Outra publicação para referência futura, do género da "Regra do Capitão".
Segundo as notícias de hoje, Pedro Neto, internacional português que esteve presente no Euro 2024 em detrimento de jogadores Campeões Nacionais pelo Sporting, agenciado pela Gestifute de Jorge Mendes, estará a caminho do Chelsea por 60 milhões de euros.
Vamos ver quantos jogos vai fazer na sua nova equipa, recapitulando a sua carreira até agora:
Foi transferido para a Lazio por 11 milhões de euros, após 3 jogos feitos na equipa sénior do Sp. Braga;
Foi transferido para o Wolverhampton por 17,9 milhões de euros, após 5 jogos feitos pela Lazio;
Será transferido para o Chelsea por 60 milhões de euros, após 5 épocas no Wolverhamtpon, onde efectou um total de 135 jogos (média de 27 por época), 87 deles como titular (média de 17,4 por época), obtendo 15 golos (média de 3 por época) e 21 assistências (média de 4,2 por época).
Realmente com números destes qualquer clube da Europa estaria desertinho para estourar 60 milhões a fim de assegurar a sua contratação.
Nos últimos dois jogos com o Porto, em que basicamente lhe oferecemos dois troféus, tivemos sempre condicionantes de jogadores (castigos ou lesões), tivemos sempre erros individuais de vários dos nossos atletas, tivemos sempre más abordagens tácticas de Rúben Amorim e tivemos sempre arbitragens habilidosas.
Se dois dos factores fogem do nosso controlo, os outros dois têm de ser corrigidos. Há um excesso de displicência e/ou nervos dos jogadores que não se admite a este nível e algum sentimento do treinador de que já se ganhou o jogo antes dele começar e que por isso se pode inventar um bocado e brilhar na mesma.
Se é verdade que este jogadores do Porto, um plantel cada vez mais fraco a cada ano que passa, se jogassem no Estrela da Amadora alcançariam a posição habitual do Estrela da Amadora, o facto é que jogam com a camisola azul e branca com tudo o que isso acarreta a nível de mística, de massa adepta e de arbitragem amiga. Mesmo sendo fracos têm de ser respeitados e parece-me que isso não tem acontecido totalmente.
Tal como tinha vaticinado aqui , a "Regra do capitão" vai ser um festim para a arbitragem Portuguesa em jogos do Sporting.
No 1º jogo oficial da época tivemos um lance aos 72 minutos, em que Eduardo Quaresma é nitidamente puxado pela camisola, o árbitro nada assinala, Quaresma protesta e vê o amarelo.
Resumo até ao momento: 1 jogo, 1 amarelo.
Na próxima semana cá estaremos outra vez para mais um ponto de situação.
Este post serve acima de tudo para assinalar um problema ainda antes dele ocorrer.
Como devem ter reparado, no Euro 2024 foi estreada a "Regra do Capitão", que diz que apenas os capitães de cada equipa se podem dirigir ao árbitro.
Suas Excelências, os Senhores Doutores Engenheiros Juízes Arbitros de Futebol agora só falam com o "Advogado" de cada equipa, qualquer outro elemento não lhe pode dirigir a palavra.
Não consegui apurar ao certo o que é entendido por se "dirigir ao árbitro" nesta regra. Será que se um jogador quiser desejar um bom dia ao senhor do apito o pode fazer ou tem de pedir ao capitão de equipa? Será que que se quiser dizer ao senhor de preto que acha que a sua mãe é uma meretriz também o terá de fazer por interposta pessoa, recorrendo ao capitão?
O que é certo é que ainda a época oficial não começou e já vi o nosso Gyökeres receber um amarelo no jogo com o At. Bilbao, por ter sofrido uma falta indiscutível não assinalada pelo árbitro e ter protestado essa não-marcação, quando não era ele o capitão. Se antes já havia a regra de não se poder protestar lances, regra essa que o árbitro só sancionava com amarelo quando lhe apetecia, aliando-a com a nova "Regra do Capitão" significa que um protesto será quase sempre motivo de amarelo
Sabendo como a melhor coisinha que dão a certos apitadores é não marcarem uma falta evidente a favor do Sporting, prevejo uma chuva de cartões na época que se avizinha especialmente a jogadores como Nuno Santos, jogador que protesta tudo, bem como a Gyökeres, Edwards e Pote, jogadores que sofrem muitas faltas durante os jogos e chegam a um ponto em que "rebentam" e protestam quando muitas delas não são assinaladas (Trincão também sobre bastantes mas é mais discreto nos protestos). Só se safa Hjulmand, o mais latino dos jogadores nórdicos, porque será o capitão, senão também estava tramado esta época.
Esta "Regra do Capitão" vai dar para todo o tipo de abusos e prevejo que o Sporting será um dos clubes mais prejudicados com a mesma.
Finda a honrosa participação no Euro 2024, é altura de olhar para os jogadores que fizeram parte da convocatória e começar a pensar no próximo ciclo, que começa com a fase de grupos da Liga da Nações na primeira metade da época 2024/2025, seguindo-se a fase de apuramento para o Mundial 2026 na segunda metade da época.
Esta pequena "pausa" para a Liga da Nações era uma excelente altura para excluir os jogadores em fim de linha, caso não se excluam eles próprios, e chamar algum sangue novo.
Assim, divido os jogadores em seis grupos, que são:
Jogadores em fim de linha:
Rui Patrício (36 anos)
Pepe (41 anos)
Cristiano Ronaldo (39 anos)
Jogadores de médio prazo (estarão quase todos no Mundial 2026, mas muitos já não estarão no Euro 2028):
José Sá (31 anos)
Nélson Semedo (30 anos)
João Cancelo (30 anos)
Danilo (32 anos)
Bruno Fernandes (29 anos)
Bernardo Silva (29 anos)
João Palhinha (28 anos)
Ruben Neves (27 anos, mas já está a jogar nas Arábias)
Jogadores com os melhores anos ainda pela frente:
Diogo Costa (24 anos)
Ruben Dias (27 anos)
Diogo Dalot (25 anos)
Vitinha (24 anos)
Matheus Nunes (25 anos)
Rafael Leão (25 anos)
João Félix (24 anos)
Jogadores com futuro risonho:
Gonçalo Inácio (22 anos)
António Silva (20 anos)
Nuno Mendes (22 anos)
João Neves (19 anos)
Francisco Conceição (21 anos)
Gonçalo Ramos (23 anos)
Erros de casting/ fretes:
Pedro Neto (24 anos)
Otávio (29 anos) (não esquecer que estava convocado para o Euro, tendo saído por lesão)
Jogadores que podem/devem entrar nas convocatórias futuras:
Faço já um ponto prévio, assinalando que estas jogadas das convocatórias acabam por não afectar aquele que será o 11 base, mas não deixa de ser assinalável que se lixem sempre os mesmos, apesar da mudança de seleccionador.
Roberto Martínez alegou que quem não fez parte das 6 convocatórias anteriores não podia fazer parte da convocatória final. Pergunta-se porque é que isso não foi referido antes, assim os jogadores com esperanças já estariam cientes das suas hipóteses, e o que é que ele andou a fazer em Alvalade nos últimos tempos, já que dali só Gonçalo Inácio tinha hipóteses?
Para além da absoluta vergonha em relação a vários jogadores que não vão, como Pote, uma injustiça que já vem do tempo de Fernando Santos, Trincão, um do jogadores Portugueses em melhor forma nos últimos 6 meses, Paulinho, 2º melhor marcador Português nesta época, só superado por CR7, ou Matheus Nunes, que fez bastantes jogos no campeão Inglês, temos escândalos ainda maiores nos jogadores que vão:
Pedro Neto fez 24 jogos no 14ª classificado da Liga Inglesa, 19 como titular. Estava lesionado desde 9 de Março, voltou a jogar no passado domingo, fazendo 12 minutos;
Diogo Jota lesionou-se em Abril, não tendo ainda voltado a jogar pelo seu clube;
Estando Raphael Guerreiro lesionado, convocou-se mais um lateral-direito, Nélson Semedo, estando assim 3 laterais-direitos na convocatória e apenas 1 lateral-esquerdo, Nuno Mendes. Nuno Santos nem na lista dos 42 pré-convocados está;
Otávio, para além do seu mau carácter, é um jogador que desistiu do futebol profissional ao mais alto nível indo para a Arábia;
Rúben Neves, um jogador de 27 anos com a dinâmica de um jogador de 37, também está a gozar uma reforma dourada nas Arábias;
Francisco Conceição tem 8 golos e 6 assistências esta época. Trincão tem 10 golos e 9 assistências, Pote tem 18 golos e 15 assistências;
Vamos ainda a uma contabilizção da origem dos jogadores convocados:
Inglaterra, 9 jogadores, incluindo 3 do Wolverhampton. O 14ª classificado da Premier League tem mais jogadores na Selecção do que o Campeão Português e até do que o Benfica;
Portugal: 6 jogadores:
3 do Porto, o 3º classificado. Na sua equipa-tipo desta época, segundo o Zerozero, jogam 4 Portugueses, portanto foram convocados 75% dos jogadores Nacionais que jogam habitualmente.
2 do Benfica, o 2ª classificado. Na sua equipa tipo jogam 5 Portugueses, embora 1 seja Rafa, que renunciou à Selecção, portanto foram convocados 50% dos Portugueses convocáveis do Benfica
1 do Sporting, o campeão Nacional. No seu 11 mais utilizado estão 4 Portugueses, portanto foram convocados 25% dos Portugueses habituais titulares do Sporting.
França: 4 jogadores, todos do PSG, o clube que fornece mais jogadores à Selecção;
Arábia Saudita: 3 jogadores. O Al Nassr, 2ª classificado de competitiva Liga Árabe leva mais jogadores (2) que o Sporting.
Esta contabilidade costuma ser feita apenas para os 4 primeiros classificados mas, em virtude do excelente campeonato do Vitória SC, desta vez alargo aos 5 primeiros.
Note-se que ainda faltam ocorrer 5 jogos neste "campeonato".
Os resultados foram:
SCP
SLB
FCP
SCB
VSC
SCP
x
2-1
2-0
5-0
21 de Abril
SLB
2-1
x
1-0
27 de Abril
4-0
FCP
28 de Abril
5-0
x
2-0
1-2
SCB
1-1
0-1
19 de Maio
x
1-1
VSC
3-2
2-2
1-2
12 de Maio
x
A classificação é:
V
E
D
Jogos
Pontos
1. Benfica
4
1
2
7
13
2. Sporting
3
1
2
6
10
3. Porto
3
0
3
6
9
4. Vitória
2
2
2
6
8
5. Braga
0
2
4
6
2
Conclusões:
Como costuma acontecer quase todos os anos, o vencedor deste mini-campeonato será o Campeão Nacional.
O Sporting ainda tem 2 jogos por disputar (Porto fora e Vitória em casa), ao Benfica falta apenas 1 (Braga em casa), pelo que o Sporting pode, pelo menos, igualar o Benfica nesta classificação.
O Sporting tem 2 empates e 2 derrotas na globalidade do campeonato, sendo que destes, 1 empate e 2 derrotas foram com os 5 primeiros classificados, ou seja, com os restante 13 adversários o Sporting só concedeu 1 empate até ao momento.
O Porto acaba por estar relativamente perto de Benfica e Sporting, o que mostra que os pontos que perdeu foram principalmente com adversários do fundo da tabela.
A prestação do Braga é o inverso da do Porto, ganha quase todos os jogos com os adversários do fundo da tabela, mas ainda não ganhou este ano a nenhum dos 5 primeiros, o que explica a distância para os 2 primeiros.
As contas certas não são nenhuma alusão política, devem-se à curiosidade de os golos do Sporting à 25ª jornada, marcados e sofridos, resultarem em números redondos e exactos:
75 golos marcados, média precisa de 3 por jogo;
25 golos sofridos, média exacta de 1 por jogo;
75 marcados + 25 sofridos = 100 golos em 25 jogos, o que dá uma média de 4 golos certinhos por jogo.
Começo por dizer que o empate de hoje em Vila do Conde teve como principal autor o árbitro, que foi André Narciso, tal como aliás já tinha acontecido na última vez que perdemos pontos, em Guimarães. Assim temos de começar por falar sobre isso.
Mesmo em várias das vitórias conseguidas ao longo deste campeonato temos muitas queixas da arbitragem. Segundo li em algumas notícias, parece que é estratégia da "Estrutura" não comentar as mesmas, o que toda a gente sabe que é sempre uma estratégia muito acertada, já que ser roubado quase todas as semanas e estar caladinhos é uma receita vencedora. Agora se vier alguma queixa, mais ou menos tímida, decorrente do empate de hoje, eu diria que vem muito tarde.
Voltando à arbitragem deste jogo, só de memória temos:
Há uma falta evidente sobre Pote no início da jogada que origina o primeiro golo do Rio Ave;
Há um corte perigosíssimo dentro da área do Rio Ave, a tal ponto que provoca um pancada que obriga à saída de Trincão por lesão. Não sei qual é a regra da FIFA invocada esta semana, deve ser aquela que diz que desde que não se arranque a cabeça ao jogador, vale tudo para cortar uma bola. É uma entrada negligente e devia ter sido marcada grande penalidade.
Há mais um penálti evidente sobre Pedro Gonçalvez na segunda parte, quando o jogo estava 2-2. O nosso jogador foi agarrado para o impedir de ir à bola.
Os defesas do Rio Ave tiveram todos margem para poderem efectuar meia dúzia de faltas cada um, isto porque dessa meia dúzia, duas não são marcadas e três ou quatro são feitas à vontade, porque só há lugar a amostragem de cartões ao fim desse número de faltas.
Nos 5 minutos de descontos da segunda parte há uma expulsão de um jogador do Rio Ave, em que este demora mais de um minuto para sair, há a marcação de dois ou três livres e de um canto, mas mesmo assim o jogo acabou assim que se chegaram aos 5 minutos em ponto.
Depis temos de falar de Rúben Amorim.
Não sei por que carga de água achou que um jogo fora, com um adversário difícil e com condições climatéricas más era bom para colocar Diomande a titular pela primeira vez desde 18 de Janeiro. Viu-se que o jogador estava fora de forma, com falta de velocidade e preso de movimentos, e foi precisamente pelo seu lado que sofremos logo aos 5 minutos. Tal como não percebo que Quaresma, em excelente forma, tenha ido para o banco logo neste jogo, para dar lugar ao costamarfinense.
Depois, voltamos ao problema de sempre. Como Paulinho está lesionado, inciámos o jogo só com uma opção de ataque no banco, no caso Edwards. Lesiona-se Trincão durante o jogo, entra Edwards ainda na 1.ª parte e vamos para a 2.ª parte sem nenhuma opção de ataque no banco. Ao fim de quase 200 jogos de Amorim no Sporting, ainda andamos a acabar com Coates a ponta-de-lança.
De seguida temos de falar de Adán. Depois de duas boas épocas iniciais, teve uma bastante fraca no ano passado, e está a ir pelo mesmo caminho este ano.
Raramente é mais-valia, por isso nunca conto que ele defenda um grande remate, um livre directo ou uma grande penalidade. Fio-me na defesa para deixar criar muito poucas ocasiões ao adversário, porque se essa ocasião aparece mais vale confiar na Nossa Senhora do que em Adán para nos safar.
Se o espanhol se ficasse por aí, no não acrescentar nada, já podíamos ficar satisfeitos. Infelizmente tem paragens cerebrais, como uma a meio da 1ª parte em que oferece a bola ao adversário que só não deu golo porque não calhou, ou na grande penalidade que comete, numa saída completamente tonta.
Não sei se estamos a preparar Franco Israel ou Diego Callai para a sucessão, ou se pensamos que Adán ainda tem condições para ser titular. O que é certo é que continuamos a sofrer um número assustador de golos para a quantidade de lances de perigo que consentimos.
Por fim temos de falar na Rio Ave TV, que fez a transmissão deste jogo. Não sei como é que ainda permitem que jogos da 1.ª Liga sejam transmitidos por canais de clubes, o que dá azo a comentários tendenciosos e a que não se repitam nem se comentem em condições alguns lances duvidosos, como os que referi acima. Um dos comentandores era um tal de Freitas Lobo, que pela maneira como só só via Rio Ave e só falava de Rio Ave, está no sítio certo, a trabalhar no canal do clube do seu coração.
Já vários colegas de blogue comentaram a situação, por isso não vou entrar em detalhe na questão dos protestos dos polícias, mas, em resumo, que se querem ganhar as simpatias do público não é a faltar em jogos e a ameaçar que poderão faltar às eleições que as vão ganhar.
Para além da irresponsabilidade policial ao faltar ao Famalicão-Sporting, único jogo da 1.ª Liga adiado (o Sporting tem sempre um grande azar nestas coisas), temos ainda de abordar a incompetência da Liga Portugal para fazer o calendário competitivo, algo para que já tenho alertado noutros anos.
Dividindo as competições por meses, para o Sporting esta época temos:
- 3 jogos em Agosto, todos da 1.ª Liga
- 5 em Setembro, 4 da 1.ª liga e 1 da Liga Europa. Inclui uma pausa de 15 dias para as selecções
- 5 em Outubro- 2 da Liga, 1 da Taça e 2 da Europa. Há uma pausa de 15 dias para as selecções, e o jogo de regresso é para a Taça, que nesta altura costuma ser com um adversário acessível. Ou seja, grande parte dos clubes estátrês semanas sem um jogo ao seu nível.
- 6 em Novembro- 2 da Liga, 2 da Europa, 1 da Taça da Liga e 1 da Taça de Portugal.
- 6 em Dezembro- 4 para a Liga, 1 da Europa e 1 da Taça da Liga
- 6 ou 7 em Janeiro- 4 da Liga, 1 da Taça de Portugal, 1 ou 2 para a Taça da Liga
- 7 ou 8 em Fevereiro- 4 da Liga, 1 ou 2 da Taça de Portugal (depende se passar à meia-final), 2 da Liga Europa. O mês mais curto do ano é o que tem mais jogos.
- Entre 4 a 6 em Março- 4 da Liga, 2 da Liga Europa (se passar). Inclui paragem de 15 dias para as selecções.
- Entre 4 a 7 em Abril. 4 da Liga, 2 da Liga Europa (se passar), 1 da Taça de Portugal (se passar)
- Entre 3 a 5 em Maio. 3 da Liga + Final da Liga Europa (se lá chegar) + Final da Taça (se lá chegar).
É bastante claro que há uma competição que estraga o calendário, de seu nome Taça da Liga que, além dos jogos adicionais que provoca em Dezembro e Janeiro, "empurra" ainda vários jogos das outras competições nacionais para Fevereiro e Março, altura em que os clubes Nacionais que ainda estejam nas competições europeias voltam a jogar nas mesmas, ficando dois meses a jogar de três em três dias, com excepção da pausa para as selecções.
Fica tão mau que um jogo que tenha de ser adiado, como foi o caso deste fim de semana, fica provavelmente mais de dois meses sem poder ser realizado, devido a um calendário tão cheio.
No caso do Sporting estamos a falar de um jogo adiado quando a equipa estava no seu melhor momento da época ( não sabemos como vamos estar daqui a dois meses, com possíveis lesões, castigos e abaixamentos de forma), isto para não falar do factor psicológico de deixar de ser o primeiro classificado durante dois meses, por ter sempre um jogo a menos do que o rival Benfica, que também tem bastante influência na cabeça de jogadores e adeptos.
Defendo uma de duas opções, ou que se acabe com a Taça da Liga ou que a mesma passe a ser uma competição de Verão, que pode substituir alguns jogos de pré-época, com a possibilidade de realizar a fase de grupos em terreno neutro, em zonas do país que normalmente não recebem grandes jogos de futebol.
O jogo de ontem foi um daqueles 1 em cada 10 que acontecem a todos os clubes grandes, ou há um dia em que a equipa está menos inspirada, ou em que o adversário surpreende com um boa exibição ou, como foi o caso ontem, há dias em que a sorte não quer nada com a equipa. E quando estamos a falar de três bolas nos postes, mais outros tantos remates a rasar os mesmos, estamos mesmo a falar de sorte.
Ainda assim, tirando algo de positivo de um resultado mau, acabámos de ganhar uns dias extra para descansar e preparar a equipa para o ciclo muito duro que se aproxima:
29-01- Casa Pia (C) -1ª Liga
03-02- Famalicão (F) -1ª Liga
07-02- U. Leiria (F) -Taça de Portugal
11-02- Braga (C) -1ª Liga
15-02- Young Boys (F) -Liga Europa
19-02- Moreirense (F) -1ª Liga
22-02- Young Boys (C) -Liga Europa
25-02- Rio Ave (F) -1ª Liga
Vai ser um Janeiro/Fevereiro completamente cheio de jogos, sempre dois por semana, sendo que cinco serão fora e apenas três em casa.
Daqui a duas semanas e meia jogamos de novo com o Braga, que está perfeitamente ao nosso alcance, como se viu ontem, e a correr mal algum jogo, antes o de ontem que o do Campeonato, onde não podemos perder pontos até ao fim do mesmo, porque já se viu que o nosso perseguidor directo está com a mesma dinâmica de vitórias de 2015/2016, se é que me entendem.
Voltando só mais uma vez ao lance do segundo golo do Benfica, validado por 4 centímetros, atente-se no frame que foi usado para a validação deste lance.
Reparem como a bola não é mais que um borrão, estando completamente desfocada, em que não se percebe a sua verdadeira posição nem se tem uma ideia sobre se a mesma ainda está em contacto com o pé do jogador do Benfica ou não.
Já tenho advogado a existência de uma margem de tolerância nestes foras-de-jogo de VAR, nunca inferior a 10cm, e mantendo a minha coerência este lance até poderia ser válido à luz dessa margem, mas o que pergunto é como é que se fazem medições com tanta precisão, no caso 4cm, tendo por base uma imagem tão tosca, tão desfocada, com tão baixa resolução?
Num mundo cheio de sensores de todo o género que se podem colocar nos jogadores, nos seus equipamentos ou na bola, de drones, de câmaras de foto e de vídeo de todos os tipos e feitios que se podem colocar em mais zonas do campo, num desporto que envolve milhares de milhões de euros por ano, estamos ainda a recorrer a uma imagem parada do vídeo de uma transmissão televisiva, e com ela fazer medições de 4cm. É como querer ir à lua de avioneta.
P:S.- A cereja no topo do bolo é a marca de água da imagem, "BTV". O Benfica enviou esta imagem para a cidade do futebol, para que o VAR decidisse se foi golo do Benfica.
- Gonçalo Inácio foi extremamente imprudente no lance do segundo amarelo. Não sei que percentagem da falta é um toque efetivo do nosso jogador e o que é aproveitamento do adversário, mas realmente existe a entrada, que foi muito precipitada;
- Em relação ao segundo golo, entendo que é de muito difícil análise, mas temos de constatar que as imagens que temos, que serão as mesmas que o VAR usa nas suas análises, são fornecidas pelo próprio Benfica, clube que é responsável pela transmisão dos seus jogos em casa;
- João Neves recebe um amarelo aos 75 minutos, Constanto que depois disso faz mais duas faltas, uma delas uma rasteira por trás a Hjulmand, outra numa disputa com Nuno Santos. Não vê amarelo nenhum neste lances e acaba por marcar o primeiro golo do Benfica.
- A equipa jogou tão bem ou melhor com 10 do que com 11. O Benfica limitou-se a bombear bolas na segunda parte e, com excepção do grande remate de Di María que Adán defendeu, não criou perigo até aos 94 minutos.
- Coates e Adán estão numa fase descendente das duas carreiras e, gradualmente ao longo desta época, terá de se ir tratando da sua sucessão. Para mim o melhor trio de centrais neste momento já é St. Juste, Diomande e Inácio;
- Os golos e as jogadas de perigo do Benfica foram todos em resultado de erros de jogadores do Sporting:
O 1.º lance de perigo, um remate de Rafa a rasar o poste direito, resulta de um conjunto de bolas divididas que foram ressaltando, até que a bola lhe chegou aos pés à frente da baliza;
A bola ao poste resultou de um mau passe de Gonçalo Inácio (salvo erro);
O 1.º golo do Benfica resulta de um má organização defensiva na marcação do canto: oito dos nove jogadores de campo estavam todos ao monete dentro da pequena área, não ficando ninguém para marcar João Neves um pouco mais atrás. O Benfica, apesar de ter o guarda-redes lá à frente, só tinha seis jogadores dentro da área, por isso não sei quem é que os nossos nove jogadores estavam a marcar.
O 2.º golo do Benfica veio na consequência de um mau passe de Hjullmand, que podia ter mantido a posse de bola mas teve a tentação de arriscar em criar uma jogada de perigo aos 96 minutos, quando estava empatado em casa do rival e com menos um jogador.
Decidi hoje, depois do péssimo espectáculo que vimos hoje em Faro (e já agora, ontem na Luz), reavivar os Prémios do Bacalhau, que premiavam o jogador que tivesse mandado o chuto atmosfera que chegasse mais alto precisamente com um Bacalhau.
Convido-vos a votar num dos nomeados ou a eleger um vosso.
No jogo de hoje os nomeados são:
Luís Godinho - Aquilo que noutro país seria uma arbitragem péssima, merecedora de uma suspensão de funções, aqui é mais um sábado de trabalho de um árbitro português. Marcou mal a falta que deu o 2.º golo do Farense, marcou mal o penalty que deu o 3º golo do Sporting, na boa e velha táctica da Arbitragem Nacional de corrigir um erro com outro, marcou faltas e faltinhas, não conseguiu controlar o jogo, sendo incrível a quantidade de amarelos que deu por protestos ou por quezílias entre jogadores na marcação de livres e cantos. Acabou o jogo com 11 amarelos e 1 vermelho mostrados.
Adán - Com 36 anos ainda não sabe formar uma barreira. Com os dois golos de livre directo sofridos hoje, metade(!!!) dos golos sofridos pelo Sporting neste campeonato foram de livre directo.
Miguel Prates - Uma noite de montanha-russa para o comentador da Benfica TV SportTV. Estava muito desanimado aos 35 minutos, quando Pote marcou o 0-2, ganhou um grande entusiasmo a partir do momento do 1-2 do Farense e ficou tão eufórico com o 2-2 que a sua voz até desafinou nos agudos várias vezes. Teve um grande balde de água fria aos 90 minutos, quando viu o seu clube do coração perder a primeira posição no campeonato.
José Mota - Um estarola que não sabe o que é uma bola de futebol, quanto mais treinar um clube de futebol, acha que o seu Paços de Ferreira Farense merecia ganhar, isto quando o seu clube teve menos lances de golo criados do que os golos marcados pelo Sporting (o lance do segundo golo deles não conta, porque foi um lance de perigo criado pelo árbitro) e que foi roubado pela arbitragem. Uma pessoa que está claramente fora de água quando não exerce o seu trabalho de sonho, mascote do Paços de Ferreira.
Mattheus Oliveira - Há muitos jogadores destes, medianos, que acham que foram injustiçados no Sporting por não apostarem neles. Bastaria terem feito um único jogo que fosse ao nível do de hoje quando estavam no Sporting e se calhar teriam tido essas oportunidades.
O fim de semana de jogadores Sportinguistas ao serviço das selecções foi excelente, tanto que acho que merece um pequeno destaque.
Tivemos várias estreias, nomeadamente as de Diomande e Hjulmand nas selecções A da Costa do Marfim e Dinamarca, respectivamente, e de Dário Essugo e Mateus Fernandes nos nossos sub-21.
Em termos de destaques individuais, Morita foi titular na vitória do Japão por 4-1 à Alemanha, Gyökeres marcou pela Suécia e Geny Catamo fez uma assistência por Moçambique.
Também as selecções portuguesas de sub-20, sub-19, sub-18 e sub-17 jogaram todas nos últimos dias, e todas contaram com vários jogadores do Sporting, demasiados para estar a enumerar.
Tivemos ainda Gonçalo Inácio e Franco Israel, convocados mas não utilizados até ao momento.
Isto é tudo um indicador da atenção e valorização que vários seleccionadores dão ao Sporting.
Pode haver um seleccionador ou outro que valoriza mais os jogadores do campeonato saudita, ou de clubes que lutam para não descer de divisão em Inglaterra ou até jogadores que não jogam pelos seus clubes, mas isso é uma gota no oceano de jogadores que o Sporting fornece às selecções e não merece a nossa atenção.
Com os jogadores que estiveram presentes no dia do início da nova temporada, os que não estiveram presentes, os que vêm mais tarde e as transferências confirmadas e por confirmar, pode-se começar a fazer um pequeno esboço do plantel para 2023/2024:
Jogadores que se apresentaram no dia do regresso:
Guarda-Redes: Antonio Adán, Francisco Silva, Diego Calai
Alas-Direitos: Ricardo Esgaio
Centrais: Sebastián Coates, Matheus Reis, Ousmane Diomande, Gonçalo Inácio, João Muniz, Luís Neto, Eduardo Quaresma, Jeremiah St. Juste
Alas-Esquerdos: Nuno Santos
Médios: Mateus Fernandes, Dário Essugo, Daniel Bragança
Extremos: Pedro Gonçalves, Marcus Edwards, Jovane Cabral, Francisco Trincão, Geny Catamo, Afonso Moreira
Pontas-de-Lança: Youssef Chermiti, Paulinho
Jogadores que se apresentam mais tarde, por terem jogado pela selecção:
Este estudo vem com algumas semanas de atraso, na sequência de uma notícia que indicava que o Benfica, além de ser o campeão nacional, foi também o "campeão" do fair-play.
Fui reparando ao longo dos anos que os campeões do fair-play são quase sempre os mesmos, Benfica e Porto, o que faria sentido do ponto de vista teórico, uma vez que as equipas que ficam na frente são mais ofensivas, logo vêem menos cartões do que as equipas que ficam no fundo da tabela, que são mais defensivas, mas na prática tal facto muitas vezes não se verifica.
Reportando às 24 épocas mais recentes, para poder apanhar três campeonatos ganhos pelo Sporting, fui ver então esses números.
Vou usar como fonte o site Transfermarkt, que faz uma classificação anual relativa à disciplina dos clubes portugueses, em que dá 1 ponto por cada amarelo e 3 por cada vermelho. O clube com menos pontos será então o mais disciplinado e o clube com mais pontos o mais indisciplinado.
Olhando apenas para os três grandes, a classificação no "Campeonato da Disciplina" foi a seguinte:
Época
Sporting
Benfica
Porto
Campeão
Vice-Campeão
22/23
4º
1º
2º
Benfica
Porto
21/22
9º
1º
3º
Porto
Sporting
20/21
10º
3º
1º
Sporting
Porto
19/20
7º
2º
9º
Porto
Benfica
18/19
17º
8º
1º
Benfica
Porto
17/18
4º
1º
3º
Porto
Benfica
16/17
8º
1º
3º
Benfica
Porto
15/16
6º
1º
3º
Benfica
Sporting
14/15
12º
2º
1º
Benfica
Porto
13/14
3º
1º
4º
Benfica
Sporting
12/13
4º
2º
1º
Porto
Benfica
11/12
10º
4º
5º
Porto
Benfica
10/11
12º
5º
3º
Porto
Benfica
09/10
5º
8º
2º
Benfica
Braga
08/09
14º
13º
2º
Porto
Sporting
07/08
6º
5º
1º
Porto
Sporting
06/07
4º
2º
1º
Porto
Sporting
05/06
2º
5º
3º
Porto
Sporting
04/05
8º
2º
18º
Benfica
Porto
03/04
8º
3º
10º
Porto
Benfica
02/03
4º
13º
16º
Porto
Benfica
01/02
10º
7º
8º
Sporting
Boavista
00/01
2º
17º
3º
Boavista
Porto
99/00
3º
12º
4º
Sporting
Porto
Considerações:
O Sporting, em 24 anos, apesar de ter ganho 3 campeonatos e ter alcançado o 2.º lugar por 7 vezes, nunca foi a equipa mais disciplinada. Foi 2 vezes a 2.ª equipa com menos cartões e 2 vezes a 3.ª.
O Benfica foi por 6 vezes a equipa mais disciplinada, 5 vezes a 2.ª e 2 vezes a 3.ª.
O Porto foi por 6 vezes a equipa mais disciplinada, 3 vezes a 2.ª e 7 vezes a 3.ª.
O Sporting tem 7 épocas em que está abaixo do meio da tabela da disciplina. A última época foi há 2 anos, foi Campeão Nacional sendo apenas a 10.ª equipa com menos cartões.
O Benfica tem 4 épocas em que está abaixo do meio da tabela da disciplina. A última época foi há 14 anos.
O Porto tem 3 épocas em que está abaixo do meio da tabela da disciplina, curiosamente três épocas seguidas entre 2002/2003 e 2004/2005. A última época foi há 18 anos. Note-se no entanto que em duas dessas três épocas foram Campeões Nacionais, treinados por Mourinho, com uma equipa ultra-agressiva, o que motivou que tivessem visto tantos cartões.
Quando nos queixamos da arbitragem, pode-se sempre falar em subjectividade quando se discutem lances de grande penalidade, ou de fora-de-jogo (pré-VAR) ou de interpretação de jogo, mas não se pode falar em subjectividade em amostragem de cartões, durante 24 anos, beneficiando sempre os mesmo clubes em relação ao Sporting.
Desde 1999, nos três clubes, mudaram os treinadores, mudaram os dirigentes, mas a facilidade com que os árbitros mostram cartões ao Sporting manteve-se constante.
Agora que acabou realmente a 1ª Liga 2022/2023, com a subida do Estrela da Amadora, após vencer o Play-off com o Marítimo, deixo-vos com algumas curiosidades estatísticas sobre a mesma.
Estatísticas do Sporting
Entre parênteses o comparativo com a época anterior:
Classificação: 4º lugar ( 2º lugar)
Pontos: 74 (85)
Golos marcados: 71 (73)
Golos sofridos: 32 (23)
Cartões amarelos: 87 (98)
Cartões Vermelhos: 3 (7)
Jogador mais indisciplinado: Ugarte, 11 Amarelos, 9º jogador mais indisciplinado da Liga (Paulinho, 10 amarelos, 11º jogador mais indisciplinado da Liga)
Melhor marcador: Pedro Gonçalves, 15 golos, 5º melhor goleador da Liga (Pablo Sarabia, 15 golos, também o 5º melhor goleador)
Mais assistências: Pedro Gonçalves, 12, foi o rei das assistências da Liga (Pedro Gonçalves com 9, o 6º jogador com mais assistências)
Mais influência em golos: Pedro Gonçalves, 15 Golos + 11 Assistências, 2º mais influente da Liga (Pablo Sarabia, 15 Golos + 7 Assistências, 5º mais influente da Liga)
Mais minutos em campo: Pedro Gonçalves, 2818 minutos, 15º no geral (Adán, 2970 minutos, 1º no geral)
Estatísticas da Liga
Entre parênteses o comparativo com a época anterior:
1º classificado: Benfica, 87 pontos (Porto, 91 pontos)
Melhor ataque: Benfica, 82 golos (Porto, 86)
Melhor defesa: Benfica, 20 golos (Porto, 22)
Equipa mais indisciplinada: Vitória SC, 112 Amarelos e 10 Vermelhos (B-SAD, 117 A, 11 V)
Equipa mais disciplinada: Benfica, 62 A, 2 V (Benfica 81 A, 3 V)
Jogador mais indisciplinado: Ricardo Guima (Chaves), 17 Amarelos e 2 Vermelhos (Lucas Possignolo (Portimomense), 13 A,1 V)
Maior nº de vitórias seguidas: Benfica, 10 (Porto, 16)
Maior nº de jogos seguidos sem perder: Sporting, 14 (Porto, 30)
Mais golos: Mehdi Taremi, 22 (Darwin Nuñez, 26)
Mais assistências: Pedro Gonçalves, 11 (Rafa Silva, 16)
Mais influência em golos: Mehdi Taremi 22 golos + 7 assistências (Mehdi Taremi 20 Golos + 13 assistências)
Mais minutos em campo: Vlachodimos, 3059 minutos (Adán, 2970 minutos)
Uma nota final para o número de Distritos e Regiões autónomas representados nesta 1ª Liga, relembrando que Portugal tem 18 distritos e 2 Regiões Autónomas.
Na época que findou o total era 8: Vila Real( 1 clube), Braga (5), Porto( 4), Aveiro (1), Lisboa (4), Faro (1), RA dos Açores (1) e RA da Madeira (1)
Na época de 23/24 serão apenas 6: Vila Real(1), Braga (6), Porto (3), Aveiro (1), Lisboa (5) e Faro (2).
Braga terá um terço dos clubes da 1ª Liga.
Braga + Porto + Lisboa + Faro têm 16 dos 18 clubes, ou seja 89% dos clubes da 1ª Liga serão de apenas 4 distritos.
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