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És a nossa Fé!

Apregoar mentiras por verdades

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O "colinho" de que beneficiou o Benfica no Funchal, tal como aconteceu no Braga-Farense

 

Vai por aí uma celeuma enorme, alimentada pelos comentadores mais hipócritas e tendenciosos, a propósito do primeiro golo do Sporting no confronto com o Moreirense, devido a um prévio ressalto da bola, que bateu na coxa de Pedro Gonçalves e lhe roçou no cotovelo antes de o jogador a ter encostado para a baliza. Houve até pelo menos um canal de televisão que, segundo me garantem amigos que o frequentam, dedicou grande parte de um serão "informativo" a debater tão magna questão.

Onde andam agora os tais comentadores e os tais canais depois de o vídeo-árbitro Vasco Santos ter induzido em erro o árbitro António Nobre no Braga-Farense ao mandar anular um golo limpo da equipa algarvia por alegada deslocação de Ryan Gauld que nenhuma imagem comprova? Se esse golo tivesse sido validado, como inicialmente foi, os braguistas ficariam com um empate  em vez da vitória tangencial por 1-0 conseguida nesse jogo.

Onde andam agora os tais comentadores e os tais canais depois de o árbitro Manuel Mota (nosso velho conhecido...) ter assinalado como livre favorável ao Benfica um pisão de Gabriel a Jean do qual resultou o golo solitário dos encarnados frente ao Marítimo? Golo que permitiu ao SLB sair da Madeira com três pontos, vencendo por um fraudulento 2-1, e habilitou o treinador encarnado a exibir o seu baixo nível, insultando o treinador do Marítimo, o Elvas-Clube Alentejano de Desportos - que já lhe deu resposta apropriada - e uma repórter da Sport TV.

Não bastava o campo estar inclinado durante os jogos. Cada vez mais se vai inclinando também depois dos jogos, quando entram em cena os comentadores televisivos do "critério duplo", capazes a todo o momento de apregoar mentiras por verdades.

Saber ver

«O juiz [Vasco Santos] deixou passar em claro uma mãozinha marota de Danielson nas costas de Paulo Oliveira a desequilibrar o central leonino. A bola sobrou para Leandro, que reduziu.»

Sérgio Krithinas, no Record (crónica do jogo Moreirense-Sporting)

 

«No momento em que salta para cortar a bola, Paulo Oliveira é empurrado pelas costas por Danielson. Falta por marcar, antes do remate certeiro de Leandro Souza. Mal Vasco Santos.»

Bernardo Ribeiro, no Record (análise da arbitragem do Moreirense-Sporting)

Quem pode, pode

Em Fevereiro de 2013 a Senadora Elizabeth Warren, numa audição à agência federal de fiscalização da banca, quebrou a regra consuetudinária de não entalar em público os interrogados, perguntando-lhes quando fora a última vez que levaram um banco de Wall Street a tribunal. Nenhuma claro, e esse era o grande não-dito que convinha iludir.

A semana passada prescreveu o processo a um ex-banqueiro português em que este haveria de pagar uma coima de 1 milhão de euros ao Banco de Portugal.

A celeuma levantada pela arbitragem, digamos assim, de Vasco Santos em Setúbal é minúscula, e aparentemente alheia, em relação a isto, mas é curioso como obedece à mesma lei da natureza: quem pode, pode.

À impunidade é indiferente a indignição dos lesados. O transigente, o rapace e o vigarista só hesitam em praticar as suas acções se a probabilidade de serem prejudicados for mais elevada que os benefícios. Para este efeito, tanto faz que seja à descarada ou dissimuladamente, até porque a insolência é um dos traços mais evidentes do escroque. Rasgar as vestes, cobrir a cabeça de cinzas, desabafa as angústias dos prejudicados, mas em nada altera esta ordem de coisas.

Alguém pagaria um bilhete para a ópera se soubesse que a récita iria ser cantada em playback? Então burro sou eu que continuo a pagar todos os anos para ir à bola, mesmo sabendo que o espectáculo é uma fraude, que nem se dá ao trabalho de disfarçar.

Rescaldo do jogo de ontem

Costumo escrever estas notas durante os jogos do Sporting e publico-as geralmente no nosso blogue logo após o apito final.

Mas toda a regra tem excepção.

A partida de ontem foi totalmente desvirtuada pela equipa de arbitragem. Como toda a imprensa de hoje - sem excepção - reconheceu. E - facto também unânime - ninguém deixa de admitir que o Sporting foi o grande prejudicado neste encontro do Bonfim, já de má memória.

 

Perante isto não faz qualquer sentido comentar o jogo nos moldes habituais. Em função das opções técnicas, dos dispositivos tácticos ou da prestação colectiva da equipa. Alguns blogues fizeram isso, como se este tivesse sido um jogo normal. Mas não foi.

Vale a pena, no entanto, deixar aqui algumas notas. Sete, para ser mais preciso.

 

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1. A actuação da equipa liderada pelo senhor Vasco Santos ultrapassa tudo quanto vimos esta época. Ultrapassa os seis pontos que já nos haviam espoliado frente ao Rio Ave, Nacional e Académica. Já não estamos perante meros erros de arbitragem, compreensíveis ou intoleráveis. Foi um descalabro completo. Caso para dizer que Vasco Santos e seus acólitos não acertaram uma.

 

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2. Por uma vez, Leonardo Jardim deixou-se de panos quentes. E fez bem. Nem seria aceitável outra atitude. "Não gosto de falar de arbitragens, resumo o meu trabalho a treinar o Sporting, mas penso que estamos bater um recorde mundial de golos mal anulados. É incrível como isto é possível", disse o nosso treinador. O sistema defende-se apontando armas contra nós. Não é o momento de reagir com cortesia diplomática. Quem não se sente...

 

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3. Falando ontem à noite naquele que é - de longe - o melhor programa televisivo de rescaldo das jornadas futebolísticas, Pedro Sousa pôs o dedo na ferida, abordando sem rodeios uma questão que a imprensa especializada em futebol tem omitido: os três árbitros portugueses mais internacionais - Pedro Proença, Jorge Sousa e Olegário Benquerença - quase não apitam jogos dos chamados "três grandes". Adoram actuar nas competições internacionais mas por cá passam ao lado as partidas que podem gerar mais polémica. Com a conivência total do responsável máximo pela arbitragem, Vítor Pereira. Não faz qualquer sentido que os jogos mais importantes fiquem entregues a incompetentes, como uma vez mais aconteceu neste fim de semana.

 

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4. Slimani já demonstrou que merece ser titular. Foi, de longe, o melhor jogador ontem em campo. Marcou um golo, quase marcou outro e foi alvo de uma grande penalidade não assinalada pelo senhor Santos. Surge em movimentação constante, provocando calafrios nas defesa adversários. Tem de continuar assim. Titular. Isto invalida que Montero não jogue também de início? Nada disso. Implica apenas que o técnico adapte o sistema de jogo à presença em campo destes dianteiros, dois dos melhores jogadores que actuam no campeonato português.

 

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5. Carrillo desperdiça oportunidades atrás de oportunidades. Voltou a acontecer ontem no Bonfim: o peruano continua a não fazer jus à condição de titular que Leonardo Jardim sistematicamente lhe atribui. Está mais que visto que rende muito mais quando entra como suplente na última meia hora de jogo. É tempo de reconhecer este facto.

 

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6. Confesso que Heldon também ainda não me convenceu como titular. Falta-lhe intenção, ousadia e acutilância. Vai ainda uma distância grande entre aquilo que promete e o que cumpre.

 

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7. Magrão mantém-se igual a si próprio: um jogador que teima em não passar da vulgaridade. Não fez ainda nada que me impressionasse. E garanto que não é por ter qualquer preconceito contra o médio brasileiro que escrevo isto.

Revista de imprensa (desportiva)

 

Sobre a vergonhosa arbitragem de Vasco Santos no V. Setúbal-Sporting de ontem:

 

RECORD

Título - "Assim é grande mentira"

Entrada - "Arbitragem desastrada penalizou leões e estragou o espectáculo."

Texto - "Aquilo que se passou no relvado, em resultado de intervenções do árbitro, estragou o que de bom os jogadores construíram. Se dedicarmos grande parte desta crónica ao chorrilho de asneiras que Vasco Santos e a sua equipa cometeram, pouco poderá sobrar para o resto."

Sinal menos - "Quatro golos polémicos sancionados e um, limpinho (marcado por Adrien), mal anulado. Uma orgia de más decisões."

 

A BOLA

Título - "E o Óscar de melhor actor principal vai para Zequinha"

Entrada - "O árbitro estava muito vulnerável e foi na conversa. Assim perdeu o Sporting dois pontos com os quais já contava. Zequinha arrastou o pé até ao pé de Maurício e o árbitro fez o resto."

Texto - "Noite negra de Vasco Santos que penalizou vitorianos e sportinguistas, mais os de Alvalade do que os do Bonfim."

Nota 2 (em 10) - "Trabalho de muito fraca qualidade, com influência na marcha do marcador. O árbitro não esteve, de todo, à altura das circunstâncias. Pior que Vasco Santos, na tarde de ontem, só um dos seus auxiliares, João Santos."

 

O JOGO

Jorge Coroado - "Adrien não estava em posição no momento do cabeceamento do seu colega. Erro do assistente Alexandre Freitas ao assinalar fora de jogo. (...) Vasco Santos devia ter ficado em casa. Demasiadas intervenções negativas e prejudiciais ao futebol."

Pedro Henriques - "Golo mal anulado [ao Sporting], pois no momento do remate de Slimani Adrien tinha dois adversários entre ele e a linha de baliza, não havendo portanto fora de jogo. (...) Maurício não rasteira Zequinha, pelo que a grande penalidade foi incorrectamente assinalada."

José Leirós - "No momento do cabeceamento de Slimani, Adrien tinha dois adversários a colocá-lo em jogo. (...) Não há rasteira, não há qualquer falta [de Maurício]. Grande penalidade mal assinalada. (...) Será isto a arbitragem profissional? Demasiado erros em lances controversos com decisões que não se compreendem."

 

Quadro: A Nave dos Loucos, de Hieronymus Bosch (fragmento)

Revista de imprensa (generalista)

Sobre a vergonhosa arbitragem de Vasco Santos no V. Setúbal-Sporting de ontem:

 

CORREIO DA MANHÃ

Título - "Golos, emoção e disparates"

Entrada - "Jogo intenso, com erros ou polémica nos quatro golos. Único golo limpo (marcado por Adrien) foi anulado."

Texto - "Vitória de Setúbal, Sporting, os quase dez mil espectadores presentes no Bonfim e os muitos milhares que viram pela televisão não mereciam uma arbitragem tão medíocre quanto a que ontem acabou por se tornar figura principal do que poderia ter sido um excelente jogo de futebol."

Sinal menos - "Quatro golos polémicos sancionados e um, limpinho (marcado por Adrien), mal anulado. Uma orgia de más decisões."

 

PÚBLICO

Título - "No Bonfim houve quatro golos mas ainda mais erros"

Entrada - "Um golo válido mal anulado, um golo irregular validado, dois penáltis inexistentes e um pouco de futebol pelo meio."

Texto - "Um jogo com cinco golos, em que só quatro foram validados, e em que em todos os lances há fortes possibilidades de a equipa de arbitragem se ter equivocado é, no mínimo, uma desgraça para o futebol."

Seta a descer - "Vasco Santos deve ter as orelhas a arder. É que a sua arbitragem em Setúbal, na partida entre o Vitória e o Sporting, foi um desastre. Errou em quase todos os lances dos quatro golos do encontro (benefício da dúvida na jogada do primeiro golo leonino) e ainda anulou um limpo aos leões, a equipa com mais razões de queixa da arbitragem."

 

i

Título - "Título? Anulado. Sporting está fora-de-jogo"

Entrada - "Leões a sete pontos da liderança após empate (2-2). Muitos erros do árbitro estragam jogo em Setúbal."

Texto - "Vasco Santos estragou um jogo bem disputado por duas equipas com vontade de vencer. (...) O árbitro dificilmente poderia estar mais desastrado."

Sinal vermelho - "Uma arbitragem má de mais para ser verdade. O homem que apitou o jogo entre o Vitória de Setúbal e o Sporting teve um dia com fruta a mais. Um golo anulado e um penálti inventado. Um fartote. Devia mudar de ramo."

 

DIÁRIO DE NOTÍCIAS

Título - "Empate polémico em Setúbal estende passadeira ao Benfica"

Entrada - "Sporting travado em Setúbal, em jogo repleto de casos."

Texto - "O árbitro portuense ficou ligado a uma mão-cheia de lances polémicos - entre golos mal anulados e mal validados e penáltis inexistentes."

{ Blogue fundado em 2012. }

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