Era este o símbolo do Manchester City em 2012, uma águia dourada.
Uma águia que voava muito alto, tinha enfiado meia dúzia ao FC Porto, seguia em primeiro no campeonato inglês e seria campeão com Mancini ao leme.
Foi este City que nos calhou, um papão que nos iria esmagar.
Um calcanhar mágico cá e uma entrada de leão em Manchester (estivemos a vencer 2-0) foram suficientes para eliminar o papão e vingar os portistas, coitados.
A eliminação aos pés, aos calcanhares do Sporting Clube de Portugal foi tão marcante para o Manchester City que começaram um processo para a alteração do emblema.
Este é o símbolo actual dos "cidadãos", a águia foi escorraçada para longe.
Hoje esperamos que o nosso leão rampante ruja bem forte e que os ingleses (tal como os franceses) "fiquem a ver navios".
Há dez anos o jogo decisivo foi no dia 15 de março (perdemos 3-2 em Manchester, mas passámos) e eu estava em Nova Iorque, desesperado para ver o jogo algures na cidade, num dia em que havia uma final qualquer de basquetebol universitário que movimentava tudo e todos. Eu, para além de fazer anos, queria era ver o nosso Sporting manter o resultado brilhante de Alvalade (1-0), com um golo de calcanhar do central Xandão. Ao fim de umas horas lá consegui encontrar um “sports bar” onde o dono se dignou, contrariado, a ligar uma das muitas TVs na transmissão do jogo. Vi o jogo e passámos. Hoje vamos iniciar novo caminho para sairmos de Manchester com um resultado que nos permita seguir em frente. Vamos a isto!
Hoje com 33 anos, o nosso antigo central que marcou este inesquecível golo ao Manchester City, em 8 Março de 2012, vai estar hoje em Alvalade, na recepção ao mesmo clube.
Oxalá nos sirva de talismã nesta partida da Liga dos Campeões.
Quando em 2012 calhou ao Sporting a equipa do Manchester City, nos oitavos de final da Liga Europa, muitos adeptos leoninos consideraram que a eliminatória estava entregue. A prova desta (quase) certeza estava na forma como a equipa inglesa acabara de eliminar o Porto, na eliminatória anterior, com um concludente 6 a 1 no conjunto das duas mãos.
Mas o treinador do Sporting, o nosso Ricardo Sá Pinto, jamais deixou de sonhar com outro resultado que não fosse a vitória e naquele Dia da Mulher de 2012 a equipa entrou em campo carregada da energia e da garra do seu treinador.
O City acreditou que facilmente ganharia ao Sporting (de quem alguns jogadores nunca tinham ouvido falar, pasme-se???). Porém a nossa equipa nessa noite mostrou-se coesa e corajosa, enfrentando o poderoso adversário inglês de olhos nos olhos.
Chegou o intervalo e as balizas de ambos os lados continuavam invioladas. Muito por culpa dos guarda-redes de ambos os lados.
Reinicia-se a partida sem alterações na constituição das equipas, quando aos 51 minutos Matias Fernandez é chamado a marcar um livre. O jogador coloca a redonda no lugar indicado pelo árbitro, acaricia-a e remata em jeito mas também com força. A bola descreve um arco perfeito e o guarda-redes inglês tem de se aplicar para a bola não entrar directamente no seu lado esquerdo. O esférico sobra então para a sua frente. Só que alguém do Manchester esqueceu-se do nosso defesa Xandão, que quase à boca da baliza, sem marcação e não conseguindo à primeira atirar com êxito, fê-lo da forma mais difícil: de calcanhar!
Um brasileiro a imitar com grande sucesso o seu conterrâneo Sócrates.
Um golo que levantou o estádio, como se pode ver no filme abaixo.
Um golo que valeu a passagem aos quartos de final da Liga Europa.
O de Xandão, de calcanhar. Contra o Manchester City - que acabara de eliminar o FC Porto - nos oitavos de final da Liga Europa. Um golo que nos garantiu a vitória em Alvalade e a conquista da eliminatória (com 2-3 na segunda mão, em Inglaterra). Um golo que nunca mais esqueceremos, a juntar a tantos outros.
Ainda estou para perceber o que é que passou pela cabeça de Franky Vercauteren para ter substituído a dupla de centrais (Dier e Xandão), que tão razoável nota de desempenho teve no último jogo, por uma nova dupla (Boulahrouz e Rojo) que, de novo, esteve francamente mal...
Há alturas em que manda o livro que não se improvise. Hoje era uma delas. Felizmente "Xandão escreveu direito por linhas tortas".
Hoje na Choupana, e por ironia do destino, reúne-se a melhor dupla de centrais à disposição de Vercauteren: ERIC DIER (finalmente na posição certa) e XANDÃO. Vamos ver se "pegam de estaca".
Uma boa notícia por três motivos: abre-se a porta de saída a jogadores que sempre se mostraram pouco mais do que medíocres, cria-se espaço para jogadores mais novos como Dier, Adrien ou André Martins e ainda se poupam uns trocos bem grandes. Mas perante a insistência de Vercauteren em dar a titularidade a Elias e as oportunidades concedidas a Xandão e a Gelson, das duas, uma: ou a notícia é falsa (o que é uma pena) ou o treinador anda pouco preocupado em preparar o futuro (o que é uma pena).
Numa época que correu mal, falemos de algo que correu muito bem. O belíssimo golo de calcanhar marcado por Xandão em Alvalade, a 8 de Março, na vitória contra o poderoso Manchester City, que viria a ser campeão inglês. A rever, sempre. Este passou a fazer parte integrante do nosso património afectivo. É algo que já ninguém nos tira.
De volta, depois de algum tempo sem acesso no trabalho, com muito trabalho e pouco tempo fora dele. E logo em dia de derby consigo aceder ao blog. Parece-me bem.
Os nervos do derby… desde sempre à minha volta. Incontornável por Lisboa.
Mais uma vez, ouve-se de tudo. E a nós (todos) só importa ganhar. Derby é derby, não importam os lugares em discussão. Sempre foi, sempre será.
A nervoseira às vezes dá-me para bloquear, outras para divagar. E eu divago muito sobre a defesa do Sporting. Há anos.
Gostava de dizer que temos centrais para substituir Polga, mas também já vou deixando essa birra de lado. No último jogo em Alvalade ouviu-se “sai com o número 4, Andersen Polga” e houve segundos de espanto, até meu. Era engano, mas foi sintomática a reacção de todos. Goste-se ou não, Polga não costuma sair.
São estes os meus nervos: relembrar momentos e episódios no estádio. Hoje deu-me para aquele.
Já tive várias fases com a defesa do Sporting. Ultimamente optei por pensar que é esta que faz de Rui Patrício o guarda-redes em que se vai transformando. Quando se conta quase só consigo... Brilhante nos dois jogos com o Metalist, brilhante. Fiz promessa de me tornar mais Patricette depois de passados os quartos de final.
Nervos. Faltam menos de sete horas e começa-se-me a entrelaçar o estômago com o coração. Derby é derby.
E estaria a ser injusta com os momentos em que Xandão está bem. Ou com as saudades que tenho de Onyewu. Na verdade, a minha implicação é só mesmo com Polga. Há anos que assim é.
Falava da defesa, mas não falarei mais. Minto, faltou-me isto: gosto muito, muito de Ínsua, embora seja mais a subir e a chutar de longe que gosto dele, do que propriamente lá atrás. Agora sim, não falo mais da defesa porque hoje pouco importam individualmente, interessa que todos joguem para ganhar. E porque com o aproximar da hora, farei cada vez menos sentido.
Moët para celebrar um feito colossal do Sporting. Xandão para recordar o golo mágico que o enorme central marcou em Alvalade e que abriu a porta ao sonho e desbravou o caminho para o momento fantástico que estamos agora a viver. Não, não foi a vitória da humildade. Não fomos humildes. Fomos grandes. Demasiado grandes para o Manchester. Não, não foi a vitória do esforço. Foi a vitória da classe. Humilde foi o futebol do Manchester em quase toda a eliminatória. Sofremos? Claro que sim. Mas, os ingleses também sofreram os golos necessários para ficarem fora da eliminatória. O Manchester tem muito mais dinheiro? Pois tem. O Sporting teve mais futebol. E temos ainda toda a riqueza de que precisamos neste dia de S. Patrício. A memória dos golos que marcámos hoje e do fantástico calcanhar do Xandão.
Só a contratação de Agüero custou 45 milhões de euros aos cofres do Manchester City. Nasri foi contratado por 27,5 milhões. Compare-se: todos os reforços do Sporting para esta época custaram pouco mais de 30 milhões. São números que ilustram bem o abismo entre as duas equipas em termos financeiros. Mas nada disto se reflectiu esta tarde, em termos desportivos, no relvado de Alvalade: ao vencer o City com um fabuloso golo de Xandão, o nosso clube manteve intacta a esperança de ultrapassar os oitavos-de-final da Liga Europa.
O dinheiro não é tudo, o dinheiro não compra tudo. Esta foi uma lição suplementar que os esforçados jogadores leoninos deram hoje aos 34 mil espectadores que assistiam nas bancadas e aos largos milhões que acompanharam o desafio pela televisão.
Gostei mesmo do Sporting, no último jogo. Mais confiança, mais futebol e a raça das anteriores partidas. Faltaram mais golos, mas ainda não se melhorou muito no servir o Ricky (apesar do bom regresso de Capel), a falta de sorte do Elias na cara do golo continua, o Xandão parece ser um bom reforço e o Polga mostrou como ainda é um dos esteios da defesa. Polga, que este ano tem feito uma época muito positiva, ainda que se lhe não perdoe nada em campo - numa manifesta demonstração do 'mais vale cair em graça que ser engraçado'. A uns batem palmas, quando falham, a outros assobiam. Espero que, em respeito para com um bom profissional, os aplausos de domingo venham para ficar. E, sobretudo, que esta melhoria da equipa também venha para ficar.
Afinal não houve dupla Polga-Carriço e o Xandão lá se estreou e demonstrou serviço, sem ficar preso ao cartão amarelo que tão cedo recebeu. Voltou a haver um brinde ao adversário, mas nem isso levou à nossa derrota num jogo em que Rinaudo regressou em estilo e com um grande golo, Carrillo calibrou bem melhor o seu talento e João Pereira entendeu por bem fazer artes mágicas pela direita. E lá se fizeram três golos que dão acesso ao Jamor. Há noites felizes. Esperemos que doravante haja muitas mais.
Merecemos claramente estar aonde vamos estar, em 20 de Maio, ontem golo mal anulado, mais penalti inquestionável, por cima de dois grandes golos - mas aquele que sofremos ontem, e os dois outros que sofremos nesta eliminatória em Alvalade, explicam o lugar em que estamos no campeonato. Xandão foi uma óptima promessa, Rinaudo um belíssimo reencontro (Ricky também, à sua maneira), mas sobretudo Matías está um portento de jogador. Eu desde sempre Matigolista me confesso - mas gosto em especial de o ver a jogar agora, com tanta alegria, e de encontrar uma equipa técnica que confia nele e em que ele também parece confiar. Domingos tem mais que razão, sete meses não são nada para construir uma equipa de raiz, mas o tempo aperta, e os nossos craques, à vez (às vezes: os azares de uns são a benesse de outros) - têm de mostrar o que valem.
Rinaudo é fantástico. Matias esteve muito bem (já foi assim nos últimos jogos). Gostei de Xandão. Carrillo é um jogador esgotante. Tão depressa nos esgota os elogios como a seguir nos esgota a paciência. Polga esteve igual ao que lhe conhecemos nos últimos tempos. João Pereira foi igual a si próprio. Ganhar ao Rui Alves é coisa para encher a alma de qualquer sportinguista. Da arbitragem poderíamos até dizer que coiso mas, como sabemos, os tempos não estão para permitirmos lamúrias. Existe uma forte probabilidade de o Sporting ganhar um título nesta época e de um dos outros dois grandes não ganhar nada. O Jamor tem mais encanto quando se veste de verde e branco.
O homem mais importante no jogo desta quarta-feira é Wolfswinkel, pois é preciso marcar golos ao Nacional. O homem mais esperado é Rinaudo, cujo regresso pode ser o início da recuperação do tempo e dos pontos perdidos desde a sua lesão. No entanto, eu vou estar de olho nos senhores que ficarão à frente de Rui Patrício, procurando ajudá-lo a manter o placard dos donos da casa a zeros. É bem sabido que Anderson Polga e Daniel Carriço não são primeiras escolhas para Domingos, ao ponto de o último estar a ser preparado para médio defensivo. Mas não tenho a memória assim tão curta que não me lembre dos muitos jogos em que essa dupla nos ajudou a vencer jogos importantes. Espero que a história se repita, até porque Xandão deve ser reservado para uma noite que não seja de tudo ou nada.
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