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És a nossa Fé!

Prometer a lua e saltar do comboio

Não chegou a passar um ano. A mesma pessoa que a 23 de Julho de 2011 dava uma retumbante entrevista garantindo aos sócios que «o campeonato do Sporting daqui a um ano ou dois será o Barcelona, o Ajax, o Real Madrid» vem agora, como se não tivesse memória das suas próprias declarações, emitir uma mensagem bem diferente. Foram-se as promessas megalómanas, sobram as críticas demolidoras ao presidente em cuja lista figurava em lugar de destaque. «Vim-me embora porque o clube não tem liderança», declarou o ex-vice-presidente de Godinho Lopes, tarde e a más horas, sem perceber que ao dizer isto está de algum modo a desqualificar-se a si próprio. Porque se comprometeu no projecto e foi até o elemento da direcção que mais alto elevou a fasquia das promessas aos sócios e simpatizantes do clube. Alguns dirigentes são capazes de prometer a lua com a mesma facilidade com que saltam do comboio em andamento.

Foi isto que sucedeu com Carlos Barbosa. Alguém é capaz de me adiantar alguma explicação para o que se passou com ele?

Unir e fechar

Os últimos dias têm sido muito férteis em notícias relacionadas com o emblema Leonino. Porquê? Naturalmente se pensaria que seria pelo aproximar de uma excitante meia-final Europeia com o Atlhetic Club ou pela grande exibição contra o rival Benfica. Nada mais errado. Paulo Pereira Cristóvão (PPC), Vice-Presidente do Sporting, e o árbitro auxiliar José Cardinal dominam a actualidade desportiva.

Gostava de deixar duas ideias bem claras sobre este assunto.

Primeiro este caso parece o Castelo Branco a jogar futebol no programa do Futre. Faz mal aos olhos, não faz sentido e não tem piada nenhuma.

Vamos à estória. O jogo de toda a polémica realizou-se no dia 22 de Dezembro de 2011 e os alegados acontecimentos terão ocorrido na semana anterior. Se a queixa entrou nessa altura na Federação Portuguesa de Futebol, que imediatamente informou a Polícia Judiciária, porque é que as noticias e as buscas da mesma polícia só aconteceram no dia 12 de Abril de 2012? Coincidentemente três dias depois do jogo em que o Sporting afastou do título (ainda vai jogar ao Dragão...) o Benfica e em vésperas de uma meia final europeia decisiva.

Ainda na sequência do pensamento anterior podemos observar o comportamento da imprensa nacional, mais concretamente do Correio da Manhã e do Diário de Notícias. A partir de dados da investigação policial e em constante violação do segredo de justiça estes jornais têm fabricado notícias sobre espionagem a jogadores e árbitros, sobre supostas divergências no Conselho Directivo e até sobre o funcionamento da estrutura do futebol do clube de Alvalade. Existe uma agenda dentro de uma investigação que devia ser célere e sóbria?

Ainda ontem, no programa da manhã da SIC, o antigo inspector da Polícia Judiciária (PJ) Gonçalo Amaral falava num ajuste de contas da actual PJ com PPC. Esta é claramente uma investigação que nasceu torta e que dificilmente se vai endireitar. A única coisa que os Sportinguistas pedem é celeridade, eficiência e manutenção do segredo de justiça. É pedir assim tanto?

Em segundo lugar queria deixar bem claro que muito me orgulha o Sporting nunca ter estado envolvido em nenhum caso obscuro do futebol português. De qualquer maneira é importante referir que a acusação é por denúncia caluniosa agravada e não por corrupção. E que se se vier a provar alguma coisa que vá contra os princípios, a identidade e mandamentos sobre os quais estão sustentados este clube centenário, os adeptos e sócios do Sporting serão os primeiros a "empurrar" para fora do clube quem os violar.
também postado no 90 minutos

A decisão

 

O Sporting entrou hoje em blackout. Por norma não sou defensor dos cortes na comunicação entre as instituições e o seu público-alvo, que neste caso são sobretudo os adeptos sportinguistas. Percebo a indignação que reina em Alvalade com o tratamento noticioso do caso PPC e com a sua repercussão pública, mas esta não me parece ser a melhor solução. Esta é apenas a solução típica de quando não se sabe o que dizer, quando dizer, como dizer. Ora, o Sporting está fora de esquemas, é uma instituição acima de qualquer suspeita. O Sporting está também numa fase decisiva e pode ganhar muito ou perder tudo. É preciso, por isso, continuar a agir com determinação e convicção, o resto resolve-se com o tempo e com o apuramento de responsabilidades.

 

Seria melhor blindar o Sporting lá dentro, tornando-o forte, coeso e unido. E não cortar a sua ligação ao exterior. Mas isto sou só eu a pensar alto, quero acreditar que a decisão tenha sido tomada pesando todos estes factores e pensando no Sporting em primeiro lugar. Sempre.

Um Sporting blindado

A 'instituição' arguido, feita para proteger o cidadão nos seus direitos de defesa, foi transformada por uma imprensa ao serviço de interesses comerciais e de fontes anónimas em julgamento na praça pública. O arguido é equiparado logo a culpado, apresentado como tal perante a opinião pública e criminalizado moralmente. A função dos media é tambem investigar, denunciar, tornar público o que é do interesse público. Essa é a sua função em democracia (o presidente americano Jefferson já dizia que, se tivesse de escolher entre um governo democrático e uma imprensa livre, escolheria a imprensa livre).  Mas não é função da imprensa julgar, de facto, o cidadão - antes deste ter tido a possibilidade de conhecer a acusação, se a houver, de se defender e de ter um julgamento justo. Se não fosse assim, os cidadãos seriam vítimas de uma qualquer suposta acusação, estariam dependentes do arbítrio e do alarido popular, quantas vezes determinado pela emoção do momento e pela excitação dos media. Os jornalistas, nesta matéria, têm uma responsabilidade particular e estão balizados pelo seu código deontológico - o que nem sempre acontece.

No caso vertente, derivado da situação Cardinal, o Sporting deve ficar tranquilo, mesmo se interrogado, e esperar um aclarar da questão. A preocupação é ética, e estou de acordo com o afastamento de PPC das suas funções por esse motivo. Mas creio que o Sporting deve resistir, de forma sensata, à pressão dos media e dos que lhe fornecem 'informação' debaixo de anonimato. O Sporting tem de se defender e de se proteger, mas não pode estar à mercê de um qualquer caso mediático, antes de um suspeito ser acusado e julgado. Temos um exemplo, que decerto terá pesado nalgumas declarações de Godinho Lopes: ele próprio foi arguido e depois acusado de muitos males, no caso da Expo, para depois ser inocentado e absolvido nos tribunais. Que outro recurso resta aos cidadãos, para defesa da sua honra, se não os tribunais?

Forte como é, o FCP não se deixou abalar, num caso aparentemente bem mais grave, aguentou e viu depois se esfumarem as acusações. Não invejo alguns dos princípios éticos que regem o FCP, mas invejo, sinceramente invejo, a sua capacidade de se blindar, se defender dos seus inimigos, para ficar mais forte. No Sporting não há essa cultura. É tudo volátil, uns senhores começam logo a falar à toa, a pedir escalpes, a tornar o clube mais frágil. Uma coisa é querermos o apuramento dos factos, apoiarmos a justiça no que for necessário. Outra fazermos logo o jogo dos inimigos. Dos externos e... dos internos (uma especialidade muito nossa).

Sportinguistas tranquilos e confiantes na justiça

1. Que este episódio PPC/José Cardinal é perturbador, é mesmo.

2. Que os media vão fazer o seu habitual euromilhões noticioso e que não pouparão o Sporting, é dos livros.

3. Que alguém tentou armadilhar alguém, também parece certo - resta saber quem foi a vítima desta estratégia da aranha.

4. Que alguns (media e benfas) queriam tirar proveito disso para pôr o Sporting fora da final da Taça de Portugal, esquecendo a taça Lucílio e as escutas sobre pedidos de árbitros, é evidente.

5. Que a 'democrática' condenação dos cidadãos na praça pública, pressionando a justiça, também neste caso está fazendo o seu curso, com a conivência entre fontes anónimas e jornalistas. E assim fala-se menos da suposta crise em Carnide.

6. Que só a justiça deve julgar e condenar ou absolver, isso é primário - o princípio da presunção da inocência aplica-se a todos os cidadãos. E temos bastos exemplos de como cidadãos julgados na praça pública, pelos jornais e - ato reflexo - pela opinião pública, foram depois inocentados pelos tribunais.

7. Ao Sporting interessa a verdade e toda a verdade, para reagir em conformidade - e só depois disso. Aos sportinguistas interessa o apuramento, tão célere quando possível, da verdade dos factos, para que a instituição SCP não seja manchada. Até lá... aguardar.

8. Ganhar ao Atlético de Bilbau e fazer, de novo, história nas competições europeias é o nosso objetivo imediato. Vencer a Taça de Portugal, o seguinte. Conseguir chegar à Champions, na próxima temporada, outro ainda, mesmo se difícil. Temos demasiadas batalhas a travar para nos deixarmos aprisionar por esta (mesmo se penosa) saga.

A cor do apito...

Das duas uma, ou isto é mais uma das muitas armadilhas a que o Sporting tem sido sujeito nas ultimas três décadas, ou é uma "tsunâmica" falta de competência, de inteligência e de bom senso (além de uma colossal falta de jeito!).

O apito é vermelho e azul. Há muito tempo, ora mais "amorangado" ora mais "tripanado", com escutas e testemunhos, meninas com leite e sem café, saladinhas de frutas com bolinha, afilhados e serventes, padrinhos estufados à moda de Corleone e servido com molho de Omertà.

Nem um ser alienígena acabado de descer aqui ao burgo para desenhar uns círculos numa seara (tarefa cada vez mais difícil desde que algumas pessoas decidiram destruir a agricultura nacional) acreditaria num "sistema" ou em "esquemas para defraudar a verdade desportiva" por parte do SCP. É impossível! Nem o "sistema" permitiria nem o "know how" está disponível... Dooohhh!

Esse ser alienígena poderia acreditar facilmente era numa cabala (mais uma!) contra o SCP... ou então numa falta de juízo inenarrável e uma falta de jeito inacreditável.

Espero, repito, espero que o SCP não saia desta "estória" beliscado no seu mérito desportivo. Quanto à imagem, nada a fazer.

Quanto à capa do Correio da Manhã de hoje... fica para outro episódio. Relembro apenas que o que lá é descrito como "procedimento recente" no SCP, está errado, mas é prática corrente no clube português com mais títulos nos últimos 30 anos. E nesse caso quase todos chamam "competência", "rigor" e "boa gestão". Eu chamo outra coisa. Mas, como disse, fica para outro episódio.

 

 

 

Despojos desta quinta-feira

Devido ao adiantado da hora falta-me força para escrever mais sobre a bizarra quinta-feira que vivemos e devido ao iPad não consigo fazer um link daqueles à maneira para um texto que assino na edição de hoje do Correio da Manhã. Peço antecipadamente desculpa por uma e outra falha e convido-vos a ler o que escrevi sobre todo este 'western spaghetti' em http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/leonardo-ralha/o-extase-do-ouro-verde

Denúncia caluniosa

Como já será do conhecimento de todos, o vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão foi constituído arguido num processo de «denúncia caluniosa», confirmado pelo próprio e pelo Departamento de Investigação e Acção Penal. Para evitar conjecturas sobre o tema, além da essência dos factos encontrar-se em segredo de justiça, o Artigo 365.º do Código Penal estipula o seguinte:

 

Quem, por qualquer meio, perante autoridade ou publicamente, com a consciência

da falsidade da imputação, denunciar ou lançar suspeitas sobre determinada pessoa

a suspeita de prática de crime, com intenção de que contra ela se instaure procedimento

é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

 

Nota: O supracitado artigo ainda contém mais quatro alíneas, relativamente a acções dentro da mesma esfera penal mas de inferior gravidade.  

Circo Cardinal

O momento é inoportuno, numa recta final de campeonato em que o Sporting surge como o "decisor" do pódio e, simultaneamente, vive uma alegria interna que há muito ansiava. Não sendo adepta da cabala, acabo por ceder à tentação em que todos os sportinguistas caem e que é a de lamentar a "nossa sina". Mas mais importantes que os estados de alma dos Leões é a reputação institucional do clube e da sua direcção. Este post até pode ser prematuro, porque "outros arguidos ligados ao clube" já se anunciam na comunicação social (valendo isto o que vale). Mas, para já, temos um facto confirmado: o vice-presidente foi constituído arguido num caso muito mal contado de "agent provocateur". Não sei que tipo de crime isto configura, mas estão lançadas suspeitas sobre um membro da direcção do Sporting. Não me parece que exista neste momento, qualquer que seja a verdade (e espero sinceramente que a verdade seja a inocência de qualquer dirigente sportinguista), outra alternativa senão a suspensão do mandato do vice-presidente que a a esta hora já deveria ter posto o seu lugar à disposição. Aguardo, pois, serenamente, que a direcção aceite o pedido de suspensão do mandato até esclarecimento do caso e que o Sporting prossiga o caminho de vitórias e alegrias que nos tem dado no plano desportivo. Somos Leões, mas não actuamos em circos.

{ Blogue fundado em 2012. }

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