Vamos lá deixar-nos de merdas ...
Abaixo o António F. coloca esta foto num postal em que anuncia que está a brincar. Pois eu "roubo" a foto e aviso que não estou a brincar. Ilori despontou há alguns anos. Muito jovem foi promovido à equipa sénior e augurou-se-lhe uma bela carreira. De imediato quis sair do clube, e fez imensa pressão para isso. Dir-se-á que é normal, que os jovens são ambiciosos, que uma transferência para o campeonato inglês é apetecível. E que um convite do lendário Liverpool é (quase) irresistível. Concedo. E também concedo (e já o botei aqui) que algo se passa há largos anos no clube, pois é recorrente que os jovens da formação queiram sair a todo o custo, o que não acontece exactamente assim nos clubes rivais. Serão as perspectivas de futuro, a disposição de integração no plantel sénior, será o ambiente geral, será alguma discriminação (estatutária e económica) face a jogadores que chegam de fora. Não sei, são possibilidades. Mas o que é certo é que Ilori não saiu propriamente a bem. A carreira não lhe correu grande coisa. Passados anos o Sporting decide "repescá-lo". Há quem torça o nariz, será que se justifica, em termos futebolísticos? Outros resmungam, lembrando o tal desagradável processo de saída. Eu não tenho nada contra, já a Bíblia fala do regresso do filho pródigo, e como foi recebido de braços abertos.
Agora que um tipo que tem esta relação com o clube regresse e que no primeiro jogo, que é na Luz contra o "eterno rival", e logo depois de um muito aziago jogo em Alvalade contra o mesmo Benfica, não tenha sequer a sensibilidade, a amabilidade, o apreço pela simbologia do clube que o formou, viu partir e o fez regressar, e que se apresente calçado de vermelho? Dirão alguns que são pormenores. Outros falarão de "compromissos publicitários". Eu não aceito. Em boa linguagem de bola digo o que é verdade: Ilori está-se a cagar. E deixemo-nos de merdas, isto nunca aconteceria num F. C. Porto. É a tal mentalidade, aquela que permite estruturar instituições e levá-las ao sucesso (desportivo, neste caso). Começa por respeitá-las, mostrando-o com grandes gestos, de arreganho e entrega. E pequenos gestos, de gentileza e comunhão. Como mudar a cor das botas num primeiro jogo depois de todo este historial.
A porta da rua é a serventia. De Ilori. Agora será no final da época. E é evidente que se em toda a estrutura do clube não há alguém o resmungão o suficiente para lhe dizer "Ó Ilori tem juízo, vai mas é calçar outras botas" há muita gente que terá que sair. Ou alguém que deverá entrar, para criar tino naquilo.