Como jogaram anteontem os jogadores portugueses contra a selecção turca na nossa vitória em Dortmund por 3-0:
Diogo Costa. Invicto. Aparatosa defesa aos 31', anulando possível golo de Arturkoglu. Seguro entre os postes, sem deslizes.
Cancelo. Oscilante. Pareceu sempre algo desconcentrado. De um passe errado seu nasceu o segundo golo, caricato autogolo turco (28').
Rúben Dias. Tranquilo. Exibição pendular, fechando os caminhos para a baliza. Impôs-se com autoridade nos duelos aéreos.
Pepe. Maduro. Ao vê-lo, ninguém diria que é o mais velho jogador do Euro-2024. Atento às dobras, seguro nas marcações. Sem falhas.
Nuno Mendes. Batalhador. Exibição de classe: melhor em campo neste regresso à ala. Exímio no passe e nas recuperações. Assiste no primeiro.
Palhinha. Sólido. Voltou ao onze em boa hora. Dominou corredor central no primeiro tempo, anulando jogo interior turco.
Vitinha. Influente. Grande parte do nosso jogo ofensivo passou por ele. Insuperável na organização do meio-campo.
Bruno Fernandes. Irrequieto. Pareceu nervoso, até nas bolas paradas. Mas mereceu o golo aos 56' - em estreia nas fases finais de Europeus.
Bernardo Silva. Virtuoso. Calou os críticos ao marcar um belo golo, aos 21' - o seu primeiro num Europeu. Dois grandes centros para Ronaldo (36' e 66').
Rafael Leão. Errático. Envolvido no primeiro golo, viu depois novo amarelo por simulação. E defender não é com ele: abre avenidas aos adversários.
Cristiano Ronaldo. Generoso. Quase marcou logo aos 2'. Nada egoísta, serviu Bruno no golo 3. Soma já oito assistências em fases finais de Europeus.
Rúben Neves. Atento. Rendeu o amarelado Palhinha na segunda parte. Momento alto: pré-assistência no terceiro golo, passe longo para CR7.
Pedro Neto. Inconsequente. Substituiu Leão no segundo tempo. Desta vez sem fazer a diferença: falhou no último passe.
Nelson Semedo. Discreto. Entrou aos 69' para o lugar de Cancelo, sem dar nas vistas mas também sem cometer erros.
António Silva. Estreante. Teve discreto baptismo no Campeonato da Europa ao substituir Pepe (83'). Quando os turcos já não atacavam.
João Neves. Dinâmico. Em estreia no Europeu, substituiu Vitinha (88'). Ainda a tempo de recuperar duas bolas no meio-campo turco.
Queriam uma exibição categórica da selecção nacional neste Campeonato da Europa? Pois tiveram-na. Queriam uma vitória clara da equipa das quinas neste certame? Registou-se ontem em Dortmund, num estádio que abarrotava sobretudo de adeptos turcos. Durante a meia hora inicial assobiaram estrondosamente todos os nossos jogadores cada vez que tocavam na bola. Em decalque ampliado do pior que vemos nas bancadas portuguesas.
Antes do jogo diziam que a Turquia iria ser um "sério adversário", temível, capaz de nos travar o passo. Depois do jogo, afinal, alguns dos tais passaram a dizer que enfrentámos um onze menor, correspondente à segunda divisão do futebol europeu, portanto ao vencê-lo não teremos revelado grande mérito.
Há gente em Portugal assim, sempre pronta a denegrir o futebol que praticamos. Esteja o seleccionador que estiver, a música é sempre a mesma. Por mais elogios que nos façam lá fora.
Lamento contrariar tal gente, mas superámos com brilhantismo esta prova. Os tais assobios foram-se calando e no estádio onde se disputou o Portugal-Turquia, já perto do fim, apenas se ouviam aplausos às nossas cores.
Qual o segredo? Superioridade total do princípio ao fim. Maturidade até no plano psicológico: aquelas estrondosas vaias entraram a cem, saíram a mil. Até emudecerem. Primeiro com o golo de Bernardo Silva, aos 21', culminando excelente lance colectivo. Depois, aos 28', com um autogolo turco que entrou de imediato no anedotário do futebol: Akaydin, central do Fenerbahce, jamais esquecerá esta humilhação. Finalmente, aos 56', quando Bruno Fernandes fixou o 3-0, emudecendo de vez os turcos. Até porque quem o assistiu neste golo foi um gigante: Cristiano Ronaldo, aos 39 anos, voltou a cumprir 90 minutos em campo numa inédita sexta participação em fases finais de campeonatos da Europa.
Nunca ninguém participou em tantos, nunca ninguém marcou em tantos, ninguém assistiu mais do que ele. Silenciando até aqueles que tentam denegrir o astro maior da formação leonina por ser supostamente incapaz de "futebol associativo". Revejam este golo em que Ronaldo recupera, progride com bola, se isola perante o guardião e a endossa ao companheiro que surge entretanto à sua esquerda, ainda mais bem colocado.
Pensar em movimento é isto. Um hino ao futebol como verdadeiro desporto de equipa.
Criança interrompeu jogo para se fotografar com CR7: jogo deu para tudo, até para isto
Este segundo triunfo colectivo, após o 2-1 aos checos, transporta-nos de imediato à liderança do Grupo F e consequente qualificação automática para a partida dos oitavos-de-final, a 1 de Julho, contra um adversário ainda incerto. Dois jogos, duas vitórias, cinco marcados e só um sofrido. Enquanto Chéquia e Geórgia empatavam.
Do nosso lado, além dos jogadores já mencionados, quase todos os outros justificam destaque. Cancelo subiu de rendimento, Vitinha manteve o nível da partida anterior, Palhinha mostrou que merece muito mais um lugar no onze do que Dalot, entretanto excluído. Todo o bloco defensivo funcionou na perfeição, desta vez numa linha de quatro da qual emergiu um talento superior: Nuno Mendes, para mim o melhor em campo. Mais talentoso ala esquerdo português da actualidade, sempre em rotação, sempre como seta apontada à baliza adversária sem temor de qualquer espécie.
O mais fraco foi novamente Rafael Leão. Segundo cartão amarelo por simulação grosseira - os árbitros têm instruções da UEFA para serem implacáveis nestes casos. Tal como simulou ter sido agredido em Maio de 2018, no assalto dos bisontes à Academia de Alcochete.
Já não regressou para a segunda parte. Fica fora do próximo desafio, por demérito próprio.
Outra nota insólita: pelo menos cinco espectadores invadiram o campo para se fazerem fotografar com Ronaldo. O astro português ainda sorriu ao primeiro, uma criança. Mas deixou de achar graça à invasão. Actos deste género podem constituir séria ameaça aos jogadores, além de lesarem o espectáculo.
Os turcos, estranhamente, iniciaram a partida mantendo no banco duas das suas maiores estrelas, Yildiz (Juventus, 19 anos) e Güler (Real Madrid, 19 anos). Quando ambos entraram, no segundo tempo, já era tarde: a equipa estava partida, extenuada, desmoralizada. Nas bancadas quase só se escutavam cânticos portugueses.
Çalhanoglu, centrocampista que organiza o jogo turco, quase passou despercebido, engolido pela vertigem ofensiva lusa. O benfiquista Kokçu "assistiu" Bernardo no primeiro e limitou-se a fazer cócegas a Diogo Costa, seguro entre os postes.
Mas gostei de rever um central formado na nossa Academia: Demiral, que entrou aos 75'. Hoje com 26 anos, actua no Al-Ahli da Arábia Saudita. Ainda lamento que só tenha cumprido um jogo oficial pelo Sporting. Tanto prometia, tão cedo saiu.
E pronto. Página virada, objectivo cumprido, seguimos em frente. O jogo contra a Geórgia, pela nossa parte, servirá apenas para cumprir calendário. Tomem nota: será na próxima quarta-feira, dia 26.
Espécie de intervalo nas conversas de café, orais ou escritas. Convém sempre fazer uma pausa, até nesse passatempo nacional que é dizer mal da selecção.
Ao fazer a assistência para o golo que Bruno Fernandes marcou, o terceiro do jogo de ontem com a Turquia, Cristiano Ronaldo bateu mais um record: Tornou-se no jogador com mais assistências em fases finais de Europeus (a par de Karel Poborsky que jogou em Portugal no Benfica e Porto, salvo erro), demonstrando que, mais que capitão, é mais um jogador de e para a equipa.
Eu sei que lá virão as carpideiras do costume dizendo que "mais golo, menos golo para ele é igual, o que lhe interessa são os recordes". Essas alimárias são as mesmas que no restante tempo em que nada mais fazem, o perdem a chamar Cristiano de egoísta. Enfim...
Quem não liga muito a isto são os que verdadeiramente gostam de bola e de quem é o melhor praticante deste jogo desde sempre. Com as crianças à frente, como agora mais uma vez aconteceu.
Quanto ao resto, deixai-os falar, de preferência sozinhos.
A hecatombe esteve por um triz, mas no ínfimo período de 7' a Turquia falha o penalty que lhe daria o empate num jogo em que já estava por cima e a Macedónia marca o golo que atirou a Itália para fora do Mundial. São insondáveis os acasos do universo.
Só um obtuso seria capaz de trocar Bruno Fernandes por William deixando Vitinha e Matheus Nunes no banco. Só a um casmurro lembraria substituir Jota por Félix preterindo Leão e André Silva. Mas foi com o coração nas mãos que vimos Fernando Santos executar em dobrado tamanha cretinice. E nem a justiça poética de o terceiro e tranquilizador golo ter sido obra de Leão e Nunes o deve ter feito cair em si.
Estes jogadores merecem muito, Santos não merece nada, nem o bambúrrio de sorte que ontem gozou. Agora só nos resta esperar que a Macedónia não seja o despertador que faça a FPF cair numa realidade para a qual já devia estar acordada há muito tempo.
Lugar no quadro de honra doÉs a Nossa Fé a quem antecipar o onze da selecção nacional para logo, no embate contra a Turquia que (espero) deve terminar em vitória portuguesa.
Querem arriscar um palpite?
ADENDA, às 22.50: Ninguém acertou no onze titular. Desde logo porque o guarda-redes foi Diogo Costa, não Rui Patrício.
... naquele que terá sido um dos melhores livros que porventura terei lido, O museu da inocência do Nobel da Literatura Orhan Pamuk. Este livro conta, não só aquilo que é mais antigo na humanidade, uma história de amor entre um homem e uma mulher (neste sentido, pois o narrador é masculino), como conta igualmente - de uma forma brilhante - uma história de amor por uma cidade: Istambul.
Recomendo a leitura.
Hoje, que o Sporting jogou em Beşiktaş, um bairro de Istambul, extraí este pequeno trecho deste livro:
«De súbito, uma expressão estranha e embaraçada assomou-lhe ao rosto, e ele começou a falar com impaciência, como se algo o tivesse irritado. - Lembras-te daquela rapariga muito bela?... Sabes, aquela que vimos os dois quando fomos a Beşiktaş? Quando a viste, o que pensaste?
- Qual rapariga?
O meu pai ficou ainda mais impaciente.
- Oh, pára com isso, estou a falar daquela rapariga muito bonita que vimos os dois no Parque de Barbaros, há dez anos, quando fomos a Beşiktaş.
- Pai, não tenho qualquer lembrança disso.
- Filho, como podes não te recordar? Eu e tu olhámo-nos nos olhos. Ao meu lado estava sentada uma rapariga muito bonita.
- O que aconteceu depois?
- Não quiseste embaraçar o teu pai, e por isso desviaste educadamente o olhar. Já te lembras?
- Não, não me lembro.
- Mentira, tu viste-nos!
Sinceramente não me recordava daquele episódio, mas não havia forma de convencer o meu pai. Depois de uma demorada e desajeitada discussão, concordámos que provavelmente eu quisera esquecer o sucedido, e conseguira. Ou talvez ele e a rapariga tivessem simplesmente entrado em pânico, julgando que eu os vira. E foi assim que chegámos ao verdadeiro assunto.
- Aquela rapariga foi minha amante durante onze anos, e era muito bela - revelou o meu pai, combinando orgulhosamente os dois factos mais importantes numa única frase.
Era óbvio que o meu pai sonhava há muito falar-me a respeito da beleza daquela mulher, e a ideia de eu poder não ter visto tal coisa com os meus próprios olhos - ou, pior ainda, que eu pudesse tê-la visto e esquecido quão bela era - desanimou-o um pouco. Tirou uma pequena fotografia a preto e branco do bolso. Mostrava uma rapariga - muito jovem - de tez escura e ar desolado, apoiada no convés traseiro de um dos ferry-boats do Bósforo, em Karaköy.
- Esta é ela - esclareceu o meu pai. - Esta fotografia foi tirada no ano em que nos conhecemos. E uma pena que ela aqui esteja tão triste; não dá para ver como era bela. E linda, não é? Já te lembras?
Não respondi. Incomodava-me ouvir o meu pai falar sobre uma relação amorosa, ainda que esta tivesse terminado há muito tempo. Mas naquele momento não percebi exactamente o que me estava a incomodar.
- Ouve-me com atenção, não quero que repitas nada do que aqui te vou dizer ao teu irmão - avisou o meu pai, tornando a guardar a fotografia na carteira. - Ele é demasiado austero, não iria entender. Tu estiveste na América, e nada do que eu contar te vai chocar. De acordo?
- Claro, pai querido.
- Então ouve - disse ele, começando a contar a sua história ao mesmo tempo que beberricava o rakı.
Fora há «dezassete anos e meio, num nevoso dia de Janeiro de 1958», que ele conhecera aquela rapariga, ficando imediatamente enamorado da sua beleza pura e inocente. A rapariga trabalhava na Satsat, que o meu pai acabara de fundar. A princípio era apenas uma relação profissional, mas, apesar da diferença de vinte e sete anos entre os dois, acabara por se tornar algo mais «sério e emocional». Um ano depois de a rapariga ter iniciado uma relação amorosa com o seu bem-parecido patrão (o meu pai, calculei rapidamente, teria quarenta e sete anos na altura), ele forçou-a a deixar a Satsat. Por ordem do meu pai, ela não procurou outro emprego; em vez disso, passou a levar uma vida discreta num apartamento em Beşiktaş, que o meu pai lhe arranjara, sonhando que um dia se casariam.
- Ela era muito bondosa, muito sensível e inteligente; uma pessoa muito especial - contou o meu pai. - Não era de forma nenhuma igual às outras mulheres. Tive algumas escapadelas na minha vida, mas nunca me apaixonei por ninguém como me apaixonei por ela. Pensei muito em casar com ela, meu filho... Mas, o que teria sido da tua mãe? O que teria sido de ti e do teu irmão?
Ficámos em silêncio por algum tempo.
- Não me interpretes mal, filho; não estou a dizer que me sacrifiquei para que vocês pudessem ser felizes. Na verdade era ela que queria mesmo casar-se, claro. Mantive-a na expectativa durante anos. Simplesmente não podia imaginar a minha vida sem ela, e quando era impedido de a ver sofria muito. Mas não tinha ninguém com quem partilhar a minha dor. E então um dia ela disse-me: «Resolve-te!» Ou eu deixava a tua mãe e me casava com ela, ou ela deixava-me. Serve-te de rakı.
Fez-se silêncio.
- Quando recusei abandonar a minha mulher e os meus dois filhos, ela deixou-me - contou o meu pai. Admitir tudo aquilo deixou-o exausto, mas também descontraído. Quando olhou para mim e viu que podia continuar a desabafar comigo, descontraiu-se mais ainda.
«Eu estava em sofrimento, num enorme sofrimento. O teu irmão tinha-se casado e tu estavas na América. Mas claro que tentei ocultar a minha angústia à tua mãe. Esconder-me pelos cantos como um ladrão e sofrer em segredo era outra agonia. A tua mãe apercebera-se da existência desta amante, tal como acontecera com as anteriores; ao compreender que algo sério se passava, guardou silêncio. A tua mãe, a Bekri e a Fatma Hanım; vivíamos os quatro juntos como personagens a imitar uma família feliz num quarto de hotel. Eu bem via que não conseguiria encontrar alívio, que se as coisas continuassem como estavam eu enlouqueceria, mas não era capaz de fazer o que era preciso. Ao mesmo tempo, ela - (o meu pai nunca mencionou o seu nome) - estava a sofrer tanto quanto eu. Anunciou-me que um engenheiro a pedira em casamento e que, se eu não me resolvesse depressa, ela aceitaria o pedido. Mas eu não a levei a sério... Fui o primeiro homem com quem ela esteve. Achava que era impossível ela desejar outro, que aquilo só podia ser bluff. Mesmo quando duvidei do meu raciocínio e comecei a entrar em pânico, continuei paralisado. E então tentei não pensar no assunto. Lembras-te do Verão em que o Çetin nos levou a todos à feira de Izmir? Quando regressámos ouvi dizer que ela se tinha casado, mas não consegui acreditar. Estava convencido que ela apenas anunciara aquilo para chamar a minha atenção e fazer-me sofrer. Recusou todas as minhas tentativas para a ver, ou sequer para falar com ela; não atendia o telefone. Chegou mesmo a vender a casa que eu lhe comprara e mudou-se para um lugar onde eu não a pudesse encontrar. Teria ela realmente casado? Quem era o seu marido engenheiro? Teria tido filhos? O que andaria a fazer?»
Resumindo e reiterando o que escrevi aqui: muito bom jogo inaugural italiano. Infelizmente sem réplica mínima da medíocre Turquia. Que mais parecia o Benfica de Jorge Jesus.
A Itália confirmou ontem ser uma séria candidata à conquista do Europeu 2021. É verdade que jogava em casa, no Estádio Olímpico de Roma, e recebeu ali forte incentivo pois 25% das bancadas estavam preenchidas, com cerca de 16 mil adeptos - tímido sinal de desconfinamento que esperamos ver em breve nos recintos desportivos portugueses.
Foi um jogo de sentido único, este em que a squadra azzurra (jogando desta vez de branco) enfrentou a débil Turquia: a selecção visitante (visitada, na insólita versão da UEFA) entrou em campo complexada, talvez consciente da sua inferioridade técnica e táctica. E com um Demirel em péssima forma: foi ele a marcar o golo inaugural deste torneio, aos 53', mas da pior forma, introduzindo a bola na própria baliza. O primeiro autogolo na história dos jogos inaugurais dos campeonatos da Europa.
O ex-central do Sporting B, titular da selecção turca, viria ainda falhar - tal como todo o bloco defensivo - no último golo, apontado por Insigne aos 79'. Mas a partida já estava sentenciada desde os 66', quando Immobile, de recarga, a meteu lá dentro.
Cumpriu-se a tradição: nunca até hoje a Turquia conseguiu vencer a Itália. Esta soma já 28 jogos sem perder: o último foi contra Portugal, em Setembro de 2018.
Quem ainda associa o fio de jogo italiano a um sistema ultra-defensivo, muito pausado e sem dinâmica, anda manifestamente desactualizado: esta selecção transpira talento em todos os sectores - do veterano central Chiellini, com 36 anos, ao artilheiro Immobile. Passando pelo italo-brasileiro Jorginho, médio de contenção que confere equilíbrio ao onze e pelo extremo Berardi, exímio a cruzar. Sem esquecer, claro, o ala Spinazzola, dínamo da squadra - justamente considerado o melhor em campo na partida de ontem.
O treinador transalpino, Roberto Mancini, tem motivos para se sentir satisfeito com esta estreia: os seus jogadores deram um festival de futebol ofensivo, contrariando uma tradição já com 45 anos. O anterior desafio de abertura dum Campeonato da Europa em que se registaram pelo menos três golos foi o Checoslováquia-Holanda (3-1), disputado em 1976.
Boa a fazer circular a bola, boa na finalização, Itália assume-se desde já como forte candidata à presença na final, em Wembley, agendada para 11 de Julho. Desde 1968 que os italianos não vencem um Europeu. Vai sendo tempo de pensarem nisso.
Itália, 3 - Turquia, 0
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