Gonçalo Inácio acabou de marcar o nosso primeiro, Pedro Gonçalves e Nuno Santos festejam
Foto: Manuel Fernando Araújo / Lusa
Caiu o pano no campeonato nacional de futebol. Com o Sporting no 4.º lugar - atrás de Benfica, FC Porto e Braga. Mau desempenho global da nossa equipa, embora o descalabro tenha ocorrido na primeira volta. A segunda foi muito superior: só dois empates nos últimos 15 jogos. Se tivesse sido sempre assim, estaríamos a lutar pelo título até à derradeira jornada, ontem cumprida.
Valeu a pena lutar até ao fim? Sim, valeu. Para sairmos da prova de cabeça erguida. E para começarmos já agora a testar a próxima época, novamente sob o comando de Rúben Amorim. Mas com novos elementos no plantel. Porque se avizinham saídas difíceis de colmatar. Ugarte, antes de qualquer outro. Talvez também Gonçalo Inácio. Edwards também poderá estar prestes a abandonar Alvalade. Sem esquecer que temos vários jogadores que já não vão para novos, como Adán, Neto e o capitão Coates.
Rúben começou a fazer experiências neste 34.º e último desafio do campeonato, anteontem, em Vizela. Manteve Israel na baliza mesmo já com o veterano guarda-redes espanhol disponível, instalou Dário no onze titular. Nenhum entusiasmou, valha a verdade.
As limitações da nossa manobra defensiva - sentindo-se aqui já a ausência de Ugarte - ficaram transparentes logo ao minuto 6', quando Osmajic galgou terreno em poucos segundos e disparou em cheio contra as nossa redes. Gonçalo Inácio e Dário ficaram desposicionados lá na frente, Coates foi incapaz de acompanhar a passada do veloz montenegrino.
Gonçalo redimiu-se pouco depois. Aproveitando da melhor maneira um lance estudado, num canto marcado de forma irrepreensível por Pedro Gonçalves. Elevou-se acima da defesa e meteu--a no sítio certo. Mostrando a Paulinho como se faz.
Fomos para o intervalo assim, com empate a um. O segundo tempo foi todo nosso: carregámos sem descanso contra o reduto do Vizela. Com mais critério e maior poder de fogo quando Amorim decidiu trocar Dário por Edwards. O inglês desequilibra sempre, mesmo quando está em maré baixa de inspiração - o que nem foi o caso.
E lá surgiu o golo da vitória. Aos 85', em lance iniciado com um magistral passe de ruptura de Coates para Pedro Gonçalves romper linhas com a bola dominada e a despejar na área. Visava Chermiti, mas o ex-Sporting Ivanildo antecipou-se e encarregou-se ele próprio de marcar, num autogolo de impecável execução técnica.
Mostrando - também ele - a Paulinho como se faz.
Breve análise dos jogadores:
Israel - Podia ter feito melhor no golo sofrido. Foi traído pela hesitação.
Gonçalo Inácio - O canhoto voltou a ser central pela direita. Esperou até ao último jogo para se estrear a marcar no campeonato. Cortes decisivos aos 50' e 57'.
Coates - As pernas já pesam: faltou-lhe velocidade para bater Osmajic. Foi ele a iniciar, numa eficaz recuperação, o lance que nos daria a vitória já quase ao cair do pano.
Matheus Reis - Como central à esquerda, articulou bem com Nuno Santos. Ofereceu golo a Paulinho aos 10': lance desperdiçado.
Esgaio - Falhou nos cruzamentos, sem conseguir fazer a diferença. Condicionado cedo por um amarelo (23'). Perdeu duelos com Kiko Bondoso. Saiu aos 80'.
Dário - Rúben deu-lhe nova oportunidade, mas o jovem médio não correspondeu. Falhou ligação com o ataque, não foi o médio de marcação que ali se impunha. Saiu aos 56'.
Morita - Distinguiu-se no capítulo das recuperações, mais evidente ao recuar para a posição 6, já com Dário fora de campo. Sete, ao todo.
Nuno Santos - Desequilibrou no nosso corredor esquerdo. Ofereceu golo a Paulinho aos 72': lance desperdiçado.
Trincão - Abusou do individualismo e do lance adornado, incapaz de fazer a diferença no chamado futebol sem bola. Ofereceu golo a Paulinho aos 73': lance desperdiçado. Saiu aos 80'.
Pedro Gonçalves - Melhor em campo. Está nos nossos dois golos: assiste de canto e é dele o passe que Ivanildo intercepta para autogolo. Incansável, inconformado.
Paulinho - Falhou emendas (10' e 72'). Desperdiçou passe de Pedro Gonçalves (30'). Chegou atrasado (43'). Cabeceou muito mal (77'). Protesta muito, não marca desde 1 de Abril.
Edwards - Assim que entrou, aos 56', notou-se a diferença: equipa mais dinâmica com ele em campo, pondo a defesa adversária em sentido. Sacou canto mal tocou na bola, arrancou faltas.
Chermiti - Substituiu Trincão aos 80'. Muito móvel na grande área, procurou ser útil. A bola que Ivanildo cortou em autogolo ia parar aos pés dele, no segundo poste.
Bellerín - Rendeu Esgaio aos 80'. Teve tempo para um par de incursões ofensivas revelando boa técnica, com duelos ganhos.
Da terminarmos o campeonato a vencer. Em Vizela, campo difícil. Frente a um adversário motivado e muito incentivado pelo seu público.
Da reviravolta. Recuperámos de um resultado desfavorável (golo sofrido logo aos 6'), empatando aos 20', e consumámos o triunfo aos 85'. Triunfo por 2-1. Tudo está bem quando acaba bem.
De Pedro Gonçalves. Nada se decidia já neste jogo, que para nós se destinou apenas a cumprir calendário. Mas o nosso n.º 28 suou a camisola, inconformado. Quis sempre mais, quis sempre melhor. Perante uma reduzida mais vibrante falange de adeptos leoninos. Querer é poder: foi dele o passe para o golo inicial, na marcação de um canto, e é ele quem conduz toda a jogada que culmina no segundo. Somou 11 assistências na Liga. Melhor em campo.
Da estreia de Gonçalo Inácio a marcar no campeonato. Mesmo no último jogo: foi dele o cabeceamento bem calibrado de que resultou o golo inicial. Fecha a temporada com quatro bolas metidas no fundo das redes - mas para a Liga 2022/2023 foi só este. Ainda a tempo.
De Edwards. Estará em vias de abandonar o Sporting para regressar à Premier League? Talvez, algo indiciado pelo facto de ter começado no banco - facto insólito nas opções do treinador. A verdade é que quando entrou, aos 58', logo agitou o jogo, causando desequilíbrios graças à sua excelente técnica. O colectivo leonino beneficiou muito com ele em campo. Se sair, teremos saudades dele.
Do autogolo. De Ivanildo Fernandes, aos 85', quando trocou os pés numa bola bombeada por Pedro Gonçalves para Chermiti, ali bem perto. O antigo jogador da formação leonina, que chegou a participar em vários jogos da nossa equipa B, cumpriu enfim um sonho antigo: marcar pela equipa principal do Sporting. Foi o quinto autogolo de que beneficiámos neste campeonato - e o oitavo em toda a temporada. Nenhuma equipa em Portugal se pode gabar do mesmo.
De termos cumprido 14 jogos seguidos sem perder. Balanço positivo da nossa segunda volta: 13 vitórias, três empates, apenas uma derrota, com 38 golos marcados e só 13 sofridos. Se tivéssemos feito o mesmo na frustrante primeira volta, chegaríamos ao fim do campeonato com 84 pontos. Merece reflexão.
Da nossa folha limpa perante o Vizela. Já os defrontámos em dez partidas - sempre a vencer. Um caso inequívoco de maioria absoluta.
De Osmajic. O avançado montenegrino do Vizela, emprestado pelo Cádiz, marcou um grande golo em contra-ataque, beneficiando de uma perda de bola nossa a meio-campo, da falta de velocidade de Coates e da indecisão de Israel, que nem fez a mancha nem cobriu o primeiro poste. Fecha a temporada com oito golos apontados. Fazia-nos falta ter um artilheiro assim.
Não gostei
De Dário. Rúben Amorim apostou nele como titular, mas o jovem da nossa formação esteve muito longe de corresponder à confiança que o treinador nele depositou. Trapalhão, desposicionado, sem conseguir articular-se com os companheiros, não aproveitou esta oportunidade. Tem responsabilidade na perda de bola que conduziu ao golo do Vizela. Saiu aos 56', dando a sensação de que devia ter ficado no balneário logo ao intervalo.
De Paulinho. Chega ao fim do campeonato com cinco golos marcados, cifra medíocre para quem joga na posição dele e foi a contratação mais cara de sempre do Sporting. Ontem, mais do mesmo: falhou emendas, chegou tarde aos lances, cabeceou na direcção errada. Seria mais útil à equipa se aplicasse em golos metade da energia que vai desperdiçando em protestos inúteis durante os jogos.
De ver Ugarte no banco. Sinal inequívoco de que o internacional uruguaio, digno sucessor de Palhinha, está em vias de deixar o Sporting, supostamente a caminho do futebol inglês. Sentiu-se já a falta dele como tampão no nosso meio-campo, mesmo contra uma equipa como o Vizela, que não pressionou muito. É uma lacuna que se abre no onze titular leonino. Não será Dário a preenchê-la.
Da indisciplina. Começa a ser raro haver um jogo do Sporting sem forte sururu no terreno, com actos que não dignificam o futebol nem o nosso emblema. Ontem, mesmo já não havendo objectivos a cumprir excepto a obrigação de vencer, vários jogadores envolveram-se em picardias e gestos antidesportivos totalmente desnecessários. Pedro Gonçalves e Coates deviam ter visto cartões amarelos.
De ver vários nossos ex-jogadores com a camisola do Vizela. Bruno Wilson, Ivanildo, Tomás Silva: todos formados em Alcochete. O segundo teve a bondade de retribuir com o autogolo que nos valeu três pontos.
Do horário do jogo. Este Vizela-Sporting, parte do qual disputado debaixo de chuva, começou só às 21.15. Não admira que houvesse apenas 3309 espectadores nas bancadas. Inaceitável, termos jogado uma temporada inteira quase sempre a horas impróprias. Como se fôssemos um clube de vão de escada.
Jogo de fim de temporada, sem nada de relevante para disputar, vi alguma da primeira parte no João Rocha porque hoje mesmo ganhar ao FC Porto e chegar à final do campeonato de basquetebol era o mais importante, a segunda parte já em casa, um jogo muito mal jogado, nada agradável de ver.
Dum lado e doutro alguns jogadores estão de saída, uns não entraram, outros saíram mais cedo, o árbitro é o novo ladrão-proveta do Porto, com esta idade já pede meças ao Soares Dias, estava tudo montado para um fim de temporada amargo, mas um autogolo infeliz dum miúdo de Alcochete deu justiça ao resultado.
Se fôssemos avaliar o plantel pelo jogo de hoje em Vizela era caso para vender/emprestar/rescindir com todos menos o Gonçalo Inácio, que marcou o primeiro golo, por alguma coisa o Klopp o tem no radar, mas obviamente que não é esse o caso.
O Sporting completa assim uma segunda volta apenas com 1D e 3E, o último empate contra o Benfica já sabemos como foi, foram 42 pontos ganhos, que se tivessem equivalente na primeira volta nos levaria aos 84 pontos. Assim...
Assim chegámos ao fim da Liga num 4.º lugar que tem de deixar todos os Sportinguistas frustados, mas temos todos de tentar perceber as razões e não embarcar em narrativas da catástrofe completamente desfasadas da realidade.
Vamos ter tempo agora para fazermos um balanço, o mercado ditará as suas leis e depois veremos com que plantel ficaremos para defrontar a nova época.
E pronto, vai terminar para nós o campeonato 2022/2023. Com o Vizela-Sporting, que se joga mais logo, a partir das 21.15.
Na primeira volta, derrotámos tangencialmente a equipa minhota por 2-1, num jogo medíocre, com pouco mais de meia casa em Alvalade, graças a um penálti convertido aos 90'+5 por Pedro Porro, na última vez que marcou de verde e branco.
Na época passada fomos lá vencer 2-0, com golos de Pedro Gonçalves e Daniel Bragança.
Desta vez como será? Aguardo os vossos prognósticos.
Solitário prognóstico vencedor, desta vez. Prognóstico feminino. Da nossa estimada leitora Maria Sporting. Apenas ela foi capaz de vaticinar não só a difícil vitória do Sporting em casa, frente ao Vizela, por 2-1, mas também de antecipar Pedro Porro - entretanto já fora de Alvalade - como marcador de um dos nossos golos.
Porro acaba de marcar o golo da nossa vitória muito sofrida frente ao Vizela
Foto: António Pedro Santos / Lusa
Parece sina nossa esta época: fechamos a primeira volta do campeonato com outra exibição cheia de momentos a roçar a mediocridade, com jogadores que não cumprem os mínimos em campo. Frente a uma equipa com um orçamento incomparavelmente inferior ao nosso (já que agora a moda é comparar orçamentos), vimo-nos aflitos para marcar um golito, que só surgiu quando estava decorrida quase uma hora de jogo. Depois, como é costume, recuámos muito no terreno e deixámos a turma adversária crescer - e marcar. E lá voltou o carrossel dos aflitos, incluindo o capitão Coates em "comissão de serviço" lá na frente, tentando nos dez minutos finais conseguir aquilo que Paulinho foi incapaz de fazer.
Valeu-nos um penálti. Mais um, pelo segundo jogo consecutivo. Obtido já nessa fase do desespero, em que o mandamento táctico parecia ser "tudo lá na frente e seja o que Deus quiser". As orações foram escutadas: a grande penalidade caiu do céu ao minuto 90'+5. Mas concretizada de modo impecável, num pontapé bem terreno. Não por um avançado, mas por um defesa. O nosso lateral direito Pedro Porro, que podemos estar quase a perder para um emblema da Premier League.
Mais um, após Palhinha e Matheus Nunes. Parece sina também.
E no entanto até entrámos a pisar o acelerador, reagindo com eficácia à pressão alta que os vizelenses ousaram fazer naqueles minutos iniciais em Alvalade. Conseguimos esticar o jogo e colocar a bola lá na frente. O problema, para não variar, ocorreu na zona decisiva, a de finalização. Logo aos 5', Paulinho teve soberba oportunidade de abrir o marcador: fez tanta pontaria que acertou, isolado, na cabeça do guarda-rede.
Seguiu-se um festival de desperdício que pôs os nervos em franja nas bancadas de Alvalade, escassamente povoadas: apenas 23 mil espectadores na noite fria de anteontem - incluindo cerca de meio milhar de adeptos do Vizela. Jogo iniciado às 21.15 - horário absurdo para Inverno, mesmo sendo sexta-feira. Não admira que tenha sido o pior registo da temporada, até ao momento, em número de lugares preenchidos no nosso estádio.
Foi exasperante continuar a ver tanto golo desperdiçado naquela primeira parte que terminou com o resultado ainda em branco. Paulinho voltou a ter o golo nos pés ou na cabeça sem conseguir dar a melhor sequência à bola: ou mandava para fora ou lhe acertava tão de raspão que aquilo resultava em nada. Aos 20', 32' e 44'. Trincão seguia-lhe o exemplo, com um par de clamorosos falhanços aos 11' e aos 19'.
Ouviam-se os primeiros assobios. E não faltou quem gritasse «Joguem à bola!»
Rúben Amorim decidiu mexer mais cedo do que é costume. Deixou no balneário o inconsistente Edwards, que por vezes parece alheado do jogo, e mandou entrar Morita - regresso aplaudido após longa lesão na sequência do Mundial do Catar, onde esteve em evidência. O japonês deu estabilidade ao meio-campo, onde faz boa parceria com Ugarte. E permitiu libertar Pedro Gonçalves para o lugar onde mais rende: lá na frente.
Sem surpresa, voltou a ser o transmontano a desbloquear o jogo. Mostrando a Paulinho e a Trincão como se faz: recebido mais um centro milimétrico de Porro, meteu-a lá dentro ao primeiro toque, à ponta-de-lança. Estavam decorridos 59 minutos. Podia-se respirar enfim de alívio em Alvalade.
Mas não por muito tempo. Porque o segundo golo ia tardando. Paulinho, puxando a culatra atrás, ensaiou um golo artístico. Faltou-lhe apenas o essencial: a pontaria. Seria um grande golo, esse, aos 63'. Se entrasse. O problema é que a bola foi direita ao poste - e voltou a não entrar.
Percebemos que o problema é mesmo grave sempre que o treinador decide mandar sair Trincão. Tinha sucedido isso já aos 56', quando o minhoto deu lugar a Arthur, que mostrou mais acutilância e menos displicência. Substituição que só pecou por tardia: devia ter ocorrido logo ao intervalo.
Talvez também por instruções do treinador, a equipa foi cedendo terreno ao Vizela.
Estaríamos já a defender o magro 1-0 quando faltava jogar meia hora? Podia não ser, mas parecia.
Foi nesse contexto que surgiu o golo adversário. Com toda a linha defensiva a parar, quando a bola saiu dos pés de um vizelense e foi embater noutro vizelense após ter tabelado de modo fortuito no árbitro. Os nossos detiveram-se, reclamando bola ao solo, esquecendo-se que o jogo só pára quando se ouve o apito. Os adversários prosseguiram e ela lá foi anichar-se nas redes, com Adán batido à queima-roupa.
Instalava-se o nervosismo novamente, em doses reforçadas. Paulinho via amarelo por protestos, a frase «somos sempre roubados» ia sendo proferida nas bancadas. Até que, talvez para contrariar tal convicção de muitos adeptos, conseguimos um penálti mesmo ao cair do pano: um puxão ostensivo à camisola de Coates e um pontapé acima da cintura atingindo Paulinho na cabeça deram origem ao castigo máximo, sancionado pelo vídeo-árbitro.
Rui Costa apitou para a marca dos 11 metros, tal como Artur Soares Dias fizera no domingo anterior, no clássico da Luz.
E Porro voltou a ser herói. Foi ele a querer marcar, naquele instante decisivo. Foi ele a arrancar a ferros estes três pontos que nos permitem consolidar o quarto lugar, agora com o Casa Pia um pouco mais distante. Foi ele a tornar possível a nossa primeira vitória de 2023 - após derrota no Funchal e o empate na Luz. Foi ele a demonstrar ser um dos raros heróis leoninos desta triste primeira volta do campeonato.
Foi ele a festejar de modo tão exuberante, voltando-se para os adeptos enquanto levava a mão ao emblema, que fiquei com a convicção de que o teremos entre nós pelo menos até Maio. Que seja assim, desejamos todos. Do mal o menos.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Podia ter feito melhor no lance do golo? Podia. Mas o remate seco foi disparado tão perto que seria muito difícil travá-lo. De resto, atento e competente entre os postes.
Gonçalo Inácio - Foi um dos que pararam, reclamando bola ao solo, no lance do golo sofrido. Comportamento digno de uma defesa amadora, não profissional. Lamentável.
Coates - Também claudicou naquele momento decisivo, mas destacou-se em cortes e desarmes. Missão de sacrifício nos 10 minutos finais, como ponta-de-lança improvisado.
Matheus Reis - Destacou-se pela positiva num lance crucial: aos 59' foi lá à frente, como um extremo, e cruzou da esquerda para o centro, movimento crucial no nosso primeiro golo.
Porro - De longe o melhor em campo. Uma assistência (já soma onze) e um golo. Além de uma mão-cheia de cruzamentos que outros desperdiçaram. Impossível pedir-lhe mais.
Ugarte - Sólido no meio-campo, vital a estancar movimentos ofensivos do adversário, funcionou muito melhor com Morita do que com Pedro Gonçalves. Só lhe falta golo.
Nuno Santos - Foi pouco exuberante, algo discreto. Tentou a meia-distância aos 22': a bola rasou a barra. Excelente passe vertical aos 27'. Saiu por motivos tácticos aos 87'.
Pedro Gonçalves - É evidente que rende muito mais lá na frente, integrando o trio de avançados, do que no meio-campo. Marcou aos 59'. Isola-se como artilheiro da equipa.
Edwards - Marcou de forma displicente um canto aos 16', como se estivesse a jogar na praia. Falta-lhe intensidade na disputa da bola. Foi substituído ao intervalo, sem surpresa.
Trincão - Ouviu assobios ao falhar o segundo golo cantado, aos 19', optando por um passe ao guarda-redes. Já haviado falhado aos 11'. Saiu sem palmas nem glória aos 56'.
Paulinho - É bom a conquistar penáltis: voltou a acontecer aos 89'. Menos bom a marcar golos. Mandou uma bola ao poste, outra à cara do guarda-redes. Mais um jogo em branco.
Morita - Muito aplaudido, regressou aos 46' após mais de um mês afastado por lesão. Contribuiu para dar consistência ao meio-campo e maior eficácia na ligação ao ataque.
Arthur - Substituiu Trincão aos 56'. Menos apático e perdulário do que o minhoto, é ele a iniciar o nosso primeiro golo num passe a aproveitar bem a desmarcação de Matheus Reis.
Chermiti - Estreia em Alvalade, como jogador da equipa principal, substituiu Pedro Gonçalves aos 77'. Deu algum dinamismo à frente atacante. Parece promissor.
Tanlongo - Outra estreia, esta em absoluto de Leão ao peito. O reforço argentino rendeu Ugarte aos 77'. Parece ter bom toque de bola: passes acertados, denotando visão de jogo.
St. Juste - Substituiu Nuno Santos aos 87' para libertar Coates como avançado improvisado. Tempo insuficiente para mostrar o que vale ou o que não vale.
Da vitória arrancada a ferros.Derrotámos o Vizela (2-1) graças a um penálti convertido aos 90'+5. Após outro jogo muito sofrido e em grande parte medíocre do nosso lado, exasperando os escassos 23.358 adeptos que ali compareceram em noite fria de Inverno e em horário impróprio (apito inicial às 21.15). Primeiro triunfo em 2023 neste regresso a casa após uma derrota (com Marítimo) e um empate (com Benfica). E a pior assistência até agora registada nesta Liga em Alvalade.
De Porro. Outra vez o melhor em campo. É hoje, inegavelmente, o elemento com mais qualidade no plantel leonino. Transferi-lo neste mercado de Inverno será outra machadada no "projecto do Sporting", que implica exibir um futebol atractivo e eficaz para poder aceder a títulos e à injecção financeira que só eles proporcionam. Marcou de modo exemplar o penálti da vitória. Já tinha assistido no golo inicial e tentado ele próprio o golo num remate forte aos 45'+2. Fez vários cruzamentos irrepreensíveis mas quase todos desaproveitados. Soma agora 11 assistências no campeonato. O modo exuberante como festejou o golo, apontando para o emblema, indica que quer continuar em Alvalade.
De Pedro Gonçalves. Soma e segue: outro golo, desta vez em bola corrida. À ponta-de-lança, aos 59', dando a melhor sequência, em ângulo recto para a baliza, ao centro de Porro. Aos 20', serviu muito bem Paulinho num dos lances que o avançado-centro desperdiçou. O seu desempenho foi muito superior na segunda parte, quando Morita entrou para fazer parceria com Ugarte no meio-campo e o ex-Famalicão avançou no terreno: é ali que deve jogar sempre. Nos últimos quatro jogos, marcou em três.
Do regresso de Morita. O internacional japonês, que esteve mais de um mês lesionado após ter participado dignamente no Campeonato do Mundo, funciona como complemento ideal a Ugarte no meio-campo leonino. Fazendo a ligação ao ataque, enquanto o uruguaio resguarda a componente defensiva. Em campo durante toda a segunda parte. Cumpriu a missão. E permitiu libertar Pedro Gonçalves para o triângulo ofensivo, onde mais rende.
De Tanlongo. Estreia absoluta de Leão ao peito do jovem médio argentino, recém-chegado ao Sporting. Entrou aos 77', rendendo Ugarte, e mostrou boa atitude em campo - com visão de jogo e qualidade de passe. Parece ter maturidade superior aos seus 19 anos. E é um dextro entre vários canhotos, o que registo com agrado.
Da estreia de Chermiti em Alvalade. Tal como Tanlongo, entrou quando o resultado estava 1-1 e quase todos temíamos novo empate pelo segundo jogo consecutivo. O jovem açoriano da nossa formação substituiu Pedro Gonçalves aos 77', o que causou alguma estranheza entre os adeptos mas confirma que Rúben Amorim aposta mesmo nele, mesmo sem contrato renovado. Protagonizou uma exuberante recepção de cabeça (90'+9). No mesmo minuto viu um amarelo por falta táctica que se impunha quando o Vizela tentava a todo o custo o 2-2.
De ver três dos nossos sem cartão. Coates, Nuno Santos e Porro, que estão "tapados" com quatro amarelos, passaram incólumes, sem castigo. Podemos contar com eles para o próximo desafio - a meia-final da Taça da Liga, terça-feira, frente ao Arouca.
Deste segundo penálti em dois jogos. Valeram-nos três pontos nestas duas jornadas. O que foi convertido no domingo contra o Benfica, permitindo o empate na Luz, e este que nos fez passar do empate à vitória no embate com a turma vizelense.
Da homenagem a Meszaros antes do jogo. Minuto de silêncio em memória do histórico guarda-redes leonino transformado em merecida ovação nas bancadas.
Não gostei
Do resultado ao intervalo. O nulo inicial mantinha-se nesta partida contra o oitavo classificado da Liga 2022/2023. Consequência do eficaz sistema táctico adoptado pelo Vizela em Alvalade, numa inédita (para eles) formação com três centrais, e sobretudo do enorme desperdício dos nossos atacantes. Com destaque para Paulinho e Trincão, incapazes de a meter no fundo das redes. Edwards nem tentou.
Da extrema lentidão a partir dos 20' iniciais. Fracassadas as tentativas de marcar, decidimos "pausar o jogo", passando a "construir de trás" com a passividade do costume, já com assobios a escutarem-se nas bancadas. Como se apenas soubéssemos correr atrás do prejuízo. A rapidez só regressou após o intervalo - e acentuou-se, com mais nervos do que cabeça, a partir do golo do empate, aos 75'.
De Edwards e Trincão. Foi exasperante vê-los em campo. Edwards, só na primeira parte. O ex-Barcelona até ao minuto 56. Falta de intensidade, falta de energia anímica, falta de espírito competitivo - ao invés dos alas, Porro e Nuno Santos. O inglês marcou de forma displicente um canto, aos 16', entregando-a ao guarda-redes. O minhoto, bem colocado, transformou aos 19' um possível golo num passe ao guardião Buntic. Aos 54', após falhar um passe de forma caricata, ouviu ainda mais assobios e acabou por ir tomar duche mais cedo.
De Paulinho. Voltou a sacar um penálti. Mandou uma bola ao poste (63'). Mas é inacreditável a quantidade de golos que falha - como aquele, logo aos 5', em que apareceu isolado e conseguiu acertar com a bola... na cara do guarda-redes. Chega ao fim da primeira volta do campeonato, ontem cumprida para nós, com apenas dois golos marcados nesta prova máxima a nível nacional. Números inaceitáveis para um avançado-centro.
De Rui Costa. A bola bateu nele 10 segundos antes do golo vizelense. Devia ter interrompido o jogo e recomeçá-lo com bola ao solo, mas fez de conta que nada tinha acontecido. Estavam decorridos 75 minutos, o Vizela empatava graças à preciosa ajuda e este árbitro confirnava o que já sabíamos: está a mais nos relvados portugueses. Por ter ultrapassado o limite de idade e ter superado o patamar aceitável de competência.
Da nossa defesa. Parou toda, pregada ao chão, à espera que Rui Costa interrompesse o jogo no lance do golo sofrido. Atitude inaceitável: deviam ter continuado a disputar a bola. Assim não admira que o Sporting, quarto classificado no campeonato, tenha agora só a oitava melhor defesa, com 19 golos sofridos em 17 jogos. Até o Vizela está à nossa frente.
De ver Coates novamente como "ponta-de-lança" improvisado. Aconteceu nos minutos finais, após St. Juste ter entrado - aos 87', por troca com Nuno Santos. Por falta de alternativas no banco, volta a solução de recurso. Por sinal numa época em que o nosso capitão ainda não conseguiu marcar qualquer golo.
Da comparação. À 17.ª jornada, temos menos 12 pontos do que na mesma fase do campeonato anterior. Queda abrupta.
Foi uma primeira parte estranha. Do encaixe entre o 3-4-3 do Sporting e o 5-3-2 do Vizela com a linha defensiva bem subida no campo resultou o domínio da equipa adversária no meio-campo estrangulando o nosso jogo, mas através de bolas longas colocadas atrás da linha defensiva conseguimos cinco oportunidades claras de golo contra uma do adversário.
Paulinho acertou na cabeça do guarda-redes numa, falhou o desvio noutra a passe de Trincão, penteou para Trincão ver a bola passar noutra. Trincão falhou duas vezes frente ao guarda-redes adversário.
Quando o desperdício é tanto, o resultado costuma ser a derrota.
Com 0-0 ao intervalo, impunha-se retirar os dois interiores que estavam num dia negro e colocar mais um médio libertando Pedro Gonçalves das funções que apenas o prejudicam. Foi isso que Rúben Amorim fez, primeiro com Morita e depois com Arthur Gomes. E logo o Sporting começou a chegar com a bola controlada à àrea adversária. Dum lance de Arthur surgiu o golo de Pedro Gonçalves, que já tivera uma ocasião de golo cortada por um adversário.
Pouco tempo depois Paulinho, isolado, acertou no poste. A equipa relaxou demasiado, foi deixando o tempo correr, pondo-se a jeito para a falta de vergonha dum árbitro "dourado" que interceptou uma bola dum jogador do Vizela que viria ter a um jogador do Sporting, a equipa ficou à espera do apito que não surgiu, o Vizela aproveitou para centrar e marcar.
Tudo o que poderia correr mal estava mesmo a correr, o fantasma do Murphy pairava em Alvalade.
Foi então que Amorim, com a vitória estupidamente comprometida por erros próprios e pelo portuense irmão do outro que o nomeia, puxou da cartada kamikaze, tirou dois dos melhores em campo, Ugarte e Pedro Gonçalves, para pôr em jogo dois "passarinhos", Tanlongo e Chermiti.
Previa-se o pior, até porque a Juveleo foi aproveitando para cantarolar o "joguem à bola, joguem à bola...joguem à bola, joguem à bola... " (e depois queixam-se que os jogadores não vão lá agradecer o "apoio"), e quando entrou St.Juste para pôr Coates a fazer dum Bas Dost que não existe nem se equaciona a compra, então parecia ser mesmo o fim, e mais um dia de vergonha para o Sporting em Alvalade.
Já assisti a tantos que seria apenas mais um.
Mas não. Mesmo no final duma confusão na área contrária Paulinho surge agarrado à cabeça, o apitador irmão do outro que o nomeia para estas encomendas ignora, o VAR chama-o ao monitor e lá é forçado a engolir o apito e marcar o penálti. Além do pontapé na cabeça de Paulinho ainda tinha havido um agarrão a Coates.
E assim o Sporting conquistou 3 pontos que inacreditavelmente ia conseguindo desperdiçar.
Melhor em campo? Porro, sempre a perceber o que tinha de ser feito e a marcar muito bem o penálti.
Pior em campo? O apitador "dourado" que nunca mais é reformado com justa causa. Além do lance do segundo golo, aquela falta marcada a Coates pelo teatro do Bruno Wilson é de bradar aos céus. Só espero que não vá fazer companhia ao irmão na nomeação dos árbitros. Pode ir fazer palestras aos jogadores do Porto como aldrabar os árbitros como ele.
PS: Primeira vez que vi jogar Tanlongo, parece ser outro Ugarte, gostei. Chermiti já conheço, atributos físicos de eleição mas muito para evoluir.
E eu vou lá estar, doido da cabeça... no estádio mesmo, aproveitando para ver o basquetebol e tentar perceber que bicho mordeu à equipa que estava em perda e na semana passada arrecadou a Taça.
Com todo o melhor onze disponível não há desculpas para não vencer e convencer hoje contra o Vizela. Para isso a receita está mais que inventada: entrar com tudo e tentar marcar bem cedo, antes do adversário acertar marcações e se sentir confortável no jogo. Depois, a ter de fazer pela vida, tudo fica mais fácil para nós.
A defesa não esteve nada bem na Luz. Rúben Amorim teve de reorganizá-la com o jogo empatado. Falam de Inácio e Matheus Reis mas para mim a principal responsabilidade é do comandante Coates que falhou na definição da linha defensiva nos dois golos sofridos. Entrou St. Juste, que está sem ritmo, e arriscou demasiado nas entradas. Hoje talvez fosse melhor voltar ao onze inicial da Luz e levar a jogo St.Juste e Morita na 2.ª parte.
O onze inicial deverá então ser o seguinte:
Adán; Inácio, Coates e Matheus Reis; Porro, Ugarte, Pedro Gonçalves e Nuno Santos; Edwards, Paulinho e Trincão.
No banco deverão estar Israel, St.Juste, Marsà, Esgaio, Arthur Gomes, Sotiris, Rochinha e Jovane.
Muito ainda para conquistar esta época. Confiança total em Rúben Amorim, confiança total nesta equipa!
Vem aí outro jogo. O primeiro que fazemos no nosso estádio em 2023, com arbitragem de Rui Costa. Será amanhã à noite, a partir das 21.15 (não se arranjava um horário ainda mais tardio em noite de Inverno, doutor Varandas?), com o Sporting a receber o Vizela.
Assim se encerra, da nossa parte, a primeira volta desta Liga 2022/2023 que nos vai parecendo bastante mais comprida.
É jogo para ganhar, empatar ou perder? Aceitam-se os vossos prognósticos. Com indicações de marcadores dos nossos golos, se os houver.
Ontem, o Jornal de Notícias, preparava a coisa, o Vizela está com muitas dificuldades em arranjar onze jogadores para entrarem em campo, é um aborrecimento, provavelmente, vai acontecer o mesmo que ocorreu com o Portimonense.
Hoje, é o dia da dança (para mim 29 de Abril é sempre um dia de mudança) para O Jogo, também. Não se sentem tão confiantes como os colegas do JN, dançam de outra forma, há ali uma mudança, duas letras são suficientes para traduzir todo o medo que sentem um "s" + um "e"; "Se o FC Porto alcançar (...)"
Está tudo dito, as palavras de ontem e as de hoje traduzem muito receio dum jogo limpo e bem arbitrado com o Vizela.
O tal "se" de que O Jogo fala.
"Se" o Vizela vencer no Dragão, o FC Porto "se" calhar não "se"rá campeão.
O Sporting foi a Vizela vencer por 2-0 na jornada anterior. Resultado aqui antecipado oito vezes. Por Cristina Torrão, Edmundo Gonçalves, João Gil, João Rafael, Jorge Luís, Leoa 6000, Madalena Dine e Maria Sporting. Em perfeita paridade de género, algo que julgo ter acontecido pela primeira vez.
Aplicado o critério de desempate, passamos de oito para quatro, precisamente o número dos que anteciparam o nome de Pedro Gonçalves como autor de um dos golos: Cristina Torrão, João Gil, Jorge Luíse Leoa 6000. Parabéns a dobrar.
Foi uma equipa ainda convalescente do desastre dos Açores a que entrou em Vizela. A vontade de voltar ao modelo de jogo que conduziu às vitórias estava lá, o atrevimento ofensivo com Nuno Santos e Daniel Bragança em vez de Feddal e Matheus Nunes também, mas a pressão do adversário intranquilizou, Coates não estava nos seus dias e estivemos perto de sofrer um golo depois duma perda de bola no meio-campo. Valeu-nos o Santo Adán.
Depois a equipa reagiu bem. Inácio e Matheus Reis garantiam uma boa saída de bola, o lado direito com Esgaio e Sarabia começou a carburar, na primeira oportunidade Pedro Gonçalves marcou um grande golo e partir daí só deu Sporting. Ao intervalo a ganhar por 2-0, o Sporting entrou na 2.ª parte para não dar hipóteses ao adversário, estivemos sempre muito mais perto do 3-0 do que o Vizela de marcar algum golo até a dupla do meio-campo dar o berro. Depois quase voltámos ao registo inicial e o Vizela até poderia ter marcado.
Ficou assim com final feliz um jogo que só não foi mais tranquilo pelo dia menos positivo do "El Patrón" (não sei se distraído pelo fazer de malas para ir ao Uruguai com o "afilhado") e pelo desperdício de golos do tridente ofensivo, o tal PSP que cada vez articula melhor mas concretiza bem menos do que poderia.
Daniel Bragança esteve excelente como "playmaker" e é de facto uma alternativa válida ao "box to box" Matheus Nunes para algum tipo de jogos. A bola passa a correr mais do que o jogador, os alas agradecem. O problema é a recuperação de bola e a luta a meio-campo, Palhinha fica a ter de aguentar sozinho o barco. Mais um amarelo, mesmo que tenha sido muito injusto. Mas independentemente das características dum ou doutro, a questão é que são quatro médios para dois lugares e convém ter todos nas melhores condições. Todos têm que jogar aqui ou ali.
Concluída esta jornada, estamos em segundo lugar a 3 pontos dum Porto que lá vai ganhando conforme pode e sabe (desta vez foi um sul-africano que fez os possíveis para ir tomar banho mais cedo) e com 6 pontos de vantagem dum Benfica à deriva. Andamos a jogar contra tudo e contra todos, defrontamos equipas que mais parecem filiais dos rivais, arbitragens que nos castigam com cartões e nos limitam a possibilidade de discutir o jogo, mas mesmo assim a verdade é que tudo depende de nós, melhor equipa nacional não existe.
PS: Claro que Nuno Santos esteve mal ontem, como esteve em Alvalade, mas comparar o rapaz a alguns artistas de circo do Porto... por amor da Santa. Ou da tal Bruxa, funcionária.
Da nossa vitória em Vizela (0-2). Três pontos arrancados sem grande dificuldade à equipa minhota, que já havíamos vencido por 3-0, em Alvalade, no início deste campeonato. Agora com os dois golos marcados ainda na primeira parte por Pedro Gonçalves (28') e Daniel Bragança (42').
De Pedro Gonçalves. Regresso aos golos após um jejum de nove jogos sem marcar. Já fazia falta, o Pedro artilheiro. Marcou no estilo a que nos habituou: mais em jeito do que em força, com um remate muito bem colocado, para o ângulo superior direito da baliza vizelense. Que seja o primeiro de muitos em 2022.
De Sarabia. Muito influente, o internacional espanhol. Com pormenores de pura classe. Assiste Pedro Gonçalves no primeiro golo, faz um excelente cruzamento que inicia o segundo e oferece outro, aos 50', que o n.º 28 desperdiça. Esteve ele próprio quase a marcar, aos 88', num remate travado com dificuldade pelo guarda-redes Pedro Silva, formado em Alcochete.
De Matheus Reis. Vai refinando a exibição de jogo para jogo. Hoje foi o melhor do nosso quinteto defensivo. Excelentes cortes aos 69', 72' e 80'. Muito seguro no passe e na condução da bola. Tem a titularidade agora sempre garantida, quer como central (a posição a que regressou nesta partida), quer como lateral esquerdo.
De Daniel Bragança. O melhor em campo. Rúben Amorim surpreendeu ao colocá-lo como titular, deixando Matheus Nunes no banco. O jovem médio criativo formado em Alcochete correspondeu da melhor forma à confiança do técnico: organizou jogo, teve sempre precisão no passe e marcou um soberbo golo, num disparo forte com o seu pé esquerdo, coroando magnífica jogada colectiva que teve também Sarabia e Nuno Santos como intervenientes.
Deste início da segunda volta. Voltámos às vitórias, depois do percalço ocorrido em Ponta Delgada na jornada anterior, num jogo que dominámos por completo a partir do quarto de hora inicial. Na segunda parte limitámo-nos a segurar a vantagem, aspecto em que somos muito fortes. Continuamos a fazer marcação cerrada ao FC Porto e ampliámos a distância face ao Benfica, terceiro classificado da Liga, agora seis pontos abaixo de nós.
De não termos sofrido qualquer golo. Continuamos a ser a equipa menos batida deste campeonato 2021/2022: só dez golos em 18 desafios. Os dois jogos anteriores, em que sofremos cinco, terão sido incidentais.
De ver o Sporting marcar há 31 jornadas seguidas. Sinal inequívoco da grandeza desta nossa equipa, tão bem orientada por Rúben Amorim.
Não gostei
Dos 15 minutos iniciais. Entrada forte do Vizela, que nos remeteu ao reduto defensivo nessa fase da partida em que podíamos ter sofrido um golo, logo aos 7'. Felizmente Adán estava atento e anulou o lance com uma enorme defesa, confirmando que continua em excelente forma.
De Coates. Entrada displicente do nosso capitão, forçado a fazer falta que lhe valeu amarelo logo aos 3', passando a actuar condicionado a partir daí. Parece em má condição física.
Da falta de golos na segunda parte. A nossa vitória acabou por saber a pouco com tanto domínio.
Daquele sururu no final. Já no tempo extra, gerou-se enorme confusão junto ao banco leonino com jogadores e membros das equipas técnicas a trocarem insultos - e também com altercações entre adeptos das duas equipas na bancada central do estádio. Não havia necessidade.
É já amanhã em Vizela o jogo com que iniciamos a segunda volta da 1ª Liga, onde seguimos em segundo lugar, a 3 pontos do Porto e com 4 pontos de vantagem relativamente ao Benfica.
Começámos da pior forma este mês de Janeiro, marcado pelo mercado de Inverno e por uma pandemia que continua a jogar por fora. Além do Vizela vamos ainda ter até final do mês Braga (C), Santa Clara (TL) e Benfica (?) (TL).
Nos Açores vários factores concorreram para a derrota mas mais que remoer sobre o assunto importa agora realçar o que de bom já foi atingido e os pontos fortes da equipa que vão ser essenciais amanhã.
Em primeiro lugar a equipa tem de resistir a todo o custo em fazer o que muitos adeptos reclamam, em "ir para cima" do adversário, porque isso muitas vezes só significa facilitar a vida de quem defende e pôr-se a jeito para o contra-golpe. O Sporting tem de controlar o jogo, saber quando acelerar e quando pausar, deixar o adversário desgastar-se ao mesmo tempo que a classe dos seus avançados decide o jogo. Os jogos mais sofridos contra adversários inferiores foram aqueles em que o jogo se partiu, oportunidades para os dois lados, e a sorte ou o azar a ditar o resultado final.
Ora isso tem muito que ver com a saída a jogar desde trás. Uma saída com critério proporciona um onze bem posicionado para circular a bola, atacar com perigo e matar o possível contra-ataque adversário à nascença. Pontapé para a frente sem critério ou médios a cavalgar significa que quando os adversários contra-atacarem Palhinha vai acorrer a um lado e deixar descoberto o outro, a defesa vai "andar aos papéis" e o perigo acontece. Inácio e Feddal estão muito mais à vontade na saída do que Neto ou Matheus Reis e isso é essencial.
No que respeita ao ataque o importante é que o trio esteja de pontaria afinada, coisa que não tem acontecido especialmente com Pedro Gonçalves. Porque a articulação entre os três está cada vez melhor e os dois alas garantem uma versatilidade que liberta espaços para os avançados. Assim eles os aproveitem.
Prevejo assim que o Sporting entre amanhã na máxima força:
Inicial: Adán; Neto, Coates e Feddal; Esgaio, Palhinha, M. Nunes e M.Reis; P. Gonçalves, Paulinho e Sarabia.
Concluindo,
Amanhã o Sporting entra em campo em Vizela para conquistar os 3 pontos e prosseguir na corrida à liderança da Liga.
Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?
Vamos defrontar o Vizela este domingo, a partir das 18 horas. Lá no Minho, onde os jogos não costumam ser fáceis.
Na primeira mão, em Alvalade, vencemos por 3-0 -- com golos de Pedro Gonçalves (2) e Paulinho. Abrindo assim, da melhor maneira, este campeonato 2021/2022.
E desta vez, como vai ser? Tenho curiosidade em saber os vossos prognósticos.
Muitos andaram lá perto, mas só um acertou em cheio: o nosso leitor Leão 79, que não apenas antecipou a vitória do Sporting sobre o Vizela por 3-0 como previu quem marcaria os três golos. Foi ele, portanto, o vencedor isolado da nossa primeira jornada de prognósticos da temporada 2021/2022.
Mas merecem registo os restantes leitores - e alguns dos meus colegas de blogue - que também anteviram o resultado desta ronda inaugural do campeonato, bem como a autoria de um ou dois dos três golos da vitória leonina em Alvalade. Aqui ficam os nomes, por ordem alfabética: AHR, João Gil, José da Xã, Madalena Dine, Pedro Batista, Pedro Boucherie Mendes, Pedro Tarquínio e Ricardo Roque.
Saúdo tanta participação: espero que seja um bom prenúncio. Até à próxima jornada.
Numa espécie de reinauguração (!!!!) do Estádio Alvalade XXI, após mais de 500 dias sem público, nada melhor que ver o Sporting campeão ganhar. Ainda por cima de forma categórica.
Fui uns dos presentes ontem naquele topo Norte razoavelmente preenchido. Soube tão bem este regresso. Pena que o estádio não pudesse levar mais adeptos e a constatação de um topo sul completamente despido, nomeadamente a zona das claques. Algo para o qual não encontro explicação razoável.
Mas isto são contas de outro peditório para o qual eu nunca dei, não dou e espero nunca dar!
Foi um jogo vivo muito vivo, mesmo que ao intervalo o resultado estivesse em branco. O Vizela veio a Lisboa mostrar porque está na Primeira Liga e se continuar neste ritmo vai estragar a vida a muitas equipas.
Gostei também de ver ao vivo Palhinha, Pedro Gonçalves, Paulinho ou Feddal, só para dar uns exemplos. Assim como o “mister” Amorim.
O melhor marcador da época passada mostrou, mais uma vez, porque ganhou o prémio, facturando dois belos golos sendo um deles (o segundo) à “Pedro Barbosa”.
Todavia o jogador que mais me encheu as medidas foi mesmo João Palhinha.
Aquilo transpira classe por todos os poros.
Ainda me pergunto como é que este jogador esteve na lista de dispensas.
Para apreciar melhor o segundo golo do Sporting de ontem será de vistas curtas reparar apenas no estupendo passe de Esgaio que leva a bola até aos pés daquele que fabrica algoritmos com a ponta da bota, pois os seus remates saem de geometria perfeita na curva do arco, na altura do voo, na direcção inevitável que levam.
Pedro Gonçalves estava nesse momento isolado próximo do segundo poste. E estava sozinho porque foi ali ter em resultado de uma longa jogada em que toda a equipa havia antes, por duas vezes, tomado de assalto a linha defensiva do Vizela por todos os flancos. Duas vezes a bola é rechaçada e de imediato recuperada quase à entrada na área e quando na terceira investida chega aos pés de um Esgaio livre e com espaço à direita, já os adversários estavam completamente desbaratados e desnorteados.
O segundo golo do Sporting é de antologia: o futebol é um jogo colectivo e dinâmico, onde cada peça deve saber onde estar e o que fazer. O segundo golo do Sporting foi um puro produto do treino e de quem o administra. Pode ser viciante o hábito de se irem vendo maravilhas destas em Alvalade.
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