Uma pátria de poetas (a minha pátria é a língua portuguesa)
Muito se tem falado e escrito sobre o momento Bocage de Bruno de Carvalho (BC), contudo, ao esmiuçarmos a questão, constatamos que já outros, antes dele, elaboraram acerca do futebol e poesia.
Manuel Alegre, sobre Eusébio:
Buscava o golo mais que golo: só palavra.
Abstracção. Ponto no espaço. Teorema.
Despido do supérfluo rematava
e então não era golo: era poema
Lá está, Cristiano Ronaldo (põe-te bom, pá) e Pauleta podem ser os maiores marcadores de golos da selecção mas Eusébio continuará a ser o maior marcador de poemas.
Já falei no momento Bocage de BC mas ainda não falei no momento Gabriel, o Pensador, de Jorge Nuno Pinto da Costa, o silêncio, a ausência de comentário, Nádegas a declarar, portanto.
Enfim, melhor seria, pensarmos antes de falarmos, seguirmos o conselho de Romário a Pelé:
Calado é um poeta ou adaptando a frase a grande parte dos protagonistas do futebol indígena; calados seriam uns poetas.