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És a nossa Fé!

Três momentos-chave

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Na avaliação do desempenho de vários presidentes do Sporting tem havido momentos-chave que condicionam a rota posterior dos seus mandatos, marcando-os pela negativa. Todos dominados pela relação conflituosa com treinadores. Em diversos casos, pode hoje concluir-se, nunca mais se recompuseram. 

Só para assinalar dois exemplos flagrantes, talvez mesmo os mais dolorosos, basta recordar o afastamento compulsivo de Malcolm Allison, em 1982, quando o técnico britânico acabara de conquistar com brilhantismo a penúltima dobradinha dos Leões, vencendo e convencendo no campeonato e na Taça, e o despedimento sumário de Bobby Robson, em 1993, a pretexto de uma derrota na Liga Europa, quando a nossa equipa liderava o campeonato.

Nem João Rocha, no primeiro caso, nem Sousa Cintra, no segundo, voltariam a recompor-se. 

 

Mais recentemente, outros três presidentes cometeram erros lapidares na relação com os treinadores ao ponto de a partir daí terem andado a pôr remendos, em fuga para diante: de cada vez que pareciam encontrar uma solução, só arranjavam um novo problema. 

Três pontos de viragem que estão aqui documentados por terem ocorrido já com este blogue em funcionamento. O primeiro, ocorrido após um ano de mandato presidencial. O segundo, quando estavam decorridos pouco mais de dois anos. O terceiro, quando ainda nem se haviam completado dois meses depois da posse.

Passo a recordá-los, pedindo-vos que me perdoem as autocitações. Creio ser por uma boa causa: só o permanente exercício da memória nos previne contra a repetição de erros semelhantes e sucessivos no futuro.

 

13 de Fevereiro de 2012: Godinho despede Domingos

«O sinal interno que se deu foi profundamente errado. Basta dezena e meia de energúmenos, gritando frases típicas de qualquer reles arruaceiro contra os jogadores e a equipa técnica no aeroporto de Lisboa, para fazer tremer a direcção, levando-a a afastar o treinador e tornar letra morta todos as garantias de continuidade proferidas nos últimos meses. Isto incentiva o pior dos populismos. Energúmenos deste género já levaram outras direcções a rescindir com Bobby Robson e José Mourinho, entre outros técnicos de indiscutível craveira. Se a moda pega, noutro dia qualquer os mesmos indivíduos voltarão a gritar impropérios com o objectivo de atrair as câmaras televisivas e fazer cair o presidente praticamente em directo nos telejornais. E talvez até tenham sucesso.»

 

15 de Maio de 2015: Carvalho afasta Marco Silva

«Parece cada vez mais evidente que Marco Silva não permanecerá no Sporting após 31 de Maio. Se vencer a Taça de Portugal, como todos desejamos, a sua saída será um erro colossal da direcção leonina, aparentemente pronta a afastar o único técnico que se prepara para nos dar um título em futebol profissional desde o já longínquo ano de 2008 (quando Paulo Bento conquistou igualmente a Taça de Portugal, seguida da Supertaça). Um erro somado a tantos outros. (...) O experimentalismo contínuo, que não permite sedimentar processos de jogo e modelos tácticos nem criar verdadeira empatia entre adeptos e equipas técnicas, tornou-se lei comum em Alvalade. A instabilidade não vem de fora, vem de dentro.»

 

1 de Novembro de 2018: Varandas despede Peseiro

«Não sendo ingrato, deixo aqui uma palavra de apreço pessoal ao único treinador que na hora mais difícil se dispôs a encabeçar uma missão quase impossível enquanto outros assobiavam para o lado. Sai como bode expiatório da primeira etapa do pós-brunismo, agora encerrada. A que vai abrir-se - sem atenuantes nem desculpas - é toda do presidente, já sem o treinador de Cintra a servir-lhe de pára-choques. Lenços nas bancadas, haverá sempre - ao menor pretexto. Faz parte da autofagia leonina, reforçada pelo contexto em que emergiu o actual elenco directivo no Sporting. Talvez num futuro próximo possam até multiplicar-se, encorajados pelo que sucedeu na madrugada de hoje, pouco depois de uns quantos acenos de despedida num estádio quase vazio para uma prova que nos é praticamente indiferente.»

4 comentários

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    Pedro Correia 04.08.2020

    Já escrevi sobre esse tema aqui.
    https://sporting.blogs.sapo.pt/anda-tudo-doido-5684399

    Todos os anos, por esta altura, a imprensa faz eco das dívidas de certos clubes. Acontece no Verão, por ausência de outros temas. Este ano tudo reforçado pelo desastre completo da prestação benfiquista na temporada de futebol. Para desviar as atenções desse assunto.
    E, claro, a pandemia potenciou situações de incumprimento devido à queda a pique das receitas dos clubes. De todos, não só de alguns.

    Todos os clubes devem a todos os clubes.
    A diferença, no Sporting, é sempre a mesma: aqui dispara-se para dentro como se não houvesse amanhã.
    Nunca oiço os benfiquistas falarem das dívidas do clube.
    Nunca oiço os portistas falarem das dívidas do clube, que até está intervencionado pela UEFA. Têm uma espécie de troika no Dragão.

    Só no Sporting há "verdadeiros adeptos", todo o tempo, a falarem das "dívidas do Sporting".
    Alguns, espante-se, até citam 'A Bola' e 'O Jogo', esses faróis da isenção jornalística.

    P. S. - Não, obviamente, "o dinheiro do Bruno Fernandes" não chegou. Só veio uma parte, como sempre acontece: nenhum clube paga a pronto, nenhum clube paga de uma vez só.
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 04.08.2020

    Por favor deixe de ser um lamúrias, quando se põe a chorar, aparecem logo as viúvas e as carpideiras da desgraça.
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    Pedro Correia 04.08.2020

    Os dias piores são aqueles em que há bar aberto lá no orfanato.
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