Teve o resultado que mereceu
Pedro Madeira Rodrigues conduziu a sua campanha à presidência do Sporting da pior maneira possível desde o primeiro momento, como aqui fui assinalando desde Dezembro.
Preparou-se mal, sem um programa credível.
Andou desaparecido durante semanas, viajando pelo Reino Unido e pelo Golfo Pérsico, como se pretendesse lá conquistar votos.
Espalhou-se ao comprido quando decidiu transformar Jorge Jesus em alvo prioritário, anunciando-lhe guia de marcha. Sem nunca explicar como lhe pagaria a indemnização prevista na lei.
Demorou dois meses para anunciar um treinador alternativo a Jesus. Primeiro falou na hipotética vinda de um argentino, depois admitiu que fosse um português. Enfim, chegada a terça-feira de Carnaval, tirou da cartola um espanhol, esquecendo-se que nunca um treinador com esta nacionalidade ganhou até hoje um campeonato de futebol em Portugal.
Teve um discurso de puro ressabiamento, baseado em ataques de natureza pessoal a Bruno de Carvalho.
Debitou chavões decalcados dos que os inimigos do Sporting uivam nas pantalhas todas as segundas-feiras, não hesitando sequer em utilizar os jogadores leoninos como arma de arremesso eleitoral.
Já na recta final, voltou a cometer um erro lapidar ao fazer tiro ao alvo a José Maria Ricciardi - que há quatro anos, tal como ele, votou em José Couceiro - procurando relacioná-lo com Bruno a partir de uma gravação clandestina efectuada em Janeiro de 2013 apresentada como actual. Um acto eticamente condenável que redundou num monumental tiro no pé.
Sai das urnas derrotado em toda a linha. Até para o Conselho Leonino, onde concorria uma terceira lista, ficou em último lugar.
Nem assim parece ter aprendido: contados os votos, fez um lamentável discurso de derrota, mostrando-se mais ressabiado que nunca.
Madeira Rodrigues, o senhor nove por cento, chegou tarde, veio impreparado e revelou-se indubitavelmente amador.
Teve o resultado que mereceu.
Leitura complementar:
- Jesus, o Marco Silva de Madeira Rodrigues