Tudo ao molho e FÉ em Deus - Um Acuña contra os Velhos do Restelo
Ser do Sporting é ter o privilégio de fazer parte de uma gesta magnífica, uma história de glória, integrar um conjunto de valores comportamentais que fazem parte da vida do clube. Mas é também a intranquilidade, o credo na boca, o fatalismo. Por isso, ou contra isso, se fez história: chegámos ao final do ano com as esperanças intactas em todas as competições nacionais e continuamos na Europa.
O Rei Leão foi Acuña "Matata", o qual, agressivo, já após ter discutido amiúde com o árbitro e se ter pegado no calor da luta com Coentrão, recebeu uma bola perdida, contornou os médios adversários e mandou um pastel açucarado (sem canela, com o pé direito) que deixou o guarda-redes do Belenenses sem reacção. Não tivesse o nosso Ministro da Defesa, o uruguaio Coates, igualado o belga Svilar no topo dos melhores marcadores de autogolos da época 17/18 e certamente os Velhos do Restelo não teriam lançado os piores agouros sobre a nossa equipa.
O tédio da partida só foi desfeito pelos golos, pelos remates de Battaglia (primeira parte) e de Bruno Fernandes (segunda parte) e por um lançamento da linha lateral de Piccini para Rui Patrício, ao estilo "vintage" do italiano no início da época, que terá feito Jorge Jesus arrancar alguns pêlos da sua farta cabeleira. Viu-se muito pouco futebol e a culpa nem foi do nevoeiro que se fez sentir durante parte do jogo.
Para além de Acuña, Mathieu e Battaglia estiveram entre os melhores. Em sentido contrário, WC teve um jogo mau e continua longe do seu melhor (que é muito bom). Bruno Fernandes esteve vários furos abaixo do que já realizou e Podence foi quase inexistente.
Acabou por ser um jogo "chato", que serviu essencialmente para desmoer o bacalhau com batata cozida e couve e o peru recheado com batata assada, as fatias douradas, as azevias e as filhozes. Os sonhos, não. Sonhos são para alimentar até ao fim da época. Depois, bebamos o champanhe.