Uma questão de equilíbrio
Quem seja dos tempos de Malcolm Allison, com certeza se recorda bem de Manuel Fernandes, de Jordão e de António Oliveira, mas dos outros terão dificuldade em dizer os nomes.
Nem farão ideia de quem era um Eurico, um Barão, um Virgílio ou um Nogueira. O Esgaio ao pé deles é um predestinado do futebol.
Numa equipa de futebol nem todos podem ser estrelas, para alguns poucos tocarem piano todos os outros o terão de carregar.
Por isso aplaudo a azia de Gyökeres no final da Supertaça. Os pianistas Gyökeres e Pedro Gonçalves estiveram lá.
Por onde andaram os carregadores de piano?
Alguns não aguentaram o peso e andaram por lá, outros deixaram-no cair com estrondo aos 60 minutos.
Não há lugar para cinco Braganças/Mateus/Catamos/Quendas/Trincões/Ribeiros/Nuno Santos. Muito menos para oito.
Com a saída de Coates e Paulinho, dois carregadores de piano de excelência, o equilíbrio do plantel ficou comprometido.
E quando adicionamos às características físicas a resistência, a maturidade e a liderança, então não se fala.
Sou um fervoroso apoiante da formação, mas não sou irrealista. Os jovens têm de ser complementados com jogadores experientes e fisicamente diferenciados. Mais altos, mais fortes, mais intensos.
Foi exactamente dentro desses princípios que ganhámos dois títulos nacionais. Enquanto as hienas berravam contra os Feddais e os Paulinhos, íamos ganhando.
A pré-época terminou mal.
O Sporting parte para a época com um plantel falho de equilíbrio, fisico e emocional. Os jogos podem facilmente tornar-se numa roleta russa com resultados que poderão ser problemáticos.
A solução? Não é agora que vão encontrar um Palhinha ou um Oceano algures. A solução só pode ser pôr no onze os mais altos e fortes e deixar os dois pianistas tratar do resto.
SL