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És a nossa Fé!

Fé, como o Sporting, sempre

Em 2012, quando aqui começámos, havia um longo caminho a percorrer. Não sabíamos, não podíamos saber tudo o que o Sporting, e nós sempre com ele, iria passar, ser, celebrar. 

O que eu sempre gostei mais neste blog, foi cada um escrever o seu sportinguismo como o vive, como o quer. Todos somos diferentes, todos do Sporting, mas a única forma possível e saudável era esta, o Sporting é só um, o sportinguisno tem várias formas, credos e feitios. Ficam amigos, contactos, perfis em redes sociais. Teremos sempre o Sporting, Alvalade, o João Rocha ou "as roulotes e cafés" para nos reencontrarmos.

Não escrevi aqui as vezes que podia, devia, queria até. Comecei com entusiasmo, escrevi sempre no meu tom e registo. Tive uma fase em que me retraí um pouco, temos mais ferozes que me aborreceram e tiraram a vontade - não só aqui, de escrever em geral. Aos poucos voltei a um post aqui, outro ali. 

Decidi que este post não seria tanto sobre o Sporting, mas sobre nós por aqui. Gostei muito de fazer parte do És a Nossa Fé, obrigada ao Pedro Correia por se lembrar de mim. 

"Ti amo anche se vinci"

Sem querer meti-me num beco de superstições que nem importam muito explicar, nem eu sei bem como o fazer, e só agora cá venho escrever.
 
Ainda não acabou, mas esta pode ter já sido a época mais longa das nossas vidas. Pelo menos entre aquelas em que chegamos até aqui com um sorriso de campeão, de bicampeão. Da saída de Amorim, à perda de pontos, a esperança no derby, as lesões que foram a prolongamento e tudo, a vitória ao Gil Vicente já num limite em que ninguém queria crer que se ficava por ali, mas ao mesmo tempo já vimos parecido, o segundo derby onde podia acontecer tudo, o útimo jogo que nos sorria, mas havia contas e continhas possíveis. Foi muito duro e difícil, é o mínimo que se pode dizer. Mas saímos vencedores, é o importante agora, é o que fica.
 
Revi-me recentemente nas palavras de Frederico Varandas, nomeadamente:
"para que não passassem aquilo que a minha geração passou: não festejar campeonatos durante 18 anos e, depois, 19 anos."
Ora, eu sou precisamente desta geração, apenas dois anos me separam do presidente do Sporting. Estes 18 e 19 anos acompanharam-me quase uma, ou mesmo duas vidas (dos 5 aos 23 e dos 25 aos 44). Não vou dizer que estranho muito vencer, que a isso é fácil acostumar-me, mas há necessariamente uma sanduíche de gerações em que a minha é talvez o mais melancólico dos queijos ou paios no que toca a expectativas. Involuntariamente somos muitas vezes irónicos, sarcásticos, antecipamo-nos no humor com os nossos desaires para rirmos de nós próprios antes que outros o façam, mesmo que desfeitos por dentro. Dividimo-nos entre esperançosos até ao fim, e cautelosos não vá a coisa dar para o torto e assim poder dizer "eu até já sabia".
 
Estamos entalados entre duas travessias do deserto, assistimos enquanto adolescentes a tragédias dentro e fora do campo, apanhámos chuva no estádio antigo, abrigámo-nos no novo, sempre de esperança e leão rampante ao peito. Não somos intencionalmente pessimistas, temos traumas, dêem-nos um desconto. Não queremos derrotas e estivemos sempre cá.

Invejo de certa forma quem viveu o antes e quem vive só o agora, mas sou de quando sou, tudo bem. Pelo menos a esperança, sempre ela, atravessou gerações e agarrou-se-nos ao coração.
 
"Ti amo anche se vinci" representa-me mais do que gostaria. Mas já vejo o bem que sabe vencer.

Correu bem. Menos bem nesta saída

Agora já é oficial. Ruben Amorim está de saída do Sporting. No início de Novembro, e isso é o que mais me custa. Num Novembro com um calendário desafiante, que não pensei que não fizesse connosco.

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Eu entendo tudo, oportunidades, a treta do comboio que não passa mais, os dinheiros, a grandeza do United. Mas tenho direito a que me doa, a não gostar, até de não me juntar a quem se zanga ou quem só tem gratidão. Até a pensar que sai do melhor Sporting que vi, para o pior MaUtd de que me lembro. Serão fracos consolos, mas preciso de passar por eles. 

Cada um sabe de si, uns querem assobiar, outros aplaudir. Ou talvez sejamos só latinos cheios de nervos e sangue quente. Eu tenho-me sentido dormente, não tenho dúvidas na gratidão que lhe tenho, mas continuo em negação. 

Não me lembro de ouvir todas as conferências de imprensa de um treinador, de ouvir de facto, de o acompanhar e entender. Mais que isso, ter vontade de o fazer. 

Ninguém quer voltar à dança de treinadores, ainda parece cedo para não depender de Amorim. Uma saída em Maio seria difícil para nós, em Novembro é um duro golpe. Já não quero falar de culpas, já as pensei e atribuí todas, já baralhei e voltei a dar. Não nos leva a lado nenhum que não a dispersão e eu não tenho saudades nenhumas disso. 

Sou daquelas pessoas que está com o treinador até à última, em nome da estabilidade. Admito que por vezes já nem fizesse sentido, mas temos más experiências suficientes para não querer andar sempre a mudar. Provavelmente já vi treinadores saírem todos os meses de uma época, mas agora é diferente, é o treinador que me está a deixar, quando está a correr bem. Tive vagamente esta sensação com Leonardo Jardim, mas não tínhamos sido campeões duas vezes, não foi Leonardo Jardim que ouvi religiosamente cada jogo durante os confinamentos. 

Agora tenho dois jogos em Alvalade para me despedir, que queria que acontecessem e agora já nem sei. Que é que eu queria mesmo? Que nada disso tivesse acontecido, mas cá estamos. 

O Manchester United é um grande clube, mas não posso ver esta como uma grande saída. 

Correu bem, é inegável. Só queremos que continue a correr, agora sem Ruben Amorim. 

'E passam jogadores, dirigentes, treinadores, E nós ficamos cá E nada mudará está forma de amar'

Ontem, hoje e amanhã: Sporting sempre

- Isto hoje só nos deitamos lá para as 3, 4 da manhã, há aqui muito trabalho.

Dizia-me o meu avô, quando falávamos ao telefone, antes de eu ir lá passar uns dias de férias, talvez para me convencer que os dias no quintal, no seu barracão cheio de ferramentas - incluindo um torno onde eu insistia, ou teimava, em meter os mini-dedos, entalado-os inevitável e previsivelmente naquela parte que se roda para o apertar - seriam bons e atarefados. Não que fosse preciso, eram sempre dias bem passados, entalões à parte.

O meu avô era do Sporting, como o meu pai, tios, primos e amigos da família. A minha referência vem daqui e muito do meu avô, que no dito quintal tinha um divertido e peremptório "Solar dos Leões" num azulejo. E eu queria pertencer ao solar. 

 

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Passando para os dias de hoje, amanhã será a primeira vez que me dirijo a Alvalade (no estádio já-não-tão-novo, claro) para festejar um campeonato. É sabido que em 20/21 o celebrámos em todo o lado menos na nossa casa, devido a confinamentos e dias que nem vale a pena lembrar. Amanhã saio de casa e, mesmo que não o diga, vou o caminho todo a pensar "aqui vou eu, campeã de Portugal, juntar-me a outros campeões, comemorar com os verdadeiros campeões nacionais, na nossa casa". Levo as minhas unhas em verde e branco, entre as quais uma Stromp e uma listada, que estão comigo desde dia 3 de Maio (muita fé no coração, o sportinguista é assim) e já foram ao Marquês, e o colar que fiz, com o mantra que vem desde 2020 "e se corre bem?"

E não será um jogo como os outros, a ordem de trabalhos é extensa. Há um jogo para ganhar, uma taça a receber, jogadores e staff a celebrar, cânticos e aplausos até que a voz e as mãos me doam, despedidas a fazer (pretendo fazer apenas duas, recuso tudo o que não for Neto ou Adán, já referidos pelo míster como fazendo os seus últimos jogos em Alvalade). Merecemos ser felizes e um último jogo em casa vem mesmo a calhar.

Eu não vi todo o Sporting que o meu avô conheceu, ele também já não viu grande parte do meu. Mas amanhã, com a festa que se adivinha, volto a pensar nele: "Isto amanhã só nos deitamos lá para as 3, 4 da manhã." 

Que bom que é....

... quando Gyökeres recebe a bola e arranca com ela, pela esquerda (ou direita, ou meio, ele faz tudo), ver a bancada a levantar-se lentamente, na expectativa do que se vai seguir.

Quem vai ao futebol sabe que há sempre momentos destes, levantamo-nos devagar, fila após fila, antecipando um golo ou pelo menos um remate, o golo logo se vê.

Mas com Gyökeres tem sido diferente, o entusiasmo é grande, a confiança maior ainda, é muito bonita de ver esta "ola de cabeças", como dizia um amigo.  

E por falar em "que bom que é", deixo um outro cântico que não me tem saído da cabeça. 

Que bom que é quando saio de casa

em direção ao estádio só para te ver jogar

Que bom que é levantar a bandeira, rodar o cachecol 

E estar sempre a cantar

É dia de jogo

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É uma sexta e o jogo é cedo, trouxe o equipamento na mochila (ainda está a valer usar Natal pelo menos até amanhã, dia de Reis). Terça será igual. 

No último Sporting - Estoril fomos felizes, com golos de Trincão (um belíssimo golo) e Bellerín, um rapaz que usava - e usa - os calções à antiga. Gostei muito, que seja parecido hoje.

 

Acompanhar a estrelinha

Deixem-me cá escrever, que os meses passam, não sabemos o que vem por aí e depois não me lembro, ou tenho pena de não deixar registos.

É a busca de emoções que me leva ao estádio e ao pavilhão, é o Sporting com tudo que contém. São as referências, da época ou de anos, o culto, hábitos e superstições ("a ola dá golo dos outros"). São golos e memórias de jogadores, as homenagens, os minutos de silêncio, tudo isto também emoção. 

Durante os jogos de futebol no estádio, gosto de acompanhar os cânticos, de os conhecer, rir com alguns, estar solidária com outros, e enquanto os canto não roo as unhas. Desde criança sempre gostei de saber o que se canta em Alvalade. Alguns acompanham-nos desde pelo menos os meus anos de adolescente - e já lá vão trinta -, outros são mais recentes, mas marcaram o seu tempo. Como esquecer que "Só eu sei por que não fico em casa", tão verdadeiro e sentido, para bem e para menos bem, que surgiu depois de tantos anos sem um campeonato. Só nós sabemos, pois.

Mas o que me traz hoje, voltei a ouvir domingo passado, vindo da superior norte, cantado por mais gente do que julguei sabê-lo. Levou-me a um passado recente, em que estávamos desta vez sim, em casa, não de livre vontade, a ver a nossa equipa sénior masculina triunfar semana após semana, "de três em três a somar", quando nasceu o "onde vai um vão todos" e a bendita "estrelinha a acompanhar". Foi muito bem conseguido e ao ouvi-lo agora ali viajei até essa altura, em que ver o Sporting, mais uma vez, foi, mais que um consolo, uma alegria, nesses dias que demoravam a passar.

Nós não sabemos, estamos ainda em Novembro, mas se não é neste estádio (ou onde jogue o Sporting) que se canta a esperança interminável, não sei onde será.

Deixo a letra:

Allez allez Sporting allez
De 3 em 3 a somar
Onde vai um vão todos
E a estrelinha a acompanhar
Façam-nos acreditar
Que no fim vamos vencer
Onde vai um vão todos
Vamos sem nada a temer

 

PS: quem não quer não canta, é simples.

Breve, brevíssimo post de apreciação (e despedida, ai de nós) a Pedro Porro

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Não foi preciso muito para Pedro Porro nos cativar. Sangue quente e velocidade todo ele, não deixou muitas dúvidas, tínhamos lateral, possivelmente o melhor nessa posição dos últimos-muitos-anos. Entregou-se-nos com paixão e ganas, este espanhol emotivo e emocionado tantas vezes. Dramático por vezes, dirão alguns, um apaixonado vejo eu. Divertia-me o seu ar incrédulo quando estalava alguma confusão no campo. Dir-se-ia que nunca as começava e no entanto ali estava ele, no meio, sem crer que adversários entrassem assim em conflito... não deixava de ser engraçado ver.

Porro tem tudo para ser um ídolo  - sou dessas, que apreciam ídolos no futebol - , como os que havia antigamente, não um ídolo fabricado. Desejo-lhe a melhor carreira, agradecendo a sua passagem pelo nosso, agora também seu, Sporting.

Saliento as despedidas, porque foram duas ou três, que o Sporting lhe fez nas suas redes sociais, numa das quais nem os famosos calções faltaram. Terei saudades, em igual medida, dos seus arranques e sorriso rasgado.

Posto isto, rumemos a Alvalade que é dia de jogo (toda a gente sabe que eu vou).

Memória de uma terça feliz

No estádio, no jogo com o Tottenham, o ambiente foi dos bons, como aquela primeira bebida que começa logo a escorrer bem. Bastante gente, havia um ânimo bom no ar. Há noites assim. 

No fim da primeira parte, depois de bons 45 minutos, Edwards fez crer que a vitória era mesmo possível. As bancadas entraram no intervalo esperançosas.

Nos últimos minutos da segunda parte, o que se sabe. As duas substituições, em dois minutos, fizeram dois golos. Não há como um jogo com emoção assim. 1-0 já foi tão bom, o estádio enlouqueceu, saltou-se, cantou-se sobre a dentição de Paulinho e quedas alheias, aplaudiu-se muito. No golo de Arthur... entre os "segura agora!" e os "não... ai vamos ao segundo?!", todos acreditámos e, com a magnífica jogada individual (depois de bom trabalho de Esgaio e Paulinho), a euforia foi total. Inaugurei assim, também eu, mais uma temporada de abraços a estranhos na bancada. 

Agradeço ainda a Rúben Amorim - havemos de falar no cântico para o míster, deve ser divulgado e cantado por quem quiser -, porque acredito que também a ele se deve, a minha atenção a Dier e Antonio Conte, ficar para depois do jogo, ao contrário do que aconteceria há uns anos em situação idêntica. São cá coisas minhas. 

A época passada, gostei muito do ambiente no jogo com o Dortmund, era necessário ganhar, cumpriu-se e ainda pusemos a equipa alemã fora da Liga dos Campeões. Foi bonito, foi electrizante. Por mais noites assim em Alvalade.

Ainda do Estoril

Estive na Amoreira e confirmo, como sempre: gosto muito de jogos fora, sobretudo em estádios mais pequenos. Estamos com a nossa tribo e há um comportamento grupal diferente. Não tem a ver com ser melhor ou pior que em Alvalade, é a nossa casa e não a troco por nada, mas num jogo fora, sentimos mais "os nossos", estamos ali juntos, reconhecem-se os cânticos - não tendo a melhor acústica, pouco se ouvia de um lado ao outro na mesma bancada, mas cada lado se organizou da melhor forma - e parece haver mais vontade geral em participar. Além do bom apoio à equipa, foi também divertido, há sempre bons momentos na bancada.

Era necessária, vital quase, uma vitória. Para andar em frente, para a nuvem negra se ir afastando, para os arautos da desgraça sossegarem. Ganhou-se e bem. Prossigamos.

O golo de Adán

Quando Adán defendeu o penalty de Banza, o estádio celebrou como se de um golo se tratasse. Momentos de tensão e indignação, uma sensação de injustiça, um alívio gritado em uníssono. Foi bonito. Foi quase o 2-0 antecipado.

 Bom golo, Adán.

O Sporting virtual e não só. Um balanço

Ultimamente, é esta a minha rotina com o Sporting:

  • esperar que Rúben Amorim fale
  • ver o jogo da equipa sénior de futebol, no estádio ou na tv.
  • ouvir Rúben Amorim depois do jogo
  • aguardar o backstage do jogo, no Youtube do Sporting. Tem sido feito um extraordinário trabalho no canal do nosso clube, convido quem não conhece a passar por lá. Do já referido backstage aos variados ADN de Leão, há um caminho seguro a ser feito, que merece no mínimo ser acompanhado.
  • acompanhar modalidades, resultados e calendários, nas redes sociais + assistir a um ou outro jogo no João Rocha. 

 

Se me dissessem há quatro anos - talvez nem tanto - que esperaria por palavras de Rúben Amorim, não sei que pensaria. No entanto, cá estamos, e ainda bem.

Gosto de viver o clube assim, perceber referências que passam de ecrã para realidade, da realidade do relvado, para a bancada, da bancada para a quadra. Gosto de conhecer melhor convívios e dinâmicas, levam-me de certa forma aos tempos em que ia assistir aos treinos e observava como se davam os meus ídolos. Gosto - e não temos todos de gostar do mesmo - que o virtual acompanhe o real e vice-versa.

Durante o confinamento, tudo foi virtual: via os jogos na TV, fazia o pré e pós-match no clubhouse, celebrava no instagram e no whatsapp. Não me conformo com não termos visto o Sporting campeão no estádio, mas, não podendo ser, aproveitei cada momento em casa. Também vi mais hóquei e futsal que em toda a minha vida, distingui finalmente cada um dos atletas das equipas seniores masculinas (não vamos elevar mais que isto as expectativas sobre o que aprendi) e celebrei com eles, à distância.

No regresso, voltei ao estádio, vou ao João Rocha de vez em quando, continuo a acompanhar o Sporting nas redes. Quando está bem feito, é bonito de se ver, vale para dentro e fora de campo.

 

Está feito um balanço do que têm sido os meus últimos tempos de Sporting.

Voltarei, prometo ser breve.

 

PS: só para assinalar um ano de "Onde vai um vão todos", passado ontem. Dito pelo treinador, alavancado nas redes sociais, celebrado nas ruas em Maio.

Derby é derby. Eles e nós

Aqui, como no estádio, onde tantas vezes pauso vida e pensamentos, onde estou só com o Sporting e os nossos.

Era sexta e dia de derby. O melhor Sporting que vimos nos últimos anos, sem dois dos nossos mais valorosos, mas a confiança inabalável. Era à noite, eram precisos testes, era dia de derby.

Estou aqui porque não há como desabafar a quem não sente como nós.

Começava o derby e eles nem nos permitiram tremer ou desacreditar. Destemidos, Sarabia e Pote abrem as hostilidades. Tive a certeza que nenhum daqueles rapazes pensa sequer "quem vem lá", vão em frente e vencem o próximo. Precisávamos disto. Merecíamos isto. 

O persistente e apoiado (por nós e por Matheus Nunes) Paulinho, lá foi. Se mostrou os dentes ou não, não sei, sei que o celebrou olhos nos olhos connosco. Foi para nós.

O intrépido Matheus, que se agiganta ainda mais em jogos grandes, acreditou e avançou. Naquele salto com que celebrou, estavam 3 milhões de leões.

Venho aqui, como ao estádio, que é onde está quem sente como eu.

Foi noite de derby e saímos felizes.

Estou pronta para que comece (e corra bem)

O meu certificado só fica válido este fim de semana, por isso fiz teste, comprei bilhe... esperem, a ordem foi outra: comprei o meu bilhete quarta, ontem fui fazer o teste antigénio na farmácia, cujo relatório recebi ao fim do dia (negativo) e hoje vou ao jogo.

Volto hoje a Alvalade. Desde dia 8 de Março de 2020 que não vou "a casa". Foi dia de Sporting - Desportivo das Aves, foi dia de estreia de Amorim. Jogámos contra 9 e vencemos 2-0. Depois confinámos sem saber bem que esperar, fez-se o resto da época como se pôde. A seguir, 2020/21 correu bem, tão bem, à equipa de futebol do Sporting...

Hoje será dia de celebrar um regresso, um reencontro, duas taças e um campeonato! As horas não passam, só quero (e vou) lá estar. 

Que nos corra bem! 

Agora já posso contar

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Escrevi aqui no passado mês, sobre superstições que não tenho. Pois bem, evitei falar de um assunto até se confirmar o - não me canso - SPORTING CAMPEÃO.

Costumo fazer um post no meu instagram, depois de cada jogo da equipa de futebol, pelo menos aos que assisto. Fazia-o nos jogos em Alvalade ou outros a que fosse, e fi-lo para cada jogo deste campeonato (falta o último). Normalmente são selfies com qualquer coisa alusiva ao Sporting. Pode ser uma peça de roupa, um bilhete, um cartão, um pin. E faço, conforme me apeteça, um resumo do jogo ou do que sinto no momento. Coisas curtas e por vezes, admito, talvez meio encriptadas. Afinal, cada um vive o Sporting como entende. 

Ali por Fevereiro ou Março, apercebi-me que no primeiro post que fiz este campeonato, como se vê na foto, foi com uma camisola do Sporting com as quinas de campeão. Pelo sim, pelo não, não quis falar antes, não agoirar, não quis sequer respirar nos últimos jogos. Agora já posso contar, também eu guardei uma superstição mesmo que não as queira ter e alimentar. Que las hay...

Eu cá não sou supersticiosa

(e não há pai dela para me dar azar).

Não tenho superstições por uma questão prática: sou desorganizada demais para isso. Não suportaria a responsabilidade de um resultado do Sporting estar dependente de uma peça de roupa, uma cadeira a que não subi, ou uma volta ao estádio que dei pelo lado errado uma vez. 

Além disso, que raio de trabalho mal feito seria este, que não dá aquele título que sabemos há tanto tempo? Suponho que as superstições não são para dar vitórias, antes para não as comprometer, e assim se explica que não sejamos campeões do inifinito e mais além, porque fé não falta neste clube.

Às vezes olho desconfiada para uma peça de roupa, o meu casaco, réplica do de Joaquim Agostinho, ou a minha camisola Jordão, a pensar se não terá sido uma delas a dar sorte no último jogo... depois trocam-me as voltas e regresso ao meu cepticismo sobre o algodão. Mas respeito todas as superstições, só não me organizo para as ter e sustentar. 

Há superstições por aí?  

Foi em Famalicão que te conheci

Em Dezembro, em Famalicão, deu-se um ponto de viragem. Foi um empate feio, um jogo difícil. um final pior. Depois, Amorim falou e unimo-nos. Quer o destino que em vésperas de reencontrarmos o  Famalicão, nos unamos uma vez mais, ou continuemos, mas de forma mais veemente. Nesse dia, em Famalicão, #ondevaiumvaotodos passou a mote da época 2020/21.

Passada a nuvem de ontem, algum empate havia de haver, vitórias até ao fim seria bestial, mas é utópico. Se tiver de haver mais... *suspiro* que sejam mais para o fim, ou nos custem menos, que este foi duro. Que sejam como um penso rápido. Ou não existam, se puder ser.

Vai haver ainda mais pressão, as dúvidas vão instalar-se, a descrença de alguns está sempre à espreita. Mas há uma nova final já domingo, há um empate atravessado para ajustar com o Famalicão. Somos nós, adeptos, os primeiros a poder não ceder. Isso pode passar por um post nas redes sociais, incentivos nos do Sporting e seus jogadores, ou simplesmente não nos antagonizarmos uns aos outros. Se é ficar no mesmo lugar no sofá que funciona, a camisola da sorte ou a aletria do Bancada que resultam, ou pelo menos não atrapalham, pois sejam e pratiquem-se.

Domingo, ganhar. #ondevaiumvaotodos

A Stromp o que é de Stromp

Num dia de regresso de três equipas ao João Rocha, foram três os Troféus Stromp que ficaram em casa. 

O Volei venceu o Castêlo da Maia GC por 3-0.

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O futsal venceu o Viseu 2001 ADSC por 10-1

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hóquei goleou o HC Turquel por 10-4.

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Num pavilhão infelizmente ainda sem adeptos, é bom ver que as vitórias continuam. Que seja breve a nossa ausência nestes triunfos. 

Não contava nada com isto agora. Adeus, Mathieu

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Pensei que ainda teríamos uns jogos, uns carrinhos, um sprint ou outro. Não me preparei para perder já Mathieu. Temi que terminasse no final da época, mas não já, não pensei nisto. As fotografias do último jogo, rodeado por miúdos, o pai de todos, estava mentalizada para um final de temporada com pelo menos mais imagens daquelas. 

Para mim o futebol não se faz sem os seus heróis, sem pelo menos um preferido por época (nem sempre é fácil, nem sempre o critério é o que joga melhor). Gosto de conhecer ainda que vagamente o perfil de cada jogador, que normalmente também se reflecte na forma como encara um desafio. Os critérios ficam para cada um, mas Mathieu tem sido dos meus favoritos nas últimas épocas (a par de Acuña e Coates, fica aqui dito), Mathieu encantou-me. 

Vou ter muitas saudades. Foi, desde André Cruz, o melhor central que vi no Sporting. Tenho recordações de bons centrais, de homens dignos nessa posição. Mathieu combina tudo. Um senhor, não deixa de ter o seu feitio e sangue na guelra, mostra que se pode ter personalidade e ser um senhor. Diz-se que um central não faz isto e aquilo, não sobe, não constrói, mas como continuo a ter Ronald Koeman como modelo, não concordo nada. Ao mesmo tempo são anos de espera por um assim. Mas vale muito a pena ver. 

No campo, bom, no campo Mathieu é um líder silencioso. Quando está, Coates é outro, mas nem é só isso. A experiência sentia-se nas bancadas, a calma e confiança nos colegas. A segurança num livre ou num corte - ainda a semana passada cortou uma bola ao poste, não cedendo canto, rindo depois. Que grande é Mathieu. 

Que vinha em fim de carreira, que era velho, que se não servia para outros então porquê nós? Tomara todos em fim de carreira fossem assim. 

No fim, não de tudo, mas da época passada, o sereno Mathieu ainda nos brinda com as suas lágrimas depois de uma taça ganha, de duas épocas que todos vimos e sabemos o que foram.

Enfim, não gostava tanto de um francês desde Asterix. Vou ter muitas saudades deste loiruivo no centro da defesa. Ou a correr campo fora num repente. Ou a atirar-se sem medo para cortar uma bola limpa. Enorme Mathieu. 

Obrigada, monsieur. Obrigada, Mathieu. 

{ Blogue fundado em 2012. }

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