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És a nossa Fé!

O caso do andebol

Este momento do Sporting marcado pela saída inesperada, mas quase impossível de contrariar, de Rúben Amorim faz passar para segundo plano muita coisa que está a correr bem no clube, que merece atenção e que mostra bem o rumo a seguir.

A nossa equipa de andebol mais uma vez foi vencer no Dragão Arena, mesmo com uma arbitragem que nos minutos finais muito fez por levar a equipa da casa ao colo rumo à vitória. Mas mesmo assim, e com uma primeira fila por detrás do banco a encher os ouvidos ao banco do Sporting, a equipa do Fc Porto, orientada por um treinador sueco experiente e várias vezes campeão nacional, não conseguiu evitar a derrota por 31-30.

Na Champions do andebol seguimos em quarto no nosso grupo (4V1E2D) depois de duas vitórias no João Rocha e duas derrotas fora de casa com as quatro melhores equipas. Tal como no caso do futebol, estamos com a passagem à fase seguinte mais ou menos assegurada.

Nesta equipa de andebol vemos os mesmos princípios, a mesma forma de ser e estar na competição, o mesmo ADN Sporting da nossa equipa de futebol. E se Rúben Amorim chegou num raide a Braga que envolveu uma cláusula, Ricardo Costa chegou noutro ao Porto que envolveu duas. Uma loucura do nosso presidente, uma fezada, depois de apostas que correram mal, depois dum assalto do Pinto da Costa a Alvalade que levou o Valdez e podia ter levado outros. E se o Sporting tem no futebol um Hjulmand, que nasceu leão só que não sabia, no andebol tem o Salvador Salvador.

Esta equipa de andebol mistura formação interna com promoção de jovens estrangeiros e com jogadores experientes que são exemplo para todos os outros. Kristensen, Gurri e Torkelsson chegam às suas selecções pelo Sporting enquanto Portela, Branquinho e Ali chegam ou regressam agora após grandes percursos pelas selecções. Depois temos os operários que "comem o sintético", como Edy Silva, Moga, Nathan, Gassamá e Hoghliem, e os craques que são o Martim e o Kiko Costa. Sobram o Póvoas, o Rafa Vasconcelos, o João Gomes, e um miúdo cubano que são a garantia que o futuro está assegurado. Esqueci-me de alguém? Da "baixinha" fisioterapeuta que se sente que vale muito na equipa. Imperdíveis os jogos, no magnífico João Rocha ou na TV.

Recordo-me de ter feito aqui um post sobre a magnífica equipa de andebol do tempo de Anti, de Frankis Carol, do Valdez e do Ruesga, mas esta está noutro patamar, como a classificação na Champions demonstra. 

Rúben Amorim está de saída, Ricardo Costa alguma vez sairá também, como acontecerá com Nuno Dias no futsal, com Luís Magalhães no basquetebol e como aconteceu já com outros treinadores importantes, mas o que fica é a fórmula que o Sporting encontrou para ter sucesso no futebol e nas modalidades.

Então se o rumo é certo, é seguir em frente e não inventar. Rumo ao bi no andebol, como no futebol, como no futsal.

SL

6 anos de Varandas

Man. City - Hugo Viana (***), Matheus Nunes (*)

Man. United - Rúben Amorim, Bruno Fernandes, Ugarte (*)

Tottenham - Porro

Bayern - João Palhinha (*)

Chelsea - Renato Veiga (*)

Leicester - Fatawu

PSG - Nuno Mendes

Everton - Chermiti

Raphinha - Barcelona (*)

Sevilha - Acuña (**)

 

Nenhum destes saiu a fugir a custo zero pela porta dos fundos.

Foram cerca de 300 M€ em vendas para grandes clubes europeus.

O Sporting Clube de Portugal falado por todo o mundo pelos melhores motivos.

E todos sabemos que a lista não vai ficar por aqui...

 

(*) Com outros clubes pelo meio

(**) Agora no River Plate

(***) Director desportivo

SL

O dia seguinte

O Sporting-Estrela da Amadora foi um jogo completamente diferente do habitual na Liga. Um adversário que veio discutir o jogo no campo todo, os ataques sucediam-se dos dois lados, nunca o nosso guarda-redes teve tanto trabalho, e o resultado final (5-1) é muito enganador.

Quando um jogo fica assim descontrolado quem resolve o jogo são os guarda-redes e os pontas-de-lança dos dois lados. Israel e Gyökeres resolveram. O sueco aproveitou todo o espaço disponível para um poker de golos, o uruguaio fez a sua melhor exibição de sempre com a camisola do Sporting com algumas intervenções assombrosas.

Na primeira parte a produtividade de Gyökeres compensou o buraco defensivo do lado direito, onde Jovane brilhava à custa de Quenda, e a inoperância dos dois interiores, Pote e Trincão.

Na segunda parte, com a equipa mais compensada e a ganhar, safou-se por detalhe dum golo contrário e depois veio a factura do desgaste e o Estrela foi ao tapete.

Assim foi o segundo jogo de quatro do "tarefeiro" (foi ele que disse) Amorim e correu muito bem, com esperamos que corram os outros dois. A equipa está empenhada, a equipa está oleada, rumo ao bicampeonato.

Melhor em campo? Gyökeres, obviamente.

Arbitragem? Fraquinha, tentou deixar jogar sem saber como.

E agora? Desfrutar com o Man.City.

 

PS: Assunto Amorim está resolvido. Ele falou e explicou, o presidente falou e explicou, agora é seguir em frente. A vitória em Braga é crucial.

SL

As 5 fases do luto

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Da página do modelo na Wikipedia.

Segundo o modelo de Kübler-Ross, aqueles que experimentam um sentimento de perda imensa depois dum evento traumático passam por 5 fases emocionais, descritas como recusa, raiva, negociação, depressão e aceitação. O percurso pode ser progressivo ou com recuos e avanços ao longo do tempo. No final teremos uma nova vida ou uma crise sem fim.

Trata-se dum modelo que surgiu na área da medicina, mas que foi já utilizado noutros domínios, por exemplo na gestão dos recursos humanos, como nos processos de despedimento massivo. Penso que houve um em França que correu muito mal há uns anos, suicídios incluídos.

Para não irmos para outras situações (por exemplo para as cheias de Valência), imaginem que destroem o vosso muito estimado automóvel topo de alguma gama amanhã num acidente algures. 

Numa primeira fase não acreditamos no que aconteceu. Não pode ser. Não estou a ver bem. Não é possível.

Na segunda vem a raiva. Porquê eu? Que mal fiz eu? Quem foi o culpado? Quem foram os malditos? Qual foi a conspiração?

Na terceira vem a negociação. Bom, foi apenas o carro. Não sofri nada. O outro teve tanta culpa quanto eu, a estrada também. Até tenho seguro contra todos os riscos.  Com o que me dão posso comprar outro. Até lá, tenho o carro do seguro. 

Na quarta vem a depressão. Não me apetece sair. Não me apetece conduzir. Tenho medo dos carros. Não quero saber de carros, vou andar de transportes públicos.

Na quinta vem a aceitação. Acidentes todos têm. Já comprei carro novo. Até é melhor que o outro, mais seguro também.

 

Isto tudo para falar da saída de Amorim neste momento da época, com a equipa invicta na Liga e no andar de cima da Champions. Um tremendo choque para todos.

Para mim também. Tenho sido um feroz apoiante dele desde o primeiro dia, aquele da manifestação anti-Varandas nas portas de Alvalade e duma vitória frente ao Desp. Aves, estranha pelas expulsões mas com alguns sinais prometedores. Um tremendo choque.

E como estou eu no meu ciclo de luto?

Bom, pela primeira fase passei num minuto. Dúvida nenhuma que uma proposta do gigante Man. United neste momento era irrecusável. Que ele lá iria estar desse por onde desse.

Pela segunda demorei mais. Vieram à baila o bicampeonato, as abordagens aos jogadores, o compromisso de todos, e... o abandono. Ou mesmo a traição.

Depois veio a terceira, essa também pouco demorou. O Sporting de Amorim, o Sporting sem Amorim, o Sporting que Amorim encontrou quando chegou, o Sporting que Amorim deixa quando sair, o trajecto de João Pereira, o capitão Hjulmand, o espírito de equipa, o ADN de leão, enfim, muita coisa. 

Mas veio depois a depressão. Mas e agora? Sem ele como vai ser? Lixámos o campeonato, vamos cair a pique, os lampiões e os morcões já estão em fase crescente, agora que o Vieira derrete o "principezinho" e o Pinto da Costa com a mão no caixão dá cabo do fidalgo Villas-Boas e o Conceição do "traidor" Bruno é o carma, é a sina do Sporting, o clube do quase. Sempre há qualquer coisa quando está tudo a correr bem. Não ir a Alvalade. Não ver na TV. O quê??? Impossível.

 

Mas logo depois veio a aceitação. Obrigado por tudo, Amorim, e passa bem que nós também. Não penses que sais a fugir rumo a Tires apanhar o jacto. És um profissional e um homem quer queiras quer não. Ganhas os dois jogos da Liga, passas a pasta ao João Pereira, até porque não vais deixar ninguem que o faça, e depois vais à tua vida. Com grande aplauso pelo teu trabalho mas sem homenagens "póstumas" porque, independentemente de tudo o resto, a última palavra para a saída foi tua e sabes bem o rombo que causaste no projecto do bicampeonato.

E pronto. Este é o meu percurso no ciclo de luto. 

Cada Sportinguista terá o seu.

Mas não queiramos ser como as almas-penadas brunistas da tasca que ainda vivem na raiva pela queda do querido lider. 

SL

E se corre bem?

Provavelmente o jogo de ontem terá sido o último de Rúben Amorim ao comando da equipa de futebol do Sporting.

Sendo assim, foram quatro anos e meio dum trabalho de excelência a todos os níveis, nos títulos alcançados, na qualidade de jogo obtida, na valorização dos jogadores, na capacidade de liderança, enfim, em tudo mesmo.

De longe (de muito longe) o melhor treinador que passou pelo Sporting na minha existência como adepto de bancada. Transformou completamente o que era o futebol do Sporting, colocou-o ao nível que as classificações actuais da Liga e da Champions demonstram.

Essa mesma excelência está na origem da saída. Um dos maiores clubes do mundo, da pátria do futebol, com uma história incrível, uma base de adeptos fiel e apaixonada e uma capacidade financeira tremenda, aposta nele agora e já, para fazer o mesmo no Man.United que fez no Sporting. Com a ajuda do Bruno Fernandes e do Ugarte, mais o Dalot e o Lindeloff (terá sido ainda seu jogador enquanto júnior?) não tenho a menor dúvida de que o vai conseguir. Aceitam-se apostas sobre o número de jogos que fará até o seu nome ser cantado nas bancadas de Old Trafford.

Como não tenho a menor dúvida que não é desta forma que Rúben Amorim deveria sair do Sporting, deixando tristes e "descalços" jogadores, sócios e adeptos, a começar por aqueles que ontem, como eu, o aplaudiram ontem em Alvalade. Ele tem consciência disso, a conferência de imprensa de ontem demonstrou o seu incómodo, que terá sido agravado pela reacção negativa do plantel. De qualquer forma o aplauso ficará, um aplauso de reconhecimento e gratidão, mas a estátua não existirá. Essa fica para o Manuel Fernandes.

O Sporting Clube de Portugal está acima de qualquer treinador que o sirva. E a SAD estava a preparar-se para o dia de saída de Rúben Amorim.

João Pereira está há três anos a ser formado para o efeito, nos cursos de treinador e na prática das equipas sub23 e B. Todos conhecem o que foi como jogador, formado no Benfica, passou como sénior também por Gil Vicente, Braga, Sporting, Valência, Hannover e Trabzonspor, mas muito poucos o conhecem como treinador, desde logo porque não pode assumir o lugar de treinador principal. Muita coisa em comum com Rúben Amorim enquanto jogador: partilharam balneário e tiveram por vezes os mesmos treinadores, passaram pelas selecções jovens, foram internacionais A.

A informação que tenho é de alguém com uma postura cordata, diferente daquele jogador que recordamos e muito bem aceite pelos jogadores, mas pouco mais.

No fundo, João Pereira é alguém que nasceu Sportinguista. Olho para ele não como um Silas mas como um misto de Paulo Bento e de Rúben Amorim, discípulo de Amorim em termos do modelo de jogo. É uma aposta pessoal de alto risco do presidente Frederico Varandas, como foi a do próprio Rúben Amorim.

Desde vez não teve de ir a Braga aturar o "trolha" e não tem de gramar com a conversa do IVA.

E se corre bem?

SL

O dia seguinte

O jogo de ontem em Alvalade foi tranquilo e triste como uma tarde de outono. A tristeza todos sabemos porquê, mas falo disso noutro post.

O Nacional estacionou o autocarro, com o guarda-redes a queimar tempo de todas as formas possíveis. O Sporting foi rodando a bola e tentando entrar pelas portas e janelas, no caso em tabelinhas pelo centro e em incursões pelas duas alas. As oportunidades de remate foram-se sucedendo mas sempre existia um adversário na trajectória da bola.

Além disso, Fresneda e Maxi na esquerda estiveram bem longe do rendimento de Catamo e Edwards na direita, e na frente não era o dia de Harder. O 0-0 ao intervalo castigava a falta de entrosamento desta linha avançada, com Fresneda claramente fora do seu lugar, e um golo fortuito do Nacional como aquele que iria acontecer mais à frente tornaria tudo complicado.

 

Com as entradas dos titulares Gyökeres, Debast e Trincão tudo mudou, Maxi foi para o seu lugar, e a linha avançada Catamo/Quenda-Trincão-Gyokeres-Harder-Maxi foi castigando o Nacional. O resultado final de 3-1 foi escasso para o domínio do jogo e as oportunidades criadas.

Assim todos os objectivos foram cumpridos, o Sporting está na final four da Taça da Liga, ninguém se aleijou, alguns menos utilizados e/ou vindos de lesão tiveram minutos, a exibição foi agradável e aplaudida por mais de 30 mil adeptos, incluindo muitos das claques que oficialmente quiseram estar ausentes, mais uma vez deixaram o seu clube para segundo plano em detrimento dos seus objectivos "políticos". 

 

Melhor em campo? Gyökeres, pelo grande golo de livre directo.

Arbitragem? Fraquinha, fraquinha, fraquinha, ninguem percebeu o critério dele. Ainda não revi o jogo na TV, não tenho opinião sobre os lances de possível penálti que ocorreram longe do meu lugar, mas aquele abraço ao Trincão na área se não é falta não sei o que é. Se calhar dava um bom árbitro de andebol, mas para futebol...

E agora? Estrela da Amadora, sexta-feira em Alvalade. Para ganhar, obviamente, e seguir na liderança da Liga.

SL

O dia seguinte

São estes jogos que vão definir o campeão, o rendimento da equipa depois duma jornada da Champions, com um misto de jogadores, uns cansados outros vindos de lesão, uma equipa muito complicada do outro lado a procurar a sua sorte.

A solução é como na música clássica: seguir a partitura e evitar as notas soltas.

Um dia o Hjulmand e o Bragança, noutro dia o Morita e o Bragança, um dia o Esgaio, o Debast e o Inácio, no outro o Debast, o Diomande e o Inácio, e tudo funciona da mesma forma, o que fazer em cada posição está interiorizado, Debast na direita parece Inácio do outro lado e no meio parece Diomande. Voltou o Pote, ainda sem pilhas para 90 minutos, mas logo mostrou a sua mais-valia.

Se nas primeiras épocas de Amorim sempre havia alguém que não correspondia, um falhava aqui, outro comprometia acolá, agora é mesmo complicado designar o pior em campo. Todos os que jogaram de início estiveram a nível muito alto, os que entraram depois não comprometeram.

O Famalicão muito tentou, defendeu com bravura e atacou com intencionalidade, mas muito pouco conseguiu. Talvez pudesse ter marcado um, mas ficou perto de sofrer meia dúzia. Israel fez uma boa defesa, mas foi a única. Um guarda-redes de equipa grande é assim mesmo.

Melhor em campo? Eu diria Bragança: enorme exibição dum jogador que teve uma evolução incrível post-lesão e que merece ser titular na selecção. Mas qual Vitinha...

Arbitragem? Muitas decisões menores em prejuízo do Sporting, no essencial Fábio Veríssimo cumpriu e não inventou. Se calhar porque o avançado do Famalicão não é aquele batoteiro que o Porto vendeu não sei para onde. Ou o outro que fugiu no termo do contrato.

E agora? Descansar, repousar e rezar para que o Nuno Santos não tenha nada de grave. Foi uma entrada dura mas leal daquele jogador tipo Oceano que não me importava de ver no Sporting, o Zaydou Youssouf.

SL

O dia seguinte

Mais uma vitória, agora na Champions. Exibição quase perfeita num jogo em que Rúben Amorim "alargou" mais uma vez o curto plantel: Esgaio e Maxi foram titulares, Pote, Matheus Reis e St. Juste entraram depois, ninguem se lesionou.

Assim o Sporting segue no pelotão da frente da Champions, com 7 pontos em três jogos. E ainda com três jogos com equipas acessíveis para conquistar os pontos para passar à fase seguinte e encaixar mais uns milhões que muito jeito fazem. Man.City e Arsenal é mesmo para desfrutar em Alvalade, com uma procura de bilhetes infernal e lotação esgotada.

Quem viu o jogo do ano passado na Áustria e o de hoje, também com o Sturm Graz, facilmente notou a enorme diferença que se criou num ano entre duas equipas que venceram os campeonatos nos seus países. Desta vez o domínio do Sporting foi total. O 2-0 final peca apenas por escasso.

Tudo isto graças a um modelo de jogo muito rotinado, com todos os jogadores a saber o que fazer em todos os momentos, muito poucos passes errados e todos envolvidos nas tarefas defensivas. Depois, claro, Gyökeres fez a diferença na assistência para o primeiro e a concretização do segundo golo, mas todos estiveram a nível muito alto. Os patinhos-feios, Esgaio e St.juste, ainda conseguiram uma intervenção decisiva cada um.

Não me recordo, se alguém souber que diga, que numa Champions ou Liga Europa o Sporting se dê ao luxo de mudar toda a defesa (jogador por posição) durante o jogo e mesmo assim não sofrer golos. Começaram Catamo-Esgaio-Debast-Inácio-Nuno Santos, acabaram Quenda-St.Juste-Inácio-Matheus Reis e Catamo. É obra...

Melhor em campo? Gyökeres, de regresso ao seu melhor.

Arbitragem? Ao nível da nossa Liga 3, se caiu é falta. Pior que ele só os comentadores de arbitragem da Sport TV.

E agora? A deslocação a Famalicão, onde o Benfica foi derrotado sem apelo nem agravo.

 

PS: Enquanto isso, a nossa equipa B imita a equipa A não apenas em sistema táctico e modelo de jogo, mas também em desempenho. Ganhou por 3-1 na Áustria e segue também com 7 pontos na Youth League. Formar a perder dá nisto. 

SL

Quem fala assim não é gago

Frederico Varandas esteve perto da perfeição na entrevista de ontem à RTP que teve pano de fundo o renovado estádio de Alvalade, incluída no programa de 20 anos do Trio de Ataque.

As mensagens foram certeiras e incomodaram muita gente :

- Por ter sido ele o convidado da RTP e não qualquer dos outros dois.

- Por ter tido a coragem de leão de as dizer, chamando "os bois pelos nomes".

- Por ter chamado a atenção para a forma como Villas-Boas e Rui Costa vão gerir a herança manchada que receberam, e as suas consequências legais, reputacionais e financeiras.

- Por ter dado a entrevista que Bruno de Carvalho nunca conseguiu dar, porque em vez de ganhar no futebol no respeito pelos valores do clube e fechar a reestruturação financeira, resolveu ser "passarinho" como lhe chamou o Octávio Machado, aliar-se ao "padrinho do norte" e hostilizar os dissidentes internos, sócios e jogadores, o que conduziu a ganhar ainda menos e ao assalto a Alcochete.

Neste momento, não só Frederico Varandas é o presidente mais experiente e capaz dos três grandes, mas é também o mais consensual internamente. Não existe oposição interna, apenas processos de luto mal resolvidos por parte de "meia-dúzia" e resistência de "associações" com interesses e "life-styles" próprios.

O Sporting Clube de Portugal, a SAD mas não só, é o clube com mais potencial de crescimento a curto-prazo dos três grandes também.

Isso é evidente, e já é difícil sair à rua para passear sem ver alguém, adulto ou criança, com uma camisola do Sporting vestida.

SL

Olhando para as modalidades

Depois da vitória de quinta-feira em casa contra o vice-campeão do maior campeonato do mundo, e decorridas cinco jornadas o Sporting lidera isolado um dos dois grupos da prova.

Não se trata de futebol, trata-se de andebol, onde o nível competitivo é tremendo, a rotação de jogadores é constante, todos têm de dar tudo nos momentos em que são chamados.

Nesta equipa do Sporting, brilhantemente liderada por Ricardo Costa, sobressaem todos os nossos valores identitários, todo o nosso ADN Sporting. Um espírito de equipa tremendo. O capitão Salvador Salvador personifica isto, sempre dando o máximo, sempre duro mas leal, falhando agora e resolvendo na raça depois. Depois dele os manos Costa, que conjugam talento com humildade, e todos os outros.

Cada um das seis modalidades de pavilhão mais importantes (o basquetebol feminino apenas na próxima época chegará à 1ª Liga, e o futsal feminino muito assente na formação acumula derrotas) começou a sua temporada com o seu calendário, objectivos e exigências.

- O andebol conquistou a Supertaça, segue no topo do campeonato e da sua série da Champions.

- O futsal começou mais tarde a época de clubes, ainda agora teve início o campeonato. Uma equipa estuturada, com um grande treinador Nuno Dias que nos tem dado muitas alegrias.

- O voleibol, na 3.ª época de João Coelho já está no topo nacional: ganhou a Supertaça e segue na frente do campeonato. Dá gosto ver jogar esta equipa.

- O voleibol feminino, na primeira época de Rui Pedro Silva e com uma equipa praticamente nova (só ficaram quatro da época passada), começou forte no campeonato com três vitórias. Os jogos contra Porto e Benfica dirão o que realmente vale.

- O hóquei em patins, na primeira época de Edo Bosch, perdeu um dos melhores jogadores, Ferran Font, e mudou processos de jogo. Vamos ver o que vai acontecer.

- O basquetebol, no regresso de Luís Magalhães, ainda não começou o campeonato mas vai ganhando e perdendo na competição europeia. Equipa quase toda nova também, muitas dúvidas sobre a real valia dos norte-americanos contratados.

 

Resumindo, das seis modalidades mais importantes de pavilhão, duas modalidades de excelência, uma em bom plano, três indefinidas.

Neste momento é o andebol que faz encher o magnífico pavilhão João Rocha. Vale mesmo a pena lá ir vibrar com aquela equipa. Ainda não perdi nenhum jogo da Champions.

SL

O dia seguinte

Nestes jogos com equipas de divisões inferiores para a Taça de Portugal o objectivo será sempre passar a eliminatória alargando o plantel.

Foi isso que aconteceu ontem à noite num.estadio de Portimão repleto de Sportinguistas e com talvez o melhor relvado da Liga.

A eliminatória foi ganha nos 90 minutos. O plantel foi alargado com Bruno Ramos, Esgaio e Fresneda que precisavam demonstrar que podem ser úteis nesta temporada.

No resto, primeira parte de domínio total. Um golo marcado, dois ou três por marcar, sem qualquer oportunidade do adversário.

A segunda parte foi muito mais dividida. O Portimonense arriscou e o Sporting foi atrás. O jogo ficou muito mais perigoso.

Continuando a falhar oportunidades, o Sporting colocou-se a jeito. O Portimonense empatou da única forma que tinha para empatar, o Sporting repôs a justiça com uma combinação viking de luxo.

O pior do jogo foi a incapacidade nas bolas paradas ofensivas e defensivas que a equipa demonstrou com o patrão Diomande ausente. Mais um jogo passou sem o Sporting conseguir marcar de livre directo, já nem me recordo quando foi o último. Terá sido com Porro em Famalicão há 5 anos.

Melhor em.campo? Harder, um outro Gyökeres.

Arbitragem? Uma falta sobre Trincão por marcar que podia ser penálti, um fora de jogo por marcar que teria invalidado o golo do Potimonense, sem VAR e com licença para roubar. Um árbitro medíocre em mais uma medíocre arbitragem. Não se podia reformar como fez o Soares a Dias?

E agora? Rezar para que Hjulmand, Morita e Bragança não se lesionem. No resto a coisa está boa.

SL

Sporting 2.0

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(Alvalade, uma tarde desta semana. O que isto era, o que isto já é, o que isto pode vir a ser...)

 

Há seis anos o futebol do Sporting Clube de Portugal era falado pelo mundo fora pelos piores motivos possíveis. Um assalto à academia, agressões a jogadores, o "bom gigante" Bas Dost com um enorme penso na cabeça na enfermaria, o presidente acossado em pleno ataque de nervos. Todos queriam saber que raio de "far-west" era aquele na Europa civilizada.

Agora é falado pelos melhores. Um dos mais poderosos clubes de futebol do mundo, controlado por uma monarquia árabe, com ambições globais através do City Football Group, escolheu para sucessor do seu director desportivo catalão, ex-colega no Barcelona do melhor treinador do mundo, o director desportivo do Sporting Clube de Portugal.

Todos querem perceber porquê, e na explicação em todas as línguas do mundo vem todo o sucesso do "Sporting Lisbon" (como diz o New York Times) nas últimas temporadas. As compras e vendas, os encaixes financeiros, a academia Cristiano Ronaldo, o treinador Rúben Amorim, e os diversos craques do Sporting que podem ainda mais enriquecer o plantel do Manchester City.

Dificilmente o Sporting poderia ter melhor publicidade do que esta, num momento em que está disponível para vender uma participação minoritária na SAD, promove em Alcochete encontros de responsáveis da formação dos melhores clubes europeus, tem um projecto de transformação do estádio alinhado com os melhores, as duas equipas do clube estão bem posicionadas para passar à fase a eliminar da Champions / Youth League.

Enquanto no Ethiad Stadium apenas existem General Admission Tickets, Season Tickets, Premium Seating e Hospitality Packages, que incluem o acesso a lounges e a "complimentary food and/or drinks" nós vamos ter Emerald, Platinum, Gold e Silver, com variantes Plus e Premium, e ainda mais bares e lounges. Se calhar o próximo a ir para o City não vai ser Rúben Amorim, mas André Bernardo, com os seus "pichts" e "power points", para ajudar a fazer o City 3.0. 

E assim, num momento em que os dois rivais estão acossados com problemas que vão demorar muito tempo a resolver, processos judiciais, danos reputacionais, acusações mútuas entre os actuais e antigos dirigentes, claques em guerra civil, o Sporting segue tranquilo e unido rumo ao futuro.

O tal futuro sonhado pelo fundador: “Queremos que o Sporting seja um grande clube, tão grande quanto os maiores da Europa”. 

Oxalá (do árabe Insha'Allah).

 

PS: Comentários do habitual cardume de sardinhas seguem directamente para adubo.

SL

Ainda o TM

Como referi na resposta ao comentário ao último post, penso que o valor de mercado do plantel do Sporting referido no TM peca por defeito, o que é facilmente explicável pela juventude do plantel, apenas com 4 jogadores acima dos 27 anos e 7 ainda sub21.

Se o Sporting vendesse um ou outro mais jovem pelo valor do TM estava a cometer um lapso muito grave. Mas em termos gerais os valores fazem sentido.

 

Viktor Gyökeres 04/06/1998 (26) 70
Gonçalo Inácio 25/08/2001 (23) 45
Ousmane Diomande 04/12/2003 (20) 40
Morten Hjulmand 25/06/1999 (25) 40
Pedro Gonçalves 28/06/1998 (26) 32
Trincão 29/12/1999 (24) 23
Zeno Debast 24/10/2003 (20) 22
Marcus Edwards 03/12/1998 (25) 18
Conrad Harder 07/04/2005 (19) 16
Hidemasa Morita 10/05/1995 (29) 15
Geny Catamo 26/01/2001 (23) 15
Geovany Quenda 30/04/2007 (17) 15
Nuno Santos 13/02/1995 (29) 14
Eduardo Quaresma 02/03/2002 (22) 14
Daniel Bragança 27/05/1999 (25) 12
Maxi Araújo 15/02/2000 (24) 12
Iván Fresneda 28/09/2004 (20) 9
Jerry St. Juste 19/10/1996 (27) 8
Matheus Reis 18/02/1995 (29) 8
Vladan Kovacevic 11/04/1998 (26) 6
Franco Israel 22/04/2000 (24) 5
Ricardo Esgaio 16/05/1993 (31) 3
Diego Callai 18/07/2004 (20) 1
Diogo Pinto 18/06/2004 (20) 0.5
     
  Total 443.5
     

 

SL

No rumo certo

Segundo a referência na matéria, o site Transfermarkt, o ranking dos valores dos quatro maiores clubes de cada um dos dois países da Peninsula Ibérica é agora o seguinte:

1. Real Madrid - 1340,0M€

2. Barcelona - 880,4M€

3. At. Madrid - 529,5M€

4. Sporting - 443,5M€

5. Fc Porto - 351,0M€

6. Benfica - 335,5M€

7. At. Bilbao - 318,6 M€

8. Sp. Braga - 127,5M€

No caso de Portugal, por acaso ou talvez não, a classificação actual da 1ª Liga reflecte este mesmo ranking. 

 

Como se recordarão, há seis anos e meio perdemos o acesso à Champions, tivemos a SAD assaltada, meio plantel em fuga, ainda agora estamos a lutar por recuperar alguns milhões no que respeita ao Rafael Leão, presidente destituído, depois suspenso e expulso, começámos a época com uma manta de retalhos como plantel, um treinador que atraia a má sorte, um novo presidente eleito por uma unha negra a tentar conhecer os cantos à casa, uma bomba-relógio nas bancadas pronta a detonar à primeira vergonha. O nosso plantel valia pouco mais que o do Sp. Braga de então.

Agora temos presidente, director desportivo e treinador na sexta época juntos, a equipa na liderança da Liga e em lugar confortável na Champions. Dizem que Hugo Viana estará de saída para o Man. City no final da época e que Rúben Amorim, depois do interesse do Liverpool, poderá acompanhá-lo.

Dizem também que Rúben Amorim, amigo de Hugo Viana, foi a salvação de Frederico Varandas. O que não há dúvida que muito do sucesso deste percurso se deve a ele, ao seu trabalho incansável e da sua equipa de fiéis e jovens adjuntos, às suas ideias fixas e até casmurras sobre muita coisa, à sua valorização da forma de ser de cada um e do grupo como um todo. Não sei onde estudou, mas Rúben Amorim é um mestre em liderança.

Dizem também que Hugo Viana tem óptimas relações com o cunhado de Rúben Amorim, Antero Henrique, e com Jorge Mendes, e que isso explica muita coisa. Ainda bem para ele e para o Sporting.

Então realmente ou Frederico Varandas é um tipo muito inteligente ou teve mesmo muita sorte em escolher dois profissionais assim para o acompanharem. Ou então as duas coisas. 

Também na vida pessoal aparentemente teve muita sorte com a esposa que encontrou, uma ex-atleta sueca do Sporting que prima pelo "low-profile".

 

O que está à vista de todos é que hoje futebol masculino e feminino e modalidades de pavilhão funcionam com base nos mesmos princípios: hierarquias bem definidas, estatuto de capitão muito presente, forte aposta na formação e na ligação da mesma à 1.ª equipa, contratação de estrangeiros muito jovens na fase ascendente das suas carreiras ou mais velhos na fase final das mesmas, espírito de equipa e de clube muito fortes. E se no futebol temos Rúben Amorim, no futsal temos Nuno Dias, no andebol o Carlos Carneiro e o Ricardo Costa, no basquetebol o Luís Magalhães, no voleibol masculino o João Coelho.

Na equipa B temos João Pereira, que colocou uma equipa muito jovem a jogar ao jeito da equipa A e segue na vice-liderança da zona sul da Liga 3, depois de perder no Restelo já no tempo extra, e por um penálti manhoso, a possibilidade de se colar ao líder Belenenses.

O Luís Neto anda a pensar no que fazer à vida, não sei que ideias tem sobre o seu futuro profissional.

Para a equipa feminina, e depois da demissão de Mariana Cabral, veio para treinador um ex-adjunto de Amorim em Braga.

 

O que vai ser esta época no futebol, não sei. No final se verá. Mas que o futebol do Sporting como um todo está no rumo certo, isso é por demais evidente.

Vamos ter futuro depois de Viana e Amorim? Seguramente.

Com Luís Neto e João Pereira promovidos a outras funções? Não faço ideia.

Mas sempre ouvi dizer que "mais vale ser inteligente e com sorte, do que burro e sem ela".

SL

AG do Sporting Clube de Portugal

Os sócios do Sporting votaram ontem de forma esmagadora a favor dos dois pontos em questão. Os tempos da javardice organizada pertencem ao passado, mas com isso ficou um dia inteiro de pavilhão, seguranças, staff alocados a muito pouco, quase todos a entrar, votar e sair.

Penso que importa repensar todo este esquema de assembleias gerais e voltar a um debate civilizado e esclarecedor das questões, com tempo pré-definido para debate e um tempo também pré-definido para votação. Talvez com transmissão na TV do Sporting, com voto delegado ou votação remota, não sei. Assim é muito pouco, seja de quem for a responsabilidade. Eu e quase todos entrámos como saímos.

Quanto aos pontos em discussão, aliar contas positivas a alto desempenho desportivo é óptimo, ganhar e não perder património é óptimo também.

Mas, naquilo que está a ser a transformação daquela zona do estádio e do pavilhão, decorrente do projecto do Metro/Campo Grande e do empreendimento Campo Novo, não pegar agora naquele centro comercial decadente e transformá-lo num centro Sporting alinhado estetica e funcionalmente com os outros dois espaços desportivos seria um enorme erro. 

Muito mais do que uma grande vitória desta Direcção, foi uma grande vitória do Sporting Clube de Portugal ontem no magnífico pavilhão João Rocha.

SL

O dia seguinte

Realmente é bem estranho ver na mesma semana diferentes equipas do Sporting a alinhar de camisola cor de rosa (ou no caso magenta ?) associada ao género feminino e consequentemente a uma das mais terríveis doenças associadas ao género.

Para mim foi assim duas vezes a cores e ao vivo em Alvalade e duas vezes pela TV. O Sporting acabou por ganhar 3 dos 4 jogos, o único que perdeu foi com o Benfica em futebol feminino no jogo de despedida da Mariana Cabral a quem tenho de agradecer todo o esforço e dedicação que demonstrou nos oito anos que passou como treinadora pelo Sporting e as taças que deixou no museu, e as vitórias nos dérbis. Poucas ou muitas, não interessa. O resto é o resto, e tem mais a ver com o futuro do que com o passado, fica aqui a reparação mais que devida.

Mas voltando à camisola e a julgar pelo que vi nas redondezas do estádio, foi uma campanha a que muitos aderiram e que fez todo o sentido. Se surgirem outras para causas assim tão nobres terão todo o meu apoio também. 

Quanto ao jogo em si, se calhar foi o mais traiçoeiro de todos os desta época. Um adversário em 6-4-0, todos atrás da linha da bola, extremos transformados em defesas laterais e defesas laterais em centrais, muito difícil criar espaço no meio de tantas pernas. E logo um susto a abrir o jogo por fífia de Quaresma bem salvo por Israel.

Também o lado esquerdo não ajudou, Maxi muito metido para o meio, encostando Harder a Gyokeres e facilitando ainda mais a vida ao Casa Pia. Valeu o lado direito com Catamo e Trincão sempre tentando entrar embalados da linha para o meio, com cruzamentos perigosos de pé trocado, e incursões em drible que podiam dar penáltis ou cruzamentos atrasados como o que deu o golo. Mas o golo foi quase a única oportunidade clara que o Sporting teve no primeiro tempo.

O Rúben viu bem o problema ao intervalo. Saiu Harder, Morita foi fazer de Pote, muito mais difícil de marcar, e com isso complicou muito a vida do adversário. As oportunidades começaram a surgir. Morita primeiro, Trincão a seguir, falta clara sobre Gyokeres depois e golo de penálti. No entretanto, Inácio e Quaresma tinham chegado ao fim, e o trio defensivo com Fresneda-Debast-Esgaio assustava qualquer um. Mas nada de pior aconteceu, a equipa manteve-se sempre competente e o adversário de tanto defender com tantos nunca conseguiu atacar em condições.

Assim conquistámos a oitava vitória sucessiva no arranque da Liga. A última vez que isso tinha acontecido foi em 90/91 com Marinho Peres como treinador e depois foi o que se viu na altura e que não se quer repetir. Isto não é como começa, é como acaba, e o que importa agora é recuperar os lesionados no período das selecções de forma a enfrentar um novo ciclo de jogos muito exigente, e todos vão ser poucos para o efeito.

Melhor em campo? Israel, Debast, Bragança, Trincão, um qualquer deles.

Arbitragem? Deixou jogar, coerente no critério, nada a dizer.

E agora? Descansar, recuperar, descansar, recuperar. A lição está bem estudada.

 

PS: Em Arouca Chico Lamba, agora em Alvalade João Goulart e Nuno Moreira, é sempre bom ver alguns jogadores que passaram pela nossa equipa B singrarem profissionalmente. Um ou outro ainda se destacarão e terão transferências que beneficiarão o Sporting através das cláusulas e dos direitos de formação. Mas independentemente disso é sinal que houve trabalho bem feito em Alcochete.

SL

O Sporting europeu de Amorim

Depois do empate em casa do campeão neerlandês em título e actual líder invicto do campeonato, o Sporting segue com 4 pontos no grupo “do meio”, aquele que vai ter de conquistar num “play-off” a passagem à fase seguinte. Dos seis adversários seguintes, três seguem com zero pontos no grupo “de baixo” a lutar pela fuga à eliminação.

Segue-se a visita ao Sturm Graz. Em caso de vitória ficamos com um pé no "playoff" e podemos gerir os jogos com os dois "tubarões" ingleses com a maior tranquilidade. 

Chegados aqui, importa relembrar o percurso europeu do Sporting com Amorim ao comando, deixando de lado as comparações com treinadores e épocas imediatamente anteriores:

  • Num Jogos: 34
  • Vitórias: 12
  • Empates: 11
  • Derrotas: 11
  • Golos Marcados: 52
  • Golos Sofridos: 48

As equipas que nos derrotaram foram todas de países de ranking UEFA superior a Portugal excepto uma:

  • Alemanha (2) – B.Dortmund, E.Frankfurt
  • Italia (2) – Atalanta, Juventus
  • Inglaterra (1) – Man. City
  • França (1) - Marselha
  • Holanda (1) – Ajax
  • Áustria (1) – Lask Linz

Estes  números mostram um Sporting bem diferente das competições internas. O balanço é positivo mas está longe de demonstrar um estatuto de grande europeu.

Alguns dirão que tudo tem a ver com o treinador e o modelo de jogo. Para mim a questão é a insistência (justificada pela vertente financeira) em plantéis curtos e falhos de peso e altura em termos europeus, mesmo que tenha havido mais recentemente uma evolução importante nesse sentido.

Repare-se que em Eindhoven, com quatro lesionados no plantel, tivemos de recorrer a dois jovens da B, Mauro Couto e Luís Gomes, que nem sequer são destaques nessa equipa, para preencher o banco de suplentes. Porque os melhores tinham vencido o mesmo PSV para a Youth League horas antes. Saímos de lá com mais um lesionado, Diomande, e aquilo pareceu grave.

Dos jogadores de campo do onze inicial, metade eram pesos-pluma (Quenda, Morita, Nuno Santos, Trincão e Geny) sistematicamente a perder no confronto físico com os corpulentos adversários, a levar "no osso" jogada após jogada, muitas vezes assistidos no relvado. 

Que falta fazia neste Sporting um jogador como Shouten (27 anos, 1,85m) para permitir rodar quatro médios entre a Liga e a Champions. Mas não havendo Shouten porque não promover no imediato para a equipa A um dos médios centro da B,  o Arreiol (19 anos, 1,87m) ou o Felicíssimo (17 anos, 1,87m)?

Esta época é bem importante para que o Sporting se defina em termos europeus, sair da mediania ou ficar pela  “linha de água”. Não esquecendo que o objectivo primeiro é o bicampeonato e o segundo é voltar à Champions do próximo ano.

Que a sorte nos acompanhe, que bem precisamos.

Segue a lista dos jogos, com os da Champions a negrito:

  1. 24-09-2020 3ª Pré Elim.        SPORTING – Aberdeen (Escócia)                           1 – 0             V 1 0
  2. 01-10-2020 Play-off               SPORTING – LASK Linz (Áustria)                             1 – 4             D 1 4    
  3. 15-09-2021 1ª Jornada         SPORTING – Ajax (Holanda)                                    1 – 5             D 1
  4. 28-09-2021 2ª Jornada         Dortmund (Alemanha) – SPORTING               1 – 0             D 0 1
  5. 19-10-2021 3ª Jornada         Besiktas (Turquia) – SPORTING                              1 – 4             V 4 1
  6. 03-11-2021 4ª Jornada         SPORTING – Besiktas (Turquia)                              4 – 0             V 4 0
  7. 24-11-2021 5ª Jornada         SPORTING – B. Dortmund (Alemanha)                3 – 1             V 3 1
  8. 07-12-2021 6ª Jornada         Ajax (Holanda) – SPORTING                                    4 – 2             D 2 4
  9. 15-02-2022 1/8 Final             SPORTING – Manchester City (Inglaterra)           0 – 5             D 0 5
  10. 09-03-2022 1/8 Final             Manchester City (Inglaterra) – SPORTING          0 – 0             E 0 0
  11. 07-09-2022 1ª Jornada         Eintracht Frankfurt (Alemanha) – SPORTING     0 – 3             V 3 0
  12. 13-09-2022 2ª Jornada         SPORTING – Tottenham (Inglaterra)                      2 – 0             V 2 0
  13. 04-10-2022 3ª Jornada         Marselha (França) – SPORTING                        4 – 1             D 1 4
  14. 12-10-2022 4ª Jornada         SPORTING – O. Marselha (França)                         0 – 2             D 0 2
  15. 26-10-2022 5ª Jornada         Tottenham (Inglaterra) – SPORTING                      1 – 1             E 1 1
  16. 01-11-2022 6ª Jornada         SPORTING – Eintracht Frankfurt (Alemanha)     1 – 2             D 1 2
  17. 16-02-2023 Play-off               SPORTING – Midtjylland (Dinamarca)                  1 – 1             E 1 1
  18. 23-02-2023 Play-off               Midtjylland (Dinamarca) – SPORTING                  0 – 4             V 4 0
  19. 09-03-2023 1/8 Final             SPORTING – Arsenal (Inglaterra)                            2 – 2             E 2 2
  20. 16-03-2023 1/8 Final             Arsenal (Inglaterra) – SPORTING                            1 – 1             E 1 1
  21. 13-04-2023 1/4 Final             Juventus (Itália) – SPORTING                                  1 – 0             D 0 1    
  22. 20-04-2023 1/4 Final             SPORTING – Juventus (Itália)                                  1 – 1             E 1 1
  23. 21-09-2023 1ª Jornada         Strum Graz (Áustria) – SPORTING                         1 – 2             V 2 1
  24. 05-10-2023 2ª Jornada         SPORTING – Atalanta (Itália)                                   1 – 2             D 1 2
  25. 26-10-2023 3ª Jornada         RKS Raków (Polónia) – SPORTING                         1 – 1             E 1 1
  26. 09-11-2023 4ª Jornada         SPORTING – RKS Raków (Polónia)                         2 – 1             V 2 1
  27. 30-11-2023 5ª Jornada         Atalanta (Itália) – SPORTING                                   1 – 1             E 1 1
  28. 14-12-2023 6ª Jornada         SPORTING – Strum Graz (Áustria)                         3 – 0             V 3 0
  29. 15-02-2024 Play-off               Young Boys (Suíça) – SPORTING                            1 – 3             V 3 1
  30. 22-02-2024 Play-off               SPORTING – Young Boys (Suíça)                            1 – 1             E 1 1
  31. 06-03-2024 1/8 Final             SPORTING – Atalanta (Itália)                                   1 – 1             E 1 1
  32. 14-03-2024 1/8 Final             Atalanta (Itália) – SPORTING                                   2 – 1             D 1 2
  33. 17-09-2024 1ª Jornada         SPORTING – Lille (França)                                        2 – 0             V 2 0
  34. 01-10-2024 2ª Jornada         PSV Eindhoven (Holanda) – SPORTING               1 – 1             E 1 1

SL

O dia seguinte

O Sporting escorregou e muito em Eindhoven, Diomande saiu do estádio em muletas, Quaresma isolado estatelou-se no relvado e entregou ao bola ao guarda-redes, e assim só com muito esforço, dedicação e devoção dos jogadores conseguimos sair de lá com um ponto.

Curiosamente o Real Madrid-Sporting em feminino da semana passada foi mais ou menos a mesma coisa. O Rúben prefere treinar na véspera em Alcochete, abdicando de treinar no campo do adversário, se calhar a Mariana faz o mesmo. Depois existem as botas e os pitons, o tipo do relvado, a rega intensiva, etc... A escorregar sistematicamente é complicado jogar futebol. 

Na 1.ª parte tivemos um PSV completamente adaptado ao relvado, a marcar em cima e a meter o pé no limite do amarelo. Morita e Hjulmand não existiam e os defesas tentavam meter a bola directamente nos avançados que estavam de costas para os defensores. Assim aconteceu o golo sofrido e as restantes oportunidades de golo do PSV.

Na 2.ª parte, o PSV deixou partir o jogo, foi criando oportunidades que poderiam ter resolvido o encontro, as substituições do Sporting ajudaram ainda mais a uma toada de bola lá / bola cá, e depois veio ao de cima a qualidade individual de Bragança. Um grande golo, a grande centro do também recem-entrado Maxi. Mesmo no final aquele remate de Harder podia ter-nos dado os 3 pontos.

Enfim, é a Champions, um nível completamente diferente daquele da Liga nacional, em que todos os adversários são fortes e apresentam armas para as quais não estamos preparados. E depois são as lesões sucessivas a castigar um plantel já de si muito curto para os objectivos da temporada. Em Eindhoven não estiveram Pote, Edwards e Matheus Reis, St. Juste foi de passeio, a adaptação de Geny a interior esquerdo falhou rotundamente, Bragança andou a fazer de avançado e perdemos por umas semanas o "comandante" Diomande.

Também é preciso ver a idade do onze apresentado, especialmente de alguns, como Debast, Quenda e Diomande. Os erros são inevitáveis. Têm muito por onde crescer.

Melhor em campo? Daniel Bragança, quem o viu e quem o vê, que evolução incrível dum jogador que perdeu um ano na carreira por uma grave lesão. Depois dele, Franco Israel esteve à altura dum guarda-redes do Sporting.

Pior em campo? Geny, incapaz de perceber o que a posição exigia.

Arbitragem? Excelente na distinção entre as entradas duras para ganhar a bola e aquelas para castigar o adversário.

E agora? Ganhar ao Casa Pia e recuperar os lesionados. Se calhar nesta fase é mais importante o médico do que o treinador...

SL

O dia seguinte

Grande 1,ª parte do Sporting ontem na Amoreira, manietando completamente o adversário num jogo posicional de autor, marcando dois golos e desperdiçando mais dois ou três, tudo isto com um Gyokeres em sub-rendimento.

Segunda parte bem diferente. A deslocação a Eindhoven começou a ficar na cabeça de muitos, a bola deixou de circular como antes e o Estoril começou a ficar confortável no jogo.

Ainda tiveram meia oportunidade de golo mas uma tripla substituição no Sporting tudo fez voltar ao normal: oportunidades de golo a sucederem-se e grande golo de Bragança, um dos que começaram no banco.

Melhor em campo? Morita, o samurai recuperou do "jet-lag".

Arbitragem? Impecável. O CA/Apaf que explique as bolas na mão versus as cores das camisolas dos potenciais beneficiários das mesmas.

E agora? Um enorme desafio em Eindhoven, a equipa  campeã dos Paises Baixos, muito sólida e rotinada, joga em casa, não vamos ter nem Pote nem Edwards, vai ser muito complicado.

PS: Perguntaram ao Catamo:  Mas então o que correu mal na 2 parte ? Respondeu ele que as análises eram com o mister e o staff, ele estava focado era no próximo jogo. E assim se percebe porque alguns conseguem e outros não. 

 SL

Citius, Altius, Fortius...

O lema olímpico Citius, Altius, Fortius, que em latim significa "mais rápido, mais alto, mais forte", penso que foi introduzido pelo barão Pierre de Coubertin nos Jogos Olímpicos de Verão de 1924 de Paris.

No que respeita ao futebol, obviamente que isso não é suficiente para vencer. Mas ajuda muito...

Rúben Amorim percebeu isso da pior maneira, quando a sua ideia de ataque móvel, talvez inspirado no Man.City de Guardiola e na selecção de Espanha de Sarabia, com atacantes como Pote, Trincão, Edwards, Rochinha e Arthur Gomes, fracassou na primeira metade da 3.ª época. E assim logo chegou Diomande e se promoveu Chermiti. Depois vieram Gyökeres e Hjulmand.

Mesmo assim, na época passada, foi visível a dificuldade de defrontar na Liga Europa uma equipa italiana como o Atalanta, que acabou por vencer a prova, como agora foi defrontar o Lille na Champions e na Youth League (aqui a diferença ainda era mais marcada), que contava com vantagem física evidente nos onzes apresentados.

Neste bom momento da época, em que toda a gente fala dos três vikings louros, rápidos, altos e fortes, é preciso não esquecer as "torres" da defesa, Diomande, Debast e Inácio. 

 

Coates foi para mim, e expliquei porquê, o melhor defesa central do Sporting dos últimos 50 anos. Se ninguém chora a sua saída, é porque o substituto é mesmo fora-de-série. Diomande é exactamente isso, e quase 15 anos mais novo, com uma capacidade de crescimento impressionante. Não é um viking louro? Pois não, e qual é o problema ?

Debast tem visão de jogo e qualidade de passe incríveis, mas também altura e rapidez.

Inácio alia alta qualidade de passe a um excelente jogo de cabeça e sentido de baliza. Quando algum dos três tiver de fazer de ponta de lança como Coates, será ele o "homem" para a função.

 

Resumindo, e isto é válido para a A, para a B, para a C/sub23, para o misto da Youth League ou para qualquer outra, é preciso assegurar a maioria de jogadores assim no onze, de forma a estar confortável nos lances disputados nas duas áreas e criar espaço fora delas para os "baixinhos" e "levezinhos", para o Pote e os outros brilharem também.

Continuo a teimar que ainda fazia falta outro assim no meio-campo... já que Koindredi não provou e Essugo foi rodar para Espanha. Se já temos um Gyökeres-2 chamado Harder, se calhar podia ser um Hjulmand-2. Ou um Diomande-2 centro-campista, porque não?

 

PS: Entretanto a nossa brilhante equipa de andebol segue imparável. Esmagou ontem no João Rocha uma das duas favoritas à conquista da Champions da modalidade. Também nessa equipa as "torres" Salvador Salvador, Moga e Edy Silva foram determinantes.

SL

{ Blogue fundado em 2012. }

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