Uma sugestão ao jornal 'Record'
Amigos do Record: simpatizo com o vosso jornal, que leio com regularidade quase diária, e respeito o trabalho que fazem, por vezes em circunstâncias nada fáceis - sem prejuízo de discordâncias pontuais que já tenho assinalado aqui.
É nesta qualidade de leitor atento que venho sugerir-vos uma alteração de método nas classificações que costumam atribuir aos jogadores no final de cada partida. Faz pouco sentido avaliá-los só com notas de 1 a 5: é uma margem demasiado curta para percebermos as subtilezas da actuação de cada um, num desporto em que muitas vezes o segredo do sucesso (ou do insucesso) está nos pormenores.
Reparem no que sucede hoje na página 6 da vossa edição impressa: todos os jogadores titulares da equipa das quinas recebem nota 3 pelo desempenho nos 120 minutos da partida disputada ontem frente ao Chile, que terminou 0-0 e acabou por ser desempatada com penáltis, favoráveis à selecção sul-americana. Mas alguém acredita que William Carvalho e Cédric, dois gigantes ontem no relvado, mereçam ser contemplados com a mesma nota que o desastrado José Fonte, o inábil André Gomes ou o perdulário André Silva? Claro que não.
Sugiro-vos portanto que alterem a vossa bitola. Adoptem a que vigora nos diários vossos concorrentes (A Bola e O Jogo), que avaliam os jogadores de 1 a 10. Não precisam de pagar direitos de autor: nenhum deles foi pai da ideia. E há que assumir sem complexos nem preconceitos que a concorrência tem por vezes melhor critério que nós. É o caso.
Parece-me a ocasião propícia para tal mudança: estamos no defeso futebolístico, antes do início de uma nova temporada. Ponderem nisto. E recebam as minhas saudações desportivas.