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És a nossa Fé!

Quem acertar ganha um brinde

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Ironias do destino: Bruno Lage, talvez o maior responsável pela transferência de Matheus Nunes para o Wolverhampton, há mês e meio, acaba de abandonar este clube da Premier League. Foi despedido após quatro derrotas consecutivas que atiraram o emblema "mais português de Inglaterra" para o fundo da tabela classificativa: é o terceiro a contar do fim, com apenas uma vitória à oitava jornada.

Segue um teste à perspicácia dos leitores: quem será o sucessor de Lage?

Preocupante escassez de recursos humanos

Sporting, 1 - Wolverhampton, 1

 

Se esta equipa do Sporting fosse uma empresa, diríamos estar perante uma preocupante escassez de recursos humanos. Este início de época será muito desgastante: face à paragem de seis semanas em Novembro e Dezembro, devido ao Campeonato do Mundo no Catar, as competições europeias vão desenrolar-se com vários jogos em prazo curto. O que pode causar estragos suplementares no plantel. Já vamos no terceiro, ainda as competições não começaram: Daniel Bragança, Ugarte e Adán lesionaram-se em fase de preparação. Ou por mero azar ou devido à implacável intensidade dos treinos.

Foi, portanto, um conjunto já desfalcado que entrou ontem em cena no Estádio do Algarve para defrontar a equipa "mais portuguesa de Inglaterra", o Wolverhampton, com cinco compatriotas no seu onze inicial - só menos um do que a nossa. Dois deles, Moutinho e Podence, foram assobiadíssimos do princípio ao fim. O problema da "cultura do assobio" agora instalada nos adeptos leoninos é que em vários casos acaba por constituir um incentivo suplementar para os visados. Aconteceu com Podence, o mais vaiado e também o melhor em campo. 

 

Seria mais importante, creio, aplaudirmos os nossos do que xingarmos os outros. Porque o assobio também pode soar a prémio.

Mas aplaudirmos quem, entre os sportinguistas?

Não seguramente Matheus Nunes, que voltou a fazer um jogo muito abaixo das suas possibilidades. Nem Gonçalo Inácio, que logo aos 13' cometeu um penálti óbvio sobre Pedro Neto em nova demonstração de que devia ser central à esquerda e não improvisado à direita, como acontece devido à prolongada lesão do reforço St. Juste, ainda por estrear. Nem o inoperante Paulinho, com mais tendência para cair na área do que para rematar à baliza.

Ontem o ex-Braga não fez um só remate, mas caiu duas vezes: à segunda justificava-se mesmo a marcação de grande penalidade, convertida aos 44' por Pedro Gonçalves. A quem só por isto elejo o melhor dos nossos. Tenho pena que não tivesse actuado como na meia-hora final frente ao Sevilha, recuado uns metros, como médio ofensivo - posição que parece potenciar-lhe as qualidades.

Morita também voltou a justificar nota positiva, mas trabalha muito desacompanhado e não vai chegar para as encomendas sem ajustes urgentes no corredor central. O japonês está a integrar-se mais depressa na equipa do que Trincão, que continua a parecer carta fora do baralho como ala direito, sempre com um toque a mais na bola. 

 

Dos restantes reforços, destaque óbvio para Franco Israel, agora titular da baliza leonina devido à inesperada lesão de Adán: será ele, tudo o indica, a integrar o nosso onze contra Braga (fora), Rio Ave (casa) e FC Porto (fora) nas primeiras três jornadas da Liga 2022/2023, prestes a iniciar-se. Ter o compatriota Coates à sua frente deve transmitir-lhe segurança: o jovem guardião merece nota positiva. No penálti convertido por Rúben Neves, nada a fazer.

O ganês Fatawu, de apenas 18 anos, voltou a parecer um prometedor reforço nos escassos minutos que esteve em campo neste último desafio da pré-temporada. Dando mais nas vistas do que Rochinha, outro recém-contratado. 

 

Esta foi a pré-época dos empates - exceptuando a tangencial vitória contra a Roma, de José Mourinho, por 3-2. Reforçando a pertinência dos reiterados alertas aqui feitos sobre a necessidade de termos outro avançado, de preferência mais vocacionado para o golo do que Paulinho. 

Por outro lado, é evidente que nem Palhinha nem Sarabia têm por enquanto sucessores do mesmo nível. O facto de Rúben Amorim não ter ontem utilizado Tabata parece confirmar que o brasileiro - criativo, desequilibrador e com golo - poderá mesmo estar de abalada. O que acentua a preocupação para o futuro próximo num início de temporada muito exigente não apenas no plano táctico mas também no plano físico.

Disputar a Liga dos Campeões é excelente por proporcionar grande receita financeira, mas tem este ónus suplementar: há que saber gerir com pinças o grupo de trabalho em várias frentes.

 

Breve análise dos jogadores:

Israel - Oriundo dos juniores da Juventus, sem jogos de equipa principal no currículo. Sofreu penálti (15'), saiu bem (19') e saiu mal (84') da baliza. O titular agora é ele.

Gonçalo Inácio - Pressionado por Pedro Neto, o esquerdino que actua no lado direito da defesa cometeu penálti (13'). Ficou algo marcado por este lance.

Coates - Pêndulo habitual da nossa defesa, que tem sofrido mais golos do que estávamos habituados - em todos os jogos da pré-temporada.

Matheus Reis - Outra adaptação: o lateral esquerdo continua a jogar como central. Momento alto: impediu um golo certo, na linha de baliza (84'). Evitando a derrota.

Porro - Parece andar com os nervos à flor da pele. Não foi fácil enfrentar Podence. Grande remate aos 56', para defesa difícil de José Sá. Substituído aos 78'.

Morita - Tornou-se titular muito depressa devido à ausência de Ugarte por lesão. Bom a transportar e a colocar a bola. Parece com elevado índice de confiança.

Matheus Nunes - Combinou pouco e mal com o japonês no meio-campo. Perdeu a bola (6' e 29') e falhou alguns passes. Incapaz de mostrar o seu melhor até agora.

Nuno Santos - Tem vontade de ser titular absoluto na ala esquerda. Oscilou nos cruzamentos, mas é dele o centro que gera o nosso penálti. Tentou remate, sem êxito.

Trincão - Melhor momento: um remate ao ângulo que saiu a rasar do poste direito da equipa inglesa (73'). Quase sempre desinspirado. Saiu aos 83'.

Pedro Gonçalves - Mais apagado do que no jogo anterior. Mas marcou o penálti - sexto golo dele na pré-época. Excelente passe para Trincão (73'). Saiu aos 83'.

Paulinho - Teatralizou um lance, caindo na grande área, aos 33'. Voltou a cair aos 43': desta vez foi penálti. Saiu com amarelo mas sem remates, aos 68'.

Edwards - Substituiu Paulinho, mas sem fazer a diferença, numa fase em que a equipa já parecia resignada ao empate. Falhou passe aos 77'.

Esgaio - Rendeu Porro aos 78' talvez para poupar o espanhol a algum desgaste físico e emocional. Cumpriu no essencial, sem rasgo nem erros.

Rochinha - Substituiu Pedro Gonçalves aos 83'. Está ainda em fase de adaptação à equipa, o que salta à vista.

Fatawu - Entrou aos 83' para o lugar de Trincão, voltando a agitar o jogo. Não no remate, pois continua com falta de pontaria, mas na pressão alta e na disputa da bola. 

Até para o ano

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Finda a pré-época, resta desejar boa sorte à equipa: boa sorte! Vamos com tudo, leões!

ADENDA 13:54 de 31/07

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Falta-me o ar só de me lembrar (ainda estávamos longe e já se tinha avançado qualquer coisa)

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Aquecimento dos suplentes 

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Aquecimento da equipa inicial

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A garotada que irrompeu campo adentro já tinha saído e Matheus Reis foi oferecer a sua camisola. 

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O autocarro mais bonito da galáxia.

P.S. Estimo que o Senhor árbitro não se cruze connosco muitas vezes. Se num amigável nos trata assim, mal posso esperar por vê-lo num jogo a sério *inserir vernáculo a contento*.

O dia seguinte

Depois do Vilarreal, Roma e Sevilha, foi a vez do Wolverhampton, a equipa mais portuguesa da Premier League, servir de adversário exigente e bem adequado para nos preparar uma entrada na época oficial da melhor forma. Tendo o resultado um valor secundário nestes encontros, o Sporting acabou a ganhar um e a empatar três jogos.

Se calhar pelas cargas físicas da semana, a verdade é que muitos jogadores entraram muito "presos" em campo, lentos a pensar, a executar e a intervir, e assim os passes perdem-se, os desarmes são faltosos, os remates saem sem convicção, e o 3-4-3 "plano A" deixou muito a desejar. Ainda assim, quase todos os do onze inicial ficaram até ao fim do jogo para ganhar endurance para o que aí vem.

O melhor do jogo foi mesmo o desempenho de Morita à frente da defesa: combativo enquanto "teve pilhas" e com excelente passe a curta e longa distância. E também a desenvoltura de Israel a mostrar competência em tudo o que teve de fazer, incluindo uma excelente saída aos pés de um adversário isolado que evitou o golo iminente.

Além disso, é claro que Trincão vale dez vezes mais do que hoje mostrou, que Matheus Reis e Edwards são os jogadores que estão a um ritmo superior aos outros, e que com mais uma semana de trabalho teremos equipa para Braga, que é o mais importante.

É verdade, o Paulinho - também ele muito abaixo do que pode e sabe - assistiu para Trincão falhar, e sacou um penálti. 

SL

Uma treta

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A crise aperta? Afinal parece que não. Pelo menos para alguns. 

 

O Benfica saca por 24 milhões de euros um jogador uruguaio da segunda liga espanhola, com um arrepiante historial de lesões e apenas 20 golos marcados em competições oficiais seniores. Uma espécie de Cavani dos pequeninos. É quanto basta para se tornar de imediato o jogador mais caro do futebol português e a quantia envolvida constituir recorde absoluto na segunda divisão do país vizinho.

 

Entretanto um jogador de segunda linha do Porto acaba de rumar ao Wolverhampton. Currículo do rapaz? Anotem estes números impressionantes: jogou uma vez como titular na Liga, tem um golo marcado no campeonato e menos de 800 minutos ao serviço da equipa principal. "Argumentos" que bastaram para que "o clube mais português de Inglaterra" abrisse generosamente os cordões à bolsa, libertando 40 milhões de euros para os depauperados cofres do FC Porto. O que torna o rapaz no terceiro sub-18 mais caro do futebol mundial, ultrapassado apenas por duas contratações do Real Madrid.

 

Verbas astronómicas como estas, em tempos de severa contracção das receitas financeiras a nível mundial devido às incertezas da pandemia, deviam ser rastreadas como o novo coronavírus. Investigadas até ao último cêntimo.

Mas sou capaz de apostar que isso não vai acontecer. Conclusão: o chamado fair play financeiro no futebol continua a ser uma treta.

{ Blogue fundado em 2012. }

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