A bola rematada pelos nossos jogadores entrou um par de vezes na baliza adversária. Foi no V. Guimarães-Sporting, com triunfo leonino sem margem para discussão. Também houve dois vencedores na habitual ronda de prognósticos, aqui organizada há longos anos, jornada após jornada.
Cumprimento os vencedores: Leão Cabril e Paulo Batista. Ambos acertaram no resultado (0-2) e no nome de um dos artilheiros (Pedro Gonçalves). Faltou o outro (Arthur), mas não faz mal.
Saúdo também o leitor David de Carvalho, que antecipou igualmente o desfecho desta partida, embora sem acertar nos marcadores.
Morita: grande exibição em casa do Guimarães. Mais uma assistência para golo
Foto: José Coelho / EPA
Se conseguíssemos jogar sempre assim, sobretudo pelo que demonstrámos na segunda parte, as coisas teriam sido muito mais fáceis neste campeonato, agora a cinco jornadas do fim. O Sporting anulou por completo o V. Guimarães num jogo que foi de sentido único nos 45' finais. De tal modo que a equipa da casa não dispôs de uma verdadeira oportunidade de golo. Adán foi pouco mais do que um espectador no Estádio D. Afonso Henriques.
Vencemos 2-0. E podíamos ter ampliado a vantagem. Bastaria o árbitro Luís Godinho e o vídeo-árbitro Hugo Miguel terem assinalado um penálti de Bamba cometido sobre Morita aos 86'.
Na meia hora inicial, o nosso domínio não se traduziu em grandes ganhos territoriais - e ainda menos hipóteses reais de inaugurar o marcador. Mas, aos poucos, fomos encostando a turma vimaranense ao seu reduto. E acabámos por lhe fazer uma espécie de nó cego: após o empate nulo que permanecia ao intervalo, era só questão de acelerar um pouco e intensificar a pressão ofensiva para a resistência quebrar.
E quebrou mesmo, logo aos 47'.
Entrada imparável da nossa equipa após o descanso, com Pedro Gonçalves a comandar as operações. Passe soberbo de Morita, no corredor central ofensivo: foi quanto bastou para o artilheiro fazer o resto, bem ao seu jeito. Primeiro golo leonino, o vigésimo do nosso criativo nesta temporada. Faltam-lhe só três para igualar a melhor época da sua carreira - a de 2020/2021, em que foi decisivo para trazer para Alvalade o título de campeão.
Melhor em campo, Pedro Gonçalves não foi o único a ter um desempenho digno de elogio. Diomande confirmou ser o reforço que nos faltava na linha defensiva. Seguro, sóbrio, sereno - tem precisão de passe e grande disciplina posicional. Dotado de bom físico e boa técnica. Já conquistou a titularidade.
Também Ugarte deu nas vistas. Fazendo pressão alta sobre a equipa adversária, condicionando-lhe a saída com bola controlada, e notável sentido posicional. Por ele é sempre difícil passar: o internacional uruguaio tem o condão de ser um dos mais eficazes médios ofensivos do futebol português. E vai compondo uma parceria quase perfeita com Morita, que neste jogo disputado há três dias somou mais uma assistência ao seu currículo. Verdadeiro reforço, ele também.
Menções honrosas igualmente para Nuno Santos, muito activo no seu corredor, vencendo sucessivos duelos individuais - o mais acutilante dos nossos a centrar.
Coates voltou a estar acima da média, atento aos cortes atrás e nunca deixando de marcar presença nas bolas paradas ofensivas. O capitão uruguaio chegou a metê-la lá dentro, de cabeça, mas o golo acabou anulado por fora-de-jogo.
Destaque ainda para Trincão e Arthur: entraram ambos muito bem, quando a dinâmica colectiva do Sporting já exigia mudanças de protagonistas. Pressionaram alto, perturbaram a construção vimaranense e não tiraram os olhos da baliza. Mais feliz o brasileiro: logo ao primeiro remate, marcou - com assistência de Adán num magnífico passe de 70 metros. Mas também Trincão poderia ter enviado a bola para o fundo das redes. Faltou-lhe pouco, aos 86'.
Com esta preciosa vitória no Minho segurámos de vez o quarto lugar. Queremos mais, muito mais, mas não há grande probabilidade de galgar a tabela classificativa para reduzir a diferença que ainda nos separa do Braga (sete pontos e FC Porto (nove pontos). Coisa complicada, quando já só faltam disputar 15 pontos. Estamos longe de depender só de nós para garantirmos uma posição na tabela com acesso - directo ou indirecto - à Liga dos Campeões.
Se fosse possível corrigir alguma coisa, Rúben Amorim não voltaria a retirar Pedro Gonçalves da linha avançada, como foi fazendo em demasiados jogos. Mas agora é tarde para fazermos estes exercícios de especulação. O futebol vive de certezas, não vive de suposições. A palavra se é uma das mais inúteis no reino da bola.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Pouco trabalho. Espectacular assistência para o segundo golo, aos 90'+3.
Diomande - Dois meses depois, já é titular indiscutível. Exibição de grande classe.
Coates - Cortes preciosos aos 67' e aos 90'. Chegou a marcar de cabeça, aos 87', mas estava adiantado.
Matheus Reis - Cumpriu no essencial, combinando bem com Nuno Santos. Pendular a defender.
Esgaio - Descolou da linha, fez muitos movimentos interiores. Podia ter marcado aos 23': a bola foi desviada in extremis.
Ugarte - Insuperável a suster o ataque adversário e a recuperar bolas. Digno sucessor de Palhinha.
Morita - Fez parceria muito dinâmica com Ugarte. Assistiu no primeiro golo. Espectacular túnel aos 86': carregado em falta dentro da área.
Nuno Santos - Incansável no vaivém junto à linha esquerda. Centrou com critério.
Edwards - Abusou das fintas, no tradicional movimento de fora para dentro à direita. Acabou por se tornar inofensivo.
Pedro Gonçalves - Marcou pela terceira jornada consecutiva. Abriu a contagem, aos 47' - já leva 20 golos nesta época.
Chermiti - Movimentou-se muito dentro da área, mas nem sempre com critério. Tentou dois golos com nota artística: falhou em ambas as ocasiões.
Trincão - Entrou muito bem, aos 72', rendendo Chermiti. Atirou forte, aos 86': só uma grande defesa do guarda-redes o impediu de marcar.
Gonçalo Inácio - Substituiu Matheus Reis aos 79'. Cumpriu no essencial.
Arthur - Rendeu Pedro Gonçalves aos 79'. Chegou muito a tempo de marcar o segundo golo, aos 90'+3. Anda de pé quente.
Rochinha - Substituiu Edwards aos 90'+2. Só para o aplauso do público vimaranense, que conserva boa memória dele.
Pedro Gonçalves muito cumprimentado após marcar o nosso primeiro golo em Guimarães
Foto: José Coelho /EPA
Gostei
Da vitória de ontem num estádio difícil.Fomos a Guimarães bater a equipa local por 2-0, perante 21.893 pessos que assistiram a esta partida ao vivo - recorde de bilheteira no estádio vimaranense até ao momento na época em curso. Boa exibição leonina, sobretudo na segunda parte, com domínio indiscutível da nossa parte traduzido em dois golos - um a abrir, por Pedro Gonçalves, aos 47'; outro a fechar, por Arthur, aos 90'+3. Missão cumprida, sem grande brilho mas com zelo. E uma vontade enorme de conquistar os três pontos.
De Pedro Gonçalves. Marca pelo terceiro jogo consecutivo. Voltou a fazer o gosto ao pé, bem lançado por Morita, naquele seu estilo muito peculiar de rematar mais em jeito do que em força, mas com colocação perfeita. Desfez o empate e valeu-nos mais uma vitória. Segue com 15 golos na Liga, 20 no total da época. Está apenas a três de igualar a sua melhor marca de sempre - a de 2020/2021, quando fomos os campeões e ele se distinguiu como artilheiro do campeonato. Melhor em campo.
De Ugarte e Morita. Grande desempenho dos médios leonino, em clara supremacia, vulgarizando os rivais do Vitória que actuam nesta zona do terreno. Ugarte distinguiu-se sobretudo no capítulo da contenção e da recuperação, enquanto o internacional nipónico brilhou na construção e no transporte da bola. Vital na assistência para o primeiro golo com um passe vertical extremamente bem medido. Está encontrado - um pouco tarde de mais - o duo ideal para substituir a antiga parceria Palhinha-Matheus Nunes. Oxalá não se desfaça já no próximo Verão.
De Nuno Santos. Continua imbatível no capítulo da entrega ao jogo. Nunca dá por perdido um confronto individual, sobretudo junto à linha, onde se sente como peixe na água. Trabalha para a equipa como poucos, sem desfalecimentos. Aos 4', já estava a sacar um amarelo ao rival directo que lhe fazia marcação. Cruzou quase como assistência para golo de Pedro Gonçalves (55'), em lance infelizmente desperdiçado. Sem nunca descurar missões defensivas.
De Diomande. Vai mostrando os seus dotes de jogo para jogo. Chegou há pouco tempo, mas parece actuar há anos no Sporting. Voltou a marcar presença como titular na linha dos centrais, à direita, e cumpriu com distinção o papel que lhe foi atribuído. Sem se inibir de subir no terreno também para tentar o golo - foi dele o primeiro remate enquadrado do Sporting, aos 5'. Belo passe vertical aos 60', queimando linhas. Já ninguém duvida: é mesmo reforço.
Da assistência de Adán. Mesmo ao cair do pano, o nosso guarda-redes repôs a bola com um espectacular pontapé de 70 metros que apanhou toda a equipa do Vitória adiantada e permitiu a Arthur marcar o segundo golo, fechando o resultado. Momento de excelente futebol no Estádio D. Afonso Henriques. Seria óptimo vermos lances destes mais vezes.
De termos cumprido o nono jogo consecutivo sem perder neste campeonato. Nem todos terão reparado nisto, mas não sofremos qualquer derrota desde a recepção ao FC Porto, há mais de três meses. Vencemos Chaves, Estoril, Portimonense, Boavista, Santa Clara e Casa Pia, empatámos com Gil Vicente e Arouca, e agora fomos vencer a Guimarães. Somos, aliás, a equipa que está há mais tempo sem perder na Liga 2022/2023. Vamos fazer tudo para manter este registo até ao fim do campeonato. Só faltam cinco partidas.
Não gostei
De ver o nosso treinador ausente. Rúben Amorim, castigado, assistiu ao jogo no piso superior do estádio, sem poder dar instruções directas para dentro do relvado, como ele tanto gosta. Mas os jogadores nem por isso se empenharam menos. Atitude positiva, demonstrando que estão com o técnico.
De Chermiti. Apareceu mais solto e atrevido depois do intervalo, mas durante toda a primeira parte foi presa demasiado fácil para o reduto defensivo do Vitória. Incapaz de se libertar das marcações, o jovem avançado fez o primeiro remate só aos 54', quando atirou à figura. Depois tentou dois golos com "nota artística", mas sem o menor sucesso: aos 60', quis marcar de calcanhar e aos 66' ensaiou um pontapé de bicicleta de costas para a baliza. Faria melhor em deixar-se de acrobacias e não complicar. Vai sendo tempo de quebrar o já prolongado jejum de golos.
Do Vitória. Na comparação com o Braga, seu emblema rival, vai-se menorizando cada vez mais. Neste embate com o Sporting foi incapaz de construir uma verdadeira oportunidade de golo. Chegou a metê-la lá dentro, aos 45'+1, por André Silva, mas não valeu por estar fora-de-jogo. Milimétrico, é certo: apenas 7 centímetros de deslocação. Medir desta maneira pretensos foras-de-jogo, para mim, é delito lesa-futebol. Escreverei isto quer o Sporting seja beneficiado quer o Sporting seja prejudicado, tanto faz. Anular golos por tão pouco é uma aberração.
De ver o Sporting ancorado no quarto lugar. Sem sintomas de recuperação na tabela classificativa. O Benfica mantém-se com mais 13 pontos, o FC Porto com mais nove e o Braga com mais sete. Há ainda 15 pontos em disputa, mas a lógica - contrariando os cenários ainda possíveis em termos aritméticos - indica-nos que nada de relevante já irá mudar.
Depois duma primeira parte com muita cacetada da equipa da casa e pouco futebol, e que ia terminando muito mal com um golo anulado a essa equipa por poucos centímetros, a segunda foi toda nossa.
Contra estas equipas muito fechadas e a aguardar a sorte do jogo, é crucial marcar primeiro. O Sporting marcou a abrir a 2.ª parte e logo o jogo se tornou de sentido único: a equipa atacava e ia desperdiçando ocasiões de golo, o V. Guimarães tentava sair depressa e logo perdia a bola para novo ataque do Sporting. Ainda deu para Coates ter um golo anulado e Arthur marcar num meio frango do guarda-redes adversário.
Melhor em campo? Ugarte, mas também Diomande, Nuno Santos e Morita estiveram muito bem.
Este jogo foi mais uma prova de que o modelo de jogo em 3-4-3 de Rúben Amorim continua a ser mais-valia, propicia muito jogo de ataque e poucas ocasiões de golo ao adversário, o Adán hoje não sujou os calções. Mas indica também que está dependente da qualidade dos jogadores à disposição. Existem claramente posições deficitárias que importa preencher.
Por último, o campeonato não está terminado. Faltam cinco jornadas para cumprir com cinco jogos todos dificeis para ganhar. Para isso o onze tem de ser sempre o melhor disponivel. Não é o momento para fazer experiências.
Faltam-nos seis jogos para chegar ao fim desta triste temporada 2022/2023. O primeiro vai disputar-se logo à noite. E promete não ser nada fácil. É o V. Guimarães-Sporting, com início previsto para as 20.15.
Nas anteriores jornadas a pontaria dos nossos leitores andou tão desafinada como a pontaria doas jogadores leoninos no momento do remate.
Vencemos o V. Guimarães em casa, sem espinhas, por 3-0. Aqui, no campeonato dos prognósticos, quem venceu? Os nossos leitores Fernando e Paulo Batista, já repetentes nestes triunfos. Ambos acertaram não apenas no desfecho da partida mas também no nome de um dos marcadores (Fernando mencionou Edwards, Paulo mencionou Morita).
Além deles, dois outros leitores acertaram no resultado: David Carvalho e João Grácio. Só lhes faltou vaticinar quem meteria a bola na baliza vitoriana.
Imagem que reflecte bem esta partida: pressão alta leonina do princípio ao fim
Foto: José Sena Goulão / Lusa
Mais vale tarde que nunca. Regressámos às vitórias, após três derrotas consecutivas para duas competições diferentes. Perante o nosso público, com fraca afluência nas bancadas (pouco mais de 27 mil espectadores), o Sporting teve um triunfo concludente, sem a menor contestação, num desafio de sentido único. Sempre com pressão alta leonina, de olhos fitos na baliza vitoriana. Procurando dois objectivos: marcar cedo e ultrapassar a turma minhota na classificação. Ambos foram concretizados.
Logo nos primeiros 20 minutos, três oportunidades desperdiçadas: Pedro Gonçalves, em excelente posição, atirou ao lado, Morita rematou forte mas permitiu a defesa de Bruno Varela e Porro cabeceou a rasar o poste.
Seria mais do mesmo? Não. Desta vez houve uma inegável diferença de atitude: nada a ver com o estilo pastoso e molengão da jornada anterior, em Arouca, onde deixámos três pontos. A equipa mostrou-se veloz e acutilante, com Matheus Reis a desenhar sucessivos passes de ruptura e Arthur muito dinâmico nas transições, confirmando que tem valor para ser titular. Porro desequilibrava à direita, Morita apoiava o ataque avançando vários metros para além de Ugarte. Pequenas alterações no sistema do treinador que deram fruto.
O Vitória ajudou quando Afonso Freitas, já amarelado, fez segunda falta para cartão em lance que até poderia merecer vermelho. Manuel Mota, anteontem com boa actuação em Alvalade, não hesitou, expulsando o jogador faltoso. Era o minuto 27': a partir daí jogámos sempre em superioridade numérica, o que muito nos ajudou neste triunfo robusto.
Vendo este Sporting tenaz e confiante faz-nos concluir que o potencial está lá, apesar dos desaires já registados. Nem podia ser de outra forma: no sábado à noite havia seis campeões nacionais 2021 entre os nossos onze que entraram de início. Toda a diferença esteve na energia posta em campo por quase todos.
Rúben Amorim foi arguto na leitura do jogo. Nomeadamente ao trocar Nazinho por Edwards aos 33': o inglês foi a figura da partida, com dois golos marcados e assistência para um terceiro. É agora o nosso principal artilheiro, destronando Pedro Gonçalves.
O V. Guimarães, sempre pressionado, mal conseguiu sair do seu reduto. E nem um remate enquadrado conseguiu fazer: Adán teve uma noite tranquila. O Sporting esteve sempre mais perto do 4-0 do que os minhotos do 3-1.
Menos positivo foi o trabalho de alguns dos suplentes. Rochinha, Sotiris e Trincão, cada qual a seu modo, tardam a vingar como verdadeiros reforços leoninos.
De qualquer modo, o principal foi feito: nossa segunda vitória mais expressiva no campeonato - dois meses após a goleada ao Portimonense, por 4-0, em Alvalade - e regresso que já tardava a um desfecho sem golos sofridos. Prenúncio de mudança de ciclo, no melhor sentido do termo? É cedo para dizer.
O facto é que subimos na classificação, ultrapassando o Vitória: estamos agora em quinto lugar. E só não ascendemos ao quarto posto porque o Casa Pia - equipa sensação desta Liga 2022/2023, venceu ontem o Braga como visitante. Estamos, à 12.ª jornada, a três escassos pontos do terceiro posto, ocupado pela turma braguista. Que, não esqueçamos, ainda terá de se deslocar ao nosso estádio.
Só dependemos de nós para atingir o pódio
Breve análise dos jogadores:
Adán- Noite de pouco trabalho: não fez uma defesa digna desse nome. Tranquilo entre os postes, recebeu de Coates a braçadeira de capitão aos 64'. Distinção merecida.
Gonçalo Inácio- Voltou a fazer duas posições, primeiro como central à direita, depois no eixo. Vital no lance em que foi carregado em falta, deixando o Vitória só com dez.
Coates - Atento, com rigor posicional, o internacional uruguaio liderou a manobra defensiva até aos 64', quando saiu - já com 3-0 - para ser poupado a sobrecarga muscular.
Matheus Reis- Talvez a sua melhor partida desta época. Como central mais incursor. Deu a Porro hipótese de marcar (20'). Isolou Pedro Gonçalves (31'). Assistiu no primeiro golo (34').
Porro- Deu suplemento de vitalidade à equipa. Destacou-se sobretudo nos cruzamentos (18', 51', 55'). É dele o remate que, com emenda de Edwards, originou o primeiro golo.
Ugarte- Chegou e sobrou para travar as raras incursões ofensivas minhotas, instalando um tampão na linha do meio-campo. Missão cumprida: aos 64' deu lugar a Sotiris.
Morita- Veio de lesão em boa forma. Tentou o golo com remate forte (20') e meteu-a lá dentro, à ponta-de-lança (40'). Só fez a primeira parte, por precaução: estava amarelado.
Nazinho- Voltou a ser aposta como titular, na lateral esquerda. Vai ganhando experiência de jogo para jogo. Substituído cedo, logo aos 33', quando já jogávamos com um a mais.
Pedro Gonçalves - Regressou ao tridente ofensivo, alternando de ala com Arthur. Apático, continua sem se reencontrar com os golos. Teve a baliza à mercê (18'), mas atirou ao lado.
Arthur- Parece tão dinâmico à esquerda como à direita, como interior móvel. Manteve o reduto defensivo vitoriano em sobressalto, sobretudo no primeiro tempo.
Paulinho- Arrasta marcações, abre espaços lá na frente, mas continua a faltar-lhe o essencial: o golo. Desta vez até marcou, com um remate rasteiro, mas estava deslocado.
Edwards - Foi ele quem mais fez a diferença. Entrou aos 33' - no minuto seguinte abriu o marcador. Assistiu no segundo golo e marcou o terceiro. De longe o melhor em campo.
Rochinha - Substituiu Morita na segunda parte. Perdeu-se em acções inconsequentes. Protagonizou uma cena caricata ao colidir com Paulinho (85') à entrada da grande área.
Sofiris - Rendeu Ugarte aos 64'. Muito impulsivo, nota-se que anda cheio de vontade de mostrar serviço. Mas precisa de maior disciplina táctica e maior ponderação em campo.
St. Juste- O melhor dos suplentes. Bom no passe, na recuperação, no controlo posicional. Substituiu Coates aos 64', ajudando a fechar o caminho para a nossa baliza.
Trincão- Entrou aos 64', rendendo Porro. Mantém exibições muito abaixo das expectativas que gerou. Bom lance individual aos 69', mas insuficiente para merecer nota positiva.
Ainda não foi desta que Rúben Amorim engrossou a lista dos treinadores despedidos no Sporting, e por mim nunca o será. A forma como soube encarar esta crise de resultados da qual ele é o primeiro responsável apenas fez reforçar esta minha convicção. Mas para isso acontecer é preciso que os jogadores continuem a acreditar no treinador e no modelo de jogo proposto, e ontem eles demonstraram mais uma vez isso mesmo, correndo e lutando os 90 minutos com enorme garra.
Como podem comprovar aqueles que vão lendo o que escrevo, nunca concordei com aqueles que dizem que Amorim é teimoso e não tem plano B. Seguindo a ideia do Sporting ser cada vez mais uma equipa grande no terreno de jogo, o treinador tem ido atrás de variantes do 3-4-3 bem diferentes umas das outras, do malfadado ataque móvel de Arouca com Pedro Gonçalves no meio-campo para este de Alvalade com Morita a encostar-se à linha ofensiva, a forma de atacar foi bem diferente.
Grande jogo ontem em Alvalade. Muita pena de não ter podido lá estar, ver na TV não é a mesma coisa. Equipa muito bem distribuída no terreno, intensidade, velocidade de execução, desmarcações constantes na linha ofensiva, centros em diagonal bem feitos, perigo constante na pequena área adversária.
Claro que a expulsão mais que justa do jogador do V.Guimarães aos 22 minutos, ainda com 0-0, a que Amorim reagiu trocando Nazinho, que até estava em bom plano, e a passagem de Arthur para ala, tornou tudo mais fácil, mas só mesmo um grande falhanço de Pedro Gonçalves e muito azar de Morita não tinham já dado golo.
E logo depois veio um grande golo, com Matheus Reis a entrar nas costas de Arthur, a sentar o defesa contrário e a centrar excelentemente ao segundo poste para Porro concluir de cabeça.
A partir daí o jogo não teve história. O V.Guimarães defendia com nove junto ao seu guarda-redes, o Sporting atacava sem cessar, os cantos sucediam-se, dum deles a bola sobrou para Edwards que progrediu muito bem naquele seu jeito que ninguém entende o que dali vai sair e assistiu excelentemente o Morita ao segundo poste para novo golo.
Com o jogo resolvido ao intervalo, Amorim aproveitou a 2.ª parte para moralizar algumas das aquisições mais criticadas esta época. Assim Rochinha, Trincão, Sotiris e St.Juste tiveram oportunidade para se destacar. Não que o tenham conseguido. Trincão ofereceu um golo desperdiçado a Pedro Gonçalves, mas apenas isso.
O jogo não terminou sem um remate feliz de Edwards que deu o terceiro golo, e mais um golo invalidado a Paulinho por 43 cms, que seria o tal "golo à ponta de lança" que teimam que ele é incapaz de fazer.
Belo jogo, bom resultado, sem lesões a assinalar, tudo bem menos a falta de golo de Pedro Gonçalves, da qual se calhar o maior culpado é Amorim pelas razões conhecidas. A polivalência é um conceito muito interessante, mas a especialização também, e trocar o "pote de ouro" da equipa por mais um "pote de cobre" não faz sentido nenhum.
Melhor em campo? Edwards, obviamente.
E agora? Foi a quarta vitória nos últimos cinco jogos para a Liga, temos de ir à procura da quinta, em casa do sempre difícil Famalicão, para chegarmos à pausa a 4 ou menos pontos do Porto.
Do triunfo em casa frente ao V. Guimarães. Vitória concludente contra a equipa minhota, que vinha de sete jogos sem perder (seis para a Liga, um para a Taça) e estava à nossa frente no campeonato. Resultado: 3-0, com 2-0 ao intervalo. Domínio total do onze leonino, sem que Adán necessitasse de fazer uma só defesa. Teremos mesmo dado um pontapé na crise após três jogos seguidos sem vencer?
De Morita. Regressou à equipa após breve afastamento por lesão. E veio em boa forma. Foi um dos mais acutilantes no primeiro tempo. Marcou o segundo golo, rematando com o pé esquerdo. Já aos 20' propiciara a defesa da noite a Bruno Varela com um tiro fortíssimo que levava selo de golo. Amarelado aos 15', saiu ao intervalo por precaução. Exibição muito positiva do internacional japonês, já convocado para o Mundial - onde defrontará Alemanha, Espanha e Costa Rica.
De Porro. Sempre um dos mais inconformados. Joga no limite, procurando acelerar o jogo. Foi dono e senhor no flanco direito. Bom desempenho, coroado com o pontapé que levou à marcação do primeiro golo, aos 34', que Edwards desviou para a baliza. Grandes cruzamentos aos 18', 51' e 55'. Um dos obreiros desta vitória.
De Edwards. Melhor em campo. Entrou aos 33, substituindo um inócuo Nazinho, e logo no minuto seguinte o Sporting abriu o marcador, com a bola cabeceada por Porro a tabelar nele e a entrar. Aos 40', assistiu Morita no segundo. E aos 55' voltou a marcar, coroando uma jogada individual de insistência contra a muralha vitoriana. Assim fixou o resultado, com um potente remate em arco que ainda embateu num defesa, traindo Bruno Varela. O inglês, ex-jogador do Vitória, não festejou. Mas nota-se que é cada vez mais influente de Leão ao peito. Oxalá permaneça na equipa após o mercado de Inverno.
De Matheus Reis. Desempenho irrepreensível do brasileiro, que entrou como central à esquerda mas actuou principalmente como lateral ou até médio-ala, ajudando a esticar e alargar o jogo leonino. Foi ele, de longe, o defesa mais incursor no meio-campo adversário com diversos passes de ruptura (20', 29', 31') e assistência no primeiro golo.
De St. Juste. Continua sem fazer um jogo completo de verde e branco. Mas voltou a demonstrar talento ao substituir Coates, iam decorridos 64'. Atento nas coberturas, veloz na recuperação do espaço, capaz de romper linhas com passes bem medidos. Merece mais tempo de jogo. A equipa beneficiará com isso.
De Rúben Amorim. No dia em que cumpriu 100 jogos como treinador na Liga - e 125 jogos ao serviço do Sporting - viu a estrelinha voltar a brilhar quando o árbitro Manuel Mota decidiu expulsar o vitoriano Afonso Freitas, com segundo amarelo, logo aos 27'. Jogar contra dez a partir daí foi decisivo para dar inspiração e confiança à nossa equipa. O treinador recebeu mensagens de incentivo no estádio, por escrito e verbalmente, e desta vez as suas apostas foram bem-sucedidas. Quando urgia rectificar, não hesitou em fazê-lo (troca de Nazinho por Edwards, saída de Morita para evitar um segundo amarelo, substituição de Coates já com o jogo em 3-0 para poupar o capitão ao acréscimo de fadiga muscular). Esta noite terá bons motivos para dormir tranquilo.
De não termos sofrido golos. Há quase dois meses que não sucedia. Desde a goleada (4-0) ao Portimonense em casa, em 10 de Setembro. Vínhamos de dez jogos para todas as provas sempre com as nossas redes devassadas.
De subirmos na classificação. Éramos sextos no início desta partida, ultrapássamos o V. Guimarães, que estava à nossa frente. E para já também o Casa Pia, que amanhã enfrenta o Braga. Tendência ascendente, agora com 22 pontos: é disto que precisamos.
Não gostei
De ver o estádio com pouco mais de metade da lotação. Desta vez só compareceram 27.324 espectadores nas bancadas de Alvalade. Consequência directa do mau momento que tem atravessado a nossa equipa, já afastada da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões, e com fraquíssimo desempenho neste primeiro terço do campeonato 2022/2023.
De Sotiris. O treinador voltou a mostrar-lhe confiança, fazendo-o entrar aos 64', para poupar Ugarte a maior desgaste. Mas o médio grego ainda está longe de justificar a presença na equipa principal. Falta-lhe concentração, discernimento e disciplina táctica. Aos 85' precipitou-se e entregou a bola ao adversário. Noutro contexto, de maior responsabilidade e frente a uma equipa mais perigosa, poderia ter causado dano.
De Rochinha. Fez toda a segunda parte, substituindo Morita, mas foi muito inferior ao japonês. Inofensivo nas incursões atacantes, improdutivo na manobra colectiva, incapaz de se revelar um verdadeiro reforço.
De não termos marcado mais um golo. Foi só quanto faltou para que esta expressiva vitória se transformasse em goleada.
E eu vou lá estar, doido da cabeça... desta vez fora de Alvalade acompanhando o jogo pela TV no meio de Sportinguistas como eu.
Não vale a pena falar agora da Champions ou da Liga Europa, o foco tem de estar mesmo em Alvalade e no jogo com o V. Guimarães.
Em Arouca perdemos o jogo por erros grosseiros na defesa e no ataque. Se Esgaio comprometeu resultados anteriores a defender, em Arouca Nuno Santos e outros comprometeram o resultado a atacar, e esta temporada tem tido muito disso, erros atrás de erros que comprometem resultados, mais os árbitros a enterrar e a sorte a não ajudar. Mas a última coisa que podemos fazer é andar no "tiro ao boneco" a quem falha no terreno de jogo.
Perdemos também por não entrarmos com os melhores no início. Porque estando a perder já na segunda parte, os melhores entraram numa pressão enorme que nada favorece. Rendiam muito mais no início do jogo. Hoje importa entrar com tudo e marcar depressa. Porque depois tudo se torna mais fácil.
Neste carrocel de lesões já nem sei bem quem estará em condições para o onze inicial, Nuno Santos talvez não, Ugarte e Morita talvez sim, St. Juste e Paulinho parece que também, se calhar é tempo para um ponto final do exílio do melhor goleador do Sporting no meio-campo.
E de entrarmos em campo com aquele que entendo o melhor onze do Sporting:
Adán; St.Juste, Coates e Inácio; Porro, Ugarte, Morita e Matheus Reis; Edwards ou Trincão, Paulinho e Pedro Gonçalves.
Não há bem que sempre dure, nem mal que não acabe. Muito ainda para conquistar esta época. Confiança total em Rúben Amorim, confiança total nesta equipa!
Mais um jogo da Liga 2022/2023. Que não promete ser nada fácil. Recebemos amanhã, pelas 20.30, o V. Guimarães.
A equipa minhota está dois lugares acima da nossa, no quarto lugar. Tem 20 pontos - mais um que o Sporting. Segue com menos uma derrota, menos oito golos marcados e menos quatro sofridos.
Em Março, para o campeonato anterior, fomos a Guimarães ganhar 3-1. Com golos de Sarabia (penálti), Paulinho e Edwards - este a estrear-se como artilheiro verde e branco, contra a sua ex-equipa.
Como será neste sábado? Aguardo os vossos prognósticos.
Até há pouco, andávamos a contratar em Braga. Agora continuamos virados para o mercado minhoto, mas em Guimarães. Depois de Edwards, Rochinha está quase a chegar. Tem 27 anos, era capitão do Vitória e na época passada fez sete golos e quatro assistências.
O que pensam deste extremo formado no FCP e no SLB que deverá desembarcar em Alvalade por 2 milhões de euros (por 90% do.passe)?
Dois veteranos destas rondas de palpites sagraram-se vencedores na jornada que passou - a 27.ª do campeonato. O Sporting foi vencer 3-1 a Guimarães, resultado aqui antecipado pelos nossos caros leitores Leão de Queluz e Leão do Fundão, tendo ambos apostado em Paulinho como um dos marcadores.
Aplicado o critério do desempate, em cima da linha da meta, atribuo a vitória a Leão de Queluz, que mencionou também Sarabia como marcador de outro golo. Só lhe faltou prever o golo inaugural de Edwards pelo Sporting para o palpite ter sido perfeito.
Muita coisa para dizer sobre o jogo de ontem na bela cidade de Guimarães, num calmo dia de Março que podia ter servido para muito mais não fosse a estupidez duns quantos, uns desgraçados da vida e outros que até chegaram a governantes ou a detentores de cargos importantes.
A última vez que tinha estado no estádio do Vitória de Guimarães foi em 25 de Maio de 1980. A Wiki Sporting não me deixa mentir: foi naquele jogo em que o Sporting, ganhando por 1-0 por um autogolo de Manaca completamente casual (daquilo de que me recordo mesmo por detrás daquela baliza), que nos conduziria ao título há muito esperado sob a mão do ex-capitão Fernando Mendes, seis anos depois daquele do tempo de Yazalde e Mário Lino. No fundo foram dois títulos pela mão de dois grandes jogadores e perfeitamente conhecedores do clube e do balneário.
Jornada épica no comboio Verde, com animação a cargo dos Vapores do Rego, mudança de comboio em Trofa para um de linha estreita. Recordo-me de passar a velha ponte D. Maria pernas de fora na volta, sentado na porta de entrada do vagão, a ponte a tremer de todos os lados. Muita Super Bock completamente choca a acompanhar a viagem.
Desta vez cheguei ao estádio para comprar bilhete e depressa percebi que bilhetes não havia para vender. O Sporting tinha ficado com uns poucos milhares para a "gaiola", o resto era para os sócios do Vitória.
Depois parece que havia uma campanha em que, gastando 15€ na Loja, se tinha direito a um bilhete de acompanhante. Com algum jeitinho lá arranjei as coordenadas do cartão de sócio da funcionária, e em troca da compra de seis garrafas dum vinho verde branco, que ainda não provei mas deve ser bom, lá tive um bilhete grátis para a Central dos Sócios, mesmo por detrás do banco do Rúben Amorim. O que foi óptimo: o carro ficou estacionado mesmo em frente da porta, o bilhete não passou no torniquete, mas depois duma conferência complicada do responsável da segurança com a central lá me deixaram entrar.
Um minuto antes do fim, perdendo eu a hipótese de ver ao vivo o golão do Edwards, lá fui andando para Lisboa, com um fogo de artifício pelo caminho nos arredores de Guimarães, chegando a casa cerca das 3h30. Depois já pude, mais tranquilamente, rever o que tinha acontecido no estádio.
Ou seja, num jogo com todas as condições para ter o estádio cheio de adeptos das duas cores, bilhetes não havia para vender. Os adeptos do Sporting tinham de ir para a gaiola conviver com a malta das drogas, das tochas e dos petardos, bem próximo de onde estava a jagunçada (delinquintes e marginais nas palavras dum radical do Vitória da minha zona) e cujas provocações mútuas deram origem ao bombardeio de cadeiras e depois à carga policial sobre os tais delinquintes.
Leio n´A Bola que a nova administração do Vitória se pôs ao lado dos tais delinquentes, se calhar foram eles que os elegeram. Pena ver um clube com tanta juventude e entusiasmo estar entregue a tal gente. E um editorial do lampião José Manuel Delgado, muito incomodado com a vitória do Sporting, acompanhado duma fotografia que desmente tudo aquilo que diz. Não havia mulheres, crianças e idosos naquele sector, havia apenas um bando radical para onde deve ter ido um jovem que bem perto de mim no café, fato de treino e boné do Vitória ao lado, se gabava de com dois autocarros cheios de malta deles não terem medo de ninguém.
Jovem que bebia café com um casal com criança ao lado. Não sei o que aconteceu depois do jogo, não fiquei lá para ver.
Muito disto deriva dum Secretário de Estado incapaz e dum presidente da Liga de Clubes que apenas quer saber de inaugurações e croquetes, tudo o resto passa-se ao lado, porque ele quer é o dele. Em vez de expurgar o lixo humano que contamina os estádios, o triste Cartão do Adepto apenas conseguiu fazer dispersar o mesmo pelas diferentes bancadas, com cada bando a procurar o melhor sítio para as suas actividades mais ou menos marginais.
Depois isto transmite-se para o campo. O Pepa quis ser o Sérgio Conceição, mas isso é como ir ao Calor da Noite sem ter mesa marcada, é só para alguns.
Assim a sua equipa cheia de atitude foi somando amarelos por faltas que os mereceram e vendo as suas palhaçadas não surtirem o efeito devido, ainda com o agravante de serem expulsos por fazerem o que o Sérgio faz sem problema nenhum.
Sobre o jogo em si, foi preciso uma defesa do Sporting extraordinariamente competente para termos saído de Guimarães com os três pontos. O Sporting entrou a dominar mas inconsequente no ataque, duma bola perdida nasce um contra-ataque que o ponta de lança do Vitória aproveitou com mestria para marcar. O Sporting não se desorientou, desperdiçou oportunidades mas conseguiu ir para o intervalo empatado num penálti escusado do jogador do Vitória.
Na segunda parte o Vitória entra bem, o comando do jogo fica repartido até Amorim substituir um cansado Slimani por um fresco Pedro Gonçalves, e a partir daí só deu Sporting. O golão do Edwards apenas fez justiça ao diferencial enorme de oportunidades de ambos os lados, incluindo um penálti que ficou por marcar sobre Sarabia.
De qualquer forma, grande arbitragem dum árbitro que seria incapaz de fazer o mesmo se do outro lado, em vez do Vitória, estivesse o Porto.
Assim cumprimos a nossa obrigação de vencer num estádio difícil, contra uma equipa bem orientada e que contou com uns adeptos entusiastas que a poderiam ter conduzir a outro resultado.
Da reviravolta operada em Guimarães. Estivemos a perder desde o minuto 23, na única falha colectiva da nossa equipa no plano defensivo, mas fomos capazes de dar a volta. Chegando ao empate mesmo à beira do intervalo e fazendo dois excelentes golos no segundo tempo. Há 13 anos que não conseguíamos virar o resultado neste estádio, sempre difícil para as equipas forasteiras. Após este triunfo por 1-3, levamos agora 67 pontos na classificação do campeonato, aumentando a pressão sobre o FC Porto.
De Paulinho. Destacou-se como melhor Leão em campo. Vai no segundo jogo consecutivo a marcar - e desta vez merece nota artística sem qualquer discussão, com um golo de letra aos 70'. Batalhou muito, abriu espaços, baralhou marcações - sobretudo desde que Rúben Amorim trocou Slimani por Pedro Gonçalves, devolvendo-o ao centro do ataque. O golo fez esquecer uma perdida aos 56', quando falhou o chapéu ao guarda-redes ao encaminhar-se isolado para a baliza.
De Pedro Gonçalves.Era a arma secreta do treinador. E funcionou nesse papel. Em campo desde o minuto 56, abriu linhas de passe e teve o condão de confundir a defesa vitoriana, já desgastada e condicionada por três amarelos. É de uma jogada de insistência dele, junto à linha final, que nasce a assistência para o nosso segundo golo.
De Sarabia.Outra partida em excelente nível neste seu regresso ao onze titular. Chamado a converter o penálti, não vacilou na linha dos 11 metros, inaugurando o marcador. Tem intervenção directa no segundo golo, viu o guarda-redes negar-lhe outro e ainda sofreu falta para grande penalidade que ficou por assinalar aos 58' - aqui o erro é sobretudo do vídeo-árbitro. Como se já não fosse pouco, ainda esteve na origem de dois amarelos exibidos a jogadores adversários que o travaram à margem das regras.
Da estreia de Edwards a marcar de Leão ao peito. O ex-vitoriano desta vez ficou de início no banco. E só entrou aos 86' - aliás brindado com generosos aplausos de muitos adeptos da equipa da casa, lembrando as duas épocas e meia que passou em Guimarães. Mas apareceu a tempo de marcar o primeiro golo ao serviço do Sporting. Um golaço, em arco ao ângulo superior esquerdo da baliza, sem hipótese de defesa. Aconteceu aos 90'+8: a partida terminava da melhor maneira para nós.
De termos agora três jogadores entre os melhores artilheiros da equipa. Acontece pela primeira vez nesta temporada: Pedro Gonçalves, Sarabia e Paulinho estão igualados no topo dos goleadores leoninos - todos com 14 já marcados em diversas competições. Uma "luta" que vale a pena ir acompanhando com atenção.
De Bruno Varela. Não costumo destacar jogadores da equipa adversária, mas abro uma excepção para elogiar o guardião vitoriano, um dos melhores portugueses na sua posição. Sem ele, a nossa vantagem teria sido mais dilatada. Com grandes intervenções, negou golos a Sarabia (21'), Slimani (27') e Paulinho (62'). Merece elogio.
De consolidarmos o nosso estatuto de equipa menos batida. Em 27 jornadas da Liga 2021/2022, apenas 17 golos sofridos. Menos dois que o FC Porto, líder da prova, e menos sete que o Benfica quando estes nossos dois rivais ainda não jogaram.
Não gostei
Dos 23 minutos em que estivemos a perder. Entre o golo marcado por Estupiñán aos 23' e o empate estabelecido por Sarabia já no tempo extra da primeira parte, concedemos demasiada iniciativa de jogo ao Vitória, sempre muito incentivado pelo seu público. No segundo tempo voltou a haver períodos ocasionais de predomínio vimaranense, embora inconsequente: a nossa equipa fechou-se bem atrás, apostando sem complexos no contra-ataque que produziu bons frutos.
De Matheus Nunes. Volta a fazer uma partida muito apagada, em que foi incapaz de revelar todos os seus dotes técnicos que chegaram a merecer um elogio público do treinador do Manchester City. Demasiado remetido à linha esquerda, foram raros os desequilíbrios que conseguiu criar no meio-campo, exceptuando um bom cruzamento aos 57'. Dele espera-se muito mais.
De Nuno Santos. Outro jogador em défice exibicional. Tirando um centro bem medido para Slimani, que só Varela impediu que se transformasse em golo, esteve muito discreto na sua missão de municiar o ataque a partir do corredor esquerdo. Ao falhar o domínio de uma bola, permitiu o rápido contra-ataque de que resultou o solitário golo vimaranense. Parece longe da melhor forma física.
Da ausência de Porro. O internacional espanhol voltou a ficar fora do onze titular por debilidade física, desta vez queixando-se de uma tendinopatia na anca direita. Uma ausência que forçou Amorim a trocá-lo por Esgaio, jogador claramente mais limitado no plano ofensivo, o que afectou o nosso rendimento colectivo.
Dos desacatos nas bancadas. Já na metade final do segundo tempo, o jogo esteve interrompido mais de seis minutos devido a uma intervenção musculada da polícia de intervenção que distribuiu bastonadas a eito, forçando a evacuação de parte da bancada central do estádio. Os adeptos vitorianos responderam arremessando largas dezenas de cadeiras. Já antes tinham brindado alguns jogadores com uma chuva de isqueiros. Cenas lamentáveis num estádio que começa a ficar tristemente célebre pela falta de civismo de muitos espectadores, havendo também a suspeita de que a polícia terá revelado excesso de zelo naquela actuação.
Desta vez um pouco atrasado, mas por boa causa, um dia ocupado em terras do Minho que incluiu a ida a Viana de Castelo ver a nossa equipa de voleibol feminino disputar (e perder) o acesso à final da Taça da modalidade, fica aqui a rubrica sobre a visita de amanhã a casa do Vitória de Guimarães, onde também conto ter a sorte de estar presente. Já lá não ia desde aquele célebre jogo que nos deu o título há muitos anos, uma viagem épica no comboio Verde bem regada a Super Bock.
Com Pepa ao comando do adversário vamos encontrar dificuldades e ter um árbitro de encomenda que apita de ouvido e que nos castigará ao mínimo pretexto. Vamos ter que dar 110€ para terminarmos com a vitória.
O 3-4-3 post-Slimani já deu provas de ser o sistema de futuro do Sporting. Um primeiro ponta de lança possante e experiente na ocupação dos espaços, um segundo a jogar como interior dum dos lados mas a entrar na área confundindo marcações e fazendo dupla com o primeiro, e o outro interior mais dedicado à assistência e ao remate de meia distância. Agora com Sarabia, amanhã com Pedro Gonçalves, sendo que este é de origem um médio atacante e pode sempre jogar como tal. E ainda temos Edwards, que tem sido uma bela surpresa.
Sendo assim, prevejo que o Sporting apresente de início o seguinte onze:
Adán; Inácio, Coates e Matheus Reis; Porro, Ugarte, Matheus Nunes e Nuno Santos; Sarabia, Slimani e Paulinho.
Concluindo,
Amanhã o Sporting entra em Guimarães para conquistar mais 3 pontos perante o Vitória daquela cidade.
Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?
É já amanhã, a partir das 20.30: vamos defrontar o V. Guimarães, em casa do adversário -- um dos estádios mais difíceis da Liga portuguesa. Só o triunfo nos interessa neste embate com o aguerrido Vitória se quisermos manter acesa a esperança de conquistar o bicampeonato que nos foge há 70 anos.
Em Alvalade, na primeira mão, vencemos por margem mínima (1-0). Devemos a Coates estes três pontos, alcançados a 30 de Outubro.
Na época anterior, quando seguíamos embalados para o título, a vitória em Guimarães foi muito mais expressiva: 0-4. Com golos de Pedro Gonçalves (2), Nuno Santos e Jovane. Fazendo esquecer a triste derrota, por três golos sem resposta, que lá sofremos na temporada 2014/2015.
E desta vez, como vai ser? Aguardo os vossos prognósticos para este V. Guimarães-Sporting.
Seis dos nossos leitores acertaram no resultado do recente Sporting-V. Guimarães (1-0). Refiro-me a António Pedro, David Rodrigues, Leoa 6000,Leão do Algarve, Luís Barros e Pedro Batista.
Parabéns a todos. E em especial aos dois que se sagraram vencedores desta ronda de prognósticos: Leão do Algarve e Luís Barros, que não previram só o desfecho desta partida mas também o nome do marcador. Esse mesmo, o grande capitão leonino Sebastián Coates. Que está de parabéns também.
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