Ainda não sabemos o que acontecerá hoje, sabemos o que aconteceu em 1976.
Um rapaz vestido de azul (como a rapaziada da Atalanta) passou a prova toda, os 10 000 metros dos Jogos Olímpicos, à mama, atrás de Carlos Lopes, nos metros finais ganhou uma energia fantástica e venceria a corrida.
O rapaz de azul, Lasse Virén, o finlandês voador, basta olhar para a imagem para perceber que ele corria sem colocar os pés do chão, bebia uma poção mágica que lhe permitia vencer.
Quem viu o jogo da primeira mão entre o Sporting e a Atalanta ficou surpreendido com a capacidade atlética dos jogadores da equipa italiana, foi muita corrida, foi muita pressão, foi muito pulmão, terá havido poção mágica?
Esperemos que hoje os italianos voem baixinho e que não haja leite de rena a desequilibrar o jogo.
Vamo-nos a eles que nem "tarzões", lutem rapazes mas não se esqueçam que temos jogo com o Boavista a seguir.
Na época passada uma equipa de B do Sporting, a jogar com 10, cilindrou o Arsenal, em Londres.
Foram seis para o Sporting, quatro para o Arsenal, penalties incluídos, claro.
Ontem foi mau, muito mau.
Um FC Porto sem ideias, com o único objectivo de levar o jogo para penalties, aí o melhor guarda-redes do mundo resolveria, não resolveu.
Arsenal 5, FC Porto 2.
Tanlongo, Essugo, Chermiti, Esgaio, Adán (o pior guarda-redes do mundo) Paulinho, Matheus Reis e mais uns quantos, eliminaram o Arsenal em Londres, os outros, os do pedigree europeu, apesar da frieza dos números "mereceram vencer e passar a eliminatória".
Em fim de semana de eleições vamos ver quem foram os vencedores e os que se abstiveram.
O grande vencedor destas eleições foi o Sporting. Três golos sem resposta num terreno mais propício a plantar batatas que a jogar futebol. Ainda assim, marcámos um golo de Genyo e, ao contrário do que diz A Bola, o nosso futebol não foi pragmático, foi ganhático.
O Braga, em Vila do Conde, absteve-se de marcar golos mas não se absteve de protestar, parece que o presidente Salvador foi à cabine do árbitro e não terá sido para levar um ramo de flores.
O FC Porto em Portimão (uma espécie de sucursal portista no norte de África [desculpa CAL ]) teve mais uma vez a passadeira azul estendida.
O Benfica, na Luz, por entre lenços brancos, assobios e frangos do tamanho de avestruzes, lá conseguiu vencer o jogo e desenterrar a cabeça da areia.
Agora temos os jogos europeus e no próximo fim-de-semana há mais, jogo a jogo, sempre.
"Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um acto revolucionário"
Para o país, para o pátrio ou para a mátria [linguagem inclusiva] qual terá sido um melhor cidadão, qual deles nos deu um exemplo melhor, Alexandre ou António-Pedro?
Sobre António-Pedro sabemos tudo, recebeu uma bolsa da Gulbenkian e foi para Paris durante dois anos e meio ver filmes, "vi, cerca, de 1000 filmes por ano" vangloriava-se, à conta de quem?
António-Pedro nasceu em 1939 em Leiria, fez filmes, era de esquerda e do Benfica, hoje é capa em todos os jornais.
Alexandre Baptista nasceu em 1941, num sítio sem pedigree, no Barreiro, não tem castelo altaneiro, jogou futebol, no Sporting, estudou, licenciou-se em Ciências Económicas, nunca se envolveu em política. Participou em cinco jogos (dos onze que fez na selecção) na fase final do Mundial de 1966, fomos terceiros, melhor classificação de sempre e na altura não tínhamos o Rui Costa, nem o Nélson Oliveira (está em Guimarães) nem o João Félix.
Qual destes dois terá elevado mais alto o nome de Portugal?
Será preferível jogar nos enlameados campos de Inglaterra com as cinco quinas sobre o peito ou estar repimpado no "Quartier Latin" a ver filmes? Qual destas atitudes contribuirá para a maior glória de Portugal?
Um abraço póstumo para Alexandre Baptista e para toda a sua família.
Alexandre fez a sua estreia em 1957 de leão rampante no peito, nos principiantes, três anos depois, participa na vitória por 2-0, da equipa principal sobre o Atlético.
Vencerá dois campeonatos, 1965/1966 e 1969/1970 [o meu primeiro campeonato] e duas Taças de Portugal, 1962/1963 e 1970/1971, termina com chave de ouro a sua brilhante carreira.
Quanto a António-Pedro Vasconcelos, nem todas as mulheres gostam de mostrar as mamas, publicamente, nem todas as mulheres gostam da imagem que tu achas que é ser mulher, nem todas as mulheres não gostam de futebol.
Nem todas as mulheres são "mulheres" como tu as filmaste e viste.
Que a terra seja leve para o Alexandre e para o António-Pedro.
Socorro-me deste excelente livro de Dário de Castro Alves (já encantado, como diria Duda Guennes) para fazer um abanão, um despertar, um alerta.
Nada está ganho.
O Benfica foi goleado no Dragão, foi, cinco a zero.
O FC Porto foi goleado em Alvalade, foi, quatro a zero.
Já somos campeões? Não.
Temos a PSP e os árbitros contra nós e a favor dos outros.
Ouçamos Eça de Queiroz:
"Depois, ele [Gonçalo Ramires], encafuou o revólver na algibeira, desenterrou do armário do corredor um velho bengalão de cabo de chumbo entrançado, agarrou um apito. E assim precavido, aquecido pelo Verde e pelo Alvarelhão, com os dois criados de caçadeira ao ombro, importantes e tesos, partiu para Vila Clara, procurar o sr. Administrador do Conselho."
A Ilustre Casa de Ramires, p.169
[pág 41 do livro na imagem]
Tendo a concordar com Eça.
Nada está ganho e o Conselho (o conselho de arbitragem), o Boaventura, os comprimidos do Casagrande, etc, etc, etc, tudo será usado para impedir o Sporting de ser campeão.
Revólver na algibeira, caçadeira ao ombro, importantes e tesos, tem de ser assim até ao fim do campeonato.
5 golos golos marcados pelo Sporting nos dois últimos jogos.
Duas vezes 5 os pontos perdidos que separam o primeiro do terceiro.
Duas vezes 5 (à condição) os pontos que separam o primeiro do quarto.
Quatro vezes 5 (à condição) a diferença de golos entre o primeiro e o quarto.
No dia 26 de Fevereiro, p.30 d' A Bola, escrevia José Manuel Delgado:
"João Neves e António Silva, ao dizerem-se em condições de jogar em Toulouse (...) mostraram uma força mental que é própria dos campeões."
Não concordo. João e António abdicaram dos direitos como trabalhadores para colocarem os interesses da entidade patronal acima dos seus. Péssimo exemplo.
"Não sejas mariquinhas, só porque morreu a tua mãe não vens trabalhar, lembra-te do que fez João Neves, excelente exemplo de dedicação à empresa" temo que este discurso venha a ser ouvido com frequência.
O esforço de João e António foi em vão, nos quatro jogos em análise, Toulouse e os três posteriores, o Benfica empatou um, venceu um e perdeu dois, se isso é força mental de campeões, estamos conversados.
Faltam dez jogos (onze ao Sporting) vamos manter a cabeça no lugar, os pés bem assentes no chão e vamos jogo a jogo. Foi assim que fomos campeões em 2020/2021. Esta época podemos ser campeões, vencer a Liga Europa e a Taça de Portugal.
Di Maria remata, no seu jeito desajeitado, a bola bate no peito de Pedro Silva, o argentino aldrabão e batoteiro corre na direcção de Lucílio Baptista a berrar que foi mão, o bandeirinha perto do lance não viu, o árbitro não viu (não podiam ter visto uma inexistência) foi o bandeirinha do outro lado do campo (que estaria envolvido no caso Paulo Pereira Cristóvão) que afiançou que tinha visto, nitidamente, a mão de Pedro Silva.
Paulo Bento foi, duramente, castigado pelo gesto, o nosso treinador tinha razão, estava a dizer a verdade.
E agora?
É anulado um golo ao Benfica. Toda a gente diz que o golo foi bem anulado, são as regras.
O alemão aldrabão diz que não, qual será a punição?
Os resultados estão aí e dizem tudo ou melhor não dizem nada, não dizem que o Sporting foi roubado.
Hoje o Correio da Manhã fala do silêncio do Sporting e de Orelhas puxado ao plantel.
Sobre os erros de arbitragem e sobre aquilo que a direcção do Sporting devia fazer já escrevi ontem (o texto vai com cerca de 100 comentários, aproveito para agradecer a quem o comentou, debater opiniões é importante).
A grande notícia de hoje, a acreditar no Correio da Manhã, é a integração, o puxamento de Orelhas para o plantel. Como jogador livre, sem clube, pode ser inscrito em qualquer altura. Sérgio Conceição quererá este jogador no plantel não pelas qualidades futebolísticas mas sim pelo carácter, pela garra, pela virilidade que poderá ensinar aos jogadores que jogam de pantufas.
Só nestes dois jogos foram três pontos roubados por André Narciso*, um em Guimarães e dois ontem.
Aguardo com alguma expectativa o comunicado do conselho de arbitragem ou será que só há comunicados quando o "beneficiado" é o Sporting?
Os erros ontem foram tão óbvios, tão evidentes que urge conhecer as conversas entre o VAR e o árbitro.
Qual a razão para os NN (Nobre e Narciso) não terem assinalado estas faltas?
[* Foram só dois. NN (Narciso/Nobre) roubaram dois, ontem. O outro foi roubado, em Guimarães, pela PM, não, não foi pela Polícia Militar (a polícia que nos roubou foi outra) foi a dupla Pinheiro/Miguel.]
Até o Duarte Gomes, repito, até o Duarte Gomes escreve, com todas as palavras, que o Sporting foi prejudicado.
E agora o que fazer? Ficar de braços cruzados para não sermos acusados de calimerice?
Depois de termos vencido na Alemanha, naquela que terá sido a vitória mais importante do andebol português, o Sporting Clube de Portugal inicia esta semana com sete pontos de vantagem no campeonato nacional.
Os quatro da frente venceram (o Sporting foi o único a vencer fora).
A história mais relevante desta jornada terá sido a cara lavada do Benfica, A Bola fez uma excelente lavagem.
Aqui vemos Neres, de cara lavada, a ultrapassar um jogador do Vizela, sentado no chão, com a cara suja, presumo.
Termino com uma constatação, Rúben Amorim, ao contrário de Filipa Reis, não será grande apreciador de "slalons, cuecas, nós cegos, valeu tudo". Para Rúben (para mim, também, não, como escrevi na altura) não vale tudo.
Desta vez Edwards ficou a reflectir qual é o objectivo de um jogador de futebol:
Porque hoje não é sábado (é importante ler a Sábado) e eu não sei fazer links, nem ligações, nem corrupções, a partir do telemóvel, este texto (em imagens) é a minha contribuição.
Luís Filipe Vieira queria um sucessor que fosse incompetente, chulo e calão, depois de muito procurar parece que encontrou.
Calão é, de certeza.
Marc Batta topou-o, o actual presidente do Benfica a impedir o actual treinador do FC Porto de entrar em campo.
Quanto ao resto, enfim, é o "príncipe da Damaia", cheio de boa sorte, boa ventura como diria o Di Maria, o jogador que obrigou Lucílio Baptista a ver uma mão no peito de Pedro Silva (consultem o youtube).
Não sou de raivas, nem de vinganças, nem de ficar calado, nem com um melão [feliz dia dos namorados] mas gosto de ver pessoas importantes no panteão.
César Boaventura, Luís Filipe Vieira, Rui Costa, qual estátua junto a Eusébio, bah, pensar pequeno, um lugar no panteão, isso sim.
Um Sporting fragilizado após ter sido afastado da final da Taça da Liga pela equipa do Artur Jorge. Este não é o Artur Jorge poeta de bigode farfalhudo é o Artur Jorge que calado seria um poeta. Na antevisão do jogo o falador, de barba mal semeada, disse que o Braga era superior ao Sporting e que o futebol bonito não interessa nada, interessa é vencer.
No fim do jogo foi soluçar para os braços do trolha, espero que tenha aprendido a lição ou melhor as cinco lições.
Em Guimarães a cavalaria vermelha voltou a ser levada, levada sim. Mais um jogo fraquinho apadrinhado pelo Godinho. A expulsão de Borevkovic aos 64' foi determinante para, as tropas do alemão, trazerem um ponto da cidade berço. Benfica soma e segue, mais um jogo, mais uma expulsão dum jogador adversário.
O FC Porto deslocou-se ao rio Arda e ardeu.
É Carnaval, ninguém leva a mal. Os adeptos dos dragões imbuídos de espírito carnavalesco chamaram, carinhosamente, palhaços, aos soldados do capitão Pepe.
Em seis pontos possíveis com o Arouca os de Pinto da Costa perderam cinco.
Cinco é o algarismo que define esta jornada.
Cinco golos sofridos por FC Porto e Benfica, um ponto.
Cinco golos sofridos pelo Braga, zero pontos.
Cinco golos marcados pelo Sporting, três pontos.
Cinco pontos conquistados pelos cinco primeiros classificados. Três para o Sporting, os outros dois a dividir por quatro, média: 0.5 pontos.
Sinto que aquilo que escrevi há pouco tempo, neste espaço, faz sentido.
Sinto que é preferível ter oito pontos perdidos que onze.
Os jornais desportivos lá saberão, para eles, o clube que joga, sistematicamennte, contra dez adversários é que merece estar em primeiro, em primeiro à Benfica.
Para o Record a águia assume liderança e só falta dizer que já são campeões.
Curiosamente, aqui, A Bola, sublinhava bem a efemeridade da coisa: "Sporting (...) é líder provisório" no final dessa época os provisórios tornaram-se definitivos (como quem troca de marca de tabaco).
É interessante atentarmos à euforia que grassa do lado errado da segunda circular e às palavras serenas de Rúben Amorim em 2020: "O que conta é a classificação final".
Vamos então fazer contas.
Quando o campeonato português começa todas as equipas podem chegar, potencialmente, aos 102 pontos. São os pontos perdidos que vão determinar o campeão.
Sporting, 94 pontos potenciais, 8 pontos perdidos.
Benfica, 93 pontos potenciais, 9 pontos perdidos.
FC Porto, 87 pontos potenciais, 15 pontos perdidos.
O Sporting neste momento está mais perto de ser campeão que o Benfica, que o FC Porto ou que a PSP, esta última tem sido a equipa mais difícil de enfrentarmos.
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