade da maior parte das equipas participantes na Champions, o Sporting se vá deparar com adversários de elevada dificuldade. Mas se esta é a prova onde todos os jogadores, treinadores e dirigentes querem estar, então não se pode querer ter sol na eira e chuva no nabal. O melhor, portanto, será aceitar sem receios o que o sorteio ditar e encarar com ambição os jogos que aí vêm.
Digo isto não por ilusão de adepto, mas por ter assistido a alguns bons exemplos de superação, quando todas as vozes apontavam para um desfecho catastrófico. Portugal no Euro 2000. Todos nos davam como eliminados na fase de grupos e foi o que se viu. Costa Rica no Mundial 2014. Ninguém colocava um euro pelos costa-riquenhos e fizeram a prova que se viu.
Também é verdade que abundam mais os exemplos em que a equipa mais fraca de um grupo (do Euro, Mundial ou Champions) confirmou esse menor estatuto sendo eliminada nessa fase. Mas na vida desportiva os exemplos a seguir são os bons e é nesses que o Sporting se deve inspirar.
Das equipas do pote 1, tenho duas preferências: Arsenal (a minha equipa inglesa preferida), no que seria uma belíssima oportunidade de Arséne Wenger se confrontar com a excelência da academia leonina e retirar bons apontamentos para futuros defesos. Real Madrid (a minha equipa espanhola preferida), cujos jogos contra nós foram sempre muito disputados e contribuíram para o mito das noites europeias em Alvalade, que o nosso estádio e os adeptos merecem ter de volta.
Do pote 2, a calhar um forte que fosse o Borussia. É certo que nunca temos sorte contra alemães, mas no caso seria o contacto directo com um clube que serve de paradigma para o novo Sporting. Um clube que esteve pelas ruas das amarguras e soube, com competência e qualidade, voltar à mó de cima. Outro bom exemplo a seguir.
Do pote 4, o Ludogorets. Adoraria ter o Sporting a treinar na Bulgária com o Iordanov e o Balakov a assistirem e a torcerem por nós.
Seja qual for a carruagem que parar em Alvalade, será sempre um combóio que nenhum jogador, treinador, dirigente e adepto do Sporting deixará de querer apanhar.