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És a nossa Fé!

Quebrando tabus

Homossexualidade no futebol 01.png

Vai-se quebrando um dos grandes tabus do futebol masculino. Muita gente com tendências homofóbicas pode perguntar-se se é necessária tanta ostentação. Desdenha com frases feitas, do género: “Que façam o que quiserem à porta fechada, mas não o exibam em público”. Palavras destas revelam grande cinismo. Por um lado, é óbvio que pares como o da foto não estão a fazer aquilo que possam fazer em privado. Por outro, é uma declaração de apoio à discriminação, na medida em que se assume haver seres humanos não dignos de um convívio social sadio e se devem esconder. E, por fim, muitas dessas pessoas deliram com declarações de amor ou propostas de casamento públicas entre um homem e uma mulher (incluindo a hipocrisia de certos homens casados ou comprometidos, que, depois de exultarem com cenas dessas, apoiando a família tradicional, se dirigem ao bordel mais próximo).

Ignoram a verdadeira mensagem de gestos desta natureza: a luta pela inclusão social. Não é fácil esconder de todos uma parte importante da nossa vida. Há festas, convívios, reuniões de família, onde homens e mulheres surgem com os seus parceiros e parceiras, conversam, riem, divertem-se. Um homossexual que ainda não se tenha revelado como tal nunca se pode divertir, nessas situações. Passa o tempo a fingir, a esconder, a tentar responder de maneira mais ou menos adequada a perguntas como: “outra vez sozinho?”; “quando arranjas uma namorada?”; “já é tempo de constituíres família”. Por vezes, apresentam-lhes mulheres solteiras, com um olhar que encerra a obrigatoriedade de se entender com ela. E o homossexual tenta superar, tão bem quanto possa, o desgosto de, afinal, ter namorado, mas ter de prescindir dele, em momentos importantes da sua vida. A isto acrescem-se olhares e sorrisinhos a insinuar: “há algo de errado com ele”; “deve ser bicha”; “coitado”.

É muito difícil viver sob carga psicológica tão negativa. Muitos homossexuais e lésbicas deixam-se mesmo arrastar para a marginalidade, com todas as consequências nefastas que isso acarreta. E, no entanto, apenas desejam ser aceites, como qualquer outra pessoa. É disso que se trata, não de exibicionismo ou imposição de formas de vida que não cabem nos esquemas sociais transmitidos. São seres humanos à procura da estima dos seus semelhantes. Há séculos. Melhor dizendo, há milénios.

É interessante verificar que a homossexualidade é aceite no futebol feminino. Na verdade, muita gente considera as jogadoras serem todas lésbicas, o que está longe de ser verdade. Mas não menosprezemos, com isso, o papel fundamental das lésbicas na emancipação feminina. Elas estiveram presentes, desde o início, foram importantes impulsionadoras das suffragettes e de outros movimentos. Também na aceitação de muitas modalidades desportivas no feminino. Não se sentindo dependentes de homens, possuíam amiúde mais coragem para lutar. E encorajaram muitas outras mulheres a fazerem-no, lutaram em nome de todas. Também em meu nome. Agradeço-lhes.

 

P.S. Gostei de inaugurar a Tag "homossexualidade".

Fenómeno Xabi Alonso

Xavi Alonso 01.jpg

Desde a época de 2012/13 que a Alemanha não conhece outro campeão a não ser o Bayern de Munique. Onze campeonatos seguidos! A equipa bávara já soma trinta e dois títulos, note-se, desde 1963/64, época em que foi criada a Bundesliga. O campeonato mais aborrecido do mundo?

Este ano, tudo indica que essa hegemonia será quebrada. E o responsável chama-se Xabi Alonso.

Muita gente (entre adeptos e funcionários do clube e de outros clubes) torceu o nariz quando Xabi Alonso foi contratado como treinador do Bayer Leverkusen. Como jogador, aliás, não se lhe podia exigir mais. Foi estrela de três dos maiores clubes europeus: Liverpool, Real Madrid e o próprio Bayern de Munique. E, com a seleção espanhola é o que se sabe: dois campeonatos europeus e um mundial.

Mas chega isso para se ser bom treinador? Na verdade, quando ele chegou ao Bayer Leverkusen, a 5 de outubro de 2022, o seu currículo era muito magro. Sim, esteve uma época no Real Madrid… a treinar os sub-14! Mudou-se, depois, para o seu País Basco natal, a fim de treinar a Real Sociedad (onde começara a sua carreira). Aí, esteve cerca de três anos… a orientar a equipa B! Quando chegou ao Bayer Leverkusen, muita gente se perguntou se ele era “mister” digno de figurar na Bundesliga.

Diga-se de passagem que o Bayer Leverkusen, nesse outubro de 2022, se estava a aproximar perigosamente do fundo da tabela. Xabi Alonso, ainda assim, acabou a época em sexto lugar, com acesso à Liga Europa. Por isso, deram-lhe mais um voto de confiança. E ele superou todas as expectativas.

Neste momento, o Bayer Leverkusen conta 64 pontos, em 24 jogos. Não perdeu uma única vez (o que é obra, na Bundesliga) e empatou quatro. Leva dez (10!) pontos de vantagem sobre o Bayern de Munique, segundo classificado, 14 sobre o terceiro, VfB Stuttgart, e vinte (!) sobre o quarto, Borussia Dortmund, a minha grande desilusão da época (sou fã). Além disso, teve uma performance brilhante na fase de grupos da Liga Europa, atingindo o pleno de 18 pontos. E chegou às meias-finais da Taça da Alemanha (DFB Pokal).

Acho muito bem, apesar de não se poder dizer que a Bundesliga se tornou verdadeiramente interessante. Apenas houve mudança de protagonista. Já é alguma coisa.

Conclusão:

Bayer Leverkusen campeão da Alemanha? Sim! Para variar.

Vencedor da Liga Europa? Não! Por razões óbvias. Mas não há dúvida de que será um osso muito duro de roer. Espero que o nosso Sporting só o encontre na final.

 

Curiosidade: na época de 2014/15, o Bayer Leverkusen começou a ser treinado por um certo Roger Schmidt, não sei se conhecem. Conseguiu um quarto lugar e, na época seguinte, um terceiro. No entanto, em 16/17, perante um certo descalabro, o tal senhor que talvez alguns conheçam foi despedido a meio da época. Acontece.

A ponta do iceberg

Screenshot 2023-08-31 192446.png

Mariana Cabral, treinadora do Sporting, diz que “futebol precisa de mudar a perspectiva que tem sobre as mulheres na modalidade”.

 

“É lamentável e foi extremamente inapropriado o que aconteceu. Uma pessoa com o cargo de presidente da Federação espanhola nunca poderia ter um gesto daqueles. Faz parte da sociedade em que vivemos e que é muito machista. O futebol precisa de mudar um bocadinho a perspectiva que tem sobre as mulheres na modalidade".

 

A técnica do conjunto leonino, de 36 anos, considera que o que sucedeu à vista de todos a 20 de Agosto, quando, no final do jogo que consagrou a selecção feminina espanhola campeã do mundo de futebol, em Sydney, é apenas um dos muitos casos em que as mulheres são vítimas em todo o mundo, incluindo Portugal.

 

“Se assim acontece, imaginemos as coisas que acontecem nos bastidores e que ninguém pode provar. Também em Portugal acontecem. Por um lado, é uma pena, mas acaba por ser um momento interessante por chamar a atenção por poder ter as jogadoras da seleção espanhola e todas as que se juntaram a dizer que isto não está certo e é preciso mudar”.

O inspector Columbo do futebol

Como é que ainda não nos tínhamos lembrado desta? Teve de ser um jornalista do Guardian. O artigo nem é sobre Fernando Santos, mas adorei a comparação.

Fernando Santos 1.jpg

Santos has the rumpled air of a man who has slept in his car. He could be Peter Falk playing Columbo.

Taking the handbrake off is not usually Santos’s style (perhaps he worries the car will roll away with him snoring on the back seat), but it worked.

Futebol surreal

Neuer WM 2022.jpg

O Mundial do Catar tem sido um fiasco em questão de audiências televisivas, na Alemanha. E, agora que a Mannschaft já deixou as arábias, até me pergunto se os canais estatais ARD e ZDF continuarão a transmitir os jogos.

Algo se passa na selecção alemã. Um tipo de futebol que deixou de funcionar? Falta de adaptação dos seleccionadores (sempre alemães) ao novo estilo de jogadores com origem migrante, como Serge Gnabri, Leroy Sané e Jamal Musiala? Enfim, nem sequer sou treinadora de bancada, não me compete dar respostas, muito menos, encontrar soluções. Mas a maneira como a Alemanha foi eliminada, desta vez, foi muito deprimente. O jogo de ontem teve momentos surreais.

A Alemanha tinha de ganhar. Mas estava, ao mesmo tempo, dependente de uma vitória da Espanha. Os primeiros golos foram marcados quase ao mesmo tempo: a Alemanha aos 10 minutos, a Espanha aos 11 minutos. Estava tudo a correr bem. Mas, aos 48, o Japão empatou e aos 51 pôs-se em vantagem. Logo a seguir, aos 58 minutos, a Costa Rica empatou. Aqui, o meu marido e eu passámos a torcer por uma vitória da Costa Rica. E note-se que o meu marido é alemão! Porquê? Se a Alemanha já não tinha praticamente hipóteses, que fosse a Espanha também eliminada. E não é que a Costa Rica marca o segundo golo aos 70 minutos?

Alegria efémera. Três minutos depois, Havertz empatou o jogo. Maldito Havertz! Ficámos numa situação muito ingrata, não me lembrava de já ter vivido semelhante, a assistir a um jogo de futebol. Deveríamos torcer pelo terceiro golo da Costa Rica? Mas: e se a Espanha ainda conseguisse virar o resultado?

O que veio a seguir foi surreal. A Alemanha começou a marcar golos e a Costa Rica desesperava. Tudo em vão. O marcador do Japão-Espanha congelara naquele fatal 2:1. Foi penoso ver a Alemanha a aumentar a sua vantagem, sabendo que tal vitória beneficiava apenas a Espanha.

Só nos resta esperar que “Marruecos” trate da saúde a “nuestros hermanos”.

E, de resto, viva Portugal!

Ronaldo WM 2022.jpg

Liga das Nações: Wembley é na "Pedreira"

Mais logo, às 19h 45m (hora portuguesa), a Inglaterra recebe a Alemanha em Wembley. Amanhã, à mesma hora, Portugal recebe a Espanha em Braga. Dir-se-ia que os holofotes estariam apontados ao clássico de Londres. Na verdade, trata-se de um jogo entre duas equipas humilhadas, só serve para cumprir calendário. Já da "Pedreira" vai sair um dos semi-finalistas da Liga das Nações.

Como o Pedro Correia aqui disse, a Inglaterra já caiu para a Liga B. Quanto à Alemanha, falhou a hipótese de passar às meias-finais, ao perder com a Hungria, em Leipzig, por 1:0, na passada sexta-feira. Uma derrota humilhante, à semelhança do que aconteceu com a Espanha.

Ao contrário da Alemanha, porém, nuestros hermanos ainda se mantêm na corrida. Espero que só até amanhã, ao serão.

Força, Portugal!

 

Nota: A Alemanha nunca logrou atingir a meia-final da Liga das Nações. Nem à terceira foi de vez.

Será suíço?

Porque é que a televisão portuguesa perde tanto tempo com o próximo treinador das papoilas, do qual eu, apesar de viver há trinta anos na Alemanha, nunca tinha ouvido falar? O meu marido também não. Quando ouvimos pela primeira vez o nome dele, exclamei: "Schmidt? Será alemão?". "Não sei", disse o Horst, "não conheço. Se calhar é suíço, ou assim...". Estamos em Portugal há dias e ouvimos falar dele a toda a hora. Se estivéssemos na Alemanha, continuávamos ignorantes sobre o homem.

Ontem, na TVI, foi um exagero, com uns quinze minutos (digo eu agora, calculando por alto) à volta da personagem, atacada no próprio carro, à saída não sei de onde. Diga-se de passagem que foi simpaticíssimo e se expressou num inglês excelente. Mas não será um exagero? Se ainda viesse treinar a seleção...

Um jovem determinado (confiança no futuro, parte 2)

Martim Marques (4).jpg

Eu já tinha falado dele aqui, tinha acabado de ganhar um torneio sub-12 com as nossas cores em Kuala Lumpur. O seu sonho era entrar na Academia do Sporting. Hoje, tem dezasseis anos e assinou, há dias, um contrato profissional com o nosso clube.

Não há dúvida de que Martim Marques, sobrinho de uma amiga minha dos tempos de V. N. de Gaia, é um jovem determinado. O seu próximo objetivo é chegar à equipa principal e ganhar títulos. Acredito que o conseguirá!

Bundesliga com/sem máscara (tudo ao mesmo tempo e... fé em Deus?)

No fim-de-semana, reiniciaram as jornadas da primeira e da segunda divisões da Bundesliga. Não consegui acompanhar os jogos de Sábado (o dia principal da jornada), mas vi, ontem à noite, o resumo televisivo dos dois jogos de Domingo da 1ª Bundesliga. O Bayern foi ganhar 2:0 ao campo do Union Berlin e o 1.FC Köln (Colónia), depois de igualmente ter estado a ganhar por 2:0, acabou por consentir num empate, em casa, frente ao Mainz 05.

 

Apesar de muitos aspetos caricatos, estes primeiros jogos durante a crise pandémica não deixaram de ter pontos interessantes.

 

Os jogadores entram em campo de máscara, suponho que serão obrigados a usá-la nos balneários. Não cheguei a apurar se lá também têm de respeitar a distância de segurança e se vão para o duche mascarados. O certo é que, ao entrar em campo, tiram as máscaras e, depois, jogam como sempre, ou seja, muito contacto físico, de corpos suados, embora não festejem os golos amontoados, aos abraços. Penso, porém, que não adianta tentar ver lógica nisto.

 

Quem se encontra no banco, tem de usar máscara e respeitar as distâncias. Conclusão: apenas há lá lugar para o treinador e um ou dois colaboradores e falam uns com os outros sem se aproximarem. Se, porém, o treinador sente necessidade de se aproximar das quatro linhas, para berrar ordens ou palavras de incentivo, pode tirar a máscara e gritar, como sempre.

 

Como disse, porém, há aspetos que achei interessantes. Apesar de os berros ecoarem no estádio vazio (aumentando a sensação de isolamento), sentimo-nos mais perto dos jogadores, pois conseguimos ouvi-los bem (embora nem sempre se entenda o que berram, o que até será aconselhável). O facto é que, em certos momentos (golos, ou situações polémicas) até nos esquecemos da falta de público, tal é a berraria em campo. Confesso que gostei. Dá a sensação de que somos envolvidos na intimidade da equipa.

 

De referir ainda a sensação de normalidade, ao ouvir o noticiário radiofónico com os resultados do futebol.

 

Veremos que consequências isto trará na evolução da pandemia. Espero que não sejam más, embora sem considerar outros pontos, como o impacto desta situação especial na vida privada/familiar dos jogadores e o facto de, no fundo, eles servirem de cobaias numa experiência que ninguém sabe como acabará.

Portugal na imprensa alemã e austríaca, por estes dias

Marega (3).JPG

 

"Wir sind alle Marega"
Somos todos Marega

 

 

 

Marega (4).JPG

 

"Porto-Star verlässt nach Affenlauten den Platz"
Estrela do Porto deixa o campo depois de ruídos símios

 

 

Marega (5).JPG

 

"Rassismus-Eklat in Portugal"
Caso de racismo em Portugal

 

 

 

 

Marega (6).JPG

 

"Spieler kaum solidarisch"
Colegas não se solidarizam

 

 

 

 

 

Até no jornal local de Stade apareceu uma notícia:

Marega (2).JPG

Não, o Marega não foi a única vítima de uma situação destas. Sim, nos outros países também acontece. Mas queremos ver Portugal na imprensa estrangeira pelos mesmos motivos?

Fizeste bem, Marega! Parabéns pela tua coragem! Algum dia tinha de acontecer, não podemos continuar a olhar para o lado!

Marega 1: 0 Ventura

Os respetivos links:

https://www.sueddeutsche.de/sport/fussball-wir-sind-alle-marega-rassismus-eklat-empoert-portugal-dpa.urn-newsml-dpa-com-20090101-200216-99-940687?fbclid=IwAR16xWb8CdcFGBSo5q6KTlFu42n4y_NKjxwgjBphKe2quxFmtEliGO--aKc

https://www.bild.de/sport/fussball/fussball-international/rassismus-skandal-portos-marega-verlaesst-nach-affenlauten-den-platz-68843600.bild.html?fbclid=IwAR25Vox2XHurHuZJn3nHKifr5JfhOs0lRkK74EbO_FTRq3CXK_q3tWJ0k4I

https://www.nachrichten.at/sport/fussball/fussball-international/rassismus-eklat-in-portugal;art191891,3227914?fbclid=IwAR1p9PR5DU9PPXATmcrW926TEnNgw05bygmXhjB-vbdhFtpE2KrwWZh56w4

https://www.sport1.de/internationaler-fussball/2020/02/rassismus-porto-star-moussa-marega-verlaesst-platz-mitspieler-bedraengen-ihn?fbclid=IwAR1PAnwFglD2YfrT3G6AWre6gWym2A65eenTWtHHu_ytd5t8D3889zB62RQ

Manobras de diversão

O crucial não é discutir se houve ou não penálti a favor do Rio Ave. O crucial seria discutir o evidente fora-de-jogo de João Félix no segundo golo do Benfica.

 

O vídeo-árbitro funcionou como manobra de diversão. Ora vejamos a sequência: há uma jogada polémica na grande área do Benfica, o árbitro deixa seguir e, logo depois, o Benfica marca um golo em fora-de-jogo. Aí, o árbitro manda interromper o jogo para que se possa consultar o vídeo-árbitro. Pensei que ele queria examinar o lance do golo. Mas não! Ele quis clarificar a jogada anterior!

 

Na verdade, a jogada é dúbia. Mesmo com a repetição das imagens, é difícil de dizer se realmente o penálti se justificaria, por isso, não se pode verdadeiramente censurar o árbitro por não o ter assinalado. Mas não era isso que importava a Hugo Miguel. Importou, sim, desviar as atenções de um golo marcado de forma irregular.

 

A discussão à volta da existência, ou não, da grande penalidade é outra manobra de diversão, alimentada pelos media, a desviar do essencial.

Oscilações

Ao ler a divulgação do resultado deste inquérito promovido pelo Pedro Correia, veio-me ao pensamento aquilo em que ando a cismar, lendo as análises, jogo a jogo, dos meus colegas de blogue: grandes oscilações na qualidade/rendimento dos jogadores.

 

Para dar três exemplos das conclusões do inquérito:

 

«Há pouco mais de dois meses, Bruno Fernandes nem sequer subiu ao pódio. Agora, fechada a primeira volta, lidera sem contestação».

 

«Inversamente, o vencedor em Novembro, Nani, desta vez nem ascende ao pódio».

 

«Montero, o segundo mais votado no escrutínio anterior, agora não recolhe sequer um voto de consolação: zero absoluto».

 

A isto se junta a incompreensível má prestação de Bas Dost, entrado o ano de 2019, e a inconstância de Diaby, que tanto é elogiado, como acusado de jogar sem tino.

 

Todos somos unânimes em afirmar que Keizer começou bem, mas que agora parece andar um pouco à deriva. Mas será apenas culpa dele? Como tomar decisões de quem fica no banco/quem joga e em que posição, etc., se nenhum jogador inspira confiança?

 

Mais um mistério para o nosso Sporting: o das oscilações!

A Crise do Bayern

Classificação alemã 2018.JPG

 

Dir-me-ão que o Bayern é sempre o Bayern. E é verdade. Mas não menos verdade é que o clube alemão está, neste momento, a passar por uma grande crise, encontrando-se no quinto lugar da tabela, a nove pontos do primeiro classificado (Borussia de Dortmund). E, como sempre acontece nestas situações, ninguém se entende, no clube. Os dirigentes discutem, os jogadores atacam-se uns aos outros na imprensa e nas redes sociais e há muita gente a reclamar, há bastante tempo, a substituição do treinador Niko Kovac.

 

E eis que Nico Kovac é salvo pelo gongo! Perdão, pelo Benfica! O croata estava quase de malas aviadas, mas, depois da goleada, é claro que não fazia sentido mandá-lo embora. Por sua vez, os lampiões perderam uma boa oportunidade de fazerem um brilharete a nível europeu, não sabendo aproveitar este momento fraco do gigante alemão.

 

Já o Sporting soube aproveitar bem a sua oportunidade.

Esperemos que este seja realmente o início de uma nova era! Como dizia o poeta: «o caminho faz-se caminhando.»

Uma carta e peras!

A carta aberta de Pedro Proença a Rui Patrício publicada no facebook é das coisas mais demagógicas que li na minha vida. Além disso, está cheia de chantagem emocional. Resumindo: um disparate do princípio ao fim.

 

«Sim, porque a tua rescisão não foi com Bruno de Carvalho nem com qualquer elemento da anterior direção. A tua rescisão foi com o Sporting» - é proibido rescindir com o Sporting? É crime?

 

«Mais ou menos como, e fazendo fé nas tuas palavras, se tivesses fugido da casa dos teus pais, zangado, e entendendo que já não tinhas condições para viver na mesma casa» - acontece a muito boa gente e raramente (ou nunca) a culpa se encontra de um só lado.

 

«Mais ou menos como se tivesses voltado costas ao passado que a tua família te deu, às histórias de cada canto da casa em que nasceste e cresceste, como se tivesses passado uma borracha em todos os momentos do teu crescimento em que os teus pais estiveram lá, para ti, nos bons e nos maus momentos» - mas que dramalhão! Este senhor já pensou em escrever guiões para telenovelas?

 

«Esperaste ser maior de idade, esperaste ter um emprego que te permitisse a independência e a estabilidade necessárias para poderes fazer face às tuas despesas… esperaste pelo momento em que já tinhas a tua mulher, os teus filhos, para evitares ficar só…» - eu diria que se trata de um rapaz muito responsável. Pior seria se saísse menor, sem emprego, nem sítio para onde ir e andasse aí à deriva. Ainda se metia nas drogas...

 

«Pensaste em ti, sobretudo em ti. Não pensaste nem nos teus pais que te fizeram como gente, nem nos teus irmãos que cresceram contigo na mesma casa» - chantagem emocional, pura e dura!

 

«E só abandonaste a casa que te viu nascer e te fez crescer no momento que entendeste» - mas algum homem que se preze (maior de idade) está à espera da autorização do pai para sair de casa e ir à sua vida?

 

«Podias simplesmente, até num gesto de humildade e gratidão, ter pedido para sair» - idem.

 

«Tenho a certeza que os teus pais, por muito que lhes custasse, ou não fosses tu o primogénito da casa - o capitão - te deixariam ir» - mas que pais tão simpáticos! Há pais destes?

 

«Bateste com a porta. E bateste-a com tamanho estrondo que sobressaltaste toda a gente e causaste estragos quase que irreparáveis no coração de quem te fez e te criou» - chantagem emocional, parte 2.

 

Ufa! Ainda bem que eu não tenho um pai assim!

E Para Desanuviar...

... Falemos do Mundial! Afinal, não somos os únicos com jogadores a precisarem de equilíbrio psicológico, depois da bomba que caiu sobre a seleção espanhola. Mas nem era da Espanha que queria falar e, sim, da Alemanha, que, ou me engano muito, ou vai surpreender pela negativa.

 

Depois de uma qualificação impecável (só vitórias), os alemães fraquejaram nos jogos de preparação para o Mundial. Nem começaram muito mal, ao empatarem precisamente com a Espanha de Lopetegui por 1:1, a 23 de Março, mas seguiu-se uma derrota frente ao Brasil, por 1:0, a 27 do mesmo mês. Ambos os jogos foram disputados em casa e havia muita expectativa, principalmente em relação ao último, depois da vitória histórica da seleção germânica por 7:1, nas meias-finais do último Mundial, que pôs o Brasil em estado de choque. Embora se tratasse de um jogo amigável, a derrota desestabilizou a equipa, com jogadores a criticarem-se uns aos outros.

 

Em Maio, deu-se outro acontecimento, aliás fora das quatro linhas, que ainda hoje afeta a seleção: os turco-germânicos Mesut Özil e İlkay Gündoğan, ambos jogadores escalados para o Mundial da Rússia, aproveitaram uma visita do Presidente turco Recep Tayyip Erdoğan a Londres para se encontrarem com ele e lhe oferecerem camisolas suas, autografadas, do Arsenal e do Manchester City. Foram tiradas várias fotografias com os três, coisa que causou bastante mal-estar, pois Erdoğan usou-as nas redes sociais para a sua campanha eleitoral (há cerca de dois milhões de eleitores turcos na Alemanha).

 

Oezil e Erdogan.jpg

 

A 2 de Junho, Özil  e Gündoğan foram muito assobiados no jogo contra a Áustria, essa potência futebolística, e os alemães acabaram por perder por 2:1! Joachim Löw, que ainda tinha quatro jogadores a mais, decidiu, por fim, quem iria definitivamente à Rússia. E foi duramente criticado (também em Inglaterra), por resolver prescindir de Leroy Sané, jovem talento que joga atualmente no Manchester City.

 

No último jogo amigável, a Alemanha não foi além de uma vitória à tangente por 2:1, em casa, frente à Arábia Saudita. Houve mais assobios de descontentamento em relação à exibição da equipa e, na entrevista que se seguiu, Joachim Löw, embora esforçando-se por se manter calmo e amável, não conseguiu disfarçar o nervosismo. O verniz quase acabou por estalar, quando o jornalista tornou a abordar a questão das fotos de Özil  e Gündoğan com o Presidente turco.

 

Enfim, a Alemanha é sempre candidata ao título. Na minha opinião, porém, e apesar da qualificação deslumbrante, a era Löw devia ter terminado no último Europeu, no qual os germânicos ficaram aquém das expectativas. Veremos como correm as coisas, desta vez...

Ânimos e Ódios

Os ânimos estão tão exaltados, que até hesitei escrever aqui no blogue (ninguém gosta de ser insultado). Mas resolvi-me por uma simples razão: o único responsável por este pesadelo é Bruno de Carvalho! Foi ele que desencadeou esta onda de ódio entre sócios e demais adeptos. Esta seria uma boa razão para que se demitisse. A outra razão de peso foi o ataque em Alcochete. Simplesmente inadmissível. Mesmo que BdC fosse pessoa ponderada e nada tivesse a ver com o ataque (ou seja, não tivesse iniciado campanha contra os próprios jogadores - quero apenas dizer isto, não insinuar qualquer outra coisa), o acontecido em Alcochete era motivo suficiente para qualquer Presidente de um qualquer clube do mundo pôr o seu lugar à disposição. Nada justifica aquela violência, mesmo nada! Nem mesmo considerar os jogadores preguiçosos, ou desinteressados (e quem considera isto, devia perguntar-se porquê), e tendo em conta que ganham balúrdios. Nada justifica que sejam agredidos e aterrorizados no seu local de trabalho. E o Presidente do clube é o responsável máximo pela sua segurança.

 

Queria dizer ainda duas coisas:

 

1 - Não acho que este blogue tenha descido de nível, como li em alguns comentários. Continuo a ter muito orgulho em pertencer a esta equipa e solidarizo-me com todos os posts publicados. Mesmo todos!

 

2 - Temos poderes para filtrar os comentários, por isso, pela primeira vez, apagarei aqueles que considerar ofensivos. Discordar, com argumentos válidos, é uma coisa; passar a ataques pessoais, não respeitando a dignidade humana, é outra.

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