Um certo swing
Não sou gajo para pedir grandes presentes ao Pai Natal. Principalmente quando estamos em Maio. Eu sei: devia pedir à Nossa Senhora de Fátima já que estamos quase em Maio. Mas toda a gente sabe que os pastorinhos eram do Benfica: vêem coisas que mais ninguém consegue ver e acham que Jesus gosta deles. Evitei comparações com a ranhoca, certo? Bom, não era nada disto que eu queria dizer, mas estou demasiado preguiçoso para apagar. Vou em frente. O que eu queria pedir era um defesa central, por favor. Aprendi a ter uma fé imensa no Maurício e no Rojo, mas dei por mim a pensar no Marco Aurélo, no André Cruz, no Stan Valcks, no Naybet. Estou a explicar-me bem? O que estou a tentar dizer é que falta elegância na nossa defesa. Um certo swing, não é? Temos gajos que parecem troncos, jogam tudo o que têm, comem a relva sem beber água e ainda vão para casa mudar os móveis da sala. Eu estou a pensar no gajo que parece mais um bailarino do que um jogador da bola, um gajo com pés de veludo, um gajo que deixe a bola molhada só de lhe tocar com as pontas dos dedos. Era mesmo isto: um defesa central que deixe a bola molhada. Pode ser?