Não há volta a dar. O Benfica está desde ontem a sofrer danos reputacionais incalculáveis. Não apenas em Portugal, o que é o menos, mas em todo o universo do futebol onde já o equiparam ao Marselha, ao Milão e à Juventus, para sempre manchados por ilícitos face à lei civil e à ética desportiva. Com inevitáveis reflexos nas marcas patrocinadoras do clube, que só podem detestar esta má fama.
Nada que surpreenda. A gestão de Luís Filipe Vieira durante duas décadas à frente da agremiação com sede na freguesia de São Domingos de Benfica funcionou como réplica do consulado de Pinto da Costa, lá no eixo Antas-Campanhã. Por algum motivo conviveram durante largos anos e trocavam confidências de todo o género - incluindo em matérias extra-desportivas. Por algum motivo Vieira chegou a ser sócio do FC Porto. Por algum motivo há ainda quem se lembre dele a "transportar a pasta" do outro quando não passava dum zé-ninguém.
Arguido nos processos Operação Lex e Saco Azul, o ex-homem forte do SLB é agora formalmente acusado pelo Ministério Público dos crimes de corrupção activa, participação em negócio ilícito e fraude fiscal qualificada no âmbito do Caso E-Mail, que andava sob investigação desde 2019. Ele e o seu fiel escudeiro Paulo Gonçalves, que já havia sido condenado, por corrupção activa, no Caso E-Toupeira.
São escândalos a mais, é podridão em excesso. De tal maneira que foi constituída uma equipa no DCIAP só para investigar estes processos.
Valia tudo para disputar a hegemonia do futebol com o FCP, recorrendo aos expedientes mais manhosos, sob o lema "os fins justificam os meios". Este agora é o caso com maior gravidade do futebol português depois do Apito Dourado - a página mais negra de que há memória em Portugal ligada à corrupção desportiva.
Sustenta o Ministério Público que durante três anos, de 2016 a 2019, Vieira - enquanto presidente do clube encarnado e da SAD benfiquista - financiou indevidamente o Vitória de Setúbal, à época transformado em emblema-satélite do SLB, com várias transacções fictícias de jogadores que lesaram a verdade desportiva e adulteraram a equidade das competições, além do rombo causado ao fisco. Cumpre recordar que o emblema sadino, embora já tomado por um bando de piratas, ainda disputava a Liga 1. Em obsceno concubinato com a turma encarnada.
Vai seguir-se o debate instrutório, havendo um prazo de 20 dias para ser iniciado.
Mas aquilo que mais nos interessa a partir de agora, enquanto sportinguistas, é a actuação da justiça desportiva neste caso. Com abertura imediata de um inquérito disciplinar - incomode quem incomodar, tenha as consequências que tiver. Incluindo, se for caso disso, a suspensão do Benfica, pelo prazo que a lei e os regulamentos indicarem, de todas as provas de fuebol profissional em que a equipa encarnada está inscrita.
Já não poderá ser revertido o campeonato de 2016, entretanto homologado. Mas nós, que nos consideramos lesados, devemos pugnar por uma indemnização correspondente à dimensão do dano sofrido.
É um combate em nome de valores que Vieira e os seus capangas ignoram por completo. Até por isso se torna mais imperioso e mais inadiável.
O quase impensável sucede: eis o Estrela da Amadora novamente na Liga 1, agora com nova designação: Clube Desportivo Estrela. Regressa após 14 anos de ausência e depois de ter sido declarado extinto em 2011. Vamos ver esta carismática equipa do distrito de Lisboa novamente entre os grandes. Tendo hoje o antigo internacional francês Patrice Evra no grupo de investidores que comprou 90% do capital da sua sociedade desportiva. Uma enorme incógnita.
O mesmo pode dizer-se, mas em sentido contrário, do Marítimo: desce à Liga 2 após 38 anos de permanência no escalão máximo do futebol português. Afunda-se, em larga medida, devido aos clamorosos erros de gestão ali registados. E apesar de receber generosos "incentivos" financeiros do Governo Regional da Madeira, que desta vez não lhe serviram para nada. Vai fazer companhia ao açoriano Santa Clara, também despromovido.
Enquanto uns choram, outros festejam. Entre estes últimos incluem-se os pouco numerosos mas vibrantes adeptos do Atlético, histórico emblema do futebol lisboeta. Que acaba de vencer o impropriamente chamado "Campeonato de Portugal" - assegurando deste modo o regresso à terceira divisão. Num historial que conta com 24 presenças no escalão maior, de que está ausente desde 1977.
Clube que parece sem recuperação possível é o V. Setúbal. Já foi um dos quase-grandes do futebol português, venceu três Taças de Portugal, andou em competições europeias e chegou a sonhar com o título de campeão nacional. Entregue a uma sucessão de dirigentes que aliavam a incompetência aos esquemas mafiosos, foi-se afundando ladeira abaixo até resvalar para um escalão não-profissional. Bateu no fundo, agora na quarta divisão do futebol. Consequência não apenas da trafulhice de quem passou pela estrutura do emblema sadino, mas também da cegueira dos sócios. Estas coisas pagam-se caras. Receio que seja um caminho sem regresso.
O Vítoria Futebol Clube - vulgo, Vitória de Setúbal - elegeu a 18 de Outubro um novo presidente, em contexto dramático, de tombo deste histórico emblema para o terceiro escalão das competições desportivas, rescisões unilaterais de jogadores por incumprimento das responsabilidades assumidas pela entidade patronal e rumores consistentes sobre actos de corrupção.
A esta eleição, apesar da brutal crise que o clube atravessa, concorreram três candidatos. O que ganhou foi logo confrontado com uma petição para a sua destituição imediata: a 2 de Novembro - duas semanas após o escrutínio - começou a circular um requerimento para uma assembleia geral destitutiva, alegando-se «incumprimento das promessas eleitorais».
Bastaram 113 assinaturas num papel para dar início ao processo. A assembleia destitutiva realizou-se a 2 de Dezembro, com 87% dos sócios a validarem a queda da Direcção já depois de esta ter resignado e anunciado que não voltaria a ir a votos.
Uns quantos peticionários profissionais - incluindo alguns que acabam de inscrever-se como sócios, apenas para este efeito - gostariam que o Sporting fosse uma versão algo melhorada e muito alargada do V. Setúbal.
O V. Setúbal travou o passo ao Sporting em Alvalade num jogo que terminou com empate a zero. Também travou o passo aos nossos apostadores nesta jornada: ficou tudo em branco.
Quem passou por Alvalade, e falo da cúpula - e foram muitos ao longo desta já longuíssima travessia do deserto de ausência do título de campeão -, foi-nos prometendo a conquista da taça mais desejada. Em moldes diferentes, com narrativas diversas; uns até Outubro, outros até finais de Abril, fizeram-nos sonhar e acreditar que naquele ano é que era. Que todos iríamos, finalmente, reivindicar a praça do Marquês como coisa nossa. Festejando extasiados, gloriosamente encimados pelo leão que lá do alto e verde nos iria devolver à realeza a que verdadeiramente pertencemos no reino da bola. Mas...bola!
Vem isto a propósito da máxima que nunca devemos esquecer e que reza assim: Promessas leva-as o vento, mas coisas promissoras, não. Essas, muitas vezes, esbarram de frente contra um muro.
Só agora chego junto do título deste postal, mas acredito que mais exauridos terão ficado os nossos, enquanto, em vão, tentaram derrubar o paredão erguido pelo Vidigal em pleno relvado de Alvalade.
"Build that wall" deverá ser mesmo a frase que Lito melhor conhece e mais diz em Língua Inglesa. Em português não há qualquer dúvida que é. Ele é um verdadeiro conhecedor da construção de muralhas e paredes, um especialista, um mestre... pedreiro.
Ora, tamanha elite, achamos nós, seria uma grande aquisição para o inquilino da Casa Branca e modelo capilar do Jovane (refiro-me apenas e só à cor da cabeleira, bem entendido). Com Vidigal, Trump cumpriria finalmente a promessa de anos, podendo isolar-se mais um bocadinho do mundo, desta vez atrás do tão desejado e totalmente intransponível muro.
Acontece que Trump não sabe da existência de Portugal e, portanto, menos ainda tem conhecimento de Lito Vidigal. Ou seja, o especialista em muros vai continuar por cá e, mais importante, continuará a erguer o seu talento nos campos de futebol lusos.
Aqui chegados, a conclusão é óbvia. O Sporting terá de contratar no mínimo uma marreta (leia-se um ponta-de-lança matador), mais um kit de abre-latas, na forma de um jogador que desequilibre o jogo para o nosso lado, capaz de entrar nas malhas apertadas das vedações armadas por Vidigal e outros. Precisamos ainda de um arquitecto, um playmaker, um jogador que marque o ritmo e faça jogar, que veja o que mais ninguém vê em campo, descubra e crie oportunidades para o nosso sucesso ofensivo.
O actual plantel não é uma promessa. É promissor. Façam com que não o leve o vento nem esbarre mais contra o muro, é o que peço aos responsáveis leoninos para a próxima temporada.
Depois duma jornada em que não tivemos arte nem engenho para ultrapassar uma equipa típica do Vidigal, que tal como no Bessa contou com a ajuda duma arbitragem medíocre que permitiu o anti-jogo do adversário e reduziu drasticamente o tempo útil de jogo, entramos para a última jornada com 3 pontos de vantagem sobre o adversário directo ao 3.º posto.
Com o Porto e Benfica com a situação resolvida qualquer resultado será plausível, no final dos jogos ficaremos a saber, mas só no caso do Braga ganhar e do Sporting perder ficaremos fora do podium, e obrigados às eliminatórias da Liga Europa.
Pois eu continuo a acreditar neste treinador e nesta equipa, mesmo reconhecendo a enorme falta de qualidade nalgumas posições-chave. Com Rúben Amorim os jogadores sabem o que devem fazer em campo, defendemos bem, conseguimos esticar jogo com facilidade, mas pecamos tremendamente nos últimos passes e centros que raramente chegam ao destinatário, e assim marcamos golos pela inspiração individual dum ou doutro.
Por outro lado, o Rúben está a construir o seu plantel para a próxima época, testando alguns nas posições em que ele aposta e não naquelas em que o jogador se sentiria mais confortável. Por exemplo, ter o melhor jogador do plantel a defesa central só faz sentido a pensar na chegada de jogadores de outro nível e capacidade dos actuais para jogar na frente. O único remate perigoso contra o Setúbal foi do... Acuña, obviamente.
Francisco Geraldes ocupou a posição natural do Acuña, mas é um peixe fora de água nessa posição e neste sistema do Rúben. Que mais uma vez esteve muito bem na conferência de imprensa.
Voltando ao empate, que deixou os Sportinguistas tristes e frustados e os do costume muito excitados. O Man United, na véspera de visitar um concorrente directo pela Champions, recebendo em casa o 15.º classificado da Premier League e a precisar de ganhar, empatou. E não entrou em campo com seis sub-23... Entrou com o nosso Bruno, o Progba, o Martial e os do costume...
Mas mesmo assim empataram e por pouco não perdiam. O futebol é assim.
Aqui fica o inventário minucioso dos erros cometidos pelos nossos jogadores ontem, em Alvalade, frente ao V. Setúbal. Uma sucessão de disparates indignos de uma equipa com os pergaminhos do Sporting.
Justifica reflexão. Para que isto não se repita.
1' - Muito bem servido num passe longo de Acuña, Tiago Tomás tenta um chapéu ao guarda-redes que sai muito por cima.
3' - Passe vertical de Acuña desperdiçado: Wendel, lá na frente, tem deficiente recepção de bola.
3' - Plata perde-se em fintas logo após a linha do meio-campo e acaba desarmado.
4' - Novo passe vertical de Acuña desperdiçado, desta vez entre as pernas dos defensores sadinos.
5' - Matheus Nunes serve Plata que, de costas para a baliza, deixa-se desarmar logo após a meia-lua.
6' - Próximo da grande área, Matheus Nunes lateraliza, permitindo intercepção.
6' - Francisco Geraldes ensaia um remate de meia-distância que aborta às mãos do guarda-redes Makaridze.
7' - Passe longo de Eduardo Quaresma cruza o meio-campo mas morre nos pés dum adversário, lá na frente.
8' - Francisco Geraldes tenta tabelinha com Wendel à entrada da grande área, mas o brasileiro perde a bola.
9' - Nuno Mendes deixa-se desarmar no final duma corrida pelo flanco esquerdo.
10' - Wendel entrega a bola a um adversário no meio-campo.
13' - Ristovski chega atrasado a um centro de Tiago Tomás já na pequena área.
13' - Matheus Nunes tenta isolar Geraldes, mas a bola perde-se pela linha de fundo.
14' - Eduardo Quaresma perde a bola em zona perigosa.
14' - Plata falha passe a Ristovski, atirando-a para fora.
17' - Ristovski leva uma eternidade a soltar a bola, permitindo reorganização defensiva da turma sadina, que tapa Tiago Tomás.
18' - Bola longa de Coates perde-se lá na frente.
19' - Pressionado por dois adversários, Eduardo Quaresma perde a bola na sua zona de intervenção.
20' - Matheus Nunes deixa-se desarmar no meio-campo.
22' - Passe vertical de Acuña perde-se lá na frente.
24' - Plata conduz ataque inócuo, como se jogasse sozinho, acabando facilmente interceptado.
25' - Bem servido por Geraldes, infiltrado na grande área, Tiago Tomás chuta para a bancada em zona frontal.
26' - Recebendo passe de Acuña, Wendel perde a bola.
33' - Passe arriscado de Coates, em zona dianteira, interceptado pelos sadinos.
34' - Eduardo Quaresma, muito inseguro, entrega a bola a um adversário.
37' - Na marcação dum livre, Acuña remata muito ao lado.
38' - Francisco Geraldes conduz a bola sem a soltar, permitindo intercepção à entrada da área.
39' - Bem servido por Wendel, num passe longo cruzado, Ristovski reage tarde, deixando-a sair pela linha de fundo.
43' - Ristovski cruza mal, oferecendo a bola na grande área.
48' - Muito bem servido por Vietto, Francisco Geraldes deixa fugir a bola pela linha de fundo.
50' - Passe longo de Coates não chega a ninguém.
51' - Matheus Nunes deixa-se desarmar no meio-campo.
57' - Tiago Tomás incapaz de receber bola de Plata, no flanco direito.
58' - Passe longo de Acuña morre na defensiva adversária.
58' - Matheus Nunes perde a bola na faixa central.
61' - Plata remata para a bancada.
63' - Acuña: passe longo para ninguém.
65' - Acuña falha passe para Geraldes.
70' - Passe demasiado longo para Vietto acaba por perder-se na linha de fundo.
78' - Francisco Geraldes falha meia-distância, atirando muito por cima.
79' - Vietto, em vez de um passe, remata... para a linha de fundo.
81' - Tentativa de remate de Joelson acaba em passe ao guarda-redes.
83' - Acuña falha passe, entregando-a a um adversário.
84' - Acuña centra para ninguém.
85' - Vietto perde a bola à entrada da área.
85' - Vietto falha passe em lance ofensivo.
87' - Passe longo de Coates perde-se lá no fundo.
90'+2 - Wendel oferece a bola na grande área leonina, criando a única situação de golo para o V. Setúbal.
Do desperdício de uma oportunidade. Dependíamos só de nós para alcançar um lugar no pódio deste campeonato, consolidando o terceiro lugar - que nos garante o ingresso imediato na Liga Europa 2020/2021. Para tanto, bastar-nos-ia vencer a equipa de Setúbal pela margem mínima. Nem isso conseguimos. Tudo fica adiado para a próxima jornada, a última, em que defrontamos o Benfica na Luz fazendo figas para que o Braga não vença o FC Porto.
De Ristovski. É um jogador que não tem lugar no plantel de uma equipa com as aspirações do Sporting. Voltou a demonstrar a sua falta de categoria nesta partida em que o Sporting se despediu de Alvalade (com as bancadas vazias) na Liga 2019/2020. Incapaz de um cruzamento em condições, incapaz de um passe bem orientado, incapaz de dominar bem a bola na maior parte das vezes em que é convocado pelos colegas, ficou no balneário ao intervalo, dando lugar a Vietto.
De Plata. Outra exibição péssima do jovem internacional equatoriano, que prometia muito mas tem oferecido muito pouco ao Sporting. Desconcentrado, alheado da manobra colectiva, sem capacidade para criar desequilíbrios, desperdiçou um sem-número de ocasiões na posição de extremo direito. Pareceu mais um brinca-na-areia do que um profissional qualificado. Incompreensível, ter ficado em campo até ao fim do jogo.
De Wendel. Tem sido um dos nossos melhores elementos, mas desta vez não conseguiu fazer a diferença - muito longe disso. Agarrado à bola, sem dinâmica, incapaz de passes de ruptura, revelando má articulação com Matheus Nunes no centro do terreno, cometeu um erro arrepiante ao entregar a bola a um adversário à entrada da área, aos 90'+2. Um disparate que podia ter-nos valido a derrota, com a nossa equipa a sair de cabeça ainda mais baixa.
De Francisco Geraldes. Com Jovane ausente, aparentemente por gestão de esforço, Rúben Amorim apostou nele como titular. Uma oportunidade perdida: este jogador formado em Alcochete nunca foi o médio criativo que o jogo pedia. Incapaz de desfazer o bloqueio setubalense, não arriscou remates de meia distância, não tentou passes em profundidade e nem sequer conseguiu ser derrubado em falta para obter livres - a hipótese mais viável de derrubar a muralha defensiva adversária. Foi inócuo: continua a passar ao largo de uma promissora carreira.
Dos pontas-de-lança. Com Sporar magoado e Luiz Phellype ainda longe da recuperação, Amorim recorreu a Tiago Tomás como elemento mais avançado no onze titular. Teste falhado: o melhor que este jovem de 18 anos conseguiu foi logo no minuto inicial, quando tentou um "chapéu" ao guarda-redes que lhe saiu muito acima da baliza. Andou perdido na grande área durante o resto do jogo, tal como Pedro Mendes, que entrou aos 78' (substituindo Nuno Mendes) e quase nem tocou na bola.
Da ausência de Jovane. Eleito melhor jogador e melhor jogador jovem do campeonato no mês de Junho, é o elemento que mais tem feito a diferença neste plantel leonino. Amorim terá optado por o deixar de fora para o poupar com vista ao último jogo, em que defrontaremos o Benfica. Mas o jovem lusocaboverdiano talvez fizesse mais falta nesta partida, em que uma vitória nos facultaria o acesso directo à Liga Europa e aos cerca de três milhões de euros a ele associados.
Da falta de golos. Só marcámos um (em casa, contra o Santa Clara) nos últimos quatro jogos. Uma média impensável para qualquer equipa com algumas aspirações a vencer troféus. Assim não dá.
Gostei
De Coates. Não cometeu nenhum erro grave e pareceu sempre um dos raros jogadores incoformados com o empate a zero. Merece por isso ser destacado como o melhor Leão numa partida em que passou os últimos dez minutos a jogar sobretudo à frente, como reforço improvisado da nossa linha atacante. Merecia, ele sim, a vitória neste desafio em que vestiu pela 200.ª vez a camisola do Sporting.
De Acuña. Não foi brilhante, longe disso, mas também tentou quase sempre remar contra a maré do conformismo e da apatia que parece ter tolhido a nossa equipa. O único remate que levou algum selo de perigo à baliza setubalense saiu dos pés dele, iam já decorridos 67' - só aí o guardião sadino foi posto à prova. Ficou a impressão que teria rendido mais se Amorim apostasse nele como médio-ala neste desafio, por troca com Nuno Mendes no corredor esquerdo.
De Joelson. É bom que não se elevem expectativas em excesso sobre este jovem jogador, que tem apenas 17 anos e quatro meses - é o benjamim da equipa. Mas voltou a ter uma actuação positiva pelo segundo jogo consecutivo, saltando desta vez do banco aos 63' (substituindo Matheus Nunes). Um par de boas acções individuais e cruzamentos para a área, a partir da ponta esquerda, justificam a nota positiva, embora tenha pecado também no capítulo da finalização.
Chegámos à penúltima jornada, em que vamos receber o onze setubalense na despedida do nosso estádio - ainda sem público - nesta Liga 2019/2020. Sabendo já que dependemos em exclusivo de nós para garantir um lugar no pódio num campeonato atípico, que não deixará saudades: o Braga - caído a pique desde a partida de Rúben Amorim - foi ontem derrotado pelo Tondela em casa deste.
Na primeira volta, disputada a 11 de Janeiro, fomos ao Bonfim vencer por 3-1, com dois golos de um jogador que já cá não está: o grande Bruno Fernandes. Num jogo que o ex-presidente do clube visitado fez tudo para adiar, sob o pretexto de que tinha quase todos os elementos do plantel atingidos por uma insólita doença que nunca os atacara antes nem voltou a afligir depois. E em que elementos de uma claque leonina, vergonhosamente, passaram grande parte do tempo a injuriar o presidente do Sporting, em coro com alguns adeptos sadinos.
Feito este intróito, venho pedir-vos prognósticos para o desafio deste fim de tarde, com início previsto para as 19 horas: qual será o resultado do Sporting-V. Setúbal?
A casa do V. Setúbal começa felizmente a ser arrumada: o empresário Paulo Gomes venceu as eleições para a presidência do clube, destronando o anterior titular, que sai totalmente desacreditado.
O presidente cessante, Valente só de apelido, teve o destino que merecia: foi corrido. Pelos soberanos, que são os sócios. A grande maioria já nem o podia ver pela frente. Desde logo por ter deixado um passivo que ronda os 20 milhões de euros. Uma espécie de Midas invertido.
Hoje fica ainda mais claro que esse sujeito só procurou usar o Sporting como arma de arremesso para tentar sacar uns votos já em desespero. De nada lhe valeu.
Sintomaticamente, os jogadores do Setúbal "curaram-se" miraculosamente da tal "gripe" e nem um apanha-bolas voltou a ser visto de máscara na fuça lá pelo Bonfim. Entretanto, o médico Nuno Moura, que ali prestava serviço, bateu com a porta confessando-se envergonhado com o caricato «espectáculo das máscaras» que cobriu de ridículo o velho clube setubalense, enquanto o grunho agora destituído anunciava o corte de relações com o Sporting - disparate que o novo presidente tenciona reverter.
Cada vez que me lembro que há dez dias não faltou no Sporting quem se prontificasse a fazer coro com essa gente, desatando aos uivos contra Varandas por ter recusado adiar o jogo de 11 de Janeiro em Setúbal, mais me convenço que os maiores inimigos do nosso clube se encontram dentro do próprio clube.
Os "engripados" do Sado tiveram força e energia suficientes para forjarem uma falta inexistente contra Coates (encenação premiada com cartão amarelo para o nosso central, cortesia do árbitro Tiago Martins) que deixa o uruguaio fora do clássico de Alvalade e para darem sarrafada no Vietto, provocando-lhe uma lesão que vai demorar semanas a sarar.
Esta pantufada, aos 61', não foi sancionada com cartão: seria o segundo, mais que merecido, mas o dono do apito decidiu manter em campo o "engripado" Pirri - assim se chama o fulano que causou uma luxação na articulação tíbio-peroneal de Vitto (forçado a sair de Setúbal em muletas). Esse que já tinha sido amarelado aos 32', por derrubar Bruno Fernandes dentro da grande área sadina. O nosso capitão, aliás, chegou ao fim do jogo a coxear - também ele vítima da robustez física dos "engripados".
Espero que Bruno ainda possa defrontar o Benfica depois de amanhã e que o Acuña recupere da mialgia que o afastou do Bonfim. Caso contrário actuaríamos sem quatro pedras nucleares deste depauperado Sporting 2019-2020.
Isto enquanto um tal Rúben Dias voltou a exibir a sua inimputabilidade nos relvados portugueses, ao ser-lhe perdoado um segundo amarelo, no desafio dos quartos-de-final da Taça de Portugal, por falta ostensiva contra um jogador do Rio Ave. Cortesia, desta vez, do senhor Soares Dias, que alguns - vá lá saber-se porquê - proclamam como "melhor árbitro português".
O que escrevem hoje os especiaistas em arbitragem sobre o caso?
Jorge Coroado: «Rúben Dias empurrou Taremi. Lance antidesportivo, cortando jogada prometedora. Livre por assinalar e amarelo por exibir.»
José Leirós: «Erro duplo. Era livre directo que não assinalou e devia ter exibido o amarelo pois [Rúben Dias] empurrou deliberadamente e cortou jogada de ataque.»
Fortunato Azevedo: «Rúben Dias empurra o adversário, atirando-o para fora do terreno. Clara conduta antidesportiva que devia ter sido punida.»
Duarte Gomes: «Rúben Dias empurra ostensivamente Taremi quando este se preparava para o contra-ataque. Segundo cartão amarelo por mostrar ao central do Benfica.»
Quando até Duarte Gomes reconhece que o tal defesa encarnado devia ter ido tomar duche mais cedo, meia hora antes do fim do jogo, percebe-se até que ponto o SLB continua a beneficiar do colinho em caso de necessidade.
São coisas como estas que vão transformando o futebol português numa anedota internacional.
Adenda: O treinador Carvalhal, que ainda há três semanas protagonizara uma cena de histeria, anunciando a intenção (não concretizada) de abandonar o Rio Ave em protesto contra a péssima arbitragem lusa, desta vez nem reparou no lance. Razão tinha o outro: isto anda tudo ligado.
Nem o facto de Frederico Varandas ter um percurso profissional ligado àquela agremiação - onde prestou funções durante quatro temporadas, duas das quais como director clínico - impediu o sujeito de tentar transformar o Sporting em arma de arremesso nesta contenda eleitoral em que enfrenta quatro adversários.
Varandas esteve irrepreensível neste caso. Mesmo com a agenda leonina preenchida para as seis semanas mais próximas, período durante o qual teria forçosamente de realizar-se o V. Setúbal-Sporting, o presidente admitiu num primeiro momento aceder à pretensão sadina, mas impôs uma condição mais que razoável: a situação clínica dos jogadores deveria ser avaliada por uma junta médica integrando especialistas dos dois clubes e da Liga.
O seu homólogo do VFC recusou de imediato, inviabilizando qualquer acordo. Mas fez pior: à Liga nunca chegou qualquer documentação do Setúbal relativa ao quadro clínico dos jogadores. O que só avoluma suspeitas sobre a historieta do surto viral, que estará a ser muito mal contada.
Durante todo o jogo, o ainda presidente "anfitrião" - Valente só de apelido - acirrou os ânimos dos associados contra a delegação leonina, alvo das mais grosseiras agressões verbais e de inaceitáveis ameaças de agressão física no Bonfim. E ele próprio foi pródigo em insultos, numa desesperada tentativa de capitalizar a oportunidade para caçar uns votos.
Chegou ao ponto de forçar os apanha-bolas a colocarem-se junto ao relvado de máscara protectora colada à boca, aliás à semelhança do que fez muita gente na bancada central. Uma verdadeira palhaçada.
Não tenhamos ilusões: jamais lhe passaria pelo bestunto proceder desta forma se a equipa visitante fosse o FC Porto, clube com o qual o VFC já teve ligação muito estreita, ou o Benfica, a mais recente paixão dos dirigentes sadinos.
Perante um cenário destes, e com os nossos jogadores a serem também xingados e vaiados todo o tempo por adeptos setubalenses, o que fizeram os elementos da Jumentude Leonina que ali se encontravam? Juntaram-se ao coro hostil, desatando aos gritinhos histéricos contra o presidente do Sporting.
Atitude vergonhosa, para não variar. Um comportamento que só contribui para afastar em definitivo a massa adepta leonina desta pandilha sempre pronta a alinhar com os inimigos do nosso clube. Cada vez mais letal ao Sporting.
Vencemos no Estádio do Bonfim por 3-1, impondo a primeira derrota em casa ao V. Setúbal nesta época. Com golos de Bruno Fernandes e um autogolo sadino.
Também por cá, na Liga dos Prognósticos, houve três golos. Marcados pelo meu colega António de Almeida e pelos leitores Horst Neumann, Leão do Fundão e Luís Ferreira, aliás veteranos em vitórias nos palpites.
Aconteceu hoje com Silas no Bonfim, mas é um filme já muito visto no Sporting com outros treinadores e noutros relvados. Muito difícil realmente se torna explicar como é que dum jogo ganho, tranquilo e controlado, se passa, em pouco mais de 5 minutos, para um jogo com a vitória comprometida e com alguns dos melhores jogadores lesionados ou castigados com cartões e impossibilitados para os jogos seguintes.
Mas aconteceu, e acontece, por falta de liderança no banco ou de espírito de corpo no relvado. E a verdade é que torna a vida do Sportinguista, o que foi ao estádio ou o que acompanhou no sofá, bem difícil.
Quem quiser rever os golos sofridos pelo Sporting nos últimos jogos, encontra, mais que o fruto de jogadas bem elaboradas do adversário, situações criadas por descuido ou incompetência individual ou colectiva.
Hoje Mathieu esteve na origem do golo do Setúbal e Risto na origem do amarelo que afasta Coates do dérbi com o Benfica. Situações completamente evitáveis.
Sobre toda esta má sorte ou simplesmente incompetência, só o talento de Bruno Fernandes. Escondeu-se no lado esquerdo para deixar Vietto brilhar na 1.ª parte, cavou o penálti e concretizou para o segundo golo, marcou o terceiro golo depois de boa iniciativa de Camacho.
O que vai ser do Sporting quando ele sair?
Não faço ideia, mas temo o pior.
Entretanto, para o dérbi, Vietto ficou lesionado, Coates está fora, Neto também, fica o Illloooooooooriiiiiiiiiiiiii....
De vencer no Bonfim. O Sporting superou esta noite um teste importante num estádio tradicionalmente difícil, vencendo o V. Setúbal por 1-3. Foi um desafio em que a equipa adversária deu boa réplica, no plano táctico e no plano físico, sem acusar o desgaste que os piegas de turno vinham vaticinando - ao ponto de o técnico espanhol do Vitória nem ter esgotado as substituições. Consumou-se assim a primeira derrota da equipa sadina desta temporada no seu reduto, onde nem Benfica nem V. Guimarães tinham conseguido vencer.
De Bruno Fernandes. De novo o melhor em campo. Não há volta a dar: é um jogador de excepção, um dos mais categorizados que vestiram desde sempre a camisola verde e branca. Os três pontos que trazemos de Setúbal devem-se essencialmente a ele: marcou o segundo golo, de grande penalidade, aos 34'; e fechou o resultado já no tempo extra, culminando a melhor jogada colectiva do Sporting nesta partida. Numa altura em que o capitão leonino já estava magoado e chegou a ser assistido fora de campo. Mas ainda teve forças para voltar e rematar com êxito. Os grandes profissionais são assim.
De Bolasie. Boa partida do franco-congolês, que dinamizou sempre o ataque, não apenas no flanco direito, onde actuou de início, mas também na ala oposta, baralhando as marcações defensivas do Vitória. Ficou na retina dos adeptos um lance que protagonizou aos 22' e também a quase-assistência para golo que fez aos 27', colocando a bola nos pés de Ristovski, que logo a centrou - e desse centro nasceu o corte infeliz do defesa João Meira, marcando para nós. O primeiro autogolo de que beneficiamos esta época.
De Camacho. Única substituição leonina que produziu efeito. Entrou aos 66' para substituir o lesionado Vietto. Voltou a revelar destreza, velocidade e bons apontamentos técnicos, ajudando a inverter a corrente ofensiva vitoriana, que ameaçava encostar o Sporting no reduto defensivo. Culminou a boa exibição com a assistência para o golo de Bruno Fernandes, aos 90'+4.
De estar a vencer 2-0 ao intervalo. Prometia uma segunda parte calma para a nossa equipa. Mas houve excesso de confiança: a partir de certa altura instalou-se um clima de jogo-treino no onze leonino, inaceitável em alta competição. Uma negligência que se pagou cara ao sofrermos o golo, aos 63' - num lance em que Max é mal batido. E podíamos ter sofrido outro, aos 75', quando vimos embater a bola na trave.
De ver Battaglia como titular. O argentino voltou a integrar o onze inicial, o que não acontecia desde Setembro, aproveitando o facto de Idrissa Doumbia ter ficado de fora por acumulação de cartões. Esteve longe da exuberância de outros tempos, mas cumpriu no essencial. E permaneceu em campo durante os 90 minutos, o que é bom sinal.
Da ausência de Acuña. Boa decisão do treinador, que nem chegou a convocá-lo. O internacional argentino estava quase tapado com cartões e era muito fácil prever que o árbitro Tiago Martins não deixaria de lhe oferecer uma "prenda" amarelada nesta partida. Assim poderemos contar com ele na recepção ao Benfica, sexta-feira que vem. Podia ter feito o mesmo com Coates, outro jogador nas mesmas circunstâncias. Infelizmente o uruguaio foi convocado - e contemplado com a tal prenda pelo apitador de turno. Sem ter feito falta, mas para o efeito não interessa nada. O importante era impedi-lo de defrontar os encarnados em Alvalade.
Não gostei
Da atitude dos nossos jogadores na primeira metade da segunda parte. Parecia que já consideravam seguros os três pontos ainda com 45 minutos por disputar. Nesta fase feia e muito fria do jogo, entretiveram-se a trocar a bola em zonas perigosas, enquanto falhavam clamorosamente na finalização - como aconteceu com o frouxo Wendel, aos 48', frente à baliza sadina. Num desses momentos de inaceitável displicência, Ristovski aliviou mal, Mathieu entregou a bola a um adversário e Max foi apanhado fora de posição, deixando-se surpreender por um chapéu de Carlinhos. Muito mal batido.
De Luiz Phellype. Condicionado logo no primeiro minuto por um cartão amarelo totalmente absurdo, o ponta-de-lança parece ter ficado afectado psicologicamente - ao ponto de nada ter feito de relevante durante o tempo em que permaneceu em campo. Segunda partida consecutiva em que o brasileiro se revela uma nulidade numa zona do terreno em que tem sido ocupante quase exclusivo. Cada vez me interrogo mais se este jogador possui qualidade para ser titular na nossa equipa.
De Jesé. Outra oportunidade perdida. Entrou aos 77', rendendo Bolasie, e voltou a demonstrar que a sua vinda para o Sporting, no início da temporada, foi um lamentável equívoco. Mal se deu por ele em campo. E quando foi preciso ampliar a vantagem e fixar o resultado, recorreu-se ao artilheiro do costume. Que não fala espanhol nem grava discos.
Da lesão de Vietto. O argentino saiu aos 66', claramente lesionado. Fica a incógnita: conseguirá recuperar a tempo de podermos contar com ele no confronto contra o Benfica? Já nos basta não podermos contar com Coates (nem com o lesionado Neto, o que forçará a inclusão de Ilori no onze titular) e provavelmente já não com Bruno Fernandes, em vésperas de poder ser transferido para o futebol inglês.
De ver os apanha-bolas no Bonfim de máscara na cara. Teatrinho de péssimo gosto, com os responsáveis sadinos a instrumentalizarem os miúdos na tentativa de prolongarem a telenovela "viral" que foram alimentando ao longo da semana.
De continuar a ver o Famalicão à nossa frente. Apesar deste triunfo fora de portas, mantemo-nos na quarta posição, pois a equipa minhota venceu o Boavista.
A 9 de Maio de 1995, o V. Setúbal recusou adiar o desafio da meia-final da Taça de Portugal com o Sporting. Era um dia em que todos estávamos de luto: o dia do funeral de dois jovens adeptos, o José Gonçalves e o Paulo Ferreira, que haviam morrido 48 horas antes de forma trágica, quando caiu um varandim do estádio José Alvalade.
Nesse funesto dia 7 de Maio de 1995, jogámos com o FC Porto. Foi, infelizmente para nós, o jogo do título - que acabaríamos por perder para os portistas por um golo solitário de diferença. Também não houve adiamento algum apesar das mortes ali ocorridas. Nem sequer se registou um minuto de silêncio, algo vergonhoso.
A 18 de Maio de 1996, o adepto leonino Rui Mendes foi assassinado por um very light disparado de uma bancada onde se concentravam benfiquistas. Em pleno jogo. Vergonhosamente, a partida continuou a disputar-se, em vez de terminar logo ali, com um ser humano alvo de homicídio em pleno Estádio Nacional.
A 20 de Maio de 2018, no mesmo local, manteve-se inalterada a final entre o Sporting e o Aves apesar dos traumáticos acontecimentos ocorridos cinco dias antes, com a invasão da academia da Alcochete e agressões a vários jogadores e elementos da nossa equipa técnica. Mandaria o mais elementar bom senso que o desafio se realizasse, no mínimo, só uma semana depois. Mais uma vez, fomos prejudicados. E saímos derrotados dessa final também de má memória.
Recordo estes factos - incluindo a absoluta falta de respeito dos responsáveis sadinos ao negarem o nosso compreensível pedido de adiamento da meia-final da Taça de Portugal em 1995, que aliás acabariam por perder - entre outros exemplos de jogos em que interviemos e que deviam ter sido suspensos ou adiados. Mas não foram.
Vem isto a propósito do V. Setúbal-Sporting, que com gripe ou sem gripe sempre se realiza mais logo. Assim decidiu a Liga de Clubes, que organiza o campeonato. Está decidido.
O Sporting tem a razão moral e estatutária do seu lado. Nada a objectar. Sigamos em frente. Na expectativa de um triunfo no Bonfim.
Amanhã à noite, na terra do choco frito, o Sporting tem a possibilidade de conquistar mais uma vitória e não perder mais pontos para a concorrência directa ao 3.º lugar da Liga, já que melhor do que isso para esta época pelos vistos não vai existir.
Com Neto, Jovane, Fernando e Doumbia de fora por razões conhecidas e Acuña por desconhecidas, foram convocados os seguintes:
Guarda-redes: Luís Maximiano e Diogo Sousa
Defesas: Ristovski, Ilori, Mathieu, Coates, Borja
Médios: Battaglia, Eduardo, Bruno Fernandes, Wendel e Vietto.
Avançados: Plata, Camacho, Jesé, Bolasie, Luiz Phellype e Pedro Mendes
Assim, enquanto esperamos pela noite de amanhã, gostaria de vos perguntar o seguinte:
Silas à parte, e com os jogadores convocados, qual seria o vosso onze e qual a disposição do mesmo em campo?
Ah! E tal, o Sporting está a ter falta de fair-play nisto do adiamento do jogo com o Vitória de Setúbal, dizem por aí algumas alimárias e também alguns sportinguistas bem intencionados. Ou anjinhos, direi eu...
Para começo de conversa, segundo o nóvel comendador da Ordem do Infante D. Henrique, Jorge Jesus, o fair-play é uma "treta"! E poderíamos ficar por aqui, que palavra de Jesus é quase como se fosse Deus a tratar do assunto, mas vamos lá ver aqui o que, da parte do Vitória de Setúbal, tem sido a falta do tal fair-play para com o Sporting:
O ano passado chegámos a Setúbal com uma defesa tão remendada, que nem o pior dos laboriosos pescadores sadinos a usaria como rede para sacar do estuário do Sado um simples charroque. E ainda levámos um gajo mascarado (Petrovic, esse colosso do futebol mundial) para lhes tentar meter alguma cagufa ou assim, ou a ver se tinham alguma comiseração e nos perguntavam se queríamos marcar para outra altura e ficávamos ali por Albarquel no choque frrrite e no Moscatel, numa de amigos e tal. Nada!
No distante ano de mil nove e noventa e cinco, um lustro antes do final do século, precisamente no dia em que se realizariam as cerimónias fúnebres dos dois adeptos que tinham falecido na queda do varandim em Alvalade num dia de jogo em recepção ao FCPorto, ao pedido de adiamento do jogo que se realizaria nesse dia, os senhores do Vitória de Setúbal responderam com um imenso fair-play: Recusaram o adiamento! Parece que estavam na fase de grupos da Taça de Honra da AFSetúbal, tinham uma eliminatória da Taça das Feiras para disputar e mais uma dúzia de jogos-treino com o Marítimo do Rosário;
Há tempos parece que andavam com falta de graveto para cumprir as suas obrigações. Consta que clube amigo lhes terá oferecido o carcanhol para pagarem as continhas. Como eu não acredito em teorias da conspiração, não acredito que tivessem que ter pago algum favorzito pela disponibilidade, mas que diabo, será isso fair-play para com os outros desgraçados que estão com a corda na garganta pelas mesmas razões? E os que por causa dessa atitude desinteressada desceram de divisão? Esses então devem apreciar esse fair-play a montes!
Agora dizem que está tudo engripado e que não podem jogar e querem que a gente seja amiguinhos... Perguntem ao Ristovski o que é ser alvo do fair-play do Vitória de Setúbal, que ele foge mais depressa do que da Academia em dia de invasão.
Pá, deixem-se lá de merdas, bagaço quente com açúcar que isso passa!