Tudo ao molho e FÉ em Deus - O jardim
O Conselho de Disciplina reunir num Sábado e despenalizar Ruben Dias é natural. O que não é natural é Bruno de Carvalho escrever um Post e dar uma entrevista ao Expresso. Ainda se tivesse feito um Powerpoint… Na ordem do futebol português, cada coisa tem de ter a sua “cor” natural. Por isso, para muitos, mais do que um revolucionário ou um reformista, Bruno deveria ser um Restaurador. Olex, de preferência.
Nada do que é dito em cima invalida que, curiosamente, até haja semelhanças entre Bruno de Carvalho e Ruben Dias. Por exemplo, ambos falam pelos cotovelos...
Confesso que tinha um mau pressentimento para este jogo. Aquela ideia de a Madeira ser um jardim (ou será um Jardim?) fez-me lembrar o Festival da Eurovisão e zero pontos garantidos. Também, quem é que se lembrou de deixar de fora o talento de Júlio Resende e a magnífica interpretação de Catarina Miranda em “Para sorrir eu não preciso de nada”? Júlio, aliás, que protagonizaria o momento (o único?) da noite festivaleira, ao piano, lado-a-lado com o fabuloso Salvador e o intemporal Caetano, numa gala onde os espectadores finalmente se sentiram vingados quando um rapper tirou o microfone das mãos de um(a) intérprete. Da Altice Arena para o José Alvalade, veio a dica: porque não te calas? – dirão alguns…Eu, cá, só queria que o Sporting tivesse ganho. É que, para sorrir, não preciso de (mais) nada (que uma vitória).
O jogo arrastou-se, num ritmo pastelão, mastigado, tipo a chiclete de Jesus, com vários jogadores "fora dela". Nesse sentido, Coentrão e Piccini foram os mais exasperantes. Por volta da meia-hora, Joel marcou para o Marítimo, após duplo erro de Coentrão que primeiro fez uma falta estúpida e de seguida deixou o avançado insular marcar nas suas costas. Dost igualou instantaneamente. De seguida, lançado por Battaglia, Bruno Fernandes desperdiçou na cara de Abedzadeh. Pensava-se que o Sporting iria embalar, mas foi o canto do cisne.
A segunda parte foi um deserto de ideias. Jorge Jesus foi lançando avançados ao monte, mas com cruzamentos efectuados de frente, os defensores maritimistas jogaram de "cadeirinha" (de "cadeirinha" deveríamos estar a jogar nós, agora que não temos partidas a meio da semana, mas desde que isso aconteceu nunca mais ganhámos). Entretanto, Battaglia, provavelmente o nosso jogador que mostrou mais querer em campo, foi substituido, de forma a que William pudesse continuar a perder a bola e, quando não a tivesse nos pés, acompanhá-la com os olhos - é que o "Sir", na sua forma actual, parece mais um controlador aéreo que um jogador de futebol. Para o fim estava reservado o pior bocado. O que começou numa luta de galos - entre presidente e jogadores - terminou num frango (de Patrício, o habitual salvador). Faz sentido! O "milho" da Champions é que voou...
Tenor "Tudo ao molho...": Rodrigo Battaglia
#savingprivateryan