Creio que foi uma das lacunas do anterior Conselho Directivo, acertar com os timings de vendas dos jogadores. Proporcionaram algumas das maiores vendas dos clubes, é um facto, mas houve jogadores que claramente passaram o seu ciclo em Alvalade e acabaram por ficar à revelia.
Relembro que Amorim disse que neste Sporting só queremos quem queira cá estar.
Falhámos o timing de venda do William Carvalho, após o Europeu: estava no topo da sua valorização, podia ter saído. O próprio Rui Patrício, apesar de todo o profissionalismo que revelou, sentia-se que também queria experimentar outro campeonato, pelo que poderíamos ter tentado encontrar uma solução. Gelson Martins podia ter tido paciência, ainda só tinha completado o seu terceiro ano na equipa principal.
É um ponto sensível, pois é natural que se queira manter connosco os melhores jogadores. Contudo, mantê-los à revelia parece-me que é a solução menos adequada. Sendo jogadores da formação, creio que o trabalho tem que ser feito desde a base, para que os miúdos tenham vontade de dar retorno ao clube.
Este Verão promete ser quente, com o assédio dos tubarões às nossas principais jóias. Estou curioso para ver como vai ser gerido o próximo mercado, especialmente confirmando-se o que todos desejamos, o Sporting campeão nacional 2020/21.
Texto do leitor Salgas, publicado originalmente aqui.
Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga - cantava o outro. Lembrei-me deste refrão, vejam lá, a propósito de Gelson Martins e William Carvalho.
Quiseram desvincular-se unilateralmente do Sporting, a pretexto do miserável assalto à Academia de Alcochete, com a ambição de darem o salto para outros futebóis. Fizeram orelhas moucas quando Sousa Cintra tentou recuperá-los, naquele triste Verão de 2018. Gelson, sobretudo, foi muito mal aconselhado. Ao que consta, até estaria na disposição de regressar mas deu ouvidos a quem não devia.
Três anos depois, estão ambos fora da mais recente convocatória de Fernando Santos para o início da campanha rumo ao próximo Mundial. E correm o sério risco de ficar à margem do Europeu. Isto enquanto o Sporting - a que eles viraram costas naquele momento tão difícil - está em vias de se tornar campeão nacional e o plantel leonino continua a valorizar-se sob o comando de Rúben Amorim.
Que o digam João Palhinha e Nuno Mendes, que ontem se estrearam como internacionais A, por decisão do seleccionador, na nossa vitória contra o Azerbaijão. Enquanto uns não querem, estão outros à espera. Aposto que Gelson e William já estarão arrependidos do mau passo que deram. Desvalorizados lá fora em vez de se destacarem por cá.
Estamos muito bem servidos com João Palhinha, João Mário, Matheus Nunes e Daniel Bragança. Que é como quem diz, William Carvalho aqui, hoje, não calçava. Nojos à parte, ele que faça o que quiser da sua vida. Já não é nada conosco. Bem, quase nada.
Deve ser azar meu. Sempre que vejo um jogo da selecção em que actua João Cancelo, este jogador tem uma exibição miserável. Acabou de acontecer na nula partida desenrolada na Luz - que parece ter-se tornado o estádio oficial da Federação Portuguesa de Futebol - frente à Ucrânia. Empate a zero no arranque da nossa campanha para o Europeu de 2020. Foi a primeira vez que iniciámos uma ronda de qualificação enquanto detentores do título, mas nem isso galvanizou o onze nacional, onde Bernardo Silva nunca desequilibrou e Cristiano Ronaldo foi incapaz de fazer aquilo que tão bem sabe: marcar golos.
O melhor, para mim, foi William Carvalho. Com uma exibição quase perfeita - a recuperar bolas, a fazer passes longos, a funcionar como um verdadeiro médio de construção. A falta que ele nos faz em Alvalade...
Mas voltando a Cancelo: perdeu bolas, nunca dominou o seu corredor, foi incapaz de fazer um só cruzamento digno desse nome.
O azar, admito, talvez seja meu: provavelmente só o vejo jogar em dias maus. Espero que o azar não seja da própria selecção.
"Comecei no Mira Sintra e com 13 anos fiz um jogo contra o Sporting. Fui chamado e nem hesitei. Sou do Sporting, sempre fui e o meu pai também. A possibilidade de integrar a equipa principal era muito grande e aceitei logo", começou por recordar William Carvalho.
"É uma história engraçada. Quando vim para o Sporting falei com o Aurélio Pereira e ele passou o telefone ao Nani, que já estava na equipa A. Contou-me o que passou para chegar à equipa principal e que o Sporting apostava na formação. Sendo do Sporting, tinha no Nani e no Veloso jogadores que admirava", acrescentou William Carvalho.»
Há um ano, demos cinco secos ao Guimarães no estádio que tem o nome do nosso primeiro Rei. Desta vez saímos de lá com uma derrota tangencial.
Qual foi a diferença?
Para mim, explica-se com cinco nomes: Adrien, Battaglia, Coates, Coentrão e Gelson Martins. Foram titulares na época passada e agora não contámos com nenhum deles - um por castigo, outro por lesão, os restantes por já não integrarem o plantel leonino.
Como dizia o saudoso Otto Glória, que chegou a ser campeão pelo Sporting, «sem ovos não se fazem omeletes». É bem verdade.
A detenção do líder da Juve Leo, acompanhada pela detenção do seu líder espiritual e antigo presidente do clube, no âmbito do processo de Alcochete, vêm reforçar a urgência em tomar medidas relativamente aos apoios às claques, como defendi há 2 dias em post anterior.
Fez bem Frederico Varandas em conseguir acordo pela transferência de Rui Patrício, tal como havia estado bem Sousa Cintra no acordo com William Carvalho e regressos de Bruno Fernandes, Bas Dost e Battaglia. Porque a verificar-se o que nenhum sportinguista quer acreditar, que tenha existido algum grau de envolvimento por parte de dirigentes, o clube correria o risco de ver alguns jogadores conseguirem justa causa.
É tempo de pararem com a conversa dos mansos, golpadas e outras teorias, cada dia que passa se torna mais evidente que em boa hora nos livrámos de quem nos prejudicou e resgatámos o clube para os seus legítimos donos, os sócios.
A propósito de vários comentários depreciativos que vou lendo na blogosfera (e não só) sobre Bruno Fernandes, gostaria também de emitir a minha opinião. Começo por fazer a minha declaração de interesses: para mim, Bruno Fernandes é o melhor jogador do Sporting. Para chegar a esta conclusão, deixei de fora qualquer sentimento de animosidade que pudesse ter contra o homem que rescindiu, alegando justa causa, o contrato inicial que tinha assinado pelo Sporting. Também não dei especial relevo ao facto de esta época estar a jogar menos, dadas as condicionantes físicas (pré-época sofrível) e a alteração do modelo de jogo. Apenas me baseei no seu valor intrínseco: superior visão de jogo, qualidade de remate, passe de ruptura, capacidade de liderança em campo e intensidade e comprometimento com o jogo, que o tornaram, na temporada 17/18, o jogador leonino mais influente (Ranking GAP) e o melhor jogador do campeonato para o Sindicato dos Jogadores de Futebol, para além de ter recebido a sua primeira internacionalização A e de ter sido integrado na selecção nacional que disputou o Mundial.
Embora haja quem nunca tenha gostado do jogador, algo que devo respeitar, tenho para mim que a maioria dos Leitores dá como certo que Bruno Fernandes está muito abaixo dos parâmetros do ano anterior. Principalmente, é mencionado o facto de estar a falhar demasiados passes, o que não deixa de ser uma evidência. Assim sendo, seguidamente, vou tentar apresentar algumas razões do ponto-de-vista táctico que podem justificar esse abaixamento de forma.
O Sporting de 17/18 tinha William como pivot defensivo. Embora este fosse bem menos intenso defensivamente do que Battaglia, a sua qualidade de passe era bem superior. De entre o leque dos seus refinados recursos técnicos destacava-se o passe vertical rasteiro, que entrava entre linhas do adversário, deixando Bruno Fernandes, no meio, de frente para os defesas contrários. Ora, esta época, com Battaglia, as coisas são diferentes. Batta é um jogador de arrastamento de bola, não de passe, muitas vezes evoluindo na perpendicular à baliza contrária, e com isso Bruno acaba por ter de se deslocar para as linhas laterais, não tendo (ainda por cima) Bas Dost para responder aos seus cruzamentos. Apesar disso, se olharmos com atenção, verificaremos que continua a ser o jogador mais influente da equipa, tendo participado em 7 dos 12 golos do leão (Jovane é o segundo com 6). Vendo ainda mais cirurgicamente, concluimos que as melhores acções de Bruno ocorreram quando recebeu a bola na zona central do terreno. Foi daí que marcou e assistiu (Dost) em Moreira de Cónegos, lançou Jovane para uma assistência contra o Vitória de Setúbal, combinou com Montero e marcou contra o Marítimo ou serviu Nani para este centrar de forma geometricamente perfeita para Raphinha contra o Qarabag. Para além do golo de penalty contra a equipa insular. A excepção que confirma a regra ocorreu na Luz, quando sobre a direita assistiu Montero, em lance que terminaria com uma grande penalidade a nossa favor.
Considerando este pressuposto como correcto, resta perguntar-nos como pode Bruno Fernandes ser optimizado, recebendo mais bolas no corredor central. Ora, na minha modesta opinião, aqui existe um constrangimento, relacionado com aquilo que me parece ser o grande calcanhar de aquiles táctico deste novo Sporting: o duplo-pivot não ajuda a mitigar as deficiências de qualidade de passe de Battaglia. Teorizando, a existência de um jogador mais perto de Bruno Fernandes ajudaria este a soltar-se mais, na medida em que Gudelj ou Wendel chamariam a si adversários e libertariam Bruno com esses movimentos, podendo este receber a bola, sem marcação, de frente para a baliza e com opção de passe ou remate. Actualmente, a Bruno é pedido que seja um dois-em-um, que tente ganhar também a segunda bola, ao contrário do que ocorre nos clubes rivais. Enquanto Gedson, Pizzi ou Gabriel, Herrera ou João Novais, tudo números "8", aparecem muitas vezes nas imediações da área contrária, no Sporting, Bruno coloca a bola e ainda tem de ir a correr tentar ganhar um ressalto. Até porque se olharmos para a disposição da nossa equipa em campo, ela parece adoptar a "Táctica do Pudim" (Molotof, na circunstância), que consiste em ter grande cobertura de jogadores à volta do campo, mas com um buraco no meio, concretamente o espaço deixado vazio entre o duplo-pivot e o "10" (Bruno).
Evidentemente, nem tudo obedece aos conceitos tácticos e é preciso entender que Bruno não tem estado feliz no passe, não obstante ajudar a equipa na pressão alta e recuperar algumas bolas. Igualmente importante será perceber onde perde a bola. Como jogador experiente que é, sabe onde pode e deve arriscar e, até hoje, de nenhuma das suas perdas de bola resultou algum golo contrário. (Em contraposição, em Braga, uma troca de passes entre Montero e Ristovski, veio a ocasionar o golo bracarense.) No entanto, e receando a menor certeza recente do seu passe, talvez seja pouco prudente apostar actualmente nele para "8". Mais tarde, e na medida em que a sua capacidade física e técnica volte ao normal, tal poderá ser uma boa solução, permitindo que Nani jogue mais interiormente (como "10") e que Jovane emparceire com Raphinha nas alas.
Como era de esperar, a pequena legião de órfãos de Bruno de Carvalho apressou-se a inundar as redes sociais com críticas à administração da SAD liderada por Sousa Cintra pelo alegado "preço de saldo" a que William Carvalho foi transferido para o Betis.
Qualquer pretexto agora lhes serve para a crítica. Depois de andarem cinco anos a fazer vénias e dizer amen.
William sai do Sporting - enterrando-se assim um contencioso de desfecho muito incerto e seguramente prolongado em sede judicial - por 16 milhões de euros, correspondentes a 75% do seu passe, acrescidos de quatro milhões por objectivos, individuais e colectivos, que o jogador cumpra ao serviço do novo emblema. Objectivos perfeitamente realizáveis, a que se junta a obrigação de o clube espanhol pagar mais cinco milhões se o Betis atingir a Liga dos Campeões, com a opção de comprar 20% do passe do jogador por 10 milhões.
E ainda ficamos, em qualquer dos casos, com uma percentuagem do passe nunca inferior a 5%.
O negócio celebra-se, recordo, numa altura em que o Sporting enfrenta dificuldades de tesouraria, acaba de sofrer sérios danos reputacionais e tem urgência em virar a página aberta pelos dramáticos acontecimentos de Alcochete, com ampla repercussão mundial.
Está em causa um jogador que se desvalorizou desde a brilhante prestação no Europeu de França, sem qualquer paralelo com o desempenho revelado pela selecção no Mundial da Rússia. Acresce que, a dar crédito à palavra de Bruno de Carvalho, o Sporting nunca recebeu qualquer "proposta irrecusável" sobre William.
Aqueles que agora mais urram em furioso protesto contra esta suposta "venda a saldo" passaram uma época inteira a clamar contra William, chamando-lhe de tudo, insultando-o nas mesmas redes em que agora gritam que jamais quereriam vê-lo fora do Sporting por um montante inferior a 30 milhões.
Alguns, ainda mais tontos, andam por aí a escrever, em prosa histérica, que preferiam "perder em tribunal" contra este e outros jogadores que rescindiram. Não imagino como supõem eles que o Sporting pague as contas, presentes e futuras. Sabendo-se ainda por cima que a FIFA recomenda sempre a negociação em casos como estes para causar o menor dano possível às partes envolvidas e tem actuado com muita firmeza em todas as situações de violência dentro ou fora dos recintos desportivos.
Os tais que consideravam William "entulho" berram agora como virgens ofendidas perante os 20 milhões de euros que seguramente 25% do seu passe rende aos cofres leoninos, como se aos olhos deles o médio defensivo tivesse subitamente reencarnado em príncipe do futebol. Esquecidos de casos tão emblemáticos como as saídas de Moutinho, Carriço, Dier, Ilori, Bruma ou Cédric - todos vendidos, pelas três anteriores direcções do Sporting, a preços muito inferiores ao seu real valor.
A ligação de William ao Sporting era uma página já virada. A diferença era saber se nos rendia dinheiro certo ou uma série infindável de trapalhadas jurídicas de desfecho mais que incerto. Sousa Cintra optou pela primeira hipótese, com o acordo do jogador. E fez muito bem.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre WILLIAM CARVALHO:
- Eu: «Visão de jogo, antecipação sagaz da manobra adversária, colocação milimétrica da bola à distância, capacidade de variação de flancos, habilidade natural para recuperar e reter a bola: ele oferece tudo isto em doses generosas. É muito bom no momento defensivo, patrulhando com rigor a vasta zona que lhe é confiada, e é ainda melhor no momento ofensivo, ao desenhar linhas de passe que por vezes só ele vislumbra e ao colocar com precisão de relojoeiro a bola nos pés dos companheiros em movimentos de inegável classe, sobretudo na meia distância ou na distância longa.» (16 de Agosto)
- Eduardo Hilário: «Adorava poder contar durante este ano com Rui Patrício, Fábio Coentrão, William Carvalho, Adrien Silva, Bruno Fernandes e Gelson Martins.» (31 de Agosto)
- Pedro Azevedo: «Saberá compreender o desígnio de representar uma grande instituição e, como pérola que é da nossa formação, dar o rendimento desportivo que se espera dele. Haveria melhor forma de ficar na história do clube do que, envergando a braçadeira de capitão, oferecer à nossa indefectível massa adepta o título de campeão nacional?» (5 de Setembro)
- Luciano Amaral: «Voltou a fazer uma exibição ao alcance de poucos. Ele é, há vários anos, um dos melhores jogadores do campeonato português, cujo azar é ser do Sporting: para ele, não há cá "maradonas de Loures" e "bulos da Musgueira", tem de provar todas as semanas - e mesmo assim não prova nada, porque sobre ele se continuam a debitar as mesmas cretinices de sempre. Saberá compreender o desígnio de representar uma grande instituição e, como pérola que é da nossa formação, dar o rendimento desportivo que se espera dele. Haveria melhor forma de ficar na história do clube do que, envergando a braçadeira de capitão, oferecer à nossa indefectível massa adepta o título de campeão nacional?» (18 de Setembro)
- José Navarro de Andrade: «Na Battaglia do meio-campo tivemos um problema do Carvalho.» (4 de Janeiro)
- Pedro Oliveira: «A carreira de William não foi toda a falhar penalties. Recordo um decisivo, com Tanaka, João Mário ou Slimani em campo, que William foi chamado para converter aos noventa e tal minutos de jogo e marcou.» (28 de Janeiro)
- Francisco Almeida Leite: «Muitos consideram-no lento, mas ele é capaz de recuperar bolas impossíveis e de lançar em profundidade o ataque como poucos na sua posição.» (12 de Junho)
Este grande jogador chama-se William Carvalho, muitos consideram-no lento, mas ele é capaz de recuperar bolas impossíveis e de lançar em profundidade o ataque como poucos na sua posição. Com um estilo inconfundível, este angolano de nascimento é campeão europeu por Portugal e não voltará a vestir esta camisola ou a usar a braçadeira de capitão. Há um responsável por isto: chama-se Bruno de Carvalho.
Enquanto o Sporting Clube de Portugal, instituição centenária, continuar presidido por um arruaceiro aspirante a déspota ao pior estilo coronel sul-americano, desprovido de educação, que a todos insulta e ameaça, usando as claques como guarda pretoriana para intimidar, atiçando-os como cães aos alvos que decide escolher, quando as coisas não lhe correm de feição, só poderemos esperar o pior. Até agora não conseguiu contratar um treinador, palpita-me que ainda vai ser o Inácio a dar uma vez mais o peito às balas, quem no seu perfeito juízo podendo sair, ficará no clube? Mais 3 jogadores que rescindem, até que os sócios se livrem de vez do traste, será sempre a descer…Quando é que percebem que se vou ao estádio é para aplaudir os atletas, não um qualquer figurão arvorado em dono do clube, que felizmente ainda não o é, apesar de não faltar quem apesar de todo o mal que está a provocar ainda o venere.
Com a equipa a jogar permanentemente só com 2 médios, Bruno Fernandes aparenta mais cansaço que uma mãe com um filho mais velho, nas semanas seguintes a ter gerado já tardiamente trigémeos. Mas, Jesus apostou em que a solução para o problema seria cansá-la(o) mais, quiçá porque se já se torna cada vez mais difícil chegar à frente para acasalar (com o pai Dost), impossível é voltar atrás (na decisão de gerar).
A solução seria empregar mais alguém para ajudar na lida da casa. William tira algumas folgas ao longo do mês e está mais envolvido como motor(ista), distribuindo os alimentos essenciais à sobrevivência da familia, conduzindo-a nas visitas ao médico e ajudando em todas as questões burocráticas que há para arbitrar, mas depois é preciso alguém que elimine os germes da loiça, desparasite de ácaros os tapetes e alcatifas, combata as bactérias e fungos que se acumulam nas esponjas de banho e que ajude a que os bebés cresçam saudáveis. Esse alguém poderia ser Battaglia (ou Palhinha ou Wendel).
Com o argentino ao serviço, haveria um xeque-mate* aos micróbios e a casa estaria sempre num maior aprumo, o que permitiria à "mãe" não entrar em depressão, ter alguma vida social e dar azo a alguma da sua criatividade, actividade essencial ao bem-estar do agregado familiar.
Com 3 frentes sempre a solicitarem a presença da mãe, resta o consolo de que o filho mais velho já concluiu com aproveitamento os seus estudos. Uma ocorrência desta natureza na vida de uma familia deve suscitar o carinho, o apoio e o reconhecimento por parte dos amigos, sempre seus incondicionais adeptos, e de todos os conhecidos, que simpatizam com a sua "causa". O sucesso global desta empreitada familiar será a alegria de todos eles e de todos os que lhes se associem, que ficarão a torcer no sentido de que a gestão caseira corra pelo melhor.
Da bela exibição do Sporting ao fim da tarde de ontem em Alvalade. Domínio leonino absoluto do princípio ao fim do jogo com o Feirense, que vencemos 2-0. Vitória que só pecou por escassa numa partida em que jogámos sempre em ataque continuado. Chegou a adivinhar-se goleada, só impedida pela excelente actuação do guarda-redes adversário, por alguns incríveis falhanços dos nossos jogadores, pela incompetência do árbitro Luís Ferreira (de Braga), que perdoou um penálti à equipa visitante e pela desastrosa intervenção do vídeo-árbitro Manuel Oliveira (do Porto), que nos anulou um golo limpo logo aos 18'.
De William Carvalho. O nosso capitão fez-nos muita falta no jogo anterior, frente ao FC Porto, para a Taça de Portugal. Felizmente regressou ao onze titular. E em óptima forma, como ficou demonstrado nesta partida, em que funcionou como o grande pensador e organizador do nosso jogo, actuando como médio de construção. Aos 6', já isolava Doumbia com um passe longo quase milimétrico. Aos 34', fez um cruzamento exímio que Doumbia (novamente) e Coates desperdiçaram quando bastaria um toque na bola para a enfiar na baliza. Tentou ele próprio o golo, de cabeça, aos 42'. E acabou por consegui-lo, aos 78', desfazendo só então o nulo inicial. Golo merecidíssimo do melhor jogador em campo. Golo inaugural de William na Liga 2017/18. Tenho a certeza de que não será o único.
De Gelson Martins. Com ele em campo, a qualidade global da equipa melhora de imediato. Acelerou e esticou o nosso jogo, criou constantes desequilíbrios na grande área do Feirense, abriu muitas linhas de passe. A melhor nota artística deste jogo emocionante aconteceu num rodopio dele aos 42' que suscitou aplausos espontâneos das bancadas. Foi crucial na assistência para o segundo golo, aos 90'+1, num passe decisivo que seria bem aproveitado por Montero. E na última jogada do desafio ainda isolaria Bruno Fernandes, que falhou por centímetros aquele que teria sido o golo da noite.
Da estreia de Rafael Leão. Estavam decorridos 69' quando Jorge Jesus mandou avançar o avançado da formação leonina, em estreia absoluta no campeonato nacional. Muito aplaudido pelos adeptos, o jovem correspondeu de imediato, com um bom remate de meia-distância para defesa incompleta do guarda-redes e um cruzamento bem medido que quase funcionou como assistência para golo. As primeiras impressões contam muito: Rafael passou no teste.
Da estreia de Lumor. Outra novidade neste jogo: o treinador lançou aos 73' o ganês, ex-lateral esquerdo do Portimonense, que foi um dos reforços de Inverno do Sporting. Mal tocou na bola, fez um excelente cruzamento para Montero. Cumpriu. E deixou-nos com vontade de ver mais.
Do regresso de Montero aos golos. Ainda longe da melhor forma física, o colombiano fez parceria com Doumbia na frente de ataque. Desta improvisada dupla resultaram alguns apontamentos interessantes, prejudicados pelos sucessivos falhanços do marfinense. Mas o melhor momento de Montero aconteceu já com o colega fora de campo, quando marcou o segundo do Sporting. Dois anos depois, voltámos a ver um golo dele ao vivo. Já tínhamos saudades.
De Mathieu. Exímio na marcação de dois livres directos, aos 8' e aos 42': levavam ambos selo de golo e apenas foram travados pela competente intervenção do guarda-redes Caio Secco. Corte decisivo aos 14'. Continua em grande forma.
De Rui Patrício. Influente, como de costume. Três excelentes defesas, aos 23', 30' e 72'. Na última, esticou-se in extremis e acabou por levar a bola a embater no poste. Teria sido golo do Feirense, quando ainda havia 0-0.
Não gostei
Do lamentável desempenho da equipa de arbitragem. Luís Ferreira fez vista grossa a um penálti do Feirense, aos 30', contemporizou com o antijogo da equipa visitante, falhou na cronometragem do tempo de compensação, exibiu um cartão amarelo totalmente injustificado a William Carvalho. Aos 44', assinalou uma grande penalidade favorável ao Sporting que não tinha existido, talvez como compensação daquela que nos escamoteou. Pior esteve o vídeo-árbitro, Manuel Oliveira, que validou a decisão errada do árbitro ao perdoar um penálti que todo o estádio viu e nos roubou um golo limpo, marcado por Doumbia aos 18', com base numa suposta falta ocorrida duas jogadas antes e que o árbitro deixara por assinalar. Espero não ver nenhum destes senhores tão cedo novamente em Alvalade.
Do empate a zero que se mantinha ao intervalo. Foi quanto bastou para gerar muito nervosismo nas bancadas, onde chegaram a ser escutados alguns assobios mais impacientes.
Da nossa ala esquerda. Desta vez confiada a Bruno César e Bryan Ruiz. Sem comprometer, esteve no entanto longe da dinâmica de outros jogos, com outros protagonistas: Coentrão e Acuña, ausentes a cumprir castigos.
Dos golos desperdiçados. Anotei estes: Doumbia aos 6' (a passe de William); Doumbia aos 13' (a passe de Montero); Bryan Ruiz aos 14'; Montero aos 29' (a passe de Ruiz); Doumbia e Coates aos 34'; William aos 42'; Bruno Fernandes aos 44'; Bryan Ruiz aos 50'+6 (a passe de Gelson); Doumbia aos 48' e aos 71'; Montero aos 73' (a passe de Lumor); Bruno Fernandes aos 90'+4 (a passe de Gelson). Num total de 28 remates, 11 dos quais enquadrados com a baliza, a percentagem de aproveitamento foi muito reduzida.
De Doumbia. Esforçou-se muito, tentou bastante, marcou até um golo limpo que o VAR invalidou. Mas transmitiu-nos uma notória sensação de insuficiência, nuns casos por incapacidade e noutros por infelicidade. Nunca fez esquecer Bas Dost, novamente ausente por lesão.
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