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És a nossa Fé!

Obrigado, Roberto

Roberto Martinez é um grande sportinguista. Convocou Inácio, Trincão, Pote e Quenda e só não deu a mão a Nuno Santos (vindo de lesão, como Neto, 5 minutos antes do Euro) e Bragança (suplente, como Félix no Barcelona antes do mesmo Euro) para esconder melhor as suas cores.

Na hora da verdade, só deu minutos a Inácio e nem 90 foram, dando espaço a Silva para fazer má figura e chegar cansado às mão de Lage. Ainda pareceu alimentar a ideia de que Quenda se ia mesmo estrear antes de fazer 18 anos, mas não querendo que o adolescente se empolgasse demasiado, esqueceu essa ideia.

Para disfarçar ainda deu uns minutos a Pedro Gonçalves no primeiro jogo, mas não querendo submeter os bravos leões a jogar na Luz mais do que uma vez ao ano, foi inteligente e lançou antes Neto, Jota ou Leão de início e na hora de trocar, quando a poderosa Escócia ameaçava conseguir um pontinho, ao invés de pensar em Francisco, Pedro ou Geovany, fez o certo e lançou Félix, de regresso ao Chelsea, depois do regresso ao Atlético, tudo fazendo para não regressar a Lisboa.

Resultado: os quatro leões, titulares de uma máquina goleadora sem igual por cá, regressam a Alcochete frescos para o duro setembro que aí vem e o Sporting ainda poupou uns belos trocos em refeições e água quente, com a excursão do quarteto a Carnide. Obrigado, Roberto. 

Centro de Emprego F.C.

Confio neste Sporting como nunca confiei em nenhum e, se não vier mais nenhum avançado, será uma pequena desilusão, mas continuarei a acreditar na nossa capacidade goleadora, rezando por Viktor a Nossa Senhora dos Joelhos. Ioannidis parece ser opção descartada e o tal Harder estará...harder to get, com a intromissão do Brighton. Acredito que estará em marcha o plano D e E e que até segunda-feira possa haver uma boa nova. 

Caso não aconteça e acreditando que Amorim não quererá "um qualquer", lembro que há ainda a possibilidade de se contar com um desempregado. Bem sei que esta malta pede obesos prémios de assinatura e que não costuma ganhar mal, mas não enjeitaria a oportunidade de ver por cá Martial (móvel e necessitado de se relançar); Ben Yedder (goleador consistente que estando em fim de carreira pode aceitar melhor ser suplente); Choupo-Motig (suplente-goleador de carreira) ou até Delort, com menos nome mas com muitos golos na liga francesa ao longo dos anos. 

Uruguachos em Lisboa

Maxi, ala esquerdo, é o novo reforço do Sporting e o mais recente uruguaio a vestir a camisola listada verde e branca. Quem foram os outros?

O primeiro uruguaio no Sporting foi Enrique Fernández, que jogou e treinou no Barcelona e chegou a Lisboa já como técnico, em 1957. No ano seguinte, por sua indicação, chegou José Caraballo, avançado “charrua”. Teve pouco sucesso, fazendo apenas 3 golos em 13 jogos. Passou depois por Braga, Salgueiros e Montijo. O seu neto, Peter, passou pelas camadas jovens do Sporting. Em 1988, chegou o treinador Pedro Rocha e o guarda-redes Rodolfo Rodriguez, anunciado como uma das “unhas” do leão. Fez 20 jogos e sofreu 18 golos, não estando à altura das expetativas.

Quase 20 anos depois, chegou mais uma desilusão. Carlos Bueno só se destacou num jogo, marcando 4 vezes ao Nacional. Ainda assim, saiu com uma Taça de Portugal. Em 2011, chegou Luis Aguiar. Médio de qualidade, com passado no Braga, acabou por nunca se estrear, jogando até hoje no Uruguai. Em janeiro de 2012, mais uma má jogada. Seba Ribas, avançado, veio emprestado pelo Génova e com zero golos em 7 jogos, deixou Lisboa e andou a falhar por vários países antes do regresso a casa.

Em janeiro de 2016, mudou a sorte. Chegou Coates, saído este ano como grande capitão e histórico defesa. Fez 369 jogos, marcou 37 vezes e ajudou na conquista de dois campeonatos e mais 6 títulos nacionais. Dispensa apresentações. Coates recebeu depois o médio Manu Ugarte, herdeiro de Palhinha no meio-campo. Em duas épocas, ganhou uma Taça da Liga e saiu por 60 milhões. Franco Israel chegou em 2022 para ser suplente de Adán. A lesão do espanhol fez com que fosse titular na segunda metade da época passada, ajudando o clube a ser campeão.

É agora a vez de Maxi ser como os seus últimos compatriotas.

Obrigado, Feddal

Aos 34 anos, Zouhair Feddal “pendurou” as botas. Chegou ao Sporting em 2020, sem grande currículo e com passagens de um ano por vários clubes, de segunda ou terceira categoria. Foi relativamente barato, mas ninguém tinha grande fé nele. A não ser Amorim, que fez dele um titular fiável, participante em 34 jogos e autor de 2 golos (em dois 2-0 em casa, um contra o Nacional e o outro, contra o Portimonense) e 3 assistências. No ano seguinte, viu-se um Inácio mais maduro, mas o marroquino ainda entrou em campo 26 vezes e fez mais uma assistência. Venceu por cá os únicos 4 títulos da carreira e fica na história do clube. Que tenha sorte na nova etapa e caso oiça falar de outro defesa como ele, fiável e barato, que mande notícias.

Sacrifício Mateus

Nunca pensei chegar a 19 de agosto com Diomande, Inácio, Hjulmand, Pote, Trincão e Gyökeres no plantel do Sporting. Esse é o grande mérito da estrutura, este ano. Sem contar com Coates, que saiu mais cedo do que o esperado, mas cada vez mais perto do fim da carreira, o Sporting mantém o onze base que foi campeão, o que faz sonhar com o bi, sobretudo quando os rivais diretos parecem mais necessitados de encaixes e de rumo.

Ao núcleo duro juntaram-se Kovacevic (à primeira vista, não é melhor do que Israel) e Debast (já errou muito, mas vejo-lhe méritos para se impor) e estarão para chegar Maxi (ala à Nuno Santos ou extremo goleador à Trincão) e um avançado (Ioannidis ou Roque). Quenda, prodígio anunciado, tem sido o melhor reforço, titular em três jogos. Outros jovens, como Nel, Ribeiro ou Essugo também podem crescer este ano. Iago, visto como esperança do Real Madrid, também poderá ter uma palavra a dizer.

Tudo isto para chegar a Mateus Fernandes. O camisola 28 está de saída para Inglaterra e renderá, no mínimo, 15 milhões. Acredito que daqui a uma época o valor dobrasse, mas para manter o onze base há que fazer sacrifícios e esta é uma operação que custa, mas faz sentido. Mateus é da casa, mostrou qualidade e podia ser 8, 10 ou descair para a ala. Até escolheu vestir a camisola 28, com a qual Pote brilhou nos primeiros anos de Sporting. Mas sai pelo bem maior. Vai ganhar mais e jogar na melhor liga do mundo, mas ainda teria muito a dar ao clube que o formou.

A saída de Mateus, bem como a de Paulinho, venda de emprestados, as percentagens ganhas com negócios como os de Palhinha ou Veiga e ainda as possíveis saídas de outros como Fresneda, Esgaio ou Edwards, garantem que as estrelas maiores ficam por cá. Assim, a glória fica mais perto. Em teoria, claro.

Ainda gostaria de ter mais um central, experiente e sem propensão para lesões, e um médio que rendesse Hjulmand de quando em vez, mas o plantel, a manter-se mais ou menos assim, é melhor do que o do ano passado e promete muito. 

Morten é que sabe

Morten Hjulmand estreou-se ontem pelo seu país numa grande competição. Teve azar ao ver a bola bater-lhe antes de entrar na sua baliza, mas fez um bom jogo, como tem feito desde que se estreou pela Dinamarca, já como jogador do Sporting. Na sua cabeça parece estar fazer o melhor Euro possível com os vencedores de 1992, ter umas pequenas férias e voltar a liderar o meio-campo do campeão português. O mercado passa-lhe ao lado. Afinal, como se sabe, já está numa grande equipa. É o próprio que destaca o óbvio. 

Venha

 

O anúncio rápido de contratações cirúrgicas (guarda-redes+Debast+Ionnidis+extremo?) 

A resistência feroz à venda dos anéis (Inácio, Hjulmand, Pote e Gyokeres)

Férias (deles e nossas, que o coração tem limites) 

Estágio (com o plantel quase completo e vários jogadores da formação)

Supertaça (o resto, bom e mau, é passado) 

 

 

Nem é preciso rebentar, basta abrir a porta

O Sporting procura domingo a primeira dobradinha em mais de vinte anos. Como campeão e melhor equipa nacional, estatisticamente e exibicionalmente, é favorito, o que não garante nada a não ser otimismo  e ambição.

Os do Porto quererão despedir-se de Jorge Nuno e talvez de Sérgio da melhor forma e nós quereremos dar continuidade à festa. Eles têm um bom guarda-redes, um bom trinco, dois espalhas-brasas-brinca-na-areia e dois avançados goleadores meio adormecidos que esperemos que o sol do Jamor não acorde. Também têm tendência para ter os nervos fracos e ver gigantes em moinhos de vento (ou mesmo portas da Linha). 

Nós temos um júnior na baliza, bem guardado por Coates e companhia; uma junção nipo-dinamarquesa no miolo e alas verdadeiramente diferenciados e sempre prontos a entregar presentes ao nosso uber-Jardel.

E ainda temos uma convocatória entalada na garganta, que se pode desprender à conta de golos bem gritados. Há uns quantos portugueses que, pela primeira vez, estão desgostosos por ir passar uns dias numa ilha paradisíaca em vez de aterrarem na Alemanha. Pela milésima vez poderão mostrar que mesmo ignorados, são melhores. 

Esta época é verde. Resta saber o quão verde. Acredito que muitíssimo. Só é pena que o Jamor não estique.

Ensaio sobre a cegueira

Boa sorte para os leões recentemente convocados para o Euro.

Inácio vai ser um dos defesas ao serviço de Roberto Martinez.

Paulinhovic será mais um trunfo no ataque da Sérvia, discutindo o lugar com Mitrovic.

Santoux será mais um a servir os avançados da Bélgica. Atrás terá Debast, futuro colega também no clube.

Francis Trincon vai ter muita concorrência na equipa inglesa, mas era impossível não ser chamado.

Peyter Van der Pote, com números de outro mundo, estará no lote dos Países Baixos dividindo a batuta com Xavi Sim«ons.

Só tenho pena que não sejam todos portugueses, mas cá estarei a torcer pelos nossos leões!

Que Inácio vença mais um título.

Quero esta camisola todos os anos

Respeitando (quase) todas as opiniões, gosto bastante da nova camisola do Sporting.

Poucas semanas depois da estreia de uma camisola quase toda branca com o lindíssimo símbolo anterior, saiu esta, disruptiva e carregada de preto, até nas listas, algo nunca antes visto, a não ser numa camisola alternativa de andebol, feita pela Asics há cerca de dez anos.

Somos a melhor equipa portuguesa, tendo acabado de vencer o campeonato, batendo milhentos recordes. O nosso presidente não está a ser investigado e se sair amanhã, parece que não se vão encontrar buracos. O nosso treinador parece ter vontade de ficar (apesar de nem sempre ser assertivo nessa vontade) e os adeptos querem também que ele fique. As finanças parecem controladas a ponto de virem aí reforços e de não se prever uma sangria no plantel.

Os outros vão rotos ou nús e nós discutimos o tecido que suporta o escudo de campeão. 

Que seja assim por muito anos.

Os melhores destes 20 anos

Por ocasião dos vinte anos do seu estádio, o clube do lado inaugurou um mural celebrando os seus melhores jogadores das últimas duas décadas. Nem todas as suas ideias são más.

Transpondo para o lado de cá, quem elegem como os nossos melhores jogadores desde que jogamos no novo José de Alvalade?

Sugiro um plantel de 23, com o esquema atual de 3-4-3. Começo eu:

Patrício, Adán e Ricardo; Diomande, Beto, Coates, Polga, Inácio e Mathieu; Porro e Rogério; Mendes e Santos; William e Palhinha; Nunes e Fernandes; Pote, Barbosa e Nani; Liedson, Dost e Gyokeres.

João Paulo, homem livre

Aos 30 anos, João Paulo Fernandes é um homem livre e com tudo para fazer uma grande época. Eu até sou pró-Paulinho, mas, mesmo salvaguardando a sua importância tática em alguns momentos e o constante suar da camisola, não há como negar que o homem tem menos golos pelo Sporting do que deveria.

Com a chegada dos nórdicos, a vida do avançado mudou. Primeiro, deixou de ter o rótulo de mais caro de sempre. João Paulo caiu para o terceiro lugar e com o mercado como está, no seu tempo em Alvalade, a queda será maior. Suponho que isso alivie a pressão e ajude a calibrar a mira.

Com a chegada de Gyokeres, o 20 deixa ser a esperança (cega) leonina na hora do golo. Viktor é um verdadeiro número 9 e a minha aposta para melhor marcador do campeonato. E é nele que os defesas se vão focar, deixando Paulinho num confortável segundo plano. Os treinadores adversários também verão isso, mas sendo Viktor guardado por 2 ou 3 de cada vez, é normal que não sobre ninguém para atrapalhar João Paulo.

Além dos golos, Viktor, já se viu, também faz assistências e ganha muitos espaços, algo que Paulinho, que sempre rendeu mais em dupla do que sozinho, pode e vai aproveitar. Voa, João Paulo.

 

PS: É obrigatório a cada post admitir que o golo foi mal validado? 

O sueco chegou

O sueco das capas dos jornais já está em Lisboa. Se estudou, passa nos exames e é apresentado amanhã. A meu ver, o único problema com a contratação prende-se com a dificuldade em escrever e, principalmente, em dizer Gyokeres (falta-me o trema algures). Será fatal que passe a ser apenas Viktor, tal como, em tempos, Jimmy Floyd Hasselbaink passou a ser simplesmente Jimmy, no Campomaiorense ou Boavista (não faltam outros exemplos). De resto, tudo normal:

A novela – Não acredito por um minuto que o sueco fosse o único alvo e que durante estas semanas não se tenha trabalhado em alternativas. A novela foi sobretudo mediática e o Sporting nada fez para a parar. Mas não concluo imediatamente que houve falta de habilidade na negociação. Já tivemos disso no ano passado e acredito que tenha passado; 

A proveniência – A segunda liga inglesa é tremendamente competitiva e não é assim tão estranho pagar mais de 20 milhões por um jogador que lá estava. O Brighton pagou cerca de 30 milhões para ter João Pedro, avançado brasileiro que brilhou no Watford. Além disso, a proveniência não é determinante. Slimani chegou da pouco competitiva liga argelina e tornou-se goleador. Kutozov vindo do Milan ou Caicedo, do City, pouco ou nada fizeram. Os goleadores dos anos 2000, do rival nortenho, vieram de ligas tão competitivas como a japonesa ou a mexicana. Conta a qualidade;

O custo – A comparar com os investimentos dos rivais, é um valor que não foge muito às contratações de Carmo ou Kocku e que está em linha com a atualidade. Estranhos, são os menos de 4 milhões que custa José Angel Carmona. Contra as críticas internas, comprar hoje em dia um bom avançado por 20 milhões não é assim tão escandaloso mesmo que sejam números recorde para o Sporting. Assim seja o goleador que todos esperamos e o sueco não será caro. Contratar um jogador por 20 milhões mostra ambição e passa a mensagem clara de que queremos ir à luta;

A posição – O Sporting precisa de um goleador mesmo que possa ter um ataque móvel e que Pote possa fazer de desbloqueador. Gyokeres deve ser o ponta de lançar titular, servido por Pote e Edwards nas alas. Chermiti pode também beneficiar do convívio com este “professor”;

Paulinho – Amorim gosta de Paulinho, que foi conquistando os adeptos (mais com trabalho do que com golos) e não creio que o início da era Viktor seja o fim da era João Paulo. Possivelmente está a ser pensado um esquema alternativo que, em certos jogos, junte os dois. Pelo menos, haverá maior luta por uma posição determinante; 

O dorsal – Gyokeres vem para ser o número 9, mesmo que até usasse o 17 em Inglaterra. O Sporting passa a ter um 9 a ser servido por um 10 (Edwards) e por um 8 (Pote reclamou o número com o qual Fernandes ou Barbosa brilharam);

Suecos – O sueco será o terceiro do seu país a jogar pelo Sporting. Que comece por fazer bem melhor do que Hans Eskilsson e Pontus Farnerud e vá por aí fora.

Honrar o escudo

Não partilho o ódio declarado de alguns ao adversário de hoje (também não lhe tenho nenhum amor ou sequer simpatia, entenda-se). Desde que joguem com as mesmas armas (bem sei, há muito a escrever sobre o tema) só vejo o Sporting e 17 outras equipas que têm de ficar atrás de nós, pouco me importando a ordem. Nesse prisma, pouco me interessa se hoje adiamos a festa do rival ou se ganhamos a fictícia e pequena taça da segunda circular. Esse será um efeito colateral da, espero e acredito, vitória leonina.

O Sporting tem que entrar hoje para vencer, como tem que entrar hoje. Honrar o escudo é a obrigação e enquanto existir a mais pequena possibilidade de chegar ao terceiro lugar, não nos podemos conformar com o quarto. Tudo o resto, pouco me interessa. 

Chicão

Trincão não é o novo Sarabia como muitos (eu, incluído) achavam, mas a espaços vai mostrando toda a sua qualidade. Melhora de semana para semana e, possivelmente, é o primeiro reforço para 2023-2024. Para já, leva 43 jogos, 11 golos e 3 assistências, números semelhantes (40 jogos, 9 golos e 11 assistências pelo Braga) aos que fizeram o Barça gastar 30 milhões no seu passe. Bem-vindo, Tri Tri Trincão.

{ Blogue fundado em 2012. }

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