Acabou-se a incerteza: Matheus Nunes sai do Sporting, rumando a Inglaterra, onde integrará as fileiras do Wolverhampton, a equipa mais portuguesa da Premier League.
É excelente notícia para as finanças leoninas, parecendo configurar a segunda maior receita de sempre na transferência de um futebolista em toda a história do Sporting. Confirmando aquela frase de Frederico Varandas, na altura muito ridicularizada por alguns idiotas, de que este jogador «acabaria por pagar a vinda de Rúben Amorim». Recordo que contratámos Matheus ao Estoril por escassos 900 mil euros.
Mas é péssima notícia para o nosso treinador, que tentou tudo para dissuadir Matheus de abandonar já Alvalade. Não custa perceber que o argumento salarial foi decisivo nesta saída, que ocorre a poucos dias de visitarmos o FC Porto para a terceira jornada do campeonato. Lá no Dragão, esta noite, devem ter aberto garrafas de champanhe.
O momento é péssimo, o preço (para o clube e para o jogador) é irrecusável. Tabata nunca devia ter saído - muito menos por aquela verba ridícula. Agora faria ainda mais falta. Mau planeamento da temporada.
Depois de não se fazerem os ajustes necessários já detectados de mais um avançado e um defesa central, ainda vemos sair o meio campo e o Tabata. Gostava de saber de quem é a responsabilidade. Há uns dias escrevi que, para termos aspirações a ganhar algo e manter-nos na Liga dos Campeões, precisávamos de nos apetrechar com mais jogadores para ombrearmos com os principais adversários. Fui criticado. Agora perdemos mais um. Quero ver o que nos espera.
Mas eu perguntei-lhe que jogadores dessas equipas adversárias teriam hoje lugar no onze titular do Sporting e você respondeu-me: nenhum. Afinal temos ou não temos jogadores para ombrear com esses adversários?
Se quero jogadores dos rivais? Não! Agora que precisamos de mais jogadores, precisamos. Cristiano Ronaldo seria bem-vindo. Mas na altura certa o Domingos Duarte poderia ter regressado, já que saiu do seu ex clube por um calor ridículo. Ficávamos com o problema do defesa central resolvido. Agora o problema está no meio campo. Sem Palhinha, Matheus Nunes, Bragança e Tabata a coisa pia ainda mais fino. Assim vai ser difícil e não é com 2 ou 3 miúdos com 17 ou 18 anis que resolvemos a coisa.
Então não percebo. Se diz que nenhum jogador do Benfica ou do FCP entraria de caras no actual onze titular do Sporting como é que sustenta também que neste momento não conseguirmos ombrear com essas equipas adversárias?
Eu não disse que nenhum jogador dos rivais não entrava de caras na equipa do Sporting, disse que não escolhia nenhum, o que é diferente. Enzo, Rafa ou Gonçalo Ramos do Benfica, Otávio, Taremi (mesmo além dos mergulhos, encomendados) ou Evanilson do Porto, teriam lugar no Sporting. Se os queria? Não. Prefiro o miúdo do Gil Vicente. O Vitinha ou Navarro do Braga.
Discordo totalmente do seu critério. E sobretudo dessa gincana verbal que o leva a dizer que não queria em Alvalade nenhum jogador do SLB e do FCP enquanto admite que vários deles são melhores que os nossos. Isso parece conversa de político. Dizer tudo e o seu contrário ao mesmo tempo.
Estou mesmo a ver que o seu critério é preferir os de Carnide e das Antas. Mais uma vez, volto a dizer, uma equipa não é feita só de 11 jogadores. Neste momento o Sporting conta com 14/15 jogadores com potencial de serem titulares e mais uns miúdos para tapar buracos. Para uma equipa que quer ganhar alguma coisa é manifestamente pouco. Pelos vistos Amorim e Viana sabem, mas a administração está noutra onda, segundo os rumores. Como já lhe disse, algo se passa lá no Passil e o Amorim não está a gostar.
Você continua a ter enorme dificuldade em explicar por que raio considera que o Benfica e o FC Porto têm plantéis com qualidade superior ao do Sporting. Pode até especificar, posição por posição, que jogadores são esses. Sem esquecer os respectivos bancos de suplentes. Talvez assim consigamos perceber melhor.