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És a nossa Fé!

Tudo ao molho e FÉ em Deus - Lost in translation (Jesus não entendeu o manuel machadês)

Em terra de Cónegos, Jesus não ordenou o plano de jogo correcto, falhando em toda a linha na abordagem (estratégia) a este desafio.

A coisa explica-se em 3 penadas:

1) Bruno Fernandes só pode jogar num meio-campo a 2 se tiver Battaglia nas suas costas. William é excelente com a bola nos pés, mas não tem a intensidade sobre a bola e a rapidez que lhe permitam estancar as vagas de ataque dos adversários, sem uma "muleta" do tipo Adrien ou Battaglia por perto a auxiliá-lo. A dado momento, vimo-lo a correr ao lado de Ruben Lima durante 50 metros, movimento que fez lembrar duas rectas paralelas que, como se sabe, só se encontram no infinito (ou no caso, no fundo das redes de Rui Patricio, se Piccini não tivesse intervido);

2) Ao tentar encaixar o adinâmico Alan Ruiz, em vez de Bruno Fernandes naquela posição, num jogo com estas condicionantes - relva em mau estado e campo mais estreito da 1ª Liga - Jesus entregou logo a rainha antes de começar a mover as suas peças no tabuleiro de xadrez verde-e-branco moreirense;

3) Acuña, um jogador raçudo, que luta por cada palmo de terreno, característica que seria ideal para esta partida, foi preterido em razão de uma pretensa gestão física quando deveria, isso sim, ter sido poupado na pretérita terça-feira contra o Maritimo, para a Taça da Liga. Também em gestão, mas psíquica, acabámos por ficar todos nós, adeptos, após o abalo emocional que a estratégia de Jesus nos provocou (menos mal que, depois deste inesperado desaire, não devemos vêr tão cedo um número humorístico protagonizado pelo presidente).

 

Assim, a equipa jogou sempre muito estendida no campo, abrindo crateras entrelinhas para as penetrações dos médios moreirenses, com os defesas completamente desprotegidos e à mercê de sucessivos contra-ataques originados por constantes perdas de bola de Alan Ruiz. Por outro lado, Manuel Machado teve a inteligência de não recuar linhas e de pressionar a saída de bola leonina, aproveitando a superioridade numérica no meio-campo, dificultando ainda mais a criação do nosso jogo.

 

Os jogadores:

 

Rui Patricio - Ainda a TV nos mostrava repetições do golo do Sporting e já Patricio se via obrigado a mais uma grande defesa. Sem ele em campo, a desgraça teria sido maior, reflexo de ter sido o único a efectivamente pisar o relvado do Comendador Joaquim de Almeida Freitas. Nesse contexto, pareceu fazer sentido que os 10 hologramas arranjados para lhe fazerem companhia tivessem sido pintados com cores berrantes, numa tentativa vã de encandear os adversários. As referências em braille é que pareceram desnecessárias pois ninguém conseguiu "ler" a equipa em campo. Já meritório foi o código Morse introduzido, o qual desta vez conteve uma única mensagem: SOS!

Nota: Sol

 

Piccini - Continua a padecer do estranho mal que consiste em autoflagelar-se, tentando introduzir a bola nas próprias redes. Tem mais ao menos a média de uma tentativa por jogo e ontem cumpriu com essa estatística. Mesmo em terra de Cónegos, não foi possível encontrar um exorcista que o libertasse desse desígnio. Paralelamente, na única vez que conseguiu encontrar a linha de fundo do adversário motivou um canto de onde resultaria o único golo leonino, aliás um autogolo, o que não deixa de ser irónico.

Nota:

 

Coates - Provoca diversos AVCs nos espectadores com aquele seu jeito de conduzir a bola, meio competente meio desplicente, em que a liberta exactamente um centésimo de segundo antes de ser desarmado, quando não existe ninguém a separá-lo das redes de Patricio. Na pré-época, contra o Guimarães, falhou essa fracção de tempo e acabaria expulso, facto que não se esquece tão facilmente e que nos faz subir a pressão arterial quando o vemos a recrear-se em excesso com a bola.

Nota:

 

Mathieu - Não ficou mal na fotografia pelo simples facto de que não ficou na fotografia. Confuso? Por vezes, a invisibilidade é uma arte e o gaulês pareceu dominá-la ontem em Moreira de Cónegos, conseguindo não ficar ligado a nenhum momento relevante do jogo.

Nota:

 

Fábio Coentrão - Em condições de pressão e temperatura constantes, Coentrão é um jogador importante. Vai daí, Jesus coloca-o durante a semana numa redoma, algo que se torna difícil de replicar num terreno de jogo e que leva o treinador a permanentemente equacionar "queimar" uma substituição, mandando aquecer Jonathan desde cedo. O Dr. Varandas é obrigado assim a dividir-se entre a câmara hiperbárica do caxineiro, a máscara de oxigénio do argentino e o desfibrilhador para acudir os adeptos em stress com esta situação. Terminado o jogo, permaneceu imóvel, deitado no terreno, permanecendo a dúvida se o INEM terá sido chamado ou se apenas estava a regularizar o sono (treino invisível).

Nota:

 

William - Jesus conseguiu expor todas as suas fraquezas ao deixá-lo praticamente sozinho no meio-campo. A dado momento pareceu fascinado com as dinâmicas no relvado, constituindo-se mais como um observador do que como um elemento actuante. Fez alguns esforços vãos de tentar organizar o que não tinha organização possível, pois a táctica de Jesus fez jus ao título desta rubrica. Providencial no golo de carambola do Sporting, o que lhe melhora a nota.

Nota:

 

Bruno Fernandes - Quando um jogador que vem dando sinais de cansaço é lançado num meio-campo a 2, com William por detrás, num campo pesado, com uma relva deficiente e adversários que correm muito, está tudo dito sobre a forma como Jesus preparou ente encontro. Quase marcou, na execução competente de um livre directo. 

Nota: Mi

 

Gelson - Pareceu, desde o início, tocado, não sei se fisicamente ou se psicologicamente, dada a táctica que Jesus lhe reservou. Nunca ganhou a linha de fundo e as constantes mudanças de flanco também não ajudaram o seu jogo, nem o da equipa, a qual necessitava mais de um jogador que executasse cruzamentos para a área à procura dos dois pontas-de-lança. Desinspirado, voltou a acertar na barra, especialidade onde ainda se vai doutorar no futuro.

Nota: Mi

 

Bruno César - O seu duelo com o pequeno Koffi (Annan?) foi uma recriação pós-moderna de "a lebre e a tartaruga", em que nem a tartaruga, nem a lebre chegam à meta. A lebre, coitada, saiu de pista desossada e cheia de dores. A tartaruga (Bruno) foi substituida por um miúdo a "atirar aos cágados", não lhe valendo de nada a desistência do seu contendor. Relevante no passe para William donde resultaria o golo.

Nota: Mi

 

Alan Ruiz - Destacou-se por ter prejudicado inúmeros lances de ataque leonino permitindo transições perigosas aos moreirenses. Quando não desarmado, optou por fazer faltas sobre os adversários. Uma nulidade! Mostrou-se tão deslocado no campo como Coco Chanel a passear na Brandoa. Num terreno onde era preciso lutar muito, quem tem a culpa de escalar de início este jogador que continua a equipar de saltos-altos?

Nota: Dó menor

 

Bas Dost - Tentou ganhar bolas pelos ares, nunca virando a cara à luta. Quando teve oportunidades de visar a baliza preferiu altruisticamente assistir Doumbia (especialidade que começou a desenvolver aquando da visita do Vitória sadino), mas o entendimento entre os dois é neste momento semelhante ao que existe entre o azeite e a água. Eu, sinceramente, prefiro o Bas que "dosta" egoisticamente e que nos dá vitórias com os seus golos.

Nota: Mi

 

Doumbia - Não foi ponta-de-lança, nem médio. Pareceu não ter levado guião, ou pelo menos o guião certo, para dentro do campo. Pesado, não mostrou a sua célebre aceleração em espaços curtos, tornando-se presa fácil para os defensores locais.

Nota:

 

Battaglia - Conseguiu estabilizar aquilo que parecia não ter conserto: o meio-campo defensivo leonino, o qual voltou a mostrar músculo após a sua entrada. No entanto, recorreu demasiadamente à falta, o que não ajudou à fluência do nosso jogo. Acabou a central, no "tudo ao molho" com que Jesus terminou a partida, em coerência aliás com o que foi a sua estratégia para todo o jogo.

Nota:

 

Iuri - Entre o medo cénico que entrar em campo com a camisola do Sporting lhe cria e os ares de grande vedeta, o açoriano parece estar a passar ao lado de uma grande carreira. Não consegue mostrar em campo o que lhe víramos em Arouca, no Moreirense ou no Bessa, aparentando não ter estofo psicológico para tão árduo desafio. Estragou todas as jogadas promissoras pelo seu flanco, particularmente três em profusão, o que deixou os adeptos à beira de uma ataque de nervos.

Nota: Dó menor

 

Tenor "Tudo ao molho...": Rui Patricio

 

moreirense2.jpg

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