Há jogadores assim. Costumo chamar-lhes os jogadores do quase. Porque quase conseguem ser influentes, quase conseguem ser decisivos, quase conseguem protagonizar grandes exibições, quase conseguem empolgar a massa adepta.
Luciano Vietto é um desses jogadores. Chegou contratado por bom preço (7,5 milhões de euros ao Atlético de Madrid), bom currículo e até uma fugaz passagem pela selecção argentina. Na época passada teve papel determinante em jogos contra o V. Guimarães, o Belenenses SAD e o Basaksehir (Liga Europa), por exemplo. Após o primeiro daqueles encontros, em que o médio criativo fez a assistência para dois golos, cheguei a questionar aqui se estaria encontrado o eventual substituto de Bruno Fernandes no onze titular leonino.
Pura ilusão: Vietto prometeu muito e ofereceu pouco. Em momentos decisivos dos jogos, apagava-se: parecia não estar ali. Como ao minuto 26 do Sporting-Lask Linz (1 de Outubro), quando falhou excelente ocasião para marcar, num frente-a-frente com o guardião austríaco.
Dava a sensação de se pôr demasiadas vezes fora de posição. Fugia do choque. Lesionava-se com frequência. Pior que tudo: denotava fragilidades de ordem física e uma certa intranquilidade emocional que por vezes pareciam perturbá-lo perto da linha de golo. Mesmo assim, em 2019/2020 marcou oito. O melhor dessa triste época foi dele, em nossa casa, aos de Belém. Já esta temporada, marcou ao FC Porto, em partida que terminou empatada (2-2) mas que merecíamos ter vencido.
Soube-nos sempre a pouco. Rúben Amorim deve ter sentido o mesmo quando chegou ao Sporting. Daí ter dado luz verde à transferência do argentino, por 7 milhões de euros (divididos a meias entre o nosso clube e os madrilenos), em 24 de Outubro, para o Al-Hilal. Onde o seu desempenho, sem surpresa, está a ser decepcionante.
Ficará para sempre a sensação de que podia ter sido craque entre nós. Mas não foi. Limitou-se a ser um jogador quase. Mais um, entre tantos que passaram por Alvalade.
A todos os que se queixam do negócio que leva Luciano Vietto para as arábias, em troca de míseros 3,5 milhões de euros para os depauperados cofres do Sporting, tenho a dizer que a solução caída dos céus ultrapassa em muito as minhas previsões mais optimistas.
A venda de um avançado sem golo nos pés (ainda por cima despedindo-se do clube com um golo fácil mas que rendeu um ponto e quebrou a série de derrotas consecutivas com os outros 'grandes'), de um jogador sem compromisso e sem intensidade capazes de fazer prevalecer o talento inato, do beneficiário de um salário desproporcionado para o seu rendimento e peso dentro do plantel, só pode ser encarado como uma boa notícia.
Realmente grave foi a razão de ser da vinda de Vietto para o Sporting, num negócio em que o Sporting engoliu uma avaliação desmesurada do passe do argentino e a divisão a 50% dos direitos económicos da sua eventual futura transferência (suponho que o Atlético de Madrid ainda poderá estar a beliscar-se por sacar 3,5 milhões neste negócio). Em mais um dos negócios em que Frederico Varandas trocou vacas por feijões mágicos no caminho para o mercado, a indemnização de Gelson Martins foi trocada por 15 milhões de euros mais o presente envenenado que se encarregou de demonstrar não estar à altura de substituir Bruno Fernandes, como não esteve à altura de fazer aquilo que Montero ou Nani davam à equipa antes de serem despachados, justamente por ganharem demasiado para a realidade do Sporting.
Desfeito o equívoco, desejo as maiores felicidades para Vietto, que poderá dedicar-se a fazer aquilo em que é melhor (auferir mais dinheiro do que o rendimento do seu trabalho), e mantenho a esperança de que a folga orçamental deixada pela sua partida não seja destinada aos próximos feijões mágicos que Jorge Mendes e outros amigalhaços da actual gerência tenham pressa de vender a incautos.
Ultrapassado que foi com o sucesso possível o difícil compromisso com o Porto, o Sporting inicia amanhã uma sequência de quatro jogos acessíveis, com Santa Clara, Gil Vicente, Tondela e e Guimarães, que poderão consolidar fisica e animicamente uma equipa muito castigada pela pandemia e catapultá-la para uma época de acordo com as tradições do Sporting.
No ano passado demo-nos bem com o Santa Clara, mas os rivais e concorrentes já não podem dizer o mesmo. Trata-se duma equipa bem orientada que sabe jogar e sempre causa dificuldades.
A estratégia deverá ser aquela que sempre deu bons frutos contra estas equipas, entrar com tudo e bem depressa, chegar à vantagem e depois gerir o resultado. Sir Bobby Robson dizia aos jogadores que o primeiro canto tinha que ser nosso.
Como de costume nestes posts, não faço ideia quem vão ser os convocados por Amorim, que já pode estar no banco depois de não ter contido a indignação no roubo de igreja em Alvalade, Quaresma e Plata estão lesionados, Porro, Feddal e Nuno Santos andaram em tratamento, mas imagino que sejam mais ou menos os seguintes:
Guarda-redes: Adán e Max.
Defesas Centrais: Coates, Neto, Feddal e Inácio.
Alas: Porro, Nuno Mendes e Antunes.
Médios Centro: João Mário, Palhinha, Bragança, Matheus Nunes e Pedro Gonçalves
Interiores: Tiago Tomás, Jovane e Nuno Santos
Ponta de lança: Sporar
Sendo assim, e com a insistência de Amorim num falso ponta de lança, que pode resultar bem melhor nos jogos fora do que em casa, prevejo que a equipa seja a mesma do último sábado:
Adán; Neto, Coates e Feddal; Porro, Palhinha, Matheus Nunes e Nuno Mendes; Pedro Gonçalves, Jovane e Nuno Santos.
Concluindo,
Amanhã o Sporting entra em campo em Ponta Delgada para tentar alcançar a terceira vitória na Liga.
Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?
Na semana passada ninguém conseguiu acertar no onze inicial, vamos ver agora o que acontece.
PS: Notícia de última hora. Vietto estará de saída, pelo que se despede do Sporting com o golo do empate frente ao Porto no último sábado. Que seja feliz nas Arábias, pelo menos rico ficará com o que vai ganhar.
Vietto é, de longe, o melhor jogador de todos quantos já foram contratados por Frederico Varandas. Aos 75', é ele quem inicia o lance mais decisivo, com um soberbo passe longo esticando o jogo para a ala direita. E é ele quem finaliza essa jogada com um pontapé acrobático, sem deixar a bola cair ao chão, na sequência de um ressalto dentro da grande área. Um golo que fez levantar o estádio e encheu de alegria os verdadeiros adeptos, que já desesperavam de ver futebol a sério nesta noite fria em Alvalade.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre VIETTO:
- Francisco Chaveiro Reis: «7,5 milhões depois, Vietto tem que ser o substituto de Dost. Não me parece que chegue alguém melhor.» (22 de Agosto)
- Pedro Boucherie Mendes: «Nunca mais Vietto voltará a ter o espaço que teve ontem. Mas quero crer que em modo contra-ataque e/ou contra equipas de bloco alto será um excelente abre-latas e um passador acima de Bruno.» (26 de Agosto)
- Edmundo Gonçalves: «Para mim o melhor em campo foi sem dúvida Vietto.» (27 de Outubro)
- Leonardo Ralha: «Mantenha a qualidade de jogo, a assertividade de decisão, e a inteligente leitura do ambiente que o rodeia e poderá ser uma das chaves para um Sporting mais saudável.» (22 de Fevereiro)
- Eu: «Se conseguir superar algumas fragilidades de ordem física e uma certa intranquilidade emocional que por vezes parece perturbá-lo perto da linha de golo, Vietto irá confirmar-se como um dos maiores activos do actual Sporting.» (25 de Maio)
- Luís Lisboa: «Continua a ser um irritante "pé-frio".» (5 de Junho)
- Eduardo Hilário: «Parece que não consegue assumir o peso da responsabilidade e isso torna-o instável, impedindo-o de manter a regularidade de que necessitávamos. Mesmo assim, não deixa de ser um dos melhores jogadores do plantel.» (5 de Agosto)
Com Luciano Vietto no "estaleiro", provavelmente até fim da época, quem é o seu substituto no onze do Sporting? Gonzalo Plata, como extremo pela esquerda, trocando com Jovane Cabral durante o jogo e baralhando as defesas? Francisco Geraldes, como organizador de jogo a partir da esquerda, um pouco como o argentino? Ou uma terceira opção? Qual a vossa opinião?
O esquema táctico de 3-4-2-1 é, talvez, o mais difícil de interpretar. Os princípios tácticos de Rúben Amorim assentam numa primeira fase de construção paciente e de passes verticais. Os movimentos de ruptura, dos três da frente (Vietto?), para explorar a profundidade era uma constante.
Este modelo de jogo, não tenho dúvidas, é muito mais fácil de fazer resultar no Braga. Pelo plantel diferente, mas também porque a maior parte dos adversários do Sporting se apresenta num bloco baixo. As "zonas de criação" entre a linha defensiva e do meio-campo do adversário não podem ficar exclusivas de um Sporar, que baixa para tocar e criar espaço nas costas. A chegada dos médios centrais é essencial para podermos jogar de forma mais apoiada e compacta.
De qualquer das formas, tivemos treinador antes do jogo [de quinta-feira em Guimarães]. Foi audaz e correcto na escolha do 11 inicial. No jogo não foi capaz de "inventar novas dificuldades" para apresentar ao Guimarães. Limitou-se a fazer cumprir o guião pré-estabelecido. Principalmente, quando ficámos em superioridade numérica, tinha que pedir algo diferente.
Gostei imenso do Quaresma. Não foi uma surpresa, mas a confirmação de que estamos perante o jovem de maior potencial dos sub-23, juntamente com Joelson.
Sporar esteve muito bem, apesar de ser um atleta que não me convence. Talvez a minha opinião esteja condicionada pelo seu preço (6M quando valia 2,5M) e pelas passagens falhadas pela 2.ª divisão alemã e campeonato suíço. Acho curto para um Sporting que se quer campeão. Gostei do esforçado Jovane e do atrevido Plata.
Não gostei, nem tenho gostado, do Max. É o nosso Moreira. Precisamos de um Quim, no mínimo.
Não gostei de Camacho. Apesar de ser a posição ideal para ele, estava a fazer um frete. E quando tem a oportunidade de fazer algo, a bola é só dele. Egoísta.
Não gostei de Vietto. É um "pila mole".
Não gostei dos dois do centro do terreno. Imagino ali um Uros Racic e o Adrien Silva (Wendel).
O excelente Acuña, tinha a pilha gasta.
Pela primeira vez nesta temporada, conseguimos ver e ter uma ideia de jogo.
Não é suficiente para um Sporting campeão, mas podemos ter aqui uma base interessante.
Texto do nosso leitor Pedro Sousa, publicado originalmente aqui.
O Sporting entrou em Guimarães como uma ideia bem definida: aproveitar este resto de campeonato, completamente estranho sob todos os pontos de vista, para preparar a próxima época, podendo descurar com isso o assalto ao 3.º posto.
Foram sete jogadores sub-23 num total de 13 que entraram em campo, colocando a média de idades num valor baixo, 24,2, mesmo contando com a experiência de Mathieu (36):
Quaresma
18
Plata
19
Camacho
20
Jovane
21
M.Nunes
21
Max
21
Doumbia
22
Sporar
26
Vietto
26
Acuna
28
Battaglia
28
Coates
29
Mathieu
36
Obviamente apostar nos jovens tem um preço: os dois golos sofridos foram oferecidos, primeiro por Max a meias com Matheus Nunes e depois por Camacho, que não respeitou a linha da defesa a subir para fora-de-jogo. Matheus Nunes, que passou um pouco ao lado do jogo, ao invés de Quaresma e Jovane a fazerem pela vida.
Mas reduzir o jogo a essas questões é redutor. O Guimarães já tinha demonstrado em Alvalade que é uma equipa muito bem trabalhada, a pausa colocou vários jogadores completamente fora de forma, quando se atacava depois recuava-se a passo. Rúben Amorim não esgotou as substituições porque não sabia quem ia cair no minuto seguinte e Vietto continua a ser um irritante "pé-frio".
Se há jogadores que não enganam, no conjunto das características exibidas nos relvados, um deles é Luciano Vietto. Estamos perante um profissional acima da mediania, que tem superado em Alvalade as apagadas exibições de épocas anteriores no Valência e Fulham (por empréstimo do Atlético de Madrid). Mas sem um percurso fácil: este argentino de 26 anos suportou forte concorrência no balneário leonino e foi conquistando espaço aos poucos, ganhando confiança e ultrapassando legítimas dúvidas dos adeptos.
Ainda com Marcel Keizer, o Sporting actuava em regra com um ponta-de-lança fixo servido por dois extremos clássicos. Era uma opção táctica que potenciava as características de Bas Dost e honrava a melhor tradição do futebol de ataque leonino. Vietto chegou a ser experimentado sobretudo na ala esquerda, mas rende muito menos encostado à linha: a sua manobra preferida é rumar em diagonal para o corredor central, transportando a bola mas sem perder a noção do colectivo. A qualquer momento faz um passe de ruptura.
Em vários jogos, o n.º 10 dos Leões foi decisivo. Com destaque para o Sporting-V. Guimarães, o Sporting-Belenenses SAD e o Sporting-Basaksehir (Liga Europa). Contra os azuis da Cruz de Cristo em Alvalade, a 10 de Novembro, teve uma exibição de sonho: rompeu a apatia e o desalento do onze então orientado por Silas e, num estádio onde se escutavam indignados e generalizados assobios, marcou dois golos de rajada, garantindo os três pontos. Parecia levar sozinho a equipa às costas.
Com notável capacidade de jogar entrelinhas e muito influente no último passe, este avançado móvel que o Sporting contratou a 14 de Maio de 2019, por 7,5 milhões de euros, ao Atlético de Madrid no âmbito do acordo entre os dois clubes em torno da saída de Gelson Martins, rendeu até agora oito golos, alcançados em 31 jogos oficiais. Nesta insólita temporada que parece não ter fim, é o terceiro marcador da equipa, após Bruno Fernandes (que já saiu) e Luiz Phellype (afastado por lesão muito prolongada). Rúben Amorim vai seguramente contar com ele para os jogos que ainda faltam.
Se conseguir superar algumas fragilidades de ordem física e uma certa intranquilidade emocional que por vezes parece perturbá-lo perto da linha de golo, Vietto irá confirmar-se como um dos maiores activos do actual Sporting. Só há um problema: o clube apenas dispõe de metade do passe do jogador. O Atlético de Madrid mantém-se titular de 50% dos seus direitos económicos.
Tenho para mim que a fórmula de sucesso para o futebol do Sporting está há muito inventada, um plantel com 1/3 de jovens de elevado potencial, 1/3 de jogadores de classe com alguns anos de casa e o resto de "carregadores de piano" que saibam compensar com a garra e força do seu carácter as suas limitações técnicas, e por cima disso tudo um treinador disciplinador, exigente e inspirador. Foi assim com Malcolm Allison, foi assim com Boloni, podia ter sido assim com Bobby Robson.
Olhamos para o plantel actual do Sporting: dos 26 contam-se 9 sub-23, dos quais se destacam Wendel e Plata, um da selecção olímpica do Brasil, outro da selecção A do Equador, entre todos imagino que tenham um valor de mercado de cerca de 50M€. O terço de jovens de elevado potencial está lá.
Já quanto aos craques, e com boa vontade, apenas posso vislumbrar quatro: Mathieu, Acuña, Coates e Vietto.
E quanto aos carregadores de piano, os que lutam até ao fim e raramente comprometem, apenas posso vislumbrar cinco: Renan, Neto, Battaglia, Sporar e Luiz Phellype.
Sobram assim 8 em 26 que se afastam desta tipificação e que em meu entender pouco acrescentam ao plantel. Já têm 23 ou mais anos, e ou não são suficientemente bons ou não são suficientemente fortes psicologicamente, raramente resolvem e muitas vezes comprometem.
É muita gente e é gente que custou muito dinheiro. Não falando no caso muito especial de Francisco Geraldes, temos Ristovski, Rosier, Ilori, Borja, Eduardo, Bolasie (emprestado) e Jesé (emprestado) que penso que custaram cerca de 25M€. Salários à parte, excepto nos emprestados.
Obviamente que, com Rúben Amorim, um ou outro destes jogadores poderá revelar qualidades nunca vistas e demonstrar a sua importância, mas quando falamos num plantel pobre para as necessidades do Sporting este é o maior problema.
O outro é que com as saídas de Bas Dost e de Bruno Fernandes ficaram apenas quatro para fazer a diferença. E se Mathieu arrumar as botas, restarão apenas três...
Liga Europa – 2.ª mão dos Dezasseis-avos de final da Liga Europa
27 de Fevereiro de 2020
Luís Maximiano (2,0)
Ao longo dos séculos milhares de portugueses tiveram o azar supremo de atingir a maioridade em tempo de guerra, morrendo ou ficando estropiados nas trincheiras lamacentas europeias ou na curva de uma picada poeirenta africana. Mais afortunado, Luís Maximiano limitou-se a conquistar a titularidade na baliza do Sporting quando este é treinado por Silas, dirigido por Hugo Viana e presidido por Frederico Varandas. Algo que se traduz em 27 golos sofridos nos 21 jogos desta temporada em que lhe coube calçar as luvas, sendo as derrotas (9) quase tantas quanto as vitórias (11). Desta vez fica ligado a mais um recorde negativo da actual gerência, pois o Sporting nunca tinha perdido na Turquia, e com responsabilidades inegáveis no segundo golo, por muito que o livre directo tenha sido bem cobrado. Mas nem por isso deixou de ter intervenções que impediram o resultado de atingir proporções em que a humilhação pública da equipa superaria decerto a potente anestesia que leva os adeptos a convencerem-se de que o lema do clube é “esforço, dedicação, devoção (desde que bem-comportada, claro está) e miséria”. Assim foi no lance da segunda parte em que não só defendeu o remate de Demba Ba como também a recarga que o avançado – apenas um dos sete “trintões” que foram titulares no Basaksehir, juntando-se-lhe o veterano Robinho para as derradeiras estocadas ao leão assarapantado – teve liberdade de executar mesmo estando caído do relvado. Ou na forma como evitou um azarado autogolo de Tiago Ilori. Encontra-se entre os raríssimos jogadores que mereceriam uma passagem aos oitavos-de-final que só não aparentava estar garantida após o 3-1 trazido de Alvalade porque já toda a gente sabe do que este Sporting é capaz.
Ristovski (1,5)
Assenta sobre os seus ombros grande parte da responsabilidade pelo tardio terceiro golo turco que forçou o prolongamento, pois demorou a acercar-se do jogador que tinha a bola nos pés e concedeu-lhe ampla liberdade para o remate em arco que prenunciou um dilúvio no qual o Sporting voltou a ver-se sem arca. Fustigado ao longo de todo o jogo pelo caudal ofensivo do adversário, nem sempre esteve ao seu nível, tal como raramente contou com o auxílio de que necessitava, terminando o prolongamento em péssimas condições físicas. Ligeiramente melhor só mesmo em missões ofensivas, assinando um cruzamento com selo de golo que seria o 3-2, mas que Vietto carimbou para cima da barra.
Coates (1,5)
Merece mais meio ponto pela forma como pediu desculpa a todos os adeptos na “flash interview”, e prometeu uma autocrítica da equipa, sobretudo porque o adjunto que a UEFA finge acreditar ser treinador principal do Sporting preferiu mergulhar de cabeça na “verdade alternativa”, cantando loas ao domínio leonino num jogo em que foi goleado e saiu de cabeça baixa da única competição em que lutava por algo mais do que um terceiro a quinto lugar. Mas o central uruguaio teve uma noite muito abaixo do seu valor, começando por uma verdadeira assistência para o primeiro golo do Basaksehir, e nunca transmitiu tranquilidade aos colegas.
Tiago Ilori (1,5)
Teriam a goleada e o afastamento da Liga Europa ocorrido se Mathieu estivesse a jogar em vez desta esperança cancelada da formação leonina? Dificilmente, ainda que a presença do veterano francês permitisse toda outra qualidade na saída com bola, pois o problema de raiz foi mais uma das tácticas suicidas com que Silas vai distribuindo alegrias aos adversários do Sporting. Seria a hora certa para ir buscar Jesualdo Ferreira, apostar nos sub-23 e, sobretudo, eleger dirigentes que tenham noção daquilo que andam a fazer...
Acuña (3,0)
Ninguém lhe consegue apontar semelhanças físicas com Gary Cooper, mas chegou a parecer o xerife Will Kane de “High Noon – O Comboio Apitou Duas Vezes”, lutando contra tudo e contra todos por um desfecho melhor do que o esperado. Pertenceram ao lateral-esquerdo os melhores remates do Sporting na primeira parte, sendo um deles antecedido por uma maravilha de domínio de bola e de inteligência nos pés dentro da grande área turca. Já na segunda, quando havia mais alguns braços e pernas a remar contra a corrente, cruzou com precisão milimétrica para Vietto reverter o Alvaladexit que se adivinhava. Mas quis o destino que não fosse o suficiente, pelo que o argentino fica contido ao rectângulo à beira-mar plantado e poderá muito bem ser a próxima solução da gerência para conseguir mais uns trocos que paguem comissões dos próximos génios incompreendidos a aterrar na Portela.
Battaglia (2,5)
Esteve quase a ser o herói da noite, tão oportuno e preciso foi no corte que adiou o 3-1 por alguns segundos. Antes, quando pareceu que o Sporting poderia empatar ou até vencer o jogo, tamanha era a desorganização dos turcos em busca do prolongamento, teve uma arrancada em que recordou os adeptos de que não tem o remate de longa distância entre os pontos fortes. Resta-lhe a escassa compensação de ter sido um dos menos responsáveis por mais um desastre da equipa.
Wendel (2,0)
Melhor a transportar bola do que os extremos titulares, esforçou-se para que o jogo corresse melhor. E, sem culpa nenhuma, fica ligado à perda da eliminatória no tempo regulamentar, pois o “timing” da sua substituição contribuiu para abrir a cratera no posicionamento da equipa que permitiu o 3-1.
Bolasie (0,5)
Displicente no primeiro lance em que foi solicitado, ao ponto de permitir um contra-ataque perigoso, nunca mais se reencontrou, oscilando entre as habituais trapalhices na hora de driblar ou rematar e uma falta de atitude competitiva para a qual seria perfeitamente ajustado reagir com o proverbial “pano encharcado nas fuças”. Ter ficado perto de uma hora em campo só poderá ser explicado pela pulsão suicida que é marca de água do futebol de Silas.
Jovane Cabral (1,5)
Muito interventivo, faltou-lhe apenas o detalhe de intervir bem ou, no mínimo, decentemente. Remates de pendor surrealista mostraram que não era aquele o seu dia, embora não andasse muito distante de uma terra há uns milénios surgiu outro salvador que também parecia improvável.
Vietto (1,5)
Impõe-se a pergunta: será que o Sporting estaria agora a preparar-se para os oitavos-de-final da Liga Europa, vencendo o desempate da eliminatória através da marcação de grandes penalidades se o avançado argentino não tivesse feito tão lamentável e desnecessária falta na sua grande área quando faltava muito pouco para o final do prolongamento? É bem possível que assim fosse, o que não apagaria mais uma exibição vergonhosa, daquelas que causam danos reputacionais. E neste momento todos estariam a elogiar o cabeceamento irrepreensível de Vietto a desviar o cruzamento de Acuña para as redes do Basaksehir. No entanto, apesar do mérito nesse golo e na leitura de jogo, manteve-se o tendencial desacerto que o impeliu a desperdiçar um belo cruzamento de Ristovski.
Sporar (1,0)
Recordou-se tarde e a más horas de que estava presente no relvado e fez um remate descalibrado. Feita esta relativa prova de vida, remeteu-se à contemplação.
Gonzalo Plata (2,5)
Pôs a mexer a equipa, vergada pelo 2-0 aquando da sua tardia entrada no jogo. Bom a driblar e a encontrar espaços, pior esteve no instante em que era preciso decidir.
Idrissa Doumbia (2,0)
Entrou para segurar o resultado, mas a sua intervenção mais relevante foi a participação num contra-ataque em que quase voltou a marcar.
Eduardo (1,0)
Não tem culpa de que a sua entrada, com o claro objectivo de queimar mais uns segundos antes do iminente apito final, tenha aberto o buraco na defesa leonina que permitiu o 3-1. Mas também pouco ou nada ajudou a equipa durante o prolongamento.
Pedro Mendes (-)
Pôde entrar como quarto substituto durante o prolongamento, adoptando um registo muito parecido com a contemplação de Sporar.
Silas (0,5)
Ao contrário de Groucho Marx, Silas é capaz de mudar os seus princípios de jogo mesmo que gostem deles. Portanto, aquilo que fez depois de uma agradável exibição frente ao Boavista foi instruir os jogadores a darem a iniciativa ao adversário e retirar do onze titular Gonzalo Plata, que dias antes assinara a melhor exibição individual pós-Bruno Fernandes de que há memória. Vendo-se a perder e com a Liga Europa a fugir-se-lhe pelos dedos, teve a sanidade ao retardador de mexer na equipa à hora de jogo e quase de tal colheu agridoce fruto. Mas uma substituição pessimamente gerida ajudou a que o Basaksehir empatasse a eliminatória, servindo de prenúncio do dilúvio de água gelada que se iria abater. Este é mais um desaire que tem a marca de Silas, que provavelmente será mantido em lume brando para que as suas insuficiências sirvam de manto de ocultação de incompetências alheias. A não ser que seja goleado na visita a Famalicão, o que também já não espantaria ninguém...
Passou quase toda a primeira parte como um espectador, sendo praticamente o único naquele sector do estádio que conseguiu presenciar o jogo desde o apito inicial – e presumivelmente sem lhe revistarem as chuteiras. A segunda parte foi mais parecida com o registo da equipa leonina nos tempos mais recentes, e fez uma defesa providencial antes de não conseguir travar o pontapé de pénalti que tornou ligeiramente menos certo que a melhor exibição do Sporting nesta temporada garanta que não haverá Alvaladexit após a viagem à Turquia.
Ristovski (3,5)
Além da assistência que terminou a seca de golos de Sporar, o macedónio destacou-se pelo contributo na construção de ataques, provando conseguir ser mais perigoso no 4-3-3 ou 4-2-3-1 ou lá o que é do que no 3-5-2. Do ponto de vista defensivo viu-se acossado com a presença de muita actividade subversiva no seu quadrante ao longo da segunda parte. Mas não foi por aí que os turcos chegaram ao cuscuz.
Coates (4,0)
O Sporting estava à beira do abismo e o central uruguaio deu o passo em frente. No sentido em que se adiantou aos adversários, esticou a perna e desviou o pontapé de canto cobrado de forma irrepreensível por Acuña. Colocou a equipa em vantagem logo no arranque e depois esmerou-se nos passes longos e na custódia da sua grande área, acumulando mais triunfos nos duelos aéreos com os turcos do que a aviação do regime sírio. Próximo desafio, depois de não poder ajudar na recepção ao Boavista: garantir que os leões passam aos oitavos de final da Liga Europa com Tiago Ilori no onze titular.
Neto (2,5)
Realizou dois ou três cortes importantes “à queima”, fruto da contra-ofensiva turca na segunda parte, pelo que não deixa de ser irónico que lhe tenha sido assinalada uma grande penalidade num lance em que está muito longe de ser evidente que tenha cometido qualquer infracção. Assustou os adeptos que puderam entrar a tempo em Alvalade ao parecer tocado durante o aquecimento, numa antecipação do que será ver Ilori elevado à titularidade nos próximos dois jogos.
Acuña (4,0)
Executou o canto que arrombou o marcador “à patrón” e nunca mais deixou de fazer coisas acertas e de pôr tudo aquilo que é nas mais pequenas coisas que faz. Intratável apenas na conquista, manutenção de posse e endosse de bola, pareceu possuído pelo espírito de Maradona (é possível que qualquer familiar de Diego que estivesse a ver o Sporting-Basaksehir tenha corrido a aproximar um espelho da sua boca para verificar se este se havia finado) numa arrancada junto à linha. Ter o lateral-esquerdo, médio, extremo e tudo no plantel é uma das maiores alegrias que restam aos sportinguistas que preferem vencer as equipas adversárias a derrotar as suas próprias claques.
Battaglia (3,5)
Vincou a sua principal diferença em relação à concorrência interna: sabe o que fazer com uma bola de futebol. Mais do que ser uma primeira barreira ao ataque turco – incipiente na primeira parte, mas cada vez mais constante na segunda –, revelou-se um primeiro urdidor de futebol ofensivo, no sentido da palavra que não gera assobiadelas. E ainda voltou a ficar perto de marcar, num remate dentro da grande área que foi desviado pelo guarda-redes turco.
Wendel (3,0)
Foi o mais discreto da equipa na fulgurante primeira parte, sem por isso deixar de cumprir na circulação criteriosa de bola que foi uma das chaves do sucesso depois de sucessivos jogos feitos de marasmo. E o certo é que tirou proveito das reservas de energia de que ainda dispunha no final da segunda parte, altura em que diversos colegas já davam sinais de desgaste preocupantes.
Vietto (4,0)
Regressou à equipa titular com intenção de deixar marca e assumiu-se como o substituto de Bruno Fernandes que teria sido desde o início da temporada caso a transferência do capitão tivesse ocorrido em Agosto e Raphinha e Bas Dost ainda trajassem de leão ao peito. Rei do meio-campo ofensivo e municiador dos colegas, ficou perto de marcar logo no início do jogo, sendo atrapalhado por Bolasie. Nem por um instante esmoreceu, impondo a sua construção, tijolo por tijolo, para gáudio das bancadas e desconforto dos visitantes. Quando na segunda parte chegou a hora de marcar, vendo-se frente a frente com o guarda-redes, agiu com uma frieza difícil de encontrar em quem tantas vezes se vê legitimamente acusado de “não ter golo”. Provou que não teria de ser necessariamente assim e agradeceu com uma vénia aos milhares que o aplaudiram, sem distinguir entre “croquetes” e “escumalha”. Mantenha a qualidade de jogo, a assertividade de decisão, e a inteligente leitura do ambiente que o rodeia e poderá ser uma das chaves para um Sporting mais saudável. Juntou-se, para já, a Coates na equipa da semana da Liga Europa e, tendo até em conta que a sua transferência é desaconselhada pelo acordo que Jorge Mendes engendrou, convém que por Alvalade se mantenha por muitos e bons.
Jovane Cabral (3,5)
Ciente de que a aura de “arma secreta” o condena a longos minutos de banco e aquecimento, acelerou o futebol leonino desde o primeiro instante, em absoluto contraste com a contemplativa placidez demonstrada por Rafael Camacho enquanto titular recorrente. Sendo verdade que nem sempre decide da forma mais perfeita, ao ponto de o seu melhor remate ter sido precisamente a recarga para o golo apenas anulado por ter sido antecedido por fora de jogo de Sporar, teve o condão de nunca se esconder e de fazer tudo para resolver a eliminatória. Detalhes como o toque de calcanhar que serviu de alicerce ao terceiro golo do Sporting impõem que seja a primeira opção, ainda que o seu tipo de desgastante movimentação desaconselhe que permaneça em campo muito mais do que uma hora.
Bolasie (3,0)
O “trapalhonismo” que dele irradia custou um golo cantado que teria ampliado o marcador nos primeiros minutos de jogo, pois não aproveitou a assistência de Sporar e não deixou que Vietto a aproveitasse. Também voltou a enredar-se na sua afamada finta, quase tão autofágica quanto a incapacidade de voar foi para os extintos dodós, e até a assistência que assinou para o terceiro golo teve o seu quê de mal-amanhada. Dito isto, voltou a dar o seu melhor, a impor a estampa física e a recorrer à velocidade em prol da equipa, numa exibição a todos os níveis positiva, ainda que nada se tivesse perdido caso tivesse saído mais cedo, permitindo a progressão daquele moço Gonzalo Plata que por Alvalade continuará se não for entretanto trocado por um punhado de feijões mágicos. Aquele seu remate que estremeceu os ferros da baliza como nenhuma pirotecnia conseguiria simboliza a falta de sorte que Bolasie carrega nos ombros.
Sporar (3,5)
A persistente seca de golos parecia destinada a terminar logo após o apito inicial, mas o esloveno preferiu contornar o guarda-redes e servir os colegas, tendo o supremo azar de haver demasiados pés para uma só bola. Mas o recado estava dado: Sporar consegue render quando a equipa agrega talento suficiente para carrilar jogo ofensivo que, mais do que cruzamentos para a cabeça (como nos tempos de goleadores trocados por feijões mágicos), assenta na bola a rolar na relva. Começou por atirar ao lado, depois rematou ao poste (em posição ligeiramente irregular, o que invalidou a recarga certeira de Jovane) e finalmente marcou o que se espera ser o melhor de muitos, tirando o melhor proveito de um cruzamento em esforço de Ristovski. Quebrado o encanto, o que lhe permitiria apanhar o melhor marcador da Liga Europa, graças aos cinco golos marcados pela anterior equipa, permaneceu envolvido nos muitos contra-ataques até ser poupado por Silas para o jogo de domingo em que poderá perceber-se quais são as hipóteses de Bruno Fernandes vir a ser suplantado como melhor marcador do Sporting na Liga NOS.
Pedro Mendes (2,5)
Teve direito a mais de duas dezenas de minutos para demonstrar a sua arte. Pena é que esses minutos tenham coincidido com a pior fase do Sporting, pelo que o jovem avançado teve sobretudo de ser o primeiro factor dissuasório das incursões turcas. Esteve à altura da missão, e tratou de apoiar os colegas, de costas para a baliza, a levar perigo aos visitantes.
Idrissa Doumbia (2,5)
Entrou para tentar travar o avanço do Basaksehir e não se pode dizer que tenha sido particularmente incompetente nessa missão. Mas não restam dúvidas de que não deve ser considerado como mais do que um suplente de Battaglia ou, se tudo correr melhor para o ano, de João Palhinha.
Gonzalo Plata (3,0)
Há que ovacionar o aproveitamento dos poucos minutos a que teve direito. Diversas acções em que mostrou velocidade e capacidade de finta serviram de aperitivo para um belíssimo remate que o desmancha-prazeres turco evitou que se convertesse num merecido 4-1.
Silas (3,0)
Retirou dividendos imediatos de uma ideia muito louca e inovadora chamada colocar os melhores jogadores disponíveis na equipa titular (só Bolasie poderia ter tal estatuto posto em causa pelo jovem Gonzalo Plata). É uma incógnita que tenha dado conta disto, por muito que seja difícil não reparar na diferença entre o futebol castrado e lamentável demonstrado em Vila do Conde e as jogadas empolgantes testemunhadas pelos compradores de bilhete e receptores de borlas presentes em Alvalade na tarde de quinta-feira, agarrando a equipa à vida ao mesmo tempo que a despenalização da eutanásia era aprovada na Assembleia da República. Bafejado pelo talento dos bons jogadores que restam no plantel (faltava Mathieu, mas Neto esteve à altura até ter que a arbitragem vislumbrou o pénalti sem falta que culminou no tento de honra do Basaksehir), ainda que não pela sorte (outros tantos golos ficaram por marcar), tardou a refrescar a equipa na segunda parte, o que resultou num ascendente do adversário que se vai tornando natural em quem enfrenta o Sporting. Continua, assim, na corda bamba e com a garantia de que será o próximo saco de areia a atirar por Frederico Varandas para manter acima do solo (e ao sabor do vento) o balão de uma presidência feita de ar quente.
Os "engripados" do Sado tiveram força e energia suficientes para forjarem uma falta inexistente contra Coates (encenação premiada com cartão amarelo para o nosso central, cortesia do árbitro Tiago Martins) que deixa o uruguaio fora do clássico de Alvalade e para darem sarrafada no Vietto, provocando-lhe uma lesão que vai demorar semanas a sarar.
Esta pantufada, aos 61', não foi sancionada com cartão: seria o segundo, mais que merecido, mas o dono do apito decidiu manter em campo o "engripado" Pirri - assim se chama o fulano que causou uma luxação na articulação tíbio-peroneal de Vitto (forçado a sair de Setúbal em muletas). Esse que já tinha sido amarelado aos 32', por derrubar Bruno Fernandes dentro da grande área sadina. O nosso capitão, aliás, chegou ao fim do jogo a coxear - também ele vítima da robustez física dos "engripados".
Espero que Bruno ainda possa defrontar o Benfica depois de amanhã e que o Acuña recupere da mialgia que o afastou do Bonfim. Caso contrário actuaríamos sem quatro pedras nucleares deste depauperado Sporting 2019-2020.
Isto enquanto um tal Rúben Dias voltou a exibir a sua inimputabilidade nos relvados portugueses, ao ser-lhe perdoado um segundo amarelo, no desafio dos quartos-de-final da Taça de Portugal, por falta ostensiva contra um jogador do Rio Ave. Cortesia, desta vez, do senhor Soares Dias, que alguns - vá lá saber-se porquê - proclamam como "melhor árbitro português".
O que escrevem hoje os especiaistas em arbitragem sobre o caso?
Jorge Coroado: «Rúben Dias empurrou Taremi. Lance antidesportivo, cortando jogada prometedora. Livre por assinalar e amarelo por exibir.»
José Leirós: «Erro duplo. Era livre directo que não assinalou e devia ter exibido o amarelo pois [Rúben Dias] empurrou deliberadamente e cortou jogada de ataque.»
Fortunato Azevedo: «Rúben Dias empurra o adversário, atirando-o para fora do terreno. Clara conduta antidesportiva que devia ter sido punida.»
Duarte Gomes: «Rúben Dias empurra ostensivamente Taremi quando este se preparava para o contra-ataque. Segundo cartão amarelo por mostrar ao central do Benfica.»
Quando até Duarte Gomes reconhece que o tal defesa encarnado devia ter ido tomar duche mais cedo, meia hora antes do fim do jogo, percebe-se até que ponto o SLB continua a beneficiar do colinho em caso de necessidade.
São coisas como estas que vão transformando o futebol português numa anedota internacional.
Adenda: O treinador Carvalhal, que ainda há três semanas protagonizara uma cena de histeria, anunciando a intenção (não concretizada) de abandonar o Rio Ave em protesto contra a péssima arbitragem lusa, desta vez nem reparou no lance. Razão tinha o outro: isto anda tudo ligado.
O remate saiu forte mas de tal forma à figura que não há forma de o catalogar sem recorrer a metáforas galináceas. A abordagem extremamente deficiente ao lance que causou calafrios aos adeptos leoninos foi, no entanto, apenas um dos pontos negativos de uma exibição em que o jovem guarda-redes andou literalmente aos papéis nas raras ocasiões em que os adversários se acercavam dele e primou pela falta de critério nas reposições de bola.
Ristovski (3,0)
O macedónio ficou ligado ao resultado com um cruzamento fulgurante que, à falta de maior acerto por parte dos colegas, acabou desviado para a baliza por um defesa do Vitória de Setúbal. Mas não só. Presente tanto na defesa como no apoio ao ataque, tem como única mancha a incapacidade de evitar, atrapalhado por Bolasie, que um adversário fosse na direcção de Coates. E o resto é história.
Coates (2,5)
Tinha como única missão evitar que algum adversário se aproximasse de si, o que resultaria no inevitável cartão amarelo com que o previsível Tiago Martins o afastaria do derby da noite da próxima sexta-feira. Conseguiu ser afastado do Sporting-Benfica sem cometer nenhuma falta, e muita falta fará num jogo em que os seus cortes pela relva e pelo ar poderiam pôr em causa o guião do desfecho da Liga NOS previamente aprovado em comité.
Mathieu (2,5)
Pareceu contaminado com o vírus gripal que supostamente dizimou o plantel dos sadinos ao dar o toque na bola que a deixou nos pés do marcador do 1-2. Tirando esse momento de desnorte foi mais uma noite à grande e à francesa de um veterano tão indestrutível que decerto poderá tentar fazer resultar a dupla com Tiago Ilori que a arbitragem lhe impôs para a próxima sexta-feira.
Borja (3,0)
Destacou-se na primeira parte pela forma como se integrou no ataque, auxiliado pela presença de Bruno Fernandes no flanco esquerdo, e pelo acerto na cobertura defensiva. Sendo certo que só foi titular para evitar que Tiago Martins conseguisse o pleno e afastasse também Acuña do derby, o colombiano fez dos melhores jogos ao serviço do Sporting, pertencendo-lhe a antecipação que iniciou o contra-ataque terminado no 1-3.
Battaglia (3,0)
Continua a parecer algo preso de movimentos, e aquém daquilo que conseguia fazer antes das graves lesões que travaram a sua afirmação na selecção argentina. Ainda assim, primou pela leitura de jogo e fez circular a bola com muito melhor critério do que consegue o castigado Idrissa Doumbia. Sem falar na assinalável quantidade de cortes e de recuperações de bola.
Wendel (2,5)
A forma como comemorou o lance do primeiro golo fez desconfiar que teria sido ele a desviar o cruzamento de Ristovski, mas não passou da expressão de vontade de não deixar que a visita aos engripados de Setúbal corresse ainda pior ao Sporting. Muito mexido na primeira parte, na qual foi derrubado dentro da grande área sem que isso perturbasse um dos maiores artistas que algum dia enfiaram um apito na boca, perdeu gás no segundo tempo e adiou a tranquilidade no marcador ao fazer um (mau) passe para Vietto quando estava em posição de alvejar a baliza vitoriana.
Bruno Fernandes (3,5)
Limitado pelo posicionamento à esquerda e pela carta branca que Tiago Martins concedeu aos jogadores do Vitória de Setúbal para testarem a consistência dos ossos das suas pernas, o capitão respondeu com intervenções como a jogada em que se isolou e foi agarrado de forma tão flagrante pelo defesa apanhado em contramão que nem um exímio desnivelador de campos pôde ignorar o pénalti que cobrou logo de seguida. Mesmo sem estar ao melhor nível, e de ter chegado a dar mostras de estar lesionado, não terminou o jogo sem bisar, concluindo um contra-ataque bem conduzido por Rafael Camacho. Espera-se que tenha guardado algumas munições para um dos seus “clientes” favoritos se até sexta-feira ainda não tiver sido despachado para Manchester, num daqueles negócios que envolvem pagamentos de supostas dívidas a Jorge Mendes e verbas destinadas a pagar protocolos de expansão da marca do Sporting na Polinésia Francesa.
Vietto (2,5)
Saiu lesionado num lance em que talvez tenha sofrido grande penalidade, vendo-se quase de certeza afastado do Sporting-Benfica. Encarregue durante a primeira parte de fazer as vezes de Bruno Fernandes, algo que infelizmente talvez se venha a tornar um hábito, voltou a demonstrar mais jeito para construir jogadas do que para fazer aquele detalhe que fica bem aos avançados, sejam ou não móveis.
Bolasie (2,5)
A excelente abertura para Ristovski foi a coroa de glória de uma exibição mexida do franco-congolês, igualmente considerado alvo a abater pelos engripados adversários. Pelo menos desta vez não foi expulso por agressões fictícias.
Luiz Phellype (1,5)
O cartão amarelo que lhe ofertaram logo no início do jogo, honra que na época passada foi reservada a Tiago Ilori por ter ousado tocar em João Félix, toldou os movimentos e as ideias de um avançado que também já deve ter reparado nas manchetes que atiram Sporar à cara dos sportinguistas. Foi de uma nulidade absoluta que causa calafrios a quem tenha reparado no calendário que a equipa terá nas próximas semanas.
Rafael Camacho (3,0)
Entrou para o lugar do lesionado Vietto e estreou-se com um bom remate cruzado após uma incursão pela esquerda, batalhando numa fase B da equipa que poderia ter acabado com mais uma humilhação. E teve a melhor recompensa para o seu esforço ao ficar ligado ao resultado final, servindo de bandeja o 1-3 a Bruno Fernandes.
Pedro Mendes (2,0)
A estreia na Liga NOS do avançado finalmente inscrito poderia ter sido doce caso tivesse acertado na bola ao executar um remate acrobático na grande área do Vitória de Setúbal. Mas nada melhor conseguiu do que sacar um cartão amarelo e meter a defesa contrária em respeito devido ao poderio físico.
Jesé Rodríguez (1,5)
Andou pelo campo uns quantos minutos. Ameaça voltar a repetir esse padrão em jogos vindouros.
Silas (2,5)
Quando se viu a ganhar por dois golos de diferença, apesar da presença de Tiago Martins, deveria ter pensado: será mesmo boa ideia deixar em campo um dos meus melhores jogadores, sendo que ele está mesmo à calha para ver o amarelo que o deixará de fora no próximo jogo, que até é contra uma equipa cujo vírus não é propriamente o da gripe? Pois que Silas não pensou nisso, apesar de ter deixado Acuña de fora, e também não é crível que seja capaz de arriscar um golpe de asa como lançar Eduardo Quaresma contra o Benfica. Mas também há que reconhecer que o treinador leonino está longe de ser o mais culpado num cenário que tem tudo para agravar-se nos próximos dias, caso se confirme a saída de Bruno Fernandes, o que forçará uma reconstituição do plantel executada por mentes que até agora deram provas de serem perigosas ao ponto de deverem ser banidas do site Transfermarkt.de.Quanto a Silas propriamente dito, e ao jogo em apreço, lamenta-se que continue a demorar demasiado a reagir quando o paradigma do jogo muda. Só o desacerto de Guedes na recarga ao seu cabeceamento que embateu na trave impediu o Vitória de Setúbal de chegar ao empate.
Certamente não estaria à espera de um início digno de pesadelo, com um golo sofrido a frio num lance em que mais valeria ter ficado na baliza e recolher calmamente a bola controlada em esforço por Marega. Sendo certo que pouco mais fez até observar a bola alojar-se nas redes para o tardio duche de água fria do 1-2, limitando-se a demonstrar que precisa de treinar os pontapés longos, redimiu-se nos últimos minutos, evitando que o resultado final fosse ainda mais injusto do que a vida tende a ser para os sportinguistas. A uma excelente mancha que o deixou combalido, pois o joelho do avançado portista que seguia para a baliza embateu no seu queixo, seguiu-se uma palmada que desviou um remate rasteiro em zona frontal. Melhores dias virão para um jovem cheio de talento.
Ristovski (2,0)
Manchado pelo segundo de atraso com que reagiu à diagonal de Marega, tentou controlar as investidas do ataque portista e potenciar o ataque leonino. Sem grandes resultados, ainda que também nada de especialmente bom tenha resultado da sua substituição.
Coates (3,0)
Merecia que aquele seu cabeceamento enrolado valesse o empate à equipa que mais fez por vencer, mas o raio da vida é como é, pelo que a bola embateu do lado cimeiro da trave. Apesar de ser co-responsável pelo primeiro golo do FC Porto, e de não ter conseguido evitar o cabeceamento de Soares, remou contra a maré, como sempre, não hesitando em substituir-se a colegas mais talentosos na construção de jogadas.
Mathieu (3,0)
Outro bravo do pelotão, capaz de encontrar forças onde outros só gritariam de desespero. Uma das raras unanimidades que subsistem nas bancadas balcanizadas de Alvalade é a reacção nos momentos em que o francês pega na bola e convida-a para uma “promenade” no meio-campo do adversário.
Acuña (4,0)
Além daquilo que só pode ser descrito como uma tentativa de furar redes, com golo do empate à mistura, numa jogada de contra-ataque iniciada pela sua disponibilidade para reagir antes dos adversários? Mais de 90 minutos daquela raça que nunca se vergará, municiando os colegas com cruzamentos sucessivamente desperdiçados e impedindo os adversários de garantirem mais cedo que terminaria naquela tarde de domingo a tradição de saírem de Alvalade sem três pontos. Tivesse ficado mais uma meia-dúzia como ele e a mesma gerência que pondera transferi-lo por dois ou três dostilhões até seria capaz de ficar ligada ao fim do jejum.
Idrissa Doumbia (3,0)
Outro que merecia melhor do que o lance em que, no meio do caos instalado na grande área leonina, foi incapaz de impedir que Soares se elevasse o bastante para desviar a bola para a baliza. Por muito que o jovem médio resgatado à Tchechénia não seja um bafejado pelos deuses do futebol, o muito trabalho que está disposto a fazer vai contrabalançando as limitações de que padece. Assim foi no clássico de Alvalade, sucedendo-se intervenções acima das expectativas, incluindo o derrube de Danilo quando este se encaminhava para a baliza que lhe valeu um amarelo que o põe de fora da deslocação a Setúbal. Mas na hora fatídica permitiu o 1-2, sendo recompensado com a saída de campo na hora do tudo por tudo.
Wendel (3,0)
Incansável operário do meio-campo leonino, contribuiu para que o FC Porto deixasse a equipa da casa mais sossegada do que o resultado final permitirá adivinhar. Beneficiaria, no entanto, de ter maior liberdade para aparecer na carreira de tiro.
Bruno Fernandes (2,5)
A incapacidade de marcar golos ao FC Porto foi a única tradição que saiu reforçada no clássico, ainda que o capitão tenha rematado sempre que teve oportunidade. Vigiado de perto pelos adversários, cedeu protagonismo a Acuña e Vietto e quando deu por si já estava amarelado por protestos, tendo desde então o cuidado de evitar que Jorge Sousa voltasse a expulsá-lo como fez no Bessa. Ainda ameaçou o golo num livre directo, marcado de muito longe, mas terminou o jogo quase como médio defensivo. Foi uma oportunidade desperdiçada de dar algum sentido à temporada do Sporting e, de igual forma, de dar sentido à permanência do melhor jogador português a jogar em Portugal.
Vietto (2,5)
Só a assistência para o golo de Acuña faz o possível por compensar minimamente o festival de desperdício de golos que Vietto ofereceu aos adeptos que não deixaram milhares de lugares ocupados apenas pelas bandeirinhas de plástico verde desbotado que roubaram ainda mais sonhos de infância a Greta Thunberg. Sendo lamentável o excesso de pontaria que o levou a golpear o poste no lance em que o bombeiro entrou no relvado para retirar uma tocha, lances como aquele em que rematou ao lado após ser isolado por Luiz Phellype dão razão a quem encara a “falta de golo” do argentino como uma verdade absoluta que explica a inclusão de metade dos seus direitos desportivos no negócio que legitimou a presença de Gelson Martins no Atlético de Madrid como primeira voltinha no carrossel.
Bolasie (2,0)
Movimenta-se como um comboio desgovernado e na maioria das ocasiões prima pela coerência com tal característica. Poderia ter ficado ligado ao resultado se Jorge Sousa assinalasse pénalti num lance em que foi derrubado na grande área, mas a vida é como é. Sem fazer melhor uso da velocidade do que um amarelo atribuído a quem o travou num contra-ataque, teve a parca compensação de ser substituído, já com o jogo a acabar, por alguém que fez manifestamente pior.
Luiz Phellype (3,0)
Incluído numa equipa montada para jogar apesar da sua presença, mostrou-se decisivo no lance do golo do Sporting, ainda que tenha demorado instantes a acreditar que não se encontrava em posição irregular, e na segunda parte ofereceu um golo que Vietto se encarregou de esfumar. Já naquilo que os avançados-centro costumam fazer foi bastante menos eficaz, ao contrário dos homólogos vestidos de azul e branco.
Rafael Camacho (2,0)
Lançado por Silas como lateral-direito ofensivo, na hora do desespero, não conseguiu repetir a receita do jogo de Portimão.
Gonzalo Plata (1,5)
Algumas perdas de bola e pouco discernimento.
Jesé Rodríguez (0,5)
O “ponta de lança móvel” descoberto pelo inventor de novos paradigmas do futebol moderno destacou-se pela quantidade de quezílias em que se envolveu em pouquíssimos minutos. Na véspera, o finalmente inscrito na Liga Pedro Mendes deu a vitória aos sub-23 com um golo no coração da área. Como diria o outro, isto anda tudo ligado.
Silas (2,5)
Viu a estratégia desfeita pelo golo madrugador do FC Porto, marcado quando as faixas a recordar glórias passadas do Sporting ainda não tinham sido recolhidas, toldando a visão do relvado aos resistentes à mancha de lugares vazios nos lugares mais elevados do estádio, numa excelente metáfora da incompetência e apatia que se generalizaram no reino do leão. Mesmo assim nada temeu, viu os seus jogadores tirarem partido das gritantes limitações da equipa da Sérgio Conceição e chegou a um empate que parecia prenúncio da vitória que teve todas as condições (menos a pontaria) para ocorrer na segunda parte. Ao ver-se a perder, contra a corrente do jogo, arriscou substituições que em nada melhoraram o desempenho do Sporting, abrindo caminho para minutos de domínio portista que poderiam agravar mais alguns recordes negativos. Começa 2020 a 16 pontos do líder, a 12 pontos do segundo lugar e apeado do pódio da Liga NOS. Também para ele a vida é o que é.
Ainda mal o jogo começara e já tinha desviado para canto um remate perigoso de Jackson Martínez, voltando a distinguir-se com uma defesa de recurso que, infelizmente, inspirou Rafael Camacho a cometer grande penalidade. Adivinhou o lado para onde o avançado colombiano iria marcar, mas nada pôde fazer, tal como no autogolo de Mathieu, não obstante a tentativa de golpear os seus rins. Tudo parecia apontado para mais uma das recorrentes humilhações que polvilham a temporada do Sporting, mas o jovem guarda-redes entendeu que não seria esse o dia. Uma excelente defesa no início da segunda parte, quando o 3-1 parecia inevitável, deu impulso para a improvável recuperação que abriu portas à terceira “final four” da Taça da Liga. Segurança e maturidade são os nomes do meio de quem promete tornar-se uma lenda.
Ristovski (3,0)
Chegou atrasado no lance do 2-0, claro está, mas nem por isso deixou de mostrar que é muito superior ao outro lateral-direito do plantel. Ainda que aquilo que sucedeu após ter saído do relvado, sacrificado para a aposta total no ataque, mostre que poderá encontrar forte concorrência de onde já não se adivinhava.
Coates (3,5)
Foi como se fosse um Maradona tão desengonçado como bafejado pelos deuses do futebol que irrompeu pelo meio-campo do Portimonense, ainda com o resultado em 2-1, ludibriou vários adversários e serviu Vietto, capaz de falhar o que era mais fácil. O compromisso do subcapitão não rendeu golo nesse momento, ainda que se possa tecnicamente atribuir-lhe uma assistência diferida pela forma como descobriu Rafael Camacho na direita no lance que selou o empate. Também teve erros e perdas de bola escusadas, mas voltou a encher o relvado com a sua exibição.
Mathieu (3,0)
Desta vez coube-lhe preencher a quota de autogolos que fazem parte das habituais desgraças que recaem sobre o Sporting, o que bastaria para fazer cair um francês mais dado a rendições. Em vez disso, sendo Mathieu quem é, dedicou-se a fazer cortes que valem pontos, um dos quais ainda roubou literalmente o golo da cabeça de um adversário.
Acuña (3,0)
A primeira, a segunda e a terceira regra do seu clube coincidem: ninguém lhe tira a bola dos pés. Utilizou esse poder de forma mais decisiva a defender do que a atacar, mas também contribuiu na ala esquerda para fazer com que a inferioridade numérica se reduzisse a um detalhe estatístico ao longo da segunda parte.
Idrissa Doumbia (3,0)
É possível que a presença de Battaglia no banco de suplentes sirva de incentivo para melhorar a sua presença no relvado. Desta vez revelou-se mais interventivo do que é habitual na construção de jogadas, acabando por ser alvo de faltas duras ao driblar adversários. Sacrificado na hora do tudo por tudo, voltou a deixar boa imagem.
Wendel (3,0)
Tão discreto quanto influente, o jovem brasileiro continua a dar mostras de grande amadurecimento táctico. Excelente posicionamento, qualidade na circulação de bola e muito esforço ajudaram a levar a equipa para a frente até receber merecido descanso para a entrada de Battaglia.
Bruno Fernandes (4,0)
Começou por deixar Bolasie na cara do golo, sem que o franco-congolês lograsse ludibriar o guarda-redes do Portimonense, mas quando o resultado já ia em 2-0 e o Sporting parecia dispensado do compromisso em Braga no final de Janeiro, traçou o 2-1 executado por Vietto como se tivesse um compasso na chuteira. E como se fosse fácil seria para outros liderou a resistência leonina no segundo tempo, correndo mais do que permitia a força humana, somando uma nova assistência, daquelas que só ele poderia fazer tão bem e depressa, para a reviravolta no resultado. O abraço que deu e recebeu a Gonzalo Plata, a quem corrigira movimentos minutos antes, como um líder e como um mestre, ilustra a insubstituível importância que tem na equipa. Pena é que o rumo ao “tri” ocorra na menos festejada de todas as competições.
Rafael Camacho (3,5)
Tendo em conta que começou por fazer o tipo de pénalti que seria assinalado mesmo que vestisse de papoila saltitante no Estádio da Luz, arrastando a equipa para o desastre iminente, dificilmente poderia ter corrido melhor o jogo ao resgatado ao Liverpool. Mas é curioso que o melhor de Rafael Camacho tenha ocorrido quando passou a lateral-direito com jurisdição alargada à ala inteira, justamente aquela posição em que Klopp, que mais ou menos à mesma hora disputava o Mundial de Clubes contra o Flamengo de Jorge Jesus, tanto o quis experimentar. Certo é que o lance do 2-2, com movimentos momentaneamente perpétuos dentro da grande área do Portimonense a antecederem o remate em arco, foi a demonstração mais perfeita do que deve sair dos pés de um camisola 7 que o Sporting viu em muitos e muitos anos.
Vietto (3,5)
Depois da elevação que conseguiu para cabecear o cruzamento de Bruno Fernandes seria de esperar que conseguisse bisar após ver-se servido por Coates em posição frontal para a baliza. Assim não foi, prolongando o sufoco de uma equipa que se dava ao luxo de desperdiçar golos feitos estando a correr atrás do prejuízo e com menos um em campo. Certo é que o argentino se redimiu da falta de pontaria nessa (a bem dizer, não só nessa) ocasião e ainda fez a assistência para o 2-4 que confirmou o bilhete dourado para Braga, carimbado com a vitória do Gil Vicente sobre o Rio Ave.
Bolasie (2,5)
Vítima da expulsão mais ridícula de um futebolista do Sporting desde que Ristovski viu o vermelho directo por ter sido agredido, há que valorizar a contenção demonstrada pelo franco-congolês perante a sabujice do árbitro João “I Want to Believe” e a vergonhosa pantominice do “agredido” do Portimonense. Escolhido para ponta de lança móvel devido aos problemas gástricos de Luiz Phellype e ao nascimento de mais um filho de Jesé Rodríguez – capaz de competir com o ex-colega de equipa Cristiano Ronaldo no que toca à prole –, Bolasie estava preparado para lutar até ao limite das suas limitadas capacidades, ainda que tenha permitido a defesa ao ver-se isolado frente ao guarda-redes. Talvez pudesse redimir-se do falhanço não fosse a tal expulsão que o motivou a descarregar no Twitter.
Luiz Phellype (3,5)
Poupado para os últimos vinte minutos de jogo devido aos efeitos de uma gastroenterite, o brasileiro ainda lançou o contra-ataque que permitiu a reviravolta e fez um grande golo, tranquilizando a equipa em tudo o que estava ao seu alcance. Desferiu um remate na passada, sem dar hipóteses ao guarda-redes, quase como se fosse o goleador de nível mundial que nada permite garantir que virá a ser.
Gonzalo Plata (3,5)
O jovem extremo equatoriano entrou sem instruções para ficar colado à linha, tornando-se um apoio para o ponta de lança. Nem sequer acertou à primeira, o que motivou uma palestra instantânea do treinador-em-campo, mas no lance do 2-3 não só contribuiu para que o Portimonense perdesse a posse de bola (numa acção quase decerto faltosa, há que reconhecer...) como finalizou de forma simples e perfeita o contra-ataque. Começava a parecer esquecido no plantel, mas terá feito com que se lembrem dele.
Battaglia (2,5)
Entrou para recompor o meio-campo defensivo e cumpriu com a missão. É bom vê-lo a reconquistar o seu espaço na equipa.
Silas (4,0)
Capaz do bom e do muito mau, o treinador leonino não menosprezou as escassas hipóteses de qualificação. Tudo jogava a favor da vitória do Rio Ave no grupo, mas a incapacidade dos vilacondenses e a desgraça que o azar, o destino e o Pinheiro iam fazendo no Algarve encaminhavam o Portimonense para a “final four”. Aquilo que mudou na segunda parte, com os jogadores a serem realistas ao ponto de exigirem o impossível, teve muito de raça da rapaziada de leão ao peito mas também houve dedo do treinador. Ultrapassado o primeiro embate da equipa que tinha vantagem no marcador e na contagem de cabeças, Silas começou a alterar as circunstâncias com substituições arriscadas e apropriadas a quem nada tinha a perder. Espera-se que retenha a boa experiência de Rafael Camacho a lateral e de Gonzalo Plata como segundo avançado. E que goze bem as férias de Natal, ciente de que Janeiro é o tipo de pesadelo em potência que só muito trabalho e engenho poderão transformar na matéria de que os sonhos são feitos.
Perante um adversário que foi dominado desde o início do jogo bastou-lhe estar atento e disponívelpara resolver as escassas ocorrências que iam aparecendo. E ainda teve a sorte de o árbitro Manuel Mota ter tanto amor às vitrinas dos talhos que anulou um golo ao Santa Clara, num livre directo cobrado com mestria, devido a uma irregularidade existente mas que poderia ter passado despercebida.
Ristovski (4,0)
Exibição portentosa do macedónio, disposto a fazer esquecer uma temporada em que lhe bastava respirar para ver o cartão vermelho. Não só controlou as investidas açorianas pela sua ala como esticou o motor de arranque do ataque leonino, com consequências que só não foram ainda melhores devido ao desacerto dos avançados. A assistência para o segundo golo de Luiz Phellype é só um dos muitos motivos que aconselham descanso ao milionário reforço francês que compete consigo pela titularidade.
Coates (3,0)
Mesmo o cartão amarelo que recebeu foi um mal menor tendo em conta que impediu um contra-ataque perigoso (apesar de o destino do jogo estar mais do que selado). E não deixa de ser bonito que haja um jogo em que não é chamado a fazer de “stand-in” do saudoso Bas Dost na hora do desespero.
Mathieu (3,0)
Pois que cometeu o erro que resultou num amarelo para Coates e no livre directo que Manuel Mota impediu de ser o tento de honra dos açorianos. Mas ninguém (tirando Bruno Fernandes) ali seria capaz de fazer a abertura para Ristovski que resultou no 0-2. Mantenham-lhe o emprego, que para nós é um sossego.
Acuña (3,5)
Tinha pela frente o irrequieto Ukra, que é o mais próximo que o futebol nacional tem de um Joker, o que fazia adivinhar faíscas. Em vez disso, o argentino conteve-se, conteve-lhe os movimentos e integrou-se com bons resultados nas manobras ofensivas que resultaram em goleada.
Idrissa Doumbia (3,0)
Sempre esforçado e quase sempre insuficiente para o que se exige a um titular do Sporting, pouco ou nada comprometeu e evitou o amarelo que o deixaria de fora da recepção ao FC Porto, a abrir o próximo ano. Mas há que destacar a melhoria verificada quando Battaglia regressou aos relvados.
Wendel (3,0)
Já dizia um francês mais velho do que Mathieu que o importante é competir. Talvez assim seja, e o internacional pela selecção olímpica do Brasil muito o fez, sem ficar directamente ligado ao resultado. E a forma que ajudou o meio-campo a mexer tornou-se ainda mais flagrante quando teve direito a descanso e foi substituído pelo compatriota Eduardo Henrique.
Bruno Fernandes (3,5)
Afortunados são os sportinguistas nos jogos em que tudo corre bem mesmo sem que o capitão se destaque dos demais. Mais um golo de pénalti, com o guarda-redes a revelar-se conformado com o destino ao ponto de não se lançar para nenhum lado, e mais uma assistência, num canto desviado pela nuca de Bolasie, elevaram as suas estatísticas para uma centena de participações directas em golos do Sporting. E ainda melhor poderia ter sido o rescaldo da viagem se os colegas aproveitassem melhor os cruzamentos teleguiados e tivesse concluído melhor uma bela combinação com Vietto.
Vietto (3,5)
Só faltou mesmo o golo ao argentino, que não deu o seu melhor ao ver-se colocado frente à baliza pelo insuspeito Jesé Rodríguez. O mesmo não se pode dizer da forma como fez uma assistência para desbloquear o marcador à prova de falhanço de Luiz Phellype e das excelentes combinações com Bruno Fernandes.
Bolasie (3,5)
Que jogão teria feito o franco-congolês não fosse o crime de lesa-futebol que protagonizou na primeira parte, cabeceando de frente para à baliza de uma forma que noutras modalidades daria direito à perda de pontos por falha técnica. Redimiu-se à terceira tentativa, por muito que o desvio de cabeça para o fundo das redes no lance do 0-3 aparente ter sido inadvertido. E, sem medo de partir para cima dos adversários em drible – não obstante a reduzida taxa de sucesso em tais iniciativas –, ajudou a fechar o marcador com uma arrancada em que só o conseguiram travar com uma falta dentro da grande área. De longe o melhor dos três reforços de fecho de mercado, merece respeito por um empenho que por vezes compensa as limitações de quem dificilmente melhorará nesta fase da carreira.
Luiz Phellype (3,5)
Bisou na partida, confirmando o bom momento que atravessa, mas ficou a dever a si mesmo outros tantos golos. A abordagem aos lances está quase sempre longe dos padrões de um avançado titular – excepção feita ao lance do 0-2 –, o que não invalida que o brasileiro mantenha uma das melhores relações custo-benefício do plantel leonino.
Battaglia (3,0)
Vê-lo entrar em campo foi uma dupla alegria para os adeptos, que não só ficaram felizes com a superação do ciclo de lesões graves que afectaram o argentino como puderam constatar o quanto melhora o meio-campo com a sua qualidade técnica e inteligência táctica.
Jesé Rodríguez (2,5)
Quis o destino que o seu melhor momento, desenvencilhando-se de uma série de adversários à entrada da grande área do Santa Clara, não tivesse o melhor seguimento por parte de Vietto. Lançado no jogo com o resultado feito, o espanhol em nada comprometeu.
Eduardo (1,5)
Os minutos que jogou, felizmente poucos, confirmaram o estatuto de maior incógnita do plantel leonino.
Silas (3,5)
Ainda teve tempo para fazer caretas quando os avançados insistiam em não concretizar as oportunidades de golo decorrentes do intenso domínio e dos bons cruzamentos de Ristovski e Bruno Fernandes. Construiu a própria sorte ao apostar nos melhores que tem à disposição e viu o Sporting fazer uma das suas melhores exibições e subir ao lugar do pódio que é realista ambicionar. Se no sábado vencer o Portimonense e tiver sorte no outro jogo do grupo, conseguindo o improvável acesso à “final four” da Taça da Liga, ganhará uns quantos dias de direito ao esquecimento dos seus muitos erros até ao possível vale das trevas da morte que o calendário lhe oferece no início de 2020.
Acabou por ter uma noite de relativo sossego, apesar do lamentável e já expectável ascendente que os suplentes da equipa da casa chegaram a ter na primeira parte, e até foi o guarda-redes brasileiro a encarregar-se de arranjar calafrios, cabeceando à entrada da área uma bola directamente para os pés de um avançado do Gil Vicente que teve a infelicidade de sair do Seixal antes do complexo futebolístico-mediático encarregue de produzir “golden boys” estar devidamente oleado. Certo é que chegou ao apito final sem ir buscar a bola ao fundo das redes, o que por estes dias passa por ser um homem que mordeu o cão.
Ristovski (3,0)
É combativo, aparenta sentir o peso da camisola bem mais do que a média do plantel e não tem culpa de não haver um lateral-direito melhor do que ele, transformando-o naquilo que é: um profissional digno, com talento quanto baste, que dá o melhor que tem - e até aparenta ter abandonado a maré de azar e descontrolo que lhe valeu tantas expulsões na época passada.
Coates (3,5)
O xerife uruguaio voltou à equipa e impôs a sua lei aos galos de Barcelos, anulando sucessivas tentativas de ataque pelo ar e ainda mais pela relva, demonstrando um “timing” perfeito nos muitos cortes que se encarregou de fazer. Ter um dos poucos jogadores de elevado nível que restam no plantel em campo é sempre uma garantia.
Neto (3,5)
Espera-se que tenha retirado de vez qualquer dúvida quanto à ordem hierárquica dos centrais leoninos. Em vez da calamidade protagonizada por Tiago Ilori no domingo, Neto distinguiu-se pela voz de comando, por alguns cortes incisivos e bem arriscados e até pela forma como suplicou em vão a Rui Costa que não expulsasse Acuña.
Acuña (2,0)
Ultrapassado em velocidade por Romário Baldé, e provocado de modo sistemático pelos jogadores do Gil Vicente ao longo do jogo, o argentino depressa se viu à cunha do segundo amarelo. Descontrolado como há muito não se via, conseguiu manter-se no relvado bem mais do que seria expectável, sendo já em tempo de descontos que selou o destino – que o excluirá da recepção ao Moreirense no domingo – ao berrar com o quarto árbitro após ser esbofeteado por um adversário. No outro prato da balança está a garra de um dos raros elementos do plantel que nenhum Vítor Oliveira consegue rebaixar.
Idrissa Doumbia (2,5)
Aguentou melhor os suplentes do Gil Vicente do que tinha controlado os titulares no jogo anterior, o que também não quer dizer muito. Mas o certo é que desta vez não houve golos contrários a registar.
Miguel Luís (2,5)
Talvez tenha regressado à equipa titular por motivos estritamente regulamentares, pois não abundam formados na Academia de Alcochete que não tenham rescindido contrato ou entrado no carrossel dos empréstimos com cláusula de compra manhosa, mas não demorou a fazer-se notar. Pena é que tenha sido por um lance a que só um laureado com o Nobel da Paz pode chamar remate e por levar uma reprimenda do capitão de equipa. Melhorou ao longo do jogo, destacando-se um bom cruzamento para a cabeça de Luiz Phellype, o que não impediu que fosse o candidato óbvio à saída logo que Silas percebeu o impasse que por ali ocorria.
Wendel (3,0)
Tem mais talento do que tende a demonstrar, ainda que provavelmente menos do que considera ter, o que voltou a ser demonstrado neste segundo jogo da fase de grupos da Taça da Liga. Ganha pontos pela dinâmica que procurou dar ao anémico fio de jogo da equipa e por uma desmarcação genial que Bruno Fernandes encontrou forma de desperdiçar à boca da baliza.
Bruno Fernandes (4,0)
Falhou dois grandes golos, um dos quais numa tentativa de surpreender o guarda-redes do Gil Vicente ainda aquém da linha de meio-campo e o outro num excesso de confiança que o levou a tentar um toque acrobático quando bastava empurrar a bola para a linha de golo mesmo em frente. Pelo meio ainda fez a bola balançar as redes, só que em posição irregular, e serviu Luiz Phellype para um daqueles “expected goals” de que o inferno sportinguista está cheio. Pouco importa: façamos “fast forward” para o minuto 88, quando foi carregado por um adversário junto à grande área, encarregando-se de desfazer com um livre directo impecável o empate que retirava ao Sporting qualquer hipótese (ainda que remota) de defender os dois títulos consecutivos de “campeão de Inverno” na fase final da Taça da Liga. Não satisfeito, numa altura em que a equipa tinha menos um em campo, serviu Vietto para o argentino fazer o resultado final. Não tem o número 31 na camisola, mas tal como no célebre fado como ele não há nenhum.
Bolasie (3,0)
Chegou a ser o melhor da equipa na primeira parte, devendo-se-lhe um excelente remate que poderia ter desbloqueado o marcador, e lutou com todas as forças que tinha contra a desgraça que mais uma vez se anunciava. Ninguém lhe pode questionar o empenho, mesmo sem se traduzir necessariamente em resultados práticos.
Luiz Phellype (2,0)
Atravessa uma má fase e mesmo quando cabeceou como mandam as regras a bola cruzada por Miguel Luís não impediu a boa defesa do guardião do Gil Vicente. Pior foi a sua tentativa de inaugurar o marcador com um toque de calcanhar que lhe saiu truncado, num símbolo cruel das limitações técnicas que já deu provas de conseguir ultrapassar com força de vontade e capacidade de trabalho.
Rafael Camacho (2,5)
Continua a ser o talismã de Silas, sendo apenas triste que raras vezes traga sorte. Desta vez teve mais minutos, aproveitando-os melhor do que é hábito, tanto nas alas como no miolo.
Jesé Rodríguez (3,0)
Entrou para o lugar do infeliz Luiz Phellype, numa lógica “és avançado-centro e não sabias” que lembra um cartaz do Iniciativa Liberal, e não se lhe pode negar impacto no resultado final. No lance de contra-ataque que culminou no livre directo cobrado por Bruno Fernandes foi ceifado por um adversário (que recebeu um amarelo do daltónico Rui Costa) quando se encaminhava para a baliza, e a jogada do 0-2 começa com uma recuperação de bola quando a equipa lidava com a expulsão de Acuña.
Vietto (3,0)
Entrou, viu e venceu. Muito bem servido por Bruno Fernandes, não hesitou perante a tentativa de mancha do guarda-redes e sossegou os corações leoninos.
Silas (3,0)
Os trejeitos que fez quando Bruno Fernandes tentou marcar de antes da linha de meio-campo ficaram-lhe mal, mas há que reconhecer que montou a equipa melhor do que no embate anterior com o Gil Vicente, assumindo o objectivo de manter a esperança na qualificação para a “final four” da Taça da Liga. Dito isto, não há motivos para optimismo quando falta um mês para os embates com o FC Porto e o Benfica, restando-lhe sobreviver aos próximos jogos, pois como tantas vezes se diz em Portugal, “depois mete-se o Natal”...
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Belenenses SAD pelos três diários desportivos:
Vietto: 19
Bruno Fernandes: 17
Bolasie: 16
Luiz Phellype: 15
Renan: 15
Idrissa Doumbia: 14
Rafael Camacho: 14
Coates: 14
Rodrigo Fernandes: 13
Eduardo: 13
Borja: 13
Ilori: 13
Rosier: 13
Neto: 9
Os três jornais elegeram Vietto como melhor jogador em campo.
{ Blogue fundado em 2012. }
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.