O nosso treinador de voleibol feminino, Rui Costa, foi eleito Treinador do Ano pela associação de treinadores da modalidade.
A nossa equipa de voleibol feminino, numa temporada muito complicada por diversas razões, não conseguiu o título nacional, o que para mim mais ainda valoriza o troféu alcançado.
Tenho um carinho muito especial por esta equipa. Tudo começou num dia em que vi passar umas atletas equipadas numa rua de Alvalade. Tenho acompanhado os jogos no João Rocha e fora dele, até dei um pulo a Viana do Castelo no ano passado para assistir a uma derrota merecida contra a "besta negra", o Leixões, e ver de perto como ficou a "abelha mestra" Aline Timm no final do encontro. Devastada. Este ano conseguimos ultrapassar o Leixões no play-off mas não tivemos mais forças para derrotar uma equipa folgada, com mais recursos e argumentos a quem tínhamos ganho a Taça, a AJM FC Porto.
A capitã Daniela Loureiro e a "super-mulher" Thais Bruzza são o melhor exemplo do que deve ser um atleta do Sporting: esforço, dedicação, devoção e garra sem igual, é mesmo até partir, oxalá muitos dos nossos homens atletas, especialmente os do voleibol masculino, tivessem metade da fibra delas.
O Rui Costa é aquela figura paternal que consegue extrair dum conjunto de jogadoras portuguesas do sul, do norte, brasileiras, até uma mexicana, com mais ou menos talento e mais ou menos adaptação ao clube e à cidade, tudo o que têm para dar. Num campeonato muito nivelado, com cinco ou seis equipas de valor muito semelhante a seguir a um AJM diferenciado, em muitos jogos foi mesmo na raça e na confiança das atletas no treinador que as vitórias aconteceram, em jogos decididos por 3-2, no último ponto. Até cansava ver esta equipa sofrer tanto para ganhar.
O Rui Costa é mais um dos grandes treinadores que temos nas modalidades, como o Nuno Dias no futsal, o Ricardo Costa no andebol e o Pedro Nuno Monteiro no basquetebol. Não posso dizer o mesmo de Alejandro Domínguez no hóquei e João Coelho no voleibol masculino, até porque acabaram de chegar.
Rui Costa, tal como Nuno Dias, está a tirar partido da continuidade no comando técnico e da estabilidade na gestão, condições essenciais ao sucesso. Chegar, ver e vencer acontece por acaso.
Muitos parabéns a ele, extensivas a todo o plantel e toda a estrutura. E desejos de mais e melhor, já agora com algumas flores diferenciadas adicionadas ao ramalhete.
As primeiras entraram no estádio da Luz como quem entra no Aurélio Pereira, e com 27 mil espectadores nas bancadas encararam o Benfica como quem encara o Fófó, e ganharam por 1-0 à equipa que talvez custe tanto como as outras todas do campeonato juntas.
As segundas entraram no sempre difícil (pelo ambiente escaldante) pavilhão de Matosinhos no dia seguinte a terem sido derrotadas por 3-0. Perdem o primeiro set e conseguem arranjar forças para ganhar por 3-1. Assim voltam ao João Rocha com a possibilidade de fechar a meia-final.
As terceiras venceram o Benfica por 15-18 na meia-final da Taça de Portugal da modalidade.
São três exemplos de equipas que não se construiram no "supermercado", construiram-se num processo longo com altos e baixos. Estas vitórias foram fruto de muito esforço, dedicação e devoção e união.
Parabéns às equipas, e muito em especial aos dois treinadores e às capitães.
O Sporting Clube de Portugal não vive apenas do futebol nem do desporto masculino. Os últimos dias proporcionaram vitórias importantes das nossas leoas que nos enchem de orgulho:
Atletismo - Auriol Diogno (ouro) e Patrícia Mamona (bronze) nos Europeus de pista coberta.
Râguebi Feminino - Campeã Nacional, 15-12 na final contra o Benfica.
Voleibol Feminino - Taça de Portugal, 3-2 contra a AJM FCPorto.
Não podia perder esta final da Taça de Portugal no pavilhão de Viana do Castelo até porque no ano passado estava na zona e desloquei-me lá para ver a equipa ser ingloriamente derrotada na meia final contra o V. Guimarães, a que se seguiram derrotas com o Leixões que nos puseram fora da final do campeonato.
Foi um jogo emocionante, com alterações constantes na liderança dos sets que tornavam o desfecho imprevisível. O Sporting ganhou na "negra" por 15-12 depois da sequência 1-0, 1-1, 1-2, 2-2.
Contra o adversário com mais orçamento de Portugal que conta com duas estrangeiras muito fortes tecnica e fisicamente, foi preciso muita raça e espírito de sacrifício para dar a volta a dificuldades que pareciam inultrapassáveis. Alguns reforços do ano habitualmente suplentes, Fernanda (México), Martinelli (Argentina ex-V.Guimarães) e Rafa (Brasil) excederam-se, ajudando as titulares Daniela Pereira (Espinho, 5ªEpoca), Vanessa Paquete (Espinho, 4º), Bárbara Gomes (Porto, 2ª), Figueiras (Porto, 1ª), Thais Bruzza (Brasil, 3ª), Aline Timm (Brasil, 3ª) e Jady Geroto (Brasil, 2º).
Esta grande vitória deve-se em primeiro lugar ao excelente trabalho do treinador Rui Pedro Costa que conseguiu construir uma equipa que é uma verdadeira família e que tem uma capacidade de luta incrível, brilhantemente liderada pela capitã Dani e com uma leoa indomável e incansável sempre em campo, que é a Bruzza. Isto numa modalidade cuja força está a norte, e onde é sempre complicado e caro recrutar as melhores jogadoras portuguesas daquela zona.
Esforço, dedicação, devoção e glória. Esta equipa é o exemplo disso.
Mas também da importância da estabilidade a todos os níveis. Da directiva protagonizada pelo Miguel Afonso, da técnica pelo Rui Pedro Costa, da do plantel e da sua capitã Daniela Loureiro, todos os projectos precisam de tempo para se desenvolverem e terem sucesso. A pressa e a exigência da treta são pragas a evitar a todo o custo.
PS: E em masculinos o Sporting perdeu 0-3 com o Benfica. Aqui tudo diferente, o treinador acabou de chegar, o capitão tem dois anos de casa e não tem a liderança em campo da Daniela, o plantel sem uma base portuguesa forte e uma equipa um pouco desligada na quadra que se afunda na dificuldade. Sem hipóteses contra o campeão das últimas épocas, bem estruturado, liderado e muito experiente, e vai ser muito difícil contra os açorianos na meia-final do Campeonato.
Para todos os feministas que frequentam este blogue, os de anteontem e os de sempre, preocupados com a igualdade de género no Sporting, pois ficam a saber que o Sporting ganhou mais uma vez ao Porto em voleibol feminino.
Com um grande treinador, Rui Costa, e verdadeiras leoas em campo, como a Daniela e a Bruzza, temos equipa para disputar o titulo.
(Na foto 3 das melhores jogadoras do plantel, 7-Bruzza, 8-Ju Carrijo, 14-Timm)
Agora que o futebol está por conta das selecções, e podia falar aqui das razões por que dominamos nos sub17, 18 e 19 e nos 21 estamos reduzidos a Eduardo Quaresma, ou daquelas que me levam a estar cada vez mais afastado emocionalmente desta selecção de Fernando Santos que perdeu a mão, a moral e para a qual adivinho um triste fim.
Mudando de ares, vamos então falar de voleibol, uma modalidade da qual pouco ou nada percebo, mas que comecei a ver com mais atenção recentemente muito por culpa da nossa equipa feminina.
Em primeiro lugar por que raio é que o Sporting tem voleibol e quem é que dá alguma coisa por aquilo? A verdade é que não sei responder, não existe assim uma grande tradição no clube comparativamente com as outras modalidades de pavilhão, a força da modalidade está no Norte e na região de Espinho em particular, e foi com base em jogadores dessa região que a modalidade foi reintroduzida no Sporting. E as audiências no pavilhão João Rocha penso que estarão também bem atrás das outras modalidades.
Mas a verdade é que começando a ver um ou outro jogo pela TV, indo alguma vez ao pavilhão, se começa a gostar da modalidade e a ter estima e apreciação pelos nossos jogadores.
A primeira coisa que se nota nas duas equipas, uma coisa que felizmente é transversal a todas as equipas do Sporting, e que difere em muito dos dois rivais, e particularmente do Benfica, é a serenidade, o desportivismo e a educação de treinadores e atletas. Não há por ali nem "jacarés" nem "piranhas".
A segunda é que enquanto a equipa feminina se encontra mais estruturada e liderada dentro do campo, a masculina tem alterado muito o plantel de época para época, tem bons jogadores, até um "CR7" cubano, mas falta-lhe equipa e capitão.
As duas equipas estiveram no passado fim de semana em Viana do Castelo na Final Four da Taça de Portugal, as duas foram eliminadas nas meias finais. Estive lá para ver a equipa feminina, que lidera o campeonato. Estive lá eu e mais meia dúzia de Sportinguistas numa bancada, a outra metade cheia por uma claque jovem e entusiástica do Vitória de Guimarães.
No primeiro set a nossa equipa entrou bem e ganhou tranquilamente. Depois foi sempre a descer. O bloco deixou de funcionar, os pontos começaram a ir para o adversário, cada vez mais levado ao colo pela sua claque e com um par de jogadoras em grande nível, as nossas "opostas" (a Paquete e a Regalado) num estado de nervos que propiciava o disparate contínuo, e os nossos pesos pesados (a Dani, a Bruzza e a Ju) a fazerem milagres para aguentarem o barco. A Dani conseguiu até mergulhar duas vezes para fora da quadra, numa delas derrubando os placards e indo parar debaixo duma mesa metálica, saindo de lá com um ombro à banda, mas não desistiu. Uma meia-leca com alma de leão. Com o resultado em 1-2, o Sporting precisava de ganhar o quarto set para ir para a "negra", mas soçobrou completamente, ao ponto da experiente e confiável central Timm falhar incrivelmente um serviço e acabar o jogo prostrada, furiosa consigo mesma. Foi mau de mais e completamente indigno da qualidade da equipa.
Ver esta equipa ainda há pouco derrotar brilhantemente o Benfica no João Rocha e agora perder desta forma contra uma equipa do meio da tabela é mesmo estranho. O treinador Rui Costa saberá analisar as causas e corrigir o que houver a corrigir. O que me parece é que a equipa como um todo tem dificuldades em ambientes adversos contra adversários motivados e levados ao colo pelo seu público. Nem todas tem a raça e a determinação da Dani e da Bruzza, nem a qualidade técnica e a concentração da Ju. Precisam de sentir o apoio dos Sportinguistas nas bancadas.
Agora vem aí o playoff de apuramento do campeão, em que o Sporting (1.º na fase regular) vai defrontar o Leixões (4.º), agora mesmo o vencedor da Taça de Portugal, com jogos a 27/3 (F), 02/04 (C), 3/4 (C), 10/4(F) e 16/4(C). Na outro playoff defrontam-se o Benfica (2.º) e o Porto (3.º).
A não perder e a não faltar no João Rocha e no pavilhão do Leixões (somos ou não o Sporting Clube de Portugal?) com o apoio a esta nossa magnífica equipa.
PS: Não perder também a entrevista à Bruzza e à Ju Carrijo que passou na Sporting TV e no Jornal Sporting.
Por morrer uma andorinha não se acaba a primavera. Ou tristezas não pagam dívidas. A nossa equipa feminina de voleibol, depois de uma estrondosa e saborosa vitória na meia final contra a AJM/FCPorto, não conseguiu atingir o objetivo: a conquista da Taça de Portugal, 35 anos depois. Bateram-se bem, venceram o 1º set sem sobressaltos, mas depois claudicaram perante a forte reação do Leixões e que foi um justo vencedor. Foi pena e teve um sabor amargo para muitos de nós, entusiastas desta caminhada, mas não consigo imaginar a tristeza das leoas e da equipa técnica, no final. Deram tudo o que tinham mas não chegou. Há dias assim. Há derrotas que nos abatem momentaneamente mas que, depois da acalmia e reflexão necessárias, podem fazer de nós gigantes. E só perdemos se não nos soubermos ganhar como equipa. Nada acabou, só agora começou. E tenho a certeza que mais do que ninguém, as nossas leoas estão aí para as curvas e prontas para atacar o título maior e de fazer o SPORTING campeão nacional.
E, nem de propósito, para sarar feridas aí está o playoff do Campeonato Nacional Elite a ser disputado entre Leixões (3º da fase regular) e SPORTING (2º). Na outra contenda, AJM/FCPorto (1º classificado na fase regular) e Benfica (1º).
Jogo1- 17/3, às 20h em Matosinhos; Jogo2- 20/3 às 16h, no PJR; Jogo3- 21/3 às 13h, no PJR (passagem à final à maior de 3. Se tal não ocorrer nestes jogos haverá um 3º em Matosinhos a 24/3 e eventualmente um 4º no PJR a 28/3). Os jogos serão transmitidos aqui https://fpv-web.dataproject.com/MainStreaming.aspx?filsts=onup e presumo que os 2º e 3º também na Sporting TV. Se querem ver o bom voleibol que as nossas meninas praticam, não percam. E, muito importante, há um troféu para ganhar!
A título informativo, o SPORTING terminou a 1ª fase do Campeonato Nacional em 2º lugar, com 23 vitórias e 3 derrotas. Duas destas derrotas foram com a AJM/FCPorto e a outra com o campeão em título, o Leixões (esta com sabor amargo pois bem que poderia ter sido outro o resultado). Na classificação, em 1º a AJM/FCPorto com 72 pontos (averbou 2 derrotas), em 2º lugar o SPORTING com 70 pontos, em 3º o Leixões com 65 pontos (4 derrotas)e o Benfica com 53 pontos (8 derrotas), a fechar o grupo dos 4 que disputará o play off do Campeonato Nacional Elite (mais informação http://www.portugalvoleibol.com/classificacao/classificacoes)
E não esqueçam, as contas fazem-se no fim. Vamoooos!
Bendita a hora em que ontem escrevi sobre as leoas na final 4 e as desafiei a repetir a história (https://sporting.blogs.sapo.pt/user/ricardor). Se tivesse presunção e tomasse água benta, hoje poderia dizer que me ouviram e que, 35 anos depois estamos na final da Taça de Portugal em voleibol feminino. Quem viu não estranha, tal foi a superioridade da nossa equipa durante todo o jogo com a AJM/FCPorto (apenas uma ligeira desconcentração no 3° set que, estou convencido, foi apenas para eu poder falar na exceção que confirma a regra). Para se perceber do grau de dificuldade desta meia final, a AJM ficou em 1° lugar na fase regular do campeonato tendo vencido os dois jogos com o SPORTING. Portanto, a vitória das nossas meninas foi estreia absoluta com sabor a vingança. Delicioso ver os festejos da vitória e a enorme azia do treinador da outra equipa, que é useiro e vezeiro em provocação e má postura (é do tipo que não sabe ganhar, portanto podem imaginar quando perde... e foi o caso.).
Primeiro set muito difícil, várias oscilações na frente do marcador mas no final a determinação leonina a fazer a diferença. O 2°, foi sem espinhas, as adversárias nem chegaram a perceber o que lhes tinha acontecido. E depois, para a coisa ter alguma emoção e algum picante (talvez da marca Sacana), entregamos o 3° set ao " bandido". Ainda pairou alguma expetativa a meio do 4° set, mas as leoas mostraram ao que vinham e disseram alto e bom som, a vitória é nossa: 3-1, com os parciais 28-26, 25-19, 21-25 e 25-22.
Para além da excelente exibição da equipa, a mostrar que é um coletivo competente, há a destacar o treinador Rui Costa, com muito boa leitura do jogo e que soube dar a confiança necessária às jogadoras, sobretudo nos momentos de quebra. Também foi fora da quadra que vencemos. Parabéns a tod@s.
Agora já sabem que a armada nem sempre é invencível e que a missão não é impossível, impossível é nada e aí estão as leoas para o confirmar. A afirmação do voleibol feminino no universo sportinguista deu hoje um passo muito importante rumo ao sucesso na modalidade.
Agora é hora de deixar as nuvens e voltar à terra para descansar pois ainda não ganharam nada. Apenas o passaporte que permite tornar o sonho ainda maior e cumprir o destino, ganhar amanhã a final. Será a melhor homenagem a quem as antecedeu há 35 anos, e erguer a divisa:
Esforço, dedicação, devoção, glória. Eis oSPORTING!
Boa sorte. Nós estamos aqui deste lado a apoiar e a torcer pelo vosso sucesso.
Depois dos rapazes, no passado domingo, terem conquistado a Taça de Portugal de Voleibol para o SPORTING, é a vez das leoas disputarem a Final 4 do mesmo troféu. E não era sem tempo pois passaram 35 anos desde a última conquista desta Taça.
Sábado, 13 de março, 14 horas, as meias finais: AJM/FCPorto - SPORTING (transmissão A Bola TV e no Cana YouTube da Volei TV- https://www.youtube.com/watch?v=oKEJ1EbIrzo)
Domingo, 14 de março, 16 horas, a final (com o vencedor do jogo entre PV2014/Academia de Voleibol Colégio Efanor, com transmissões nos mesmos canais)
A tarefa é muito difícil e a AJM é favorita (terminou em 1º lugar a fase regular do campeonato e venceu-nos duas vezes), mas é uma boa altura para as nossas leoas, com a garra que as carateriza, vingarem aqueles desaires, pois não há impossíveis. Lembram-se como invariavelmente acabam os filmes da saga "Missão: Impossível"? Ou, à laia de evocação histórica, a armada também era invencível e no entanto...
A propósito de história, relembramos os nomes do treinador e plantel da equipa feminina que venceu a Taça de Portugal em 1986: Treinador: Prof. António Martins; jogadoras: Teresa Cruz, Olga Tavares, Ana Almeida, Libânia Santos, Mafalda Patrício, Margarida Barroso, Teresa Martins, Cristina Nascimento, Luísa Oliveira, Manuela Fonseca, Ana Helena.
Citando a www.wikisporting.com (também fonte da fotografia), a final foi emocionante pois "com o resultado em 2-2, no set decisivo Sporting chegou a estar a perder por 1-11. As Leoas encetaram uma recuperação sensacional, e venceram 19-17, trazendo para Alvalade a segunda Taça de Portugal feminina."
Não querem repetir a história?
(equipa vencedora da Taça em 1986: fonte wikisporting)
Poderia começar por dizer graciosidade e beleza ao falar na equipa feminina de voleibol do Sporting. Estaria certo e seria inquestionável. Mas é de performance, percurso e esperança que estas linhas tratam. Como ontem escrevi, em apenas 3 anos após o regresso da modalidade o Sporting ascendeu à 1ª divisão. Esta é a época de afirmação do projeto com uma equipa bastante competitiva e que está na luta pela vitória na Taça de Portugal (disputa-se este fim de semana, a 4: Sporting, AJM/FCPorto, Leixões Sport Clube e PV2014/Academia de Voleibol Colégio Efanor) e no Campeonato (play off começa dia 17 como Leixões em Matosinhos).
O conjunto de jogadoras, com baixa média de idades e ainda com grande margem de progressão a título individual e coletivo, alia experiência com querer e ambição. Só é pena não termos a oportunidade de as apoiar no Pavilhão João Rocha e em qualquer outro onde joguem.
E a equipa técnica, merecedora de admiração pelo excelente trabalho que vem realizando: Técnico Principal- Rui Costa; Técnico Adjunto- Lúcio Loureiro; Técnico Adjunto- Brígida Ferreira; Preparadora Física- Mafalda Botelho; Técnico Adjunto- Marco Garcias.
Última palavra para lembrar que há Sporting em voleibol no feminino nos próximos dois fins de semana, com a participação na Final 4 da Taça de Portugal e no play off do Campeonato Nacional Elite.
Nesta modalidade, voleibol, e de resto como nas outras sou, nestes tempos de pandemia, inveterado praticante de sofá, com recurso a vários écrans e batendo forte a saudade das bancadas do João Rocha e do José de Alvalade. Mas como diz a canção, chega de saudade. No passado domingo, foi do meu sofá que dei um pulo maravilhoso e soltei o grito da vitória quando a equipa masculina ganhou a Taça de Portugal, resgatando 26 anos depois o troféu e logo sobre aquele clube que se considerava a Armada Invencível *… Mas no que quero mesmo falar é sobre as nossas leoas do Voleibol. E para fazer a transição de género lembro a explosão de alegria que as nossas jogadoras soltaram, em pleno autocarro de regresso a casa após mais uma vitória, suada, em Guimarães, quando por telemóvel viram Éder Levi fazer aquele bloco e a bola cair para o épico 28º ponto no 4º set. E foi bonita a festa, pá. No pavilhão e no autocarro, onde vozes bem afinadas cantaram, “de manhã começa o dia…”. Benditos telemóveis que fazem tão belos vídeos!
Mas é mesmo delas que trata este post. Como muito do que sucede ao Sporting ao longo dos tempos, em que se investe e desinveste, cria e extingue, num processo dialético de fazer inveja a Hegel, o Voleibol regressou há poucos anos, no masculino e no feminino. Palmarés do Sporting no voleibol:
Masculinos:
6 Campeonatos Nacionais (1954, 1956, 1992, 1993, 1994 e o último dos quais em 2018, no regresso da modalidade após longa interrupção);
4 Taças de Portugal (1991, 1993, 1995 e 2021);
3 Supertaças (1991, 1992, 1993).
Feminino:
2 Campeonatos Nacionais (3ª divisão em 2018 e 2ª divisão em 2019)
2 Taças de Portugal (1985 e 1986);
1 Supertaça (1987)
A equipa feminina começou na 3ª divisão na época de 2017/2018, foi campeã e subiu. Repetiu o feito no ano seguinte, na 2ª divisão e no seu 1º ano na principal liga foi 5ª na fase regular, não tendo a competição sido concluída devido à pandemia. Foi na época de 2019/2020 que esta equipa começou a dar mostras de que poderia ir longe. Dessa época lembro um grupo equipa coeso apesar de alguma inexperiência, compensada com muito querer, os jogos na natural casa Pavilhão João Rocha e alguns transmitidos na Sporting TV. Aqui chegado não posso deixar de referir o nome do treinador Rui Costa (e restante equipa técnica), que tem desenvolvido um excelente trabalho. Não é preciso saber muito de voleibol ** para perceber a importância e a influência deste técnico no grupo, na sua postura calma e tranquila durante os jogos e as suas intervenções pedagógicas, contrastando com o comportamento de um ou outro treinador de equipas concorrentes. Este ano a equipa está mais equilibrada e as jogadoras demonstram uma atitude competitiva muito elevada, integrando um coletivo muito forte e cheio de garra, que está aí para disputar com esforço, dedicação e devoção cada jogo e cada troféu. Para a glória.
Uma breve nota que mais não pretende que não seja demonstrar uma evidência. Para este projeto ser vencedor, de forma duradoura, precisa de ter apoio da direção das modalidades, estabilidade e um horizonte de esperança. No fundo, uma aposta clara. E não é preciso muito dinheiro. Veremos o que o futuro nos reserva.
O ecletismo que faz parte do nosso ADN justifica que os sportinguistas olhem para as modalidades e quem honra o clube envergando o equipamento com o leão rampante, sem olhar a diferenças quaisquer que elas sejam, de género, idade ou escalão. Este é o meu contributo e o primeiro de 3 posts sobre a equipa feminina de voleibol do Sporting Clube de Portugal.
Foi assim que recomeçou, com a equipa de 2017/2018, campeã da 3ª divisão (foto: wikisporting.com)
* A Armada Invencível foi uma esquadra que, no século XVI, ao serviço de Filipe II de Espanha tentou invadir Inglaterra, mas não fez jus ao nome pois sofreu uma imensa derrota.
** Mas se quiserem mesmo saber alguma coisa sobre voleibol, posições, estratégia, Sporting, etc, leiam quem sabe da poda, o Sérgio Martins também conhecido por @AdrienS_1906 no Twitter e escreve sobre voleibol às terças na Tasca do Cherba, sob o título "Bonito serviço".
Um acaso o nosso encontro no Twitter, que veio a revelar que nem tudo é mau por ali, para além de palco de batalha de egos, clubismos, partidarites, outros "ismos" e outras "ites". Afinal, tinhamos mais em comum do que poderíamos imaginar, uma cumplicidade implícita que só quem estudou em Coimbra consegue entender. É noutra dimensão. Habituei-me a lê-lo. Possuidor de invulgares conhecimentos de voleibol, desporto "maldito" na nossa atmosfera desportiva, e com escrita magnífica que transcende a mera análise técnica do jogo mas salta com a vara da emoção para o plano em que vê os jogadores/jogadoras como individualidades, integrando-as numa figura de estilo quase inventada, a que eu chamaria de poética desportiva.
Adaptando a excelente expressão de Arnaldo Jabor* e que deu título a um livro, "Amor é prosa, sexo é poesia" , poderia afirmar com a certeza que não seria castigado com o Inferno que, para o Adrien S., "Amor é Sporting, Voleibol é poesia".
Falo do Sérgio Martins (SM/Adrien S.@AdrienS_1906 no Twitter), um sportinguista, a norte, daqueles de mão cheia que adora voleibol e conhece como poucos o vocabulário técnico-tático da modalidade e as equipas do Sporting, tendo uma capacidade de análise ao jogo e aos jogadores que até nos faz acreditar que percebemos da coisa.
Julgo que, à semelhança do Tiago @tigas68, com um blogue sobre as Modalidades a que já aludi em recente post, o Sérgio Martins é uma mais valia que justificava ter um palco maior, apesar de ser bastante conhecido na blogoesfera leonina. Ele escreve na Tasca do Cherba, como se anuncia na página: "*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)", e aqui deixo o seu mais recente "serviço" para melhor perceberem do que falo http://atascadocherba.com/2020/08/18/bonito-servico-expetativas-voleibol-masculino/ . Algo bem feito e que merece realce!
A política de comunicação do Sporting e a respetiva expressão mediática na comunicação social, escrita e falada, nada teria a perder se os seus responsáveis, com espírito aberto e plural percebessem que há fora da órbita habitual lisboeta, valor e conhecimento de muitos voluntários (pro bono até) que poderia ser útil disponibilizar aos sportinguistas, sobretudo nas modalidades pois de futebol todos somos catedráticos. Quem tem critérios seletivos na informação que lê e acompanha as redes sociais sabe a que me refiro. E quer o Jornal do Sporting quer a Sporting TV têm lacunas que poderiam ser corrigidas aqui e ali, com melhorias significativas do seu produto e maior satisfação dos sportinguistas se fossem guiadas por mais e melhor informação e também opinião. Estes órgãos de comunicação do clube devem obedecer ao prpósito de informar e unir-nos ao clube.
Unir não pode ser palavra vã. Unir não é estarmos todos juntos na mesma bancada, ou todos com o presidente ou com uma claque ou seja lá com o que for que domina as nossas angústias diárias. Unir é criar identificação com os nossos valores, é fortalecer o nosso ecletismo, é retribuir com esforço o que os sócios e adeptos dão ao clube com dedicação e devoção, é honrar a nossa divisa. O que muitos fazem por esse país fora, diariamente, e muitas vezes sem reciprocidade de quem, na 1ª linha, tinha essa obrigação. Um dia chegaremos lá.
Mas voltemos ao Sérgio e não batamos mais no ceguinho. Não o conheço pessoalmente mas é-me muito gratificante a sua amizade virtual pois permitiu enriquecer o meu conhecimento sobre voleibol, sobre a qualidade técnica de jogadores e jogadoras do Sporting mas também quanto à capacidade competitiva das nossas equipas, em suma o meu sportinguismo. E depois, bem, depois há aquela cumplicidade Briosa, que se nos entranhou sem estranhar, um negro a debruar o verde profundo das nossas almas e corações.
Obrigado Sérgio
* (jornalista, comentador, escritor e cineasta brasileiro: "Toda nudez será castigada", diz alguma coisa?)
A propósito do jogo que acabámos de ganhar por 3-2 na Itália, contra o Vero Volley de Monza, equipa que se reforçou imenso esta época com a finalidade de conseguir o título europeu do Challenge cup/2019, veio provar aquilo que tem sido uma constante nas nossas equipas, sejam elas de que modalidade forem. Entramos sempre a facilitar. Perdemos o primeiro set por 26-24, o segundo por 25-12... e depois acordamos e percebemos que não fomos passear a Itália. O terceiro e o quarto sets foram ganhos por 25-22, respetivamente, e depois, na negra, conseguimos ganhar por 15-8.
Agora dia 6 de Março no pavilhão João Rocha temos a 2ª mão... e nada de facilitismos
A acreditar no “live score” do site Bet365 o voleibol do Sporting acaba de vencer a grande equipa do Monza por 2-3, após ter estado a perder por 2-0. Agora há que confirmar este grande momento no Pavilhão João Rocha.
O mais notável é que, após um primeiro set renhido, o Sporting apanhou uma tareia tremenda no segundo set e foi a partir daí que ganhou força para a reviravolta.
Nada como um dia entre o nublado e o chuvoso para reafirmarmos a nossa fé leonina. E, no meu caso, a retoma no “És a nossa fé”.
Desde logo e ao som do “Dá-lhe com o stick”, a partir das 15h no PJR, podemos deliciar-nos com o bailado do Pedro Gil e o contorcionismo do Girão, na contenda com o HC Liceo. Uma vitória e o Sporting passa aos quartos de final da Liga Europeia, e é um belo pedido de desculpas pela miséria de jogo que fizeram com o Paço de Arcos, uma derrota que foi um verdadeiro murro no estômago.
Depois da ida às roulotes para encher o depósito, de confiança mas também de cerveja, a romaria para ver se se confirma o meu prognóstico dos 2-0, com Bas Dost e Bruno Fernandes a dizerem presentes. Nesta fase, e com os resultados de ontem, não há outra hipótese que não seja vencer. Se possível com uma daquelas exibições que nos enche o coração de conforto. E, já agora, que nos permita ver um dos nossos melhores relações públicas, o Francisco Geraldes.
Mas o fervor não fica por aqui. Quase sem tempo para um café, o regresso ao PJR já de verde iluminado, lindo, com Voleibol às 20:30 para o reafirmar da liderança do campeonato nacional, num jogo com o Clube K. Isto após a magnífica vitória, uma “remontada”, na 4.ª feira para a taça CEV com o MMP Ankara, que nos deu a passagem aos quartos de final desta competição europeia, onde defrontaremos o Fonte Bastardo. Nunca é demais lembrar que, depois da derrota por 3-0 na Turquia, a resposta da equipa foi fantástica e os 3-0 da 2.ª mão (25-16; 25-22; 25-20 nos 3 sets e depois a machadada final no golden set por 15-10), expressam bem a determinação e superioridade do Sporting.
Três bons motivos para não ficar em casa. Outros há, a avaliar pela agenda no site do Sporting, mas o dom da ubiquidade ainda não nos foi concedido.
Termino com uma interrogação que começa por um já agora. Já agora, será desta que o site e, concretamente, a agenda melhora? Pelo menos ameaça pois já abundam as atividades, aparentemente atinam nas horas e até já dão algumas fichas de jogo onde, pelo menos, se podem ver os resultados. A confirmar-se que não são só fogachos, é uma grande notícia.
O terceiro e último jogo da final da Supertaça de Voleibol foi decidido por 36-34, o que chega para provar que se mantém o extremo equilíbrio entre Benfica e Sporting. Mas a triste verdade é que os vice-campeões em título venceram por 3-0 e pareceram quase sempre ligeiramente superiores.
É sempre um prazer ver Miguel Maia de verde e branco, tal como foi muito bom rever Angel Dennis, mas a equipa de voleibol do Sporting perdeu elementos importantes, como o australiano Luke Smith a juntar-se aos veteranos, e aparenta haver falta de entrosamento dos muitos reforços. Dos novos gostei sobretudo do português Roberto Reis, apesar das falhas técnicas que custaram pontos nos serviços.
Há muita temporada pela frente, mas esta Supertaça já não tem volta.
Em entrevista, Miguel Maia revela como foi conquistado o título de campeão nacional de voleibol: "O orçamento do Benfica para o voleibol era o dobro do nosso. Ganhámos porque treinámos muito mais do que todos os outros." Eu juro que na próxima época punha a segunda frase em todos os balneários do Sporting. A começar pelo da equipa de futebol.
Convosco não sei como foi, mas eu festejei a nossa conquista do campeonato nacional de voleibol abrindo esta garrafa do excelente vinho generoso de Carcavelos, da Casa Manoel Boullosa (1991). Cinco estrelas.
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