Um argentino indomável
Em primeiro lugar tenho que confessar que desde há muito tenho um fraquinho pelos futebolistas argentinos. Começou ao ver Héctor Yazalde, o "Chirola", a cores e ao vivo, na sua época de ouro e continuou através de grandes jogadores como Aldo Dusher ou Beto Acosta e mesmo com jogadores mais medianos que por aqui foram passando, como Quiroga e agora Battaglia. E outros que deviam ter passado por aqui mas passaram por outro lado. O fraquinho é tanto que até fazia por gostar de Alan Ruiz e via no rapaz qualidades pouco exploradas.
Pois no presente temos no Sporting um futebolista argentino com uma raça e uma atitude incrível, uma capacidade e competência técnica e táctica enorme que lhe permite preencher todo um lado do terreno, facilmente passou de extremo para defesa, foi utilizado também como médio de transição (se calhar por influência de Manuel Fernandes), actualmente titular e indispensável (dito pelo seleccionador) da selecção da Argentina e que no domingo, com outro argentino, Vietto, durante largos minutos destroçou a defesa do adversário, marcou e assistiu para marcar.
Pode numa situação ou outra perder a calma, pode exceder-se aqui ou ali, mas também já deu provas de grande controlo emocional quando a equipa precisava dele, por exemplo quando provocado a mando do bronco do Norte na última jornada antes do Jamor.
Gosto muito de alguns jogadores que temos actualmente no plantel, mas sobre Acuña apenas posso dizer que com mais três ou quatro Acuñas se calhar a nossa situação seria bem diferente.
Gosto ainda mais dele porque soube encarar de frente quem o insultava, sem medo das consequências, com uma família unida a apoiá-lo, e mantendo a sua aposta no Sporting.
Gosto ainda mais dele porque ouvi o expulso ex-presidente dizer que Bruno Fernandes e ele deviam sair do Sporting para o balneário "ficar mais são".
Um jogador a não perder, a não ser que... tenha mesmo de ser. E algum dia terá de ser. Mas nunca por tuta e meia e sem fazer todo o possível para que continue.
SL