Um caloroso aplauso a estes bravos Leões
Ronaldo marcou, sem festejar, primeiro golo do Real contra o Sporting
O Sporting caiu de pé num dos estádios mais difíceis do mundo, perdendo tangencialmente esta noite com o Real Madrid, campeão da Europa. Estivemos a vencer até ao minuto 89 com uma das melhores exibições da nossa equipa desde sempre na Liga dos Campeões. Uma exibição segura e personalizada, cheia de confiança, que vulgarizou os merengues durante toda a primeira parte e grande parte da segunda, bloqueando as saídas da equipa anfitriã para o ataque e desorganizando a manobra colectiva do Real.
O sonho de triunfar no Santiago Bernabéu desmoronou-se nos últimos cinco minutos desta partida onde nunca deixaram de escutar-se os cânticos de incentivos da forte claque leonina, que ali marcou presença em força. Falta de maturidade, como sublinhou Jorge Jesus no final. E também consequência do desgaste físico acumulado: havia vários jogadores à beira da exaustão.
Quase todos merecem rasgado elogio. Mas vou destacar alguém que acaba de estrear-se na Liga dos Campeões: Gelson Martins, para mim de longe o melhor em campo. Desmarcou-se, fez tabelinhas, centrou, baralhou a defesa, fez a cabeça em água a Marcelo, passou com medida, assinou algumas das mais vistosas jogadas do desafio. E - muito mais importante - revelou eficácia, ao ajudar a construir o nosso golo. Num lance colectivo iniciado numa excelente recuperação de bola por Adrien e prosseguido por tabelinhas entre Gelson e Bryan Ruiz, sendo concluído da melhor maneira por Bruno César, com o seu fortíssimo pé esquerdo.
Já sem Gelson e Adrien em campo, substituídos por um errante Markovic e um apático Elias, o nosso equilíbrio ressentiu-se. Estes reforços, recém-chegados, não estão ao nível dos titulares nem correspondem por enquanto àquilo que Jesus exige à equipa.
De qualquer modo, saímos de cabeça erguida. Orgulhosos desta exibição com seis jogadores portugueses no onze inicial que colocou o Sporting na montra do futebol europeu.
Até parece que não acabamos de perder dois titulares indiscutíveis: João Mário e Slimani. Confirma-se: por cada Leão que cai, logo outro se levanta.