Apenas pela terceira vez na história do nosso clube, tanto quanto me lembro, vemos um jogador nosso sair pela cláusula de rescisão: o Chelsea adquiriu o passe de Manuel Ugarte por 60 milhões de euros - oferecendo ao Sporting mais 5 milhões em objectivos.
Confirma-se assim o cenário que equacionei há seis dias: em menos de cinco anos, sob o mandato de Frederico Varandas, conseguimos fechar os nossos cinco mais lucrativos negócios de sempre. Depois do que aconteceu desde Janeiro de 2020 com Bruno Fernandes, Nuno Mendes, Matheus Nunes e Pedro Porro.
O que pensam desta saída do internacional uruguaio, que aos 22 anos deixa Alvalade após 85 jogos em que marcou um golo, contribuiu para a conquista de uma Taça da Liga e foi titular absoluto como médio defensivo na época 2022/2023?
Pedro Quartin Graça: «Este tipo de notícias, sobre jogadores que tanto trabalho nos deram a contratar, com tanto potencial e que, supostamente, vão ganhar fortunas, e que vêem, de um dia para o outro, os seus hipotéticos vencimentos futuros nos jornais, o que só contribui para os desvalorizar, interessa a quem?»
Tiago Cabral: «Este fim-de-semana relembrou-nos como funciona a coisa no porto. É assim desde que me lembro com agressões, intimidações e ofensas a fazerem parte do funcionamento daquele clube. Recordo-me há uns vinte anos, ou mais, numa meia-final da taça de Portugal, o Sporting foi ao antigo estádio das antas eliminar o porto após prolongamento com um golo, salvo erro de um brasileiro chamado Mário. Descontentes com o resultado, houve ordem para abrir as portas que separavam os adeptos Sportinguistas das claques do porto. Durante largos minutos foi para eles um deleite observar como eram espancados vários Sportinguistas que tentavam por todos os meios sair do estádio. Cá fora o cenário não era muito diferente, bandos de apoiantes do porto varriam as ruas circundantes ao estádio à procura de algum apoiante do Sporting. O objectivo era só um, espancá-los até os mesmos ficarem inconscientes. Da polícia nem sinal.»
Tiago Loureiro: «Não posso deixar de notar que a saída de Oceano, como qualquer decisão do actual presidente do Sporting, foi duramente criticada pelos seus mais acérrimos críticos, saudosos que estão do passado recente e das figuras que dele fizeram parte. A esse propósito lembro, no entanto, duas coisas: 1) Oceano merece ser tratado com mais respeito e não como arma de arremesso para atingir quem quer que seja; 2) quando Godinho Lopes assumiu a presidência do clube, Oceano era - imagine-se - treinador adjunto da equipa principal, tendo sido dispensado após o final daquela época, não integrando a equipa técnica de Domingos nem qualquer cargo na estrutura. Por isso, entre não abrir a boca na altura e ver agora na sua saída mais um passo rumo ao caos é um exercício só ao alcance de quem anda à deriva num... oceano de contradições.»
Eu: «A decisão final caberá ao própro Bruma. Ele terá de decidir se prefere ser um novo Bebé, que cedo de mais rumou às terras de Sua Majestade com grandes parangonas jornalísticas que em nada o ajudaram, ou se não lhe será muito mais útil completar a sua formação em Alvalade, ganhando maturidade competitiva e a disciplina táctica de que tanto carece. Porque em futebol, desporto colectivo, não basta ser bom no plano da técnica individual. Nem basta ser bom de pés: é fundamental saber usar a cabeça. E é também em decisões deste género que se comprova a fibra dos campeões. Seja no clube que for, tenha o atleta a idade que tiver.»
«Sou admirador confesso de Rúben Amorim. Acho que é, continua a ser, o treinador certo para o SCP, o que não invalida que este ano tenha estado mal no capítulo do planeamento do pantel, responsabilidades que se estendem a Hugo Viana e ao presidente Varandas.»
Adelino Cunha: «Um produtor de fruta ligado ao F.C. Porto recusou cumprimentar o presidente do Sporting e justificou-se com a expressão "banana" utilizada por Bruno de Carvalho para criticar os termos da negociata que exportou a maçã podre para o Mónaco. Convém lembrar quatro ou cinco coisas sobre estes filhos de fruta. Uma: Pinto da Costa. Duas: Carolina Salgado. Três: Reinaldo Telles. Quatro: árbitros pagos com table dance. É mais ou menos isto: o poder desportivo do F.C Porto de hoje começou entre as pernas das meninas que tanto colinho deram aos dirigentes do F.C. Porto e aos seus lambuzados clientes do apito. Filhos sim senhor, mas da fruta, pois claro.»
Eu: «Quantos cidadãos deste País vêem os seus sonhos estampados com tanta frequência nas primeiras páginas de certos jornais? Certamente nenhum como o treinador do Benfica, seja ele quem for. Dizia Pessoa que "o homem sonha, a obra nasce". No Benfica, durante a época que passou, obrou-se pouco para alcançar o sonho a queA Bolade 11 de Abrilgenerosamente concedeu esta quilométrica manchete. O sonho virou pesadelo. Oupesadilla, para utilizar o idioma dominante nos balneários encarnados.»
«Sem contar com saídas, as prioridades são óbvias: médio-centro (ofensivo), ponta-de-lança e ala direito (é mais discutível, mas eu acrescento guarda-redes para ser o nosso n.º1). Depois terão de vir também substitutos para quem sair, caso não existam já no plantel ou na equipa B. Isto se quisermos um dos dois primeiros lugares na Liga 23/24, onde só o campeão tem acesso directo à Liga dos Campeões. E se me dizem que não há dinheiro para isto tudo, respondo que com bom scouting se fazem maravilhas. E o exemplo é nosso. Em 20/21, no início da época, vieram Adán, Porro, Feddal, João Mário, Nuno Santos, Tabata e Pedro Gonçalves por um total de cerca de 20 milhões de euros.»
Nos23 destaques feitos pelo SAPO em Maio para assinalar os dez blogues mais comentados nesta plataforma ao longo do mês, És a Nossa Férecebeu23 menções. Alcançando assim o pleno, pelo 49.º mês consecutivo.
Há mais de quatro anos. Sem falhar um mês, portanto.
Além disso, figurámos também23 vezes no pódio dos mais comentados - desta vez com dezassete "medalhas de ouro", cinco de "prata" e uma de "bronze".
Fomos primeiros em mais de metade dos dias que estiveram sob escrutínio. Correspondendo a uma percentagem de 73,9% do total.
Recorde-se que os textos publicados ao fim-de-semana são agregados aos de sexta-feira para este efeito, o que leva o número de destaques a ser inferior ao número de dias.
Alexandre Poço: «Um texto muito bem resumido sobre a questão financeira do clube, tendo em conta os resultados da SAD no período entre Julho de 2012 e Março de 2013. As opções de presente e futuro a tomar pelo clube estão totalmente relacionadas com o que é apresentado. Aconselho vivamente a leitura.»
Marta Spínola: «Começou a correria de notícias falsas, boatos, verdades assustadoras, mentiras piedosas, primeiras páginas sensacionalistas. Não contem comigo para desesperar a pensar quem vai sair, meu Deus agora quem fica na direita/esquerda, quem distribui, quem corta. Não estou para "Ai que pena, era o meu preferido e agora vai sair. Afinal fica. Não, vai. Não, fica." É das coisas a que acho menos graça na pré-época e que tem vindo a tomar proporções ridículas. Bem sei que os jornais têm de vender, bem sei que nem é o Sporting quem mais sai na rifa. Mas uma vez que fosse, para mim era muito. Não tenho a mínima paciência.»
Eu: «Estes tempos primaveris, caracterizados pela profusão de alergias, são pouco propícios a olfactos apurados. Talvez por isso, muitas vezes aquilo que se cheira não tem qualquer correspondência com a realidade. Que o digam as águias a que alude este berrante panegírico doRecordde 22 de Abril: pensavam que lhes cheirava a título, mas afinal o cheiro era a esturro. Conclusão: a faixa de campeão foi parar a outros ninhos e elas ficaram depenadas. Um azar nunca vem só: depois de perderem o faro, depois de perderem o tino, perderam também o mais cobiçado troféu do futebol português. Pelo terceiro ano consecutivo. Resta-lhes um prémio de consolação: são elas, de longe, as campeãs das manchetes. Valha-lhes ao menos isso.»
«Além de um ponta-de-lança precisamos de um médio, que sirva de alternativa à dupla Morita / Ugarte, para acabar de vez com o desperdício que é ver o Pote a jogar no meio-campo. Tenho dúvidas de que Bragança, depois de um ano parado, possa ser o médio de que precisamos - levará muito tempo até regressar ao topo.»
Nuno Santos esteve na formação do FC Porto, chegou a jogar na equipa principal do Benfica. Aplaudo-o no Sporting como faço com os outros profissionais do meu clube.
Rúben Amorim é benfiquista. Jogou vários anos na equipa encarnada.
É um princípio geral que mantenho. Interessa-me que os jogadores e os treinadores tenham bom desempenho de Leão ao peito. Venham de onde vierem, vão para onde forem.
Não tenho ódio a emblema algum.
Para mim o futebol é competição, não é guerra.
Há rivais, não há inimigos.
Fica a minha declaração de interesse pelo desporto. E de total desinteresse pelo ambiente bélico, antítese do espírito desportivo.
Sporting renovou mais dois anos com Mariana Cabral. «Quero muito que o projecto cresça», disse a nossa treinadora, que está em Alvalade desde 2016/2017, onde se iniciou ao comando das jovens sub-19.
Alexandre Poço: «Anda a circular no Twitter esta imagem como sendo a nossa nova camisola para a época 2013/2014. Procurei confirmar o rumor, mas penso que para já não passa disso mesmo, de um rumor. É bonita, é uma camisola à Sporting. Porém, a porca costuma torcer o rabo no que toca ao equipamento alternativo. Este, já que não pode ser o Stromp devido às cores, tem produzido algumas aberrações nos últimos anos, autênticos atentados à estética e, mais importante (e grave), à história e à tradição do Sporting. A mais aberrante versão do equipamento alternativo foi o laranja desta última época.»
Eu: «Há jornais que seguem uma orientação confessional. Como os jornais de paróquia. No caso dos 'desportivos', a crença em milagres não move montanhas mas produz manchetes em catadupa. Esta, por exemplo, dada à estampa no Recordde 9 de Abril, dia em que se cumpriam 95 anos da batalha de La Lys, de má memória para os pontas de lança portugueses na Flandres - as "competições" europeias daquela época. Menos de dois meses volvidos, este título merece figurar nos anais não como exemplo de clarividência mas como comovente manifestação de fé em Jesus. O Osservatore Romano não faria melhor.»
«Fatawu é de caras o único jogador da equipa B que pode dar o salto para a equipa A. Rodrigo Ribeiro e Dário Essugo ainda parecem verdes. Mateus Fernandes não sei se alguma vez lá chegará. Chico Lamba e Nazinho acho que não vão lá. A surpresa positiva destes últimos dois jogos foi Tiago Ferreira, o filho de Mamede, o que jogou em Itália e não o nosso fundista. Tem um toque de bola que não engana ninguém, pena aos 21 anos ser tão franzino.»
Encerrado o campeonato, termina também a já clássica ronda dos prognósticos aqui no blogue, jornada após jornada. Com vitória do nosso prezado leitor Leão do Fundão: só ele anteviu a vitória leonina por 2-1 em Vizela.
Na época que agora terminou, Vinagre participou em quatro jogos, perfazendo 204 minutos. Marcou zero golos, fez zero assistências e viu um cartão amarelo.
«Estou triste por não ter tido a oportunidade de contribuir mais, mas fiz tudo o que me foi permitido», escreveu na mensagem de despedida.
Na Premier League, com o Manchester City a sagrar-se tricampeão, o Everton ficou em 17.º lugar, tendo evitado à justa a despromoção ao Championship.
Alguns adeptos do Sporting, com ou sem aspas, entretêm-se a dizer mal de Pedro Gonçalves. Dizem que produz pouco, que é intermitente, que se desliga por vezes do jogo, etc, etc. Chamam-lhe "Pote", alcunha com a qual a imprensa do grupo Cofina (Record e Correio da Manhã) insiste em designar sempre este nosso jogador, como se ele não tivesse nome. Alguns vão ao ponto de chamar-lhe «individualista», dizendo que «trabalha pouco para a equipa».
As caixas de comentários do És a Nossa Fé estão cheias de comentários deste género, a denegrirem aquele que continua a ser o melhor jogador do actual plantel leonino. Nada de novo: para muitos adeptos, bons são todos quantos já cá não estão. Por esta lógica, Pedro Gonçalves só ganhará este rótulo no dia em que deixar o Clube.
Esta gente percebe pouco de futebol: os números demonstram o contrário. Aqui estão eles: o nosso n.º 28 destacou-se como o rei das assistências do campeonato 2022/2023. Foram 11 no total. Claramente acima de Neres e Grimaldo, que preenchem os lugares restantes do pódio, cada qual com 9.
Além disso marcou 15 golos (só na Liga) e teve influência em 26 golos, o que corresponde a 37% de todos quantos o Sporting marcou nesta prova.
Não voltem a dizer mal dele, por favor. Se é que são mesmo sportinguistas.
Leonardo Ralha: «Entre as excelentes indicações deste início de defeso (escolha de Leonardo Jardim e contratação do valioso Jefferson), preocupa-me a provável saída dos que ganham acima do tecto salarial (sobretudo nos casos de Rui Patrício, Rojo e Diego Capel), o poderio financeiro dos rivais (entre os poucos jogadores interessantes da Liga o FC Porto já chegou primeiro e o Hugo Viana rumou às arábias, restando pouco mais do que o Ghilas e o Steven Vitória à solta) e o numerus clausus anunciado por Augusto Inácio. Vinte jogadores na equipa principal pode fazer sentido numa equipa em contenção financeira e sem compromissos com a UEFA, mas na prática resulta no seguinte: dois guarda-redes, quatro centrais (pelo menos um deles capaz de ser lateral), três laterais, dois trincos, quatro médios criativos, três extremos e dois pontas de lança. Parece-me muito curto.»
Eu: «A diferença que um acentozinho faz. Imaginem só esta manchete sem acento na segunda palavra: não tinha o mesmo carácter épico, pois não? Foi comovedor ver oRecord- que se orgulha de ter sido o primeiro jornal português a abraçar o "desacordo" ortográfico - romper com uma das mais absurdas regras do convénio assinado em 1990 por Santana Lopes em nome do Governo português, repondo o acento na terceira pessoa do presente do indicativo do verbo parar, desfazendo assim a homografia com a preposiçãoparaque tinha sido imposta pelas luminárias do acordortografiquês. Tudo certo, portanto. Em termos ortográficos. O mesmo não se pode dizer em termos jornalísticos: no mínimo, esta manchete da edição de5 de Abrilpeca por ter sido excessivamente apressadinha. Afinal houve quem parasse o Benfica. Eu contei pelo menos três equipas: Chelsea, FC Porto e V. Guimarães. E afinal bastaria um ponto de interrogação para o erro não ser tão flagrante. Às vezes, no futebol como no jornalismo, convém jogar pelo seguro...»
«Confesso que não percebi a gestão deste jogador [por] Amorim. Devem ter existido acontecimentos que nos escapam. Fatawu foi essencial para a manutenção da equipa B na Liga 3. Poderia ter sido essencial para a conquista da Youth League. Também peço que não se estrague este jogador com a sua adaptação a defesa direito.»
Raphael Guerreiro, um dos inesquecíveis campeões europeus de 2016, está sem clube. Terminou o contrato que durante sete anos o ligou ao Borussia Dortmund. Sai com duas Taças da Alemanha e uma Supertaça ali conquistadas.
Está com 29 anos. Na época agora terminada, marcou seis golos e fez 13 assistências em 36 jogos. Bons números para um lateral esquerdo, confirmando que Raphael continua em forma.
Apetece-me fazer a pergunta: gostariam de vê-lo no Sporting?
{ Blogue fundado em 2012. }
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