Transcrevo, aplaudo e subscrevo
Ficaria mal com a minha consciência se não transcrevesse aqui, ainda antes de acabar o dia, um trecho desta excelente crónica de Pedro Santos Guerreiro hoje publicada na última página do diário Record.
Muita gente tem o péssimo hábito de medir todos os jornalistas pela mesma bitola. Isto é tão injusto como aplicar o mesmo critério a qualquer outra profissão. Por isso faço questão, sempre que possível, de remar contra a maré.
O Pedro Guerreiro é um daqueles jornalistas que merecem ser apontados como exemplo.
Aqui fica um excerto da crónica assinada no Record pelo director do semanário Expresso:
«De cada vez que falamos do que supostamente se passa na casa de alguém, expomos esse alguém à indiscrição generalizada e ao julgamento ignorante. Não é por esse alguém ser figura pública que ganhamos o direito a ter as chaves da sua vida privada. Até porque não é só a sua privacidade que invadimos: expomos também a da sua família. Incluindo filhos menores que são gozados nas escolas, amigos e amigas que são xingados nos supermercados, cônjuges que são olhados de lado e pelas costas. Não é uma generalização: isto aconteceu. E nós, se comentamos, se partilhamos, se olhamos, estamos a participar no ataque ao ponto mais vulnerável que qualquer pessoa tem, seja um jogador ou um presidente.»
Transcrevo, aplaudo e subscrevo.