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És a nossa Fé!

Uma derrota humilhante

Quaisquer que sejam as razões, e já lá vamos, o Sporting inicia esta época de forma ainda pior do que iniciou a última, de novo vergado a uma derrota humilhante, mas que neste caso afasta a equipa das competições europeias, e dos encaixes financeiros e valorização dos jogadores daí decorrentes.

Tal como na Supertaça do ano passado, foi um jogo com duas partes bem distintas. O Sporting chega ao intervalo com igualdade no marcador, a jogar melhor e a criar mais oportunidades.  O perigo criado pelo Lask resumiu-se a cantos e lançamentos com a mão da lateral que contaram com intervenções desastradas de Nuno Mendes. Já o Sporting, para além do golo, o "pé-frio" Vietto desperdiçou uma ocasião flagrante e Nuno Santos não conseguiu definir duas boas incursões pela esquerda com jogadores soltos na área para encostar. Teve o Sporting nessa primeira parte capacidade para ultrapassar a primeira linha de pressão do Lask, acelerar no meio-campo e colocar em dificuldades a defesa em linha dos austríacos. O golo marcado foi uma bela jogada que envolveu Matheus Nunes, Porro e Nuno Santos, que centrou com precisão para uma bela cabeçada de Tiago Tomás.

Na segunda parte, o Lask entrou de novo a pressionar e a correr, e o Sporting... desconjuntou-se completamente. Os jogadores foram perdendo dinâmica, os duelos a meio-campo eram invariavelmente perdidos, os passes transviados, a equipa tentava sair a jogar, perdia a bola e levava com os contra-ataques do adversário. O individualismo veio ao de cima, e Wendel fazia piscinas até perder a bola num choque qualquer e deixar a equipa descompensada atrás. O segundo golo do Lask surgiu assim, o desarme de risco de Coates que levou ao terceiro também, o quarto a mesma coisa, e o quinto e o sexto não apareceram porque não calhou. Entretanto entrou um Sporar desmoralizado que, desmarcado, passou ao guarda-redes.

E foi assim, o Sporting, tal como o Rio Ave, fora da Liga Europa. Como o Benfica ficou fora da Champions. 

 

Vamos lá então às razões:

1. Além de o Lask estar numa fase mais avançada da época, o Sporting teve uma das piores pré-épocas da sua história, com um surto de Covid que afectou meia equipa, treinador e médico incluidos, e confinou os restantes, ficando dois jogos por disputar e condicionando os treinos. Não deixa de ser estranha esta questão. Vietto e Battaglia vieram de Ibiza contaminados. Algumas semanas depois fica meia equipa. Palhinha anuncia casamento e contamina-se a seguir. Pelos vistos, o médico ainda não está curado. Que se passou exactamente? 

2. Se para Jorge Jesus a prioridade máxima é sempre encontrar um grande ponta-de-lança, daqueles que se sentem como peixes na água na pequena área, para Hugo Viana parece que é mesmo a última, e depois da venda de Bas Dost por um valor irrisório só meia época depois veio Sporar, mesmo assim mais um avançado móvel do que um ponta-de-lança de área, e nesta época veio Pedro Gonçalves, veio Nuno Santos, vem agora Tabata, são 15M€ no total, mas ponta de lança, zero. E ontem nem com Sporar alinhámos no início. A verdade é que um bom e alto ponta de lança é fundamental não apenas ofensivamente mas também defensivamente no que respeita às bolas paradas. E tal como contra o Benfica e o Porto no final da época passada, o Sporting continua a ser castigado com golos nesse tipo de lances.

3. O Sporting não se pode dar ao luxo - e muito menos nesta fase de grande dificuldade que o clube e o futebol atravessam - de contratar muito e mal, de fugir ao princípio de quem vem tem de ser bem melhor do que o que existe dentro de casa, de não ter uma estrutura de scouting que descubra qualidade a baixo preço. O Sporting continua com demasiados jogadores encostados, que ninguem quer, frutos de erros de casting desta Direcção e da anterior. Por outro lado, continuam a sair jogadores que faziam coisas que os que vieram não fazem. Por exemplo, Gelson Dala teve a sua oportunidade e marcou, o Vietto também a teve e não marcou. Se para mim Nuno Santos foi o melhor em campo do lado do Sporting, Porro falhou no segundo golo mas fez um jogo aceitável, Adán idem no terceiro, Pote entrou já  com o jogo perdido mas falhou no quarto, já Feddal, que vinha para fazer esquecer Mathieu, esteve ao nível do Ilori, com sucessivos erros crassos de posicionamento e reacção ao lance. E custou 3M€. Como é possível? E onde está o ponta-de-lança?

4. Amorim é um jovem treinador de grande potencial. O que custou agora pouco importa, o que importa é ter condições para que as suas qualidades venham ao de cima, em termos de vitórias no campo e na valorização de jogadores, e ontem mais uma vez tivemos 6 sub-23 em campo, um miúdo de 18 anos marcou o golo. Enquanto houve pernas, o seu 3-4-3, erros individuais à parte, deu conta do recado. O problema foi depois. 

 

E assim voltamos à época Leonardo Jardim, depois de uma das piores temporadas de sempre, fora das competições europeias e um plantel quase sem craques, baseado na prata da casa, substancialmente inferior aos dos dois rivais. Obviamente que, com mais ou menos justificações, a responsabilidade deste estado de coisas é de Frederico Varandas e Hugo Viana, mas o Sporting tem de deixar treinador e plantel de fora da guerra civil instalada, de forma a andar para frente, recuperar os ainda contaminados, fazer os últimos ajustamentos no plantel, focalizar-se na Liga e ir a Portimão garantir os três pontos. 

SL

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