Tudo ao molho e FÉ em Deus - NA NA NA NA NA NANI !
O fim de semana havia começado sob a tónica SAD. De um lado, a vitória da sociedade anónima desportiva renegada pelo clube (Belenenses) que lhe deu origem, do outro, as águias tristes (“sad”, em inglês, língua em que se correspondem com a Google) pela derrota. Este resultado, mais o empate do Braga no derby do Minho, dava ao Sporting a possibilidade de voltar a tentar um xeque-ao(s)-rei(s) no tabuleiro axadrezado. Essa era a expectativa para o jogo de hoje.
O controlo do centro é fundamental num jogo de xadrez e Peseiro conseguiu-o ao dispôr os seus peões de maneira diferente daquilo que tem sido usual. Com Gudelj mais solto, Battaglia teve o espaço atrás de que tanto gosta para estabelecer a sua zona de pressão e Bruno Fernandes um apoio mais próximo do que aquilo que vem sendo comum. Adicionalmente, as movimentações de Fredy Montero baralharam por completo os boavisteiros. Após várias trocas com Acuña, o "Rei Cafetero" (grande exibição) ensaiou um roque (jogada que envolve a movimentação contrária de duas peças) com Nani e este fez de Torre ao cabecear com êxito para golo.
No segundo tempo, o Sporting manteve a toada atacante, destacando-se a capacidade de envolver mais peões nos movimentos ofensivos. "El Avioncito" ganhou um livre à entrada da área e Bruno Fernandes cobrou-o directamente contra a barra. Logo de seguida, o colombiano cabeceou para uma defesa "in-extremis" de Helton (bom centro de Bruno Gaspar). Montero estava com o Diaby ao pé da orelha e serviu-o, após mais uma vez ter ganho espaço entre as linhas axadrezadas. O maliano centrou atrasado e Bruno Fernandes marcou um golo de bandeira. A tranquilidade viria somente dois minutos depois, quando um remate de Bruno Fernandes prensado num defesa (após novo bom centro de Bruno Gaspar) ressaltou para os pés de Nani, que não perdoou, aplicando um remate picado a fazer lembrar o segundo golo de Jordão contra a França no Euro84. De destacar neste lance o facto de o Sporting ter conseguido juntar 5 jogadores em zona de perigo, algo inédito nesta temporada.
Tempo ainda para a recriação de um antigo "hit" dos AC/DC voltar a Alvalade com o regresso de Bas Dost à competição. O holandês desta vez não dostou, mas não foi por falta de tentativa por parte dos colegas, que a partir da sua entrada em campo praticamente só jogaram para ele. Mas a noite era de Nani (pelos golos) e de Montero (pela influência no jogo), claramente os melhores em campo esta noite. Saúde-se também o regresso de Mathieu e as boas exibições de "Muttley" Acuña, "X-Terminator" Battaglia e Bruno Fernandes. Nota acima da média também para Diaby, que alinhou hoje de início, trouxe velocidade ao jogo e fez uma assistência, embora por vezes revele um lado trapalhão. A rever. A melhorar com o decorrer da partida esteve Bruno Gaspar, o qual pareceu mais confiante. O resto da equipa esteve regular.
Vitória concludente e a melhor exibição da época. Contente pelo Sporting e por Peseiro, que hoje, apropriadamente contra um adversário que equipa de xadrez, foi finalmente um Grande-Mestre.
Tenor(es) "Tudo ao molho...": Luís Nani e Fredy Montero