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És a nossa Fé!

Reflexão no Dia do Trabalhador

Por ocasião de mais um Dia do Trabalhador, quero aqui recordar que num passado recente o Sporting teve um presidente que despediu sumariamente um jogador só porque este lhe pediu um prémio por ter ganho um jogo. O pedido podia ser inaceitável, mas nada justifica um despedimento sumário - procedimento típico de um "Lago de Tubarões", de um Donald Trump de um reality-show qualquer, mas não de um presidente do Sporting. (Curiosamente, e sem surpresa, esse ex-presidente é hoje residente habitual de reality-shows). Este entre outros exemplos, como expulsar jogadores do autocarro em plena autoestrada... Só estes exemplos justificam as rescisões unilaterais de contratos que o Sporting viria a conhecer no final da sua presidência. Nem era preciso ter havido invasão da academia.
Não admira que tal presidente tenha protagonizado o maior processo de assédio laboral público e contínuo aos jogadores do Sporting, tentando virar ao longo de meses os sportinguistas contra a equipa de futebol. O processo culminou no que é bem conhecido - a referida invasão, as referidas rescisões, a inevitável destituição.
O que me leva a recordar esse evento é que, avaliando as declarações recentes desse mesmo ex-presidente que citei, não existe a menor demonstração de arrependimento da sua parte. Faria tudo outra vez na mesma.
Custou-me muito ver o Sporting a ser dirigido assim e a passar por tudo isto. Causou-me muitos conflitos internos. Felizmente tudo passou, mas não devemos esquecer. É também para isso que existem dias como o de hoje. Feliz 1º de Maio.

Formas de dar notícias

Captura de ecrã 2025-01-15 204337.png

Uma notícia sem interesse nenhum. O único motivo para "A Bola" lhe dar destaque é que diz respeito a um antigo funcionário do Benfica. Nenhuma referência ao Benfica, porém.

Captura de ecrã 2025-01-15 204024.png

 

Uma notícia que não tem nada a ver com o Sporting, mas sim com um jogador que interessava ao Sporting. Diz respeito ao Vitória de Guimarães (uma das maiores vendas de sempre do clube minhoto), que não é referido. O Sporting é referido (como "perdedor"). 

"É para esmagar!" Então não esmagas?

Parece-me que um problema grave - talvez o mais grave de todos neste momento - é o deslumbramento e consequente sobranceria da direção e do presidente. Isso manifestou-se no final da época passada, e traduziu-se na derrota na final da taça. Mas a atitude continua, e a mais recente manifestação, após a saída de Amorim (de que o presidente não tem culpa, como é claro) é a entrega do comando da equipa a João Pereira e aquela atitude de que não foi apanhado de surpresa, isto estava tudo programado e era para ser assim. Varandas parece ter uma confiança tão grande no plantel do Sporting (que é ótimo, apesar das limitações por lesões) e na sua estrutura que acha que qualquer treinador fará do Sporting campeão, um pouco à semelhança de Pinto da Costa e Vítor Pereira em 2011. Estamos muito longe desse ponto, presidente. É bom que se aperceba de que o principal responsável pela atual situação é o senhor e a sua direção. A continuarem assim, depressa se vai apagar o excelente legado que a sua direção deixaria no Sporting. Não é preciso ser "saudosista do Bruno" (que está muito longe de ser o meu caso) para pensar assim. As derrotas que surgiram (e as que vão continuar a surgir se nada for feito) são sobretudo vossas.

Dois pontos

Ponto 1: não é aceitável exigir a um treinador com a experiência de João Pereira que lute pelo título. Essa exigência não existia para Paulo Bento, nem mesmo para Sá Pinto - treinadores que apesar disso eram muito mais experientes e com melhor currículo, comparados com João Pereira, quando pegaram na equipa principal do Sporting.

 

Ponto 2: não é minimamente aceitável não exigir o título a uma equipa como este Sporting, campeão em título, que Rúben Amorim deixou isolado no comando do campeonato só com vitórias, que goleou o Manchester City.

 

Os pontos 1 e 2 parecem-me evidentes e indiscutíveis. E são claramente incompatíveis. A única maneira de os tornar compatíveis é entregar o comando do Sporting a um treinador de créditos firmados.

Meio a brincar, meio a sério: e se o Rúben continuasse a tempo parcial?

Esta publicação só é "meio a brincar" pois eu não sei se o que proponho seria possível de acordo com os regulamentos. Duvido muito que fosse. Mas... e se o Rúben continuasse a tempo parcial? Vinha a Alcochete um dia por semana dar um treino e falar com o plantel como só ele sabe fazer. Durante os jogos do Sporting, mantinha-se em comunicação com o seu amigo João Pereira via zoom ou via skype. No resto do tempo era treinador do Manchester United. Até ao fim desta época seria este o acordo. Afinal, o Jesus Correia jogava futebol no Sporting e hóquei no Paço de Arcos.

Se isto fosse possível, seria a solução menos má. Para o João Pereira seria melhor - teria menos presão do que a que vai ter. É que o Rúben Amorim vai ser mesmo muito difícil de substituir, seja por quem for. As suas duas últimas vitórias, que têm o seu cunho pessoal, demonstram bem essa dificuldade. Não sei se teriam ocorrido com algum outro treinador.

O que proponho não é possível, infelizmente. Esperemos então que isto corra bem. A estrutura do futebol vai ter que ser muito forte até ao fim da época.

Onde estão os puristas?

Desde que Hugo Viana foi anunciado como futuro diretor para o futebol do Manchester City a partir da próxima época, vi sportinguistas a defenderem o despedimento imediato do atual diretor do Sporting.

Com o anúncio da saída a meio da época de Rúben Amorim, esteve muito bem a direção ao defender os interesses do clube, exigindo a sua permanência num ciclo de jogos importantíssimo até uma pausa para seleções. Vieram piadas de muitos adversários do Sporting, como era de se esperar. Qualquer sportinguista sabe: se há algo que une os adversários do Sporting são as piadas sobre o Sporting. Deveriam ser a elas imunes. Mas não: depois do Hugo Viana exigiam o afastamento imediato de Rúben Amorim (como queria o Manchester United), pois "não teria condições" de continuar à frente do Sporting.

Nesta altura pergunto eu: e se tivesse sido feita a vontade deles e Rúben tivesse sido afastado logo, em nome da "respeitabilidade" (dizem eles) do Sporting? Teria sido essa a atitude de João Rocha, quase de certeza. Alguma vez teria sido melhor?

Tenham juízo.

Ingrato, talvez; traidor não

Não faz sentido nenhum falar-se em traição de Rúben Amorim. Traição seria sair a meio da época para um adversário. Em nenhuma circunstância o Manchester United será adversário do Sporting esta época. Lamento por isso quem fala em "traição", como o sempre destemperado José Dias Ferreira, e lamento as faixas colocadas ontem no exterior do estádio.

Dito isto, é claro que só posso lamentar a decisão de Rúben Amorim. Essa decisão torna-se ainda mais lamentável depois de ouvir o discurso sobre a estabilidade de que falei no meu texto anterior. Desse discurso conclui-se: o Sporting não poderia ter feito mais por Rúben Amorim. E por isso merecia a gratidão de não ver o seu treinador sair numa altura nada conveniente para o clube, a meio de uma época, a meio de um projeto. Amorim sabia disso, também preferia não sair agora, mas no entanto teve as suas compreensíveis razões, que explicou bem ontem. Mas optou por sair, uma escolha que do ponto de vista do Sporting revela ingratidão. Mas a ingratidão, ao contrário da traição, perdoa-se. Muito mal estaria o Sporting se não reconhecesse tudo o que Rúben Amorim fez. Ingratos estaríamos a ser nós. Por isso, muito obrigado por tudo, Rúben. Muitas felicidades (enquanto não fores adversário do Sporting). Quem sabe um dia regresses. 

Continuar a quebrar tradições

Cada maluco com a sua mania, e uma das minhas manias é associar as épocas (boas ou más) do Sporting ao último algarismo. Como têm sido as épocas terminadas em 5? Mistas: não desastrosas, mas não as melhores. Desde que me lembro, em 1985, segundo lugar mas sem troféus. Jejum total também em 2005 (a famosa "época do quase" de José Peseiro), com muitos sonhos mas um terceiro lugar no campeonato. Melhores foram 1995 e 2015, em ambos os casos com saborosas conquistas da Taça de Portugal que puseram fim a longos jejuns de troféus. Mas nada de campeonato.
Nunca, em toda a sua história centenária - nem no tempo dos "violinos" - o Sporting foi campeão num ano acabado em 5.
Para o melhor e para o pior, Rúben Amorim tem quebrado muitas tradições no Sporting. A última foi há uma semana: pela primeira vez o Sporting perdeu uma supertaça para o FC Porto. Nesta época 2024/25, esperemos que Rúben quebre duas más tradições: a do bicampeonato que foge (que dura há 70 anos), e a de não ser campeão num ano acabado em 5. Força, leões!

Razões para uma derrota (II)

Não sou o primeiro a afirmá-lo, mas concordo com quem já o disse: Coates fez muita falta. Atrevo-me a dizer: com Coates em campo não se teria assistido a tal (inédito) descalabro. Houve alguns erros individuais, mas julgo que essa será mais a justificação para a derrota na taça. Na supertaça o pior foi a atitude geral da equipa. A falta de comando. De um verdadeiro capitão (saíram três). Faltam referências. É uma equipa demasiadamente jovem. Não digo isto com a intenção de "crucificar" nenhum dos seus jovens jogadores (algo que tenho visto, e com que não concordo). Mas creio que é mesmo um problema estrutural deste plantel. E isso preocupa-me muito, pois situações como as da supertaça poderão repetir-se ao longo desta época que agora começa.

A este respeito, ler "O fantasma que pairou sobre o Sporting-FC Porto", por Luís Mateus. 

Razões para uma derrota (I)

Já tinha ficado com esta impressão no episódio do "é para esmagar!" antes da final da taça. Está certo que era um vídeo off-the-record, não era a comunicação oficial do clube. Ainda assim, não me pareceu uma forma adequada de motivar os jogadores. Em qualquer circunstância deve-se respeitar o adversário.
A impressão confirmou-se na final da supertaça. Aos 37 min há um festival de pirotecnia, como se já estivesse tudo ganho. A direção será alheia a tal facto, mas não pode ser a acrescentar a supertaça no autocarro do clube quando o jogo ainda nem ia a meio, para depois ter que corrigir - algo que entrou no anedotário.
Qual é a minha impressão? Existe uma atitude geral de soberba em relação ao FC Porto (devido aos 18 pontos a mais na época transacta), atitude essa que parte da direção (que deveria dar o exemplo) e se transmite ao treinador e à equipa. E que se traduz numa atitude displicente em campo. Isso justifica em muito as duas recentes (e amargas) derrotas com os portistas. O clube ficou deslumbrado com a brilhante vitória no campeonato da época passada, algo que só pode ser explicado pela falta de cultura de vitórias.

Na Pressão

Já é um lugar comum dizer-se que Rúben Amorim alterou radicalmente o discurso do treinador português - particularmente do Sporting, mas não só. Com as suas declarações antes do jogo da supertaça essa alteração radical manifestou-se mais uma vez.

Durante anos habituei-me a ouvir os treinadores empurrarem sempre a pressão para o adversário. Manuel José, então, era perito nesse tipo de discurso. Era mesmo a "cassete" do treinador algarvio. Fosse qual fosse a equipa que ele treinasse, a responsabilidade de ganhar era sempre do adversário.
Foi a primeira vez que eu me lembro que ouvi claramente um treinador do Sporting admitir que a reponsabilidade de ganhar está mais do seu lado. Ou seja, a ter um discurso de equipa grande. Espero que essa pressão e essa responsabilidade se mantenham ao longo de toda esta época que agora se inicia. A começar pelo jogo de hoje.

Mais uma vez e sempre obrigado, Coates

Há doze anos lançou-se neste blogue uma série, "Os nossos ídolos". Escrevi então sobre o André Cruz, por quem tinha uma predileção especial. Terminei a minha homenagem ao André com uma frase amarga e pessimista. Há já uns anos (provavelmente desde 2018, quando um ex-presidente decidiu brindar o Coates e o Mathieu com uns comentários desdenhosos nas redes sociais após uma derrota em Madrid) que tinha concluído que a frase estava, felizmente, ultrapassada. Não retiro de forma nenhuma a homenagem ao André (e a minha admiração e agradecimento por ele mantêm-se), mas sobretudo graças ao Coates retiro aqui a última frase desse texto. Era válida em 2012, mas não o é desde 2016. Coates foi um dos melhores centrais da história do Sporting e o mais importante capitão desde o Manuel Fernandes. Merece ser homenageado ao nível do que o Manel é homenageado hoje (o Manel merecia uma homenagem maior, mas essa é outra conversa). Será sempre um dos nossos. Obrigado por tudo.

Voltou o Paulo Garcia!

O antigo pivô do "Dia Seguinte" (na imagem, num dos momentos mais  memoráveis do programa) apresentou ontem o "Jornal da Meia Noite" na SIC Notícias. O bom do moderador, ao dar a notícia da receção ao Sporting na Câmara Municipal de Lisboa, garantia que "centenas" (sic) de adeptos celebravam os novos campeões nacionais. As imagens davam conta de uma Praça do Município cheia; mas é evidente que eram "centenas". Muitas dezenas de centenas. Provavelmente uma centena de centenas. Era isso que Garcia queria dizer. Tudo centenas. Ou isso, ou possivelmente só sabe contar até 100. Será que entretanto já aprendeu alguma coisa sobre os monumentos de Braga?

{ Blogue fundado em 2012. }

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