Uma mão cheia de nada
Mais uma entrevista de Pedro Madeira Rodrigues, desta vez ao jornal A Bola. Mais um imenso vazio ao longo de duas páginas impressas: pelo menos metade das perguntas ficam sem resposta. O resto é um festival de lugares-comuns.
Que chega a ser confrangedor.
Alguns exemplos, que transcrevo com a devida vénia:
« - Que planos tem para o futebol do Sporting no caso de ser eleito presidente?
- Vai passar tudo por uma aposta estratégica em aproveitar bem a Academia, em ela voltar a ser líder e para isso a primeira coisa que temos de fazer é apostar nas pessoas certas. Vão perceber, com a apresentação da nova estrutura, que vamos fazer esse caminho. (...)
- E quem pode fazer isso, que pessoas?
- Temos pensado um nome de coordenador para o futebol mas que seja simultaneamente uma pessoa para a formação e que tenha depois uma relação directa com uma pessoa que na minha cabeça pode ser alguém que está na estrutura mas com quem não posso falar antes.
- E no futebol profissional? É inevitável falar do treinador...
- É e isso já articulado com este coordenador para o futebol. Já prometi aos sportinguistas que vou apresentar o treinador antes das eleições e é isso que vou fazer.
- E sobre um director desportivo?
- Não lhe chamaria um director desportivo, será um coordenador para o futebol profissional mas também para a formação.
(...)
- E quantas contratações [de jogadores] cabem nesta equação?
- Terei de ver com o meu coordenador, com o meu treinador. Mas não estou a pensar em fazer 15 contratações de uma vez. isso não é sustentável e não ajuda à competitividade. Agora este plantel tem evidentes lacunas, apesar das mais de 100 contratações...
- Que lacunas são essas?
- Não vou ajudar a desestabilizar a equipa. Para mim os jogadores do Sporting são os melhores do mundo.
- E para a estrutura da SAD?
- Serei o presidente e depois o mais importante para as pessoas, para além da parte financeira, que também vou ter, será esse coordenador para o futebol. [Em] ligação estreita com o treinador, que também fala comigo, claro, e depois o tal coordenador que terá uma pessoa a apoiá-lo no scouting e obviamente um team manager, alguém próximo da equipa com quem os jogadores possam ter um à-vontade, um desabafo, que incentive. (...)
- E quando saberemos os nomes dessas pessoas?
- Vou apresentar todos em conjunto, muito em breve.
Mais do mesmo: uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma.
Faltam onze dias para o escrutínio.