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És a nossa Fé!

Tudo ao molho e FÉ em Deus - (Estoril) Praia em dia de chuva

Estoril Praia em dia de chuva e frio é coisa para dar cabo da saúde a qualquer um e o Sporting não foi imune a isso. A visita dos canarinhos à mina de carvão em que está transformado o Estádio de Alvalade veio revelar que o ar está saturado, pelo que o perigo de derrocada da equipa é iminente.

 

No fim do jogo, Peseiro criou uma realidade alternativa. Nessa narrativa, o Sporting teria feito uma boa exibição - o que estabelece um novo paradigma para quem durante um jogo inteiro não consegue fazer uma jogada com princípio, meio e fim contra uma equipa da 2ª Liga - e tinha o jogo controlado até, pequeno pormenor, ter sofrido os dois golos do Estoril. Se sobre a qualidade da nossa actuação, o melhor será usar um eufemismo e dizer que Peseiro faltou à verdade, já em relação à máxima de "ter o jogo controlado" importa dizer que se trata de uma expressão da mitologia do ludopédio que é, obviamente, uma falácia e consiste em ficar na retranca e deixar de pressionar o portador da bola. Tal como a saúde, um estado transitório que não augura nada de bom. Ou uma Boa Morte, que foi o que aconteceu, mesmo que não tenha sido o Ailton a assinar a certidão de óbito. E depois, quando foi necessário o "chuveirinho", já lá não estava Bas Dost para ressuscitar a equipa. 

 

Falemos agora de Jefferson, um jogador que deveria ter saído 62 minutos antes. Dir-me-ão que sofremos os golos após já não estar em campo, o que não deixa de ser verdade, embora os dois erros que André Pinto cometeu tenham sido semelhantes aos que Jefferson fez na primeira parte e na mesma jogada. Simplesmente, graças a Salin, não deram em golo. Analisemos o jogo do brasileiro: logo de início, isolado por Mané, em vez de acelerar para a baliza, engrenou a marcha-atrás; aos 13 minutos, servido por Wendel, inexplicavelmente deixou a bola sair pela linha lateral; no supracitado lance foi ultrapassado duas vezes por Ailton Boa Morte, valendo o nosso guarda-redes; aos 20 minutos, após excelente abertura de Petrovic, cruzou para trás da baliza estorilense, a chamada assistência para o apanha-bolas; aos 43 minutos, teve uma recepção de bola desastrosa; finalmente, aos 55 minutos, Petrovic veio à lateral esquerda, em esforço, cortar de carrinho, enquanto Jefferson lá seguia no seu traje de passeio. Escusado será dizer que pelos padrões do treinador leonino terá realizado uma boa exibição. Dado o contexto. O contexto ou com texto de Jefferson é levar sempre o guião errado para campo ou então ser um mau aluno.

 

Diz Peseiro que há jogadores que não têm jogado e que é natural que acusem um pouco. Terá sido o caso de Wendel, que acusou no marcador, obtendo o único golo do Sporting na partida, ou de Lumor, que no último minuto avançou em velocidade pelo seu flanco, driblou dois adversários e colocou a bola na área, algo que, está bom de ver, Jefferson nunca conseguiu.

 

É difícil destacar algum jogador no Sporting. No entanto, pelas movimentações verticais durante o jogo, recuperação de bola e remate no lance do golo escolheria Wendel, dando também nota positiva a Petrovic, Mané, Salin e Bas Dost. No plano oposto, continuo a não perceber o que Peseiro vê em Gudelj. Diaby continua a ser demasiadamente inconsequente, embora tenha registado mais um bom centro atrasado, à semelhança do ocorrido no domingo. André Pinto, que até está rodado e habitualmente é pendular, teve um jogo para esquecer. Bruno Fernandes entrou apático e Montero movimentou-se, mas nunca foi servido em condições. Quanto a Peseiro, integrou-se bem no espírito da noite, contou-nos umas histórias assustadoras e dirigiu um filme de terror, enfim, pregou-nos (mais) uma verdadeira partida de Halloween.

 

Tenor "tudo ao molho...": Wendel

 

P.S. Parece que a altas horas, madrugada adentro, José Peseiro foi despedido. Teve a coragem de pegar no leme numa hora difícil e terá dado o seu melhor nessas circunstâncias, o que, infelizmente para todos, não foi o suficiente. Bem sei que amanhã é Dia de Finados, mas é chegada a hora de cuidar dos "vivos". O Sporting necessita e com urgência. O meu desejo é que Frederico Varandas cumpra a sua promessa de que não mudaria por mudar e que só substituiria o treinador por alguém indubitavelmente melhor.

estoril taça liga.jpg

 

4 comentários

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    Pedro Azevedo 01.11.2018

    Comentário inteligente e mordaz como sempre, mas deixo-lhe uma pergunta: queria o Peseiro ou não? É que nalguns comentários, aqui e ali, fiquei com a ideia que não. Quem derrubou Peseiro? Foram as claques? Se sim, muito mau sinal, não devem ter esse poder e/ou influência, nem o presidente deveria ser sensível a cânticos de Halloween. Eu prefiro partilhar do ideário de FV: se for para mudar que seja para melhor. Assim, creio que terá uma solução. Aguardemos, portanto.

    P.S. os seus terceiros e quartos pontos criaram-me aqui um formigueiro no corpo. Desde Filipe Soares Franco, quem foi o presidente que permitiu aos seus treinadores chegarem ao final da época sem serem despedidos entretanto? Foi Bruno de Carvalho, curiosamente aquele que hoje em dia aparece aos olhos do público como o mais permeável às claques. Dá que pensar.
  • Sem imagem de perfil

    Sportingsempre 01.11.2018

    A resposta e: Queria que Peseiro durasse o tempo necessario para que Varandas tivesse tempo para limpar a casa financeiramente e reajustar o plantel, vindo depois um treinador com capacidade e condicoes para ganhar.
    Varandas e Bruno: Varandas ainda nao teve um treinador seu. Herdou um mal amado pelos socios. Despedindo-o vai ter de escolher a pressa. E pode ter que engolir alguma pastilha indigesta... Octavio Machado dixit...
    S L
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    Pedro Azevedo 01.11.2018

    Estou totalmente de acordo com o que diz (e subscrevo ) e até já tinha escrito aqui no blogue que Janeiro mostraria os primeiros sinais do que FV pretende para o futebol do Sporting. Calendário antecipado, em Novembro já vai a jogo. Que seja pelo melhor!
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