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És a nossa Fé!

Vence os grandes, Rúben, vence os grandes

Sporting, 2 - Benfica, 2

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Nuno Santos em duelo aceso com Grimaldo: imagem emblemática deste clássico

Foto: José Sena Goulão / EPA-Lusa

 

Precisávamos de ganhar este jogo. Não para salvar a época, que já estava perdida, mas mantermos acesa uma ténue esperança de ainda atingirmos a pré-eliminatória da próxima Liga dos Campeões, entregue ao Braga.

Estivemos quase a conseguir o triunfo. Infelizmente, como tantas vezes tem acontecido nesta época, estragámos tudo já no tempo extra concedido pelo árbitro, estavam decorridos 90'+4. O golo é precedido de fora-de-jogo de Florentino, que bloqueia a acção de Coates, e devia portanto ter sido invalidado. Aqui o erro não foi do suspeito do costume - o apitador João Pinheiro - mas do vídeo-árbitro, Hugo Miguel.

Mas só podemos queixar-nos de nós próprios. Competia-nos metê-la lá dentro, traduzindo em golos a claríssima superioridade exibida em campo no primeiro tempo deste clássico disputado na noite de anteontem no nosso estádio. Trincão fez o que lhe competia, inaugurando o marcador aos 39'. Diomande seguiu-lhe o exemplo cinco minutos depois - de cabeça, após canto. Na sua estreia como artilheiro leonino.

Ao intervalo vencíamos 2-0. Registou-se ainda uma perdida escandalosa de Pedro Gonçalves, que aos 21' falhou a emenda à boca da baliza, imitando o Bryan Ruiz do Sporting-Benfica de 2016. E Vlachodimos fazia a defesa da noite aos 32', voando para travar um remate cheio de força e pontaria saído do pé direito de Esgaio, um dos melhores em campo.

Nesse tempo também brilharam Ugarte (homem do jogo), Nuno Santos, Morita e Diomande. Deslumbrando os adeptos leoninos.

 

A segunda parte foi a antítese da primeira. Inverteram-se os papéis: o Benfica passivo e encostado às cordas dos 45' iniciais tornou-se um conjunto dominador, com o Sporting a consentir domínio evidente do adversário.

Como sabemos, um 2-0 provisório é um dos momentos mais traiçoeiros do futebol. Nada recomendável, portanto, começar a defender tal resultado ao minuto 46, muito menos quando o adversário se chama Benfica, virtual campeão nacional. Nem é prudente recuar tanto as linhas com fizeram os nossos jogadores, aparentemente a mando do treinador após palestra ao intervalo no balneário. Este recuo deu moral aos encarnados, com o treinador Roger Schmidt a refrescar a equipa muito antes da nossa e a dominar pela primeira vez nas alas, aproveitando o espaço que lhe oferecíamos.

As coisas pioraram quando Amorim decidiu trocar Edwards por Paulinho aos 54'. Se a presença do inglês, mesmo longe das suas melhores exibições, bastava para fixar um lateral e um central a policiá-lo na nossa ala direita, o ex-Braga foi sempre incapaz de pôr a defesa adversária em sentido, dada a sua insólita tendência de aparecer mais vezes em zonas recuadas do que em terreno ofensivo. 

É certo que Paulinho esteve quase a ser o herói do jogo. Teria acontecido se marcasse o seu sexto golo deste campeonato, numa oportunidade soberana aos 86', apenas com Vlachodimos à sua frente. Mas claudicou no momento da decisão, permitindo que o guarda-redes defendesse, mesmo em desequilíbrio. Aliás falhou duplamente pois tinha a seu lado Matheus Reis, totalmente livre de marcação, e optou por não lhe endossar a bola. 

 

Muitos dos 39 mil espectadores presentes nas bancadas de Alvalade pressentiam que os três pontos ainda não estavam garantidos quando Pinheiro concedeu oito minutos de prolongamento. Nessa altura já a nossa equipa defendia de qualquer maneira, com chutões para fora da área que permitiam ao Benfica recuperar de imediato a posse de bola e acelerar de novo rumo à nossa baliza, aproveitando a velocidade de Aursnes e Bah. 

Adivinhava-se o empate - e chegou mesmo. Num golo irregular, sim, mas nada fizemos para o evitar. Nem para ampliar a vantagem que esteve em larga medida do nosso lado. Do mal, o menos: pelo menos o SLB não fez a festa do título no nosso estádioo. Mas voltámos a revelar-nos incapazes de vencer um adversário histórico: neste campeonato perdemos os dois embates com o FC Porto e empatámos com o Benfica.

Dez pontos perdidos.

Se os tivéssemos, a Champions estava mais do que garantida. E talvez até o título fosse nosso: chegaríamos aos 81 pontos - 84, se derrotarmos o Vizela na ronda que ainda falta. Apenas menos um do que os da Liga 2020/2021, quando nos sagrámos campeões.

«Come chocolates, pequena, come chocolates», escreveu Álvaro de Campos no célebre poema "Tabacaria". Se eu fosse pessoa para dar conselhos, diria ao nosso treinador, parafraseando o poeta: vence os grandes, Rúben, vence os grandes. Verás que tudo se torna mais fácil a partir daí.

 

Breve análise dos jogadores:

Israel - Segundo jogo no campeonato, estreia num clássico, substituindo Adán, ausente por castigo. Mostrou-se seguro e tranquilo, bom jogo de pés. Sem culpa nos golos sofridos.

Diomande - O jovem marfinense pegou como titular e estreou-se a marcar pelo SCP neste desafio - num cabeceamento perfeito. Alheou-se do lance no primeiro golo encarnado. (71').

Coates - Capitão com cortes providenciais. Aos 35', anulou uma acção de Rafa. Aos 90'+2 voltou a desfazer uma jogada de perigo. Bloqueado por Florentino no segundo golo do SLB.

Gonçalo Inácio - É ele a iniciar, com um passe bem medido para Nuno Santos, o lance do nosso primeiro golo. Algo intranquilo no segundo tempo, acusando fadiga.

Esgaio - A melhor primeira parte do ala direito. Centro com selo de golo para Pedro Gonçalves falhar escandalosamente (21'). Aos 32', um tiro à baliza: Vlachodimos evitou in extremis.

Ugarte - Campeão das recuperações, senhor absoluto do meio-campo no primeiro tempo. Aos 55', protagonizou um slalom de 40 metros com bola que merecia melhor desfecho.

Morita - Complemento ideal do uruguaio: enquanto Ugarte anula, o japonês constrói. Combinam muito bem. Aos 77', esteve quase a cobrir-se de glória num remate frontal que rasou a trave.

Nuno Santos - Dono do nosso corredor esquerdo, pareceu robustecer-se com os assobios da claque encarnada. Assistiu nos dois golos. Termina a época em excelente forma. 

Edwards - Muito policiado, teve o mérito de prender dois defesas que lhe faziam cobertura. Soltou-se aos 21' num primoroso passe de calcanhar para Esgaio que esteve quase a dar golo.

Pedro Gonçalves - Muito desgastado fisicamente, o que lhe rouba lucidez no plano táctico. Foi tentando fazer a diferença em lances individuais, sem sucesso. Perdida incrível aos 21'.

Trincão - Foi dele o primeiro remate enquadrado do clássico, logo aos 7'. Aos 39', levou a melhor no confronto com António Silva e rematou para golo. Com o seu pior pé, o direito.

Paulinho - Entrou aos 54', para render Edwards. Com ele em campo, a equipa caiu a pique. Teve o golo à sua mercê, aos 86', mas permitiu a defesa de Vlachodimos. Como se fosse principiante.

Matheus Reis - Entrou aos 72', por troca com Trincão. Sem rasgo nem ousadia, talvez para cumprir instruções do técnico. Reclamou passe de Paulinho aos 86', isolado perante a baliza.

Bellerín - Substituiu um Esgaio já esgotado aos 72'. Cumpriu bem a missão de ala, no plano ofensivo. Com dois centros perfeitos - para Morita (77') e Paulinho (86'). 

Arthur - Rendeu Nuno Santos aos 79'. Perdeu mais uma oportunidade para se mostrar como alternativa ao nortenho. Tem boa técnica, mas isso não basta.

Dário - Coube-lhe substituir Morita aos 79'. Ainda controla mal a força física e calcula de modo deficiente o tempo de intervenção. Aliviou mal no segundo golo do Benfica.

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