Vitória épica em Londres: derrubámos a melhor equipa do melhor campeonato do mundo. Primeira vitória leonina de sempre na capital inglesa: o Arsenal foi ao tapete. Caiu nos oitavos da Liga Europa.
Nós seguimos em frente, com todo o mérito. Três golos marcados nas duas mãos desta eliminatória. Sem derrotas, melhores nos penáltis. Com cinco artilheiros que não falharam: St. Juste, Esgaio, Gonçalo Inácio, Arthur e Nuno Santos.
Pedro Gonçalves: um golo extraordinário, que vai ser visto e aplaudido a partir de agora em todo o mundo.
Adán - com uma exibição fantástica no estádio Emirates, perante quase 60 mil espectadores - defendeu uma grande penalidade.
O Sporting Clube de Portugal não vive apenas do futebol nem do desporto masculino. Os últimos dias proporcionaram vitórias importantes das nossas leoas que nos enchem de orgulho:
Atletismo - Auriol Diogno (ouro) e Patrícia Mamona (bronze) nos Europeus de pista coberta.
Râguebi Feminino - Campeã Nacional, 15-12 na final contra o Benfica.
Voleibol Feminino - Taça de Portugal, 3-2 contra a AJM FCPorto.
Não podia perder esta final da Taça de Portugal no pavilhão de Viana do Castelo até porque no ano passado estava na zona e desloquei-me lá para ver a equipa ser ingloriamente derrotada na meia final contra o V. Guimarães, a que se seguiram derrotas com o Leixões que nos puseram fora da final do campeonato.
Foi um jogo emocionante, com alterações constantes na liderança dos sets que tornavam o desfecho imprevisível. O Sporting ganhou na "negra" por 15-12 depois da sequência 1-0, 1-1, 1-2, 2-2.
Contra o adversário com mais orçamento de Portugal que conta com duas estrangeiras muito fortes tecnica e fisicamente, foi preciso muita raça e espírito de sacrifício para dar a volta a dificuldades que pareciam inultrapassáveis. Alguns reforços do ano habitualmente suplentes, Fernanda (México), Martinelli (Argentina ex-V.Guimarães) e Rafa (Brasil) excederam-se, ajudando as titulares Daniela Pereira (Espinho, 5ªEpoca), Vanessa Paquete (Espinho, 4º), Bárbara Gomes (Porto, 2ª), Figueiras (Porto, 1ª), Thais Bruzza (Brasil, 3ª), Aline Timm (Brasil, 3ª) e Jady Geroto (Brasil, 2º).
Esta grande vitória deve-se em primeiro lugar ao excelente trabalho do treinador Rui Pedro Costa que conseguiu construir uma equipa que é uma verdadeira família e que tem uma capacidade de luta incrível, brilhantemente liderada pela capitã Dani e com uma leoa indomável e incansável sempre em campo, que é a Bruzza. Isto numa modalidade cuja força está a norte, e onde é sempre complicado e caro recrutar as melhores jogadoras portuguesas daquela zona.
Esforço, dedicação, devoção e glória. Esta equipa é o exemplo disso.
Mas também da importância da estabilidade a todos os níveis. Da directiva protagonizada pelo Miguel Afonso, da técnica pelo Rui Pedro Costa, da do plantel e da sua capitã Daniela Loureiro, todos os projectos precisam de tempo para se desenvolverem e terem sucesso. A pressa e a exigência da treta são pragas a evitar a todo o custo.
PS: E em masculinos o Sporting perdeu 0-3 com o Benfica. Aqui tudo diferente, o treinador acabou de chegar, o capitão tem dois anos de casa e não tem a liderança em campo da Daniela, o plantel sem uma base portuguesa forte e uma equipa um pouco desligada na quadra que se afunda na dificuldade. Sem hipóteses contra o campeão das últimas épocas, bem estruturado, liderado e muito experiente, e vai ser muito difícil contra os açorianos na meia-final do Campeonato.
As minhas desculpas ao Paulinho, por ter duvidado da sua eficácia.
É exasperante ver uma equipa que até joga bem, muito bem aliás ontem e é tão ineficaz na finalização.
É certo que o GR japonês fez três ou quatro defesas de luxo, mas aquilo que se faz tão bem até ao tiro final, não merecia a falta de pontaria que se está a tornar um (mau) hábito.
Valeu-nos hoje Paulinho, o mal amado (mea culpa), com um golo de belo efeito e de difícil execução.
E valeu-nos o arrojo de Amorim, que nos deixou praticamente sem meio-campo para ganhar o jogo. Conseguiu-o, está de parabéns.
Tudo está bem, quando acaba bem.
Uma nota final para o apoio que se ouviu sempre do início ao fim do jogo. Eram escusadas as tarjas, bastavam as bandeiras e os cachecois.
Antes de mais, grande jogo. A apreciação ficará a cargo dos especialistas do blogue.
Ste Juste é, como já defendi bastas vezes, um excelente defesa. Falta-lhe ritmo e fugir às lesões. Hoje fez o jogo todo, o que é boa notícia;
Chermiti fez uma excelente partida, com uma assistência para Edwards marcar. Esteve muito bem na luta com os "cavalões" do Braga, acho que temos jogador;
Pedro Gonçalves sem se dar muito por ele fez andar a equipa e acabou por fazer duas assistências e um golo, de penalti;
Esgaio, hoje muito acarinhado pelo público e bem, fez a melhor exibição desde que regressou ao Sporting;
A equipa esteve bem como um todo, mas Morita foi o nosso melhor, hoje. Levou o prémio de homem do jogo merecidamente;
Ao contrário, uma vez mais Trincão esteve ausente, uma parte no banco e outra fora do banco;
O marcador dos penaltis é o Pedro Gonçalves e acho que fez muito bem em marcar o penalti que deu o quinto da noite. Gostei muito que todos puxassem por Esgaio para marcar (Chermiti também se estava a pôr a jeito...), mas se pensarmos todos bem... E se o rapaz falhasse? Foi melhor assim, o jogador fica com a satisfação da ovação e do reconhecimento da sua bela exibição e Pedro Gonçalves soma mais um. Eu confesso que dei por mim a imaginar uma defesa do GR do Braga e Esgaio a marcar na recarga, também teria sido engraçado;
Uma nota e pergunta final: Porque é que não jogamos sempre com o Braga?
Não há uma sem duas. Em 2022 o Sporting voltou a sagrar-se campeão de Inverno ao conquistar a Taça da Liga, novamente sob a batuta de Rúben Amorim, após ter vencido este título também em 2019, ainda com Marcel Keizer no comando técnico. Quatro triunfos nas últimas três épocas: não é um brilharete, já começa a tornar-se tendência.
Aconteceu a 29 de Janeiro: derrotámos na final o Benfica, sem apelo nem agravo. Foi a desforra perfeita do jogo da vergonha, ocorrido a 21 de Março de 2009, noutra final contra o SLB, roubada ao Sporting por um apitador chamado Lucílio Baptista.
Rúben Amorim tinha avisado: «Vamos apresentar um onze muito forte e para ganhar.»
Cumpriu o que prometeu: vencemos por 2-1, com golos de Gonçalo Inácio e Sarabia. O internacional espanhol, que chegou a Alvalade por empréstimo do PSG, foi a grande figura do desafio, ao assistir de canto o colega da defesa aos 49' e ao rematar com êxito aos 78', fuzilando Vlachodimos após uma espectacular recepção de bola em que demonstrou enorme classe. Confirmando-se como um dos nossos jogadores mais influentes da temporada.
Além da vantagem em golos, as restantes estatísticas desta final confirmaram a nossa superioridade: 61% de posse de bola e 13-2 em remates. Estivemos sempre mais perto do 3-1 (Paulinho mandou uma bola à barra, aos 73') do que o Benfica de empatar.
Recordo o onze titular verde-e-branco neste clássico disputado em Leiria: Adán; Neto, Gonçalo Inácio, Feddal; Esgaio, Palhinha, Matheus Nunes, Matheus Reis; Pedro Gonçalves, Sarabia e Paulinho. Entraram ainda Porro (66') para substituir o amarelado Neto, passando Esgaio para central, Ugarte (85') para render Matheus Nunes, e Tiago Tomás e Nuno Santos (88'), para os lugares de Paulinho e Sarabia.
Quarto título conquistado por Amorim em dois anos ao serviço do nosso emblema. Tenho a certeza de que não foi o último.
Os rapazes ganharam ontem em Famalicão com toda a justiça. O resultado peca por escasso, dadas as oportunidades desperdiçadas, o que me leva a colocar aqui a questão do sistema de jogo e o facto que por aqui vamos (autores e comentadores) dizendo, que os adversários já conhecem e anulam facilmente o sistema Amorim.
Ora este sistema produz imensas oportunidades de golo por jogo (muitas, vá...), como ontem se verificou. Os golos não apareceram por inépcia dos finalizadores, já que ontem o GR adversário pouco trabalho teve, o que denota uma clara deficiência ao nível psicológico, uma clara fadiga mental e uma visível a olho nu fadiga física, ontem com mais uma lesão de Matheus Reis (que pode agradecer a Iemanjá não ter sido expulso por conduta incorrecta, algo em que incorre frequentemente).
Nada nos garante portanto, verificada a falta de pontaria, que qualquer outro sistema alternativo desse mais golos.
Vem aí a Taça da Carica, perdão, da Liga, onde acho que devem ser utilizadas as segundas linhas e alguns jogadores da equipa B. Há jogadores que têm que jogar para demonstrarem que podem entrar na equação, no banco e jogando cinco minutos quando se perde ou empata e se luta por um golo, não ajuda antes prejudica. Eu como sou daqueles que não atribuo grande importância a este troféu e como os adversários na primeira fase até são acessíveis, optaria por esta opção.
Com um mês e meio de paragem, com poucos jogadores nas selecções e alguns com previsível curta estadia no Catar, haverá tempo suficiente para descansar a mente e o corpo, para recarregar baterias, para recentrar o foco. Confio que Amorim, ele próprio a precisar de descansar a mente, conseguirá agregar os rapazes de novo, mas...
Não será suficiente! Há a necessidade urgente de contratar três jogadores que peguem de estaca como vamos todos por aqui escrevendo: Um central, um seis e um nove. Eu até acredito que haja jogadores identificados para estas posições se a opção for mesmo contratar (o "a la longo" agora contratado será mesmo para burilar e vender, "penso eu de que"), mas eu até tenho uma sugestão para nove...
Estava pouca gente como seria de esperar, após o desaire na Taça de Portugal, mas durante todo o tempo não foi regateado apoio à equipa, à parte uma assobiadela desnecessária à saída para o intervalo por parte da bancada sul. Bancada A, que lá por cima assobiavam-se os assobiadores.
Posso estar a ser um pouco exagerado na apreciação ao jogo, mas arrisco a dizer que foi a exibição mais consistente e conseguida desta época a nível interno.
A equipa falhou inúmeros golos na primeira parte é certo, grande parte deles por manifesto nervosismo (querer entrar com a bola pela baliza "adentro" é reflexo disso), mas esteve sempre por cima do adversário, que tem uma bela equipa e pratica um futebol muito bom.
Parecia que aqueles móveis lá na frente deambulavam em frente à cama (baliza) sem saberem muito bem quem era o guarda-fato, quem era o pexixé, quem era a cómoda, ou quem era a mesa de cabeceira.
Parece-me que o que virou o jogo foi o treinador ter percebido que um dos móveis estava ali a mais e colocando um jogador em cima da cama (o que a gente aqui lhe anda a dizer há "séculos"), fez com que finalmente fosse beijado o véu da noiva. E num ápice, fruto também da alteração táctica do adversário que queria defender o resultado com que vinha do intervalo e jogando no passar do tempo e no consequente nervosismo dos nossos, deixou a ala esquerda da sua defesa mais desguarnecida, que é o que Porro gosta e dali saiu o lance do segundo, um golaço do Nuno Santos e do terceiro, um slalom de Edwards que deu penálti.
Em resumo, na primeira parte houve uma carrada de remates e a ineficácia foi gritante e na segunda em cinco remates, três deram golo e permitiram a reviravolta.
Todos esperamos que seja A reviravolta.
Só três pontos nos separam do lugar de acesso directo à liga dos campeões (vamos ganhar por quatro de diferença ao Porto!), só dependemos de nós para lá chegar, vai haver uma paragem de mais de um mês em Novembro e Dezembro, dará para recuperar física e mentalmente os rapazes. Vamos lá, nada está perdido e com a resposta de hoje e a garra desta segunda parte, só se pode esperar o melhor.
Nota final: Não sendo eu um admirador das claques, achei um exagero a carga policial. Eu estou por cima, foi uma coisinha de nada e até agradável à vista e ver a polícia chegar, passados largos minutos do final dos acontecimentos, carregar na "malta", pareceu-me um manifesto exagero. Não vejo isso acontecer no Dragão ou na Luz, mas parece que é moda e dá pica bater no Sporting, seja de que forma for. Esperemos que quem comanda faça o balanço da intervenção e retire conclusões sobre esta disparatada actuação.
Chegado ao trabalho, de sorriso rasgado, logo procurei os leões. Somos muitos! Apesar disso quis o destino que a primeira reacção à gloriosa vitória leonina de ontem contra o Tottenham me chegasse vinda de um benfiquista. A coisa foi proferida num misto de bazófia, ressabiamento, inveja:
- Todos pavões! Rotulou-nos.
- Orgulhosos, pá. Orgulhosos e muito.
De rajada fiz-lhe o desenho: pavões seria sinal de que nos consideramos por direito os maiores, os melhores, os naturais vencedores de qualquer desafio; já sentirmos orgulho no clube que é o nosso é fruto do júbilo com a vitória que contrariou a esmagadora maioria das casas de apostas e que foi inteira, absoluta, indiscutivelmente justa, também porque assente numa verdadeira equipa guiada por um líder humilde, consciente das fraquezas e das forças do conjunto de jogadores que orienta e que neles incute o espírito ganhador que a todos contagia. Do rectângulo de jogo a todos os cantos do mundo onde há sportinguistas. Cada vez mais orgulhosos de o sermos.
Obrigado, Rúben Amorim! Pelo magnífico e inesquecível jogo de ontem, mas também pela performance de alto nível frente ao Eintracht Frankfurt e ao Portimonense. Estamos de volta e é disto que nós, Sportinguistas, gostamos. O resto não interessa nada quando o futebol fala mais alto.
O técnico leonino conseguiu corrigir os erros de comunicação e a falta de sintonia com a SAD, a equipa está a jogar melhor (mesmo com jogadores de outro nível, aparentemente) e o Sporting concluiu uma parte da reestruturação da dívida da banca. É isto, deixem o SCP ir em frente, não olhemos para trás.
Vamos embalados no nosso grupo: seis pontos, cinco golos marcados, nenhum sofrido. Ou muito me engano ou podemos fazer a nossa melhor época de sempre na Champions. Superando a anterior, que também já tinha sido a melhor.
Estrelinha? Não: muito talento, muito trabalho e um jovem sábio no posto de comando. És o maior, Rúben Amorim.
Há poucos dias, não faltava aqui gente a pôr tudo em causa. Como é costume no Sporting. O treinador não prestava e estava a querer pôr-se ao fresco. Os jogadores eram péssimos, muito inferiores aos do FCP e do SLB. Os reforços não tinham reforçado coisa nenhuma. O presidente, como sempre, era para deitar abaixo: havia que correr com ele.
Enfim, um cataclismo, uma tragédia, um horror.
Entretanto fomos ganhar ao Estoril (2-0), estádio sempre difícil. Arrancámos uma vitória histórica contra o Eintracht na Alemanha (3-0) para a Liga dos Campeões. Hoje, em Alvalade, goleámos o Portimonense (4-0), equipa nada fácil.
Resumindo e abreviando: nestes últimos três desafios, para duas competições, marcámos nove golos e não sofremos nenhum.
Crise? Que crise?
Aguardo respostas dos profetas da desgraça que andaram aqui dia após dia a vaticinar os piores cenários e a jurar que o Sporting «já era» nesta temporada que ainda mal começou.
Por razões pessoais que não interessam, tenho sido pouco assíduo por aqui.
Reconheço que felizmente, que às vezes no calor do momento vou sendo caustico e não estando e não escrevendo, pelo menos não erro.
Isto para dizer que mal vai um sócio ou adepto do Sporting que, mesmo numa situação de enfrentar uma equipa de um clube supostamente mais poderoso (vencedor da Liga Europa, sem derrotas, do ano transacto), não tenha a esperança, mínima que seja, de que os seus rapazes conseguirão ganhar e neste caso particular, matar o borrego, que era vencer pela primeira vez na Alemanha.
E eu tinha essa esperança, como tenho sempre. Mais esperançado estava/fiquei, quando vi a conferência de imprensa de lançamento do jogo e ouvi o treinador do Sporting. Pela enésima vez, eu sou um apoiante de Ruben Amorim e essa é uma premissa incondicional, mas por vezes critico-o (faz parte...). Ontem vi um rapaz, posso tratá-lo assim, é da idade do meu mais velho, com a maior calma do mundo dizer, com toda a convicção, que iria a Dortmund para ganhar. E fê-lo de uma forma que até a mim me deu mais uma injecção de confiança.
Assim, a vitória de hoje (ontem) começou a ser construída ontem (anteontem). A preparação deste jogo com os jogadores foi perfeita. Não sou mosca, não tenho informação do balneário, mas adivinho as palavras de Amorim, não ipsis verbis mas o seu conteúdo e o que é certo é que o plano traçado para a "batalha" de Frankfurt, foi cumprido quase na perfeição, já que nos momentos iniciais houve uns deslizes que não faziam parte da pauta e que nos poderiam ter saído caros. Mas deixando os "ses", o que aconteceu foi que os alemães não deram nem eine traque e nós demos, alto e em som estéreofónico, drei traques no seu salão de festas. E que festa fizeram os que lá estavam no estádio e todos os outros sportinguistas pelo mundo fora.
Obviamente que grande parte da "culpa" deste resultado histórico cabe também aos jogadores, que cumpriram o plano traçado e sem a sua perfeita actuação nada teria sido conseguido, mas se me desculparem eu direi que esta foi uma vitória com assinatura, por extenso. Uma vitória de/com autor.
O nome que lá está, sublinhado e a negrito, é: Rúben Amorim!
Gostei muito da nossa vitória neste jogo de estreia na Liga dos Campeões, ontem, em Frankfurt. Derrotámos o Eintracht por 3-0, com todos os golos a serem marcados na segunda parte, e amealhámos 2,8 milhões de euros para os cofres leoninos graças a este triunfo. Iniciamos assim da melhor maneira a nossa campanha europeia da nova temporada, conseguindo enfim vencer na Alemanha - meta nunca alcançada nos 14 anteriores desafios que ali disputámos. Acresce que não se trata de uma equipa qualquer, mas da detentora da Liga Europa 2021/2022. É um jogo que vai perdurar na memória da massa adepta sportinguista - sobretudo a segunda parte, que teve diversos momentos a roçar a perfeição, com inequívoca classe, incluindo nos três lances de golo.
Gostei da exibição de Edwards, o melhor em campo. Foi ele a marcar o primeiro, aos 65', rasgando a linha defensiva germânica, e o autor da assistência no segundo, dois minutos depois, num passe lateral para Trincão, que se estreou a marcar de Leão ao peito. Também Morita se destacou nesta sua estreia na Liga dos Campeões: mesmo amarelado aos 5', não se deixou condicionar e foi fundamental na construção dos dois primeiros golos. Destaque ainda para Adán, que regressou às grandes exibições, logo com uma enorme defesa aos 2', revelando-se muito seguro entre os postes. Porro, que aos 83' constrói o lance do terceiro golo, assistindo Nuno Santos após galgar 50 metros com a bola dominada junto à linha, foi outro herói do jogo. Destaque enfim para a maturidade de Coates, a combatividade de Ugarte e o regresso de Paulinho (só aos 79') após um mês de ausência por lesão.
Gostei poucoda primeira parte, em que segurámos bem os caminhos para a nossa baliza, mas só fizemos um remate, desperdiçando demasiado tempo em trocas de bola no nosso meio-campo defensivo e abusando de passes à queima que causam sempre sobressaltos, sobretudo nas linhas recuadas. Faltou baliza nesse primeiro tempo e alguma ousadia táctica assim que se percebeu que o Eintracht estava longe de ser a equipa dominadora e até avassaladora que alguns temiam. Felizmente Rúben Amorim soube dar um saudável abanão aos jogadores, motivando-os na conversa que travou com eles ao intervalo. Como se percebeu mal a partida foi reatada.
Não gostei do desempenho de Gonçalo Inácio, que continua a entrar em campo intranquilo e a errar passes em doses inaceitáveis - mesmo a jogar na sua posição natural, que é a de central à esquerda. Trincão ficou aquém do exigível na primeira parte, mantendo a tendência para adornar lances em excesso e revelando algum défice de intensidade no ataque ao portador da bola, embora acabasse por redimir-se quando marcou o golo.
Não gostei nada da lesão de St. Juste, ocorrida aos 50'. O central holandês, que foi titular em Frankfurt e estava a ter uma exibição muito positiva, viu-se forçado a abandonar o campo, cedendo lugar a Neto (que se mostrou à altura). Parece andar em onda de pouca sorte: viu-se impedido de actuar na pré-época por uma lesão traumática contraída num treino, atrasando a sua integração no grupo. Agora volta a parar, esperemos que não por muito tempo. Porque faz falta.
Antes de tudo o mais, ontem na capital financeira da Alemanha verificou-se uma grande vitória do Sporting Clube de Portugal face ao campeão da "Europe League" da época passada.
Disse o nosso treinador na conferência de imprensa: "O Eintracht tem muita qualidade técnica. Se partirmos o jogo todo de cima a baixo será difícil acompanhar o ritmo. (...) Queremos começar melhor, ter bola e ir directo para o golo. Não ter receio e fazer o que queremos."
E foi isso que o Sporting fez durante o jogo, impedir aquelas cavalgadas em que as equipas alemãs são mesmo demolidoras, baralhá-los nos esquemas de ataque que tinham pensado, deixar os espaços aparecerem com o tempo a passar, e com isso vir ao de cima a virtualidade dos jogadores mais adiantados.
As únicas oportunidades relevantes que o adversário teve resultaram de ofertas decorrentes de más decisões no processo de construir desde trás, passes péssimos de Ugarte e Neto, mas esse processo foi fundamental para construir a teia onde o adversário se enredou.
Por detrás da vitória claro que estiveram desempenhos individuais muito elevados. Finalmente tivemos o grande Adán da época passada, um trio de defensores de alto nível, mesmo Neto, que entrou a render um infeliz e grande jogador St.Juste, esteve muito bem tirando aquele passe sem nexo, os dois alas muito bem especialmente Porro naquele terceiro golo, nunca pensei que Ugarte e Morita conseguissem fazer na totalidade aquela fenomenal segunda parte, especialmente o japonês, já com um amarelo às costas, e aquele ataque móvel que a partir do momento em que o espaço apareceu, partiu tudo.
Foram 3-0 e até podiam ter sido mais.
Realmente aquele "soneca" inglês que Amorim escolheu e conseguiu no V. Guimarães, em que eu francamente não investia "5 tostões", esteve francamente soberbo naquela posição que não é nenhuma, é andar por lá, receber a bola e fazer o seu slalom, parando e arrancando como quem não quer a coisa, até alguma coisa acontecer de bom, remate ou assistência para golo.
Penso que foi a primeira vitória de sempre do Sporting em terras alemãs para as competições europeias, e logo por 3-0, mas foi a segunda do Sporting com Rúben Amorim frente a equipas alemãs, depois do 3-1 contra o Borussia de Dortmund em Alvalade.
Depois do mau arranque na Liga, depois das últimas alterações do plantel decorrentes do mercado de Verão, depois de todas as nossas dúvidas e de todas as nossas reservas (sem falar dos insultos dos ressabiados nas tascas do costume), Amorim consegue um feito que vai ficar na história do nosso clube por muitos anos.
Pelos troféus que já ajudou a conseguir para o museu e agora por este feito inédito na história do clube, merecia também lá uma estátua, como a daquele (nem vale a pena qualificar, coitadinho que lhe expulsaram o seu Taremizinho por ter feito um mergulhozinho, que injustiça...) treinador do FC Porto que já tem uma no museu do Dragão, mas aqui no Sporting não há estátuas para ninguém, só mesmo para o Leão, quando muito há uma frase idiota dum ex-presidente na base da mesma que teima em não desaparecer dali.
Rúben Amorim mostrou-nos ontem em Frankfurt o caminho que serve para todas as épocas no Sporting. Não é a "jogar como nunca e perder como sempre", como alguns parecem sempre desejar, mas saber jogar com as limitações e virtudes próprias e alheias, e partir daí para as grandes conquistas.
Foi realmente uma vitória "made by Amorim".
E que tal renovar-lhe o contrato? Estão à espera de quê? É para ontem...
Depois lá o convencemos sobre o ponta de lança bom de cabeça... Com jeitinho vai lá...
PS: Clube grande é assim, e o Eintracht é um campeão europeu. Perdem em casa por 0-3 e os adeptos cantam no final com o cachecol ao alto, demonstrando o seu maior amor ao clube. Também no Sporting aconteceu isso no final do jogo com o Man.City em Alvalade, onde ainda perdemos por mais. Clube pequeno é aquele em que sócios e adeptos assobiam a equipa e insultam jogadores depois das derrotas. Ou então o clube é grande e pequenos são mesmo eles.
Rubino Amorini armou a equipa à italiana antiga, a fazer ronha no vem-cá-vem e quando já nada se espera, um golpe cínico, aliás três. O minúsculo homem-que-não ri mostrou ser capaz de fintar uma defesa inteira de alemães pernaltas em cima de um guardanapo e no fim acabou por ser um jogo igual ao contra o Chaves mas exactamente ao contrário: em dois minutos demos cabo daquele que parecia estar por cima.
Ó senhores treinadores de bancada, que como os relógios parados conseguem ter razão duas vezes ao dia: pode-se dar a crise como suspensa, ou querem continuar a dizer como é que o Sporting devia alinhar?
Apoiante fervoroso de qualquer equipa do Sporting, fã da qualidade técnica-táctica de Rúben Amorim, da sua inteligência e liderança; admirador da gestão de Frederico Varandas, que lidera o clube sem ruído e, manifestamente, com rumo, capaz de criar núcleos coesos e equipas que tão bem representam o nosso emblema; sendo eu tudo isto e mais ainda no que ao Sporting diz respeito, findos os 90 e tal minutos jogados em Frankfurt, dei por mim olhando para o espelho e dizendo: Ó homem de pouca fé!
Confesso, esperava que os nossos fizessem boa figura na Alemanha, mas não acreditava que pudesse ser tão boa, tão superiormente melhor que a do adversário. Fomos categoricamente melhores. E isso deve-se à belíssima equipa que temos, à inteligência técnica-táctica de Amorim e à sua fortíssima liderança e, claro, à Direcção que em boa hora o contratou e tem conseguido contratar os jogadores que ele quer, e que mais uma vez, e desta vez de forma indiscutível, aspiracional e inspiradora, nos fazem sonhar e, sobretudo, acreditar que a Liga dos Campeões é o nosso palco nas competições externas e que por cá seremos campeões.
Obrigado, equipa por esta jornada europeia histórica que, tenho a certeza, marcará a viragem de toda a época para glórias futuras.
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