Gostei muito desta final da Taça de Portugal, conquistada com todo o mérito pela nossa equipa. Talento, competência, brio, sacrifício, espírito de grupo, fibra de campeões. Foi uma final dinâmica, emotiva, com resultado incerto até quase até ao fim. Grande em qualidade e quantidade: jogaram-se mais de 130 minutos. Com o Sporting a protagonizar uma das mais épicas reviravoltas de que tenho memória: já no final do tempo extra concedido pelo árbitro Luís Godinho, ao minuto 90'+11', quando perdíamos 0-1, Gyökeres protagoniza lance de génio ao passar por António Silva e prosseguir em ritmo avassalador até ser carregado em falta por Renato Sanches em zona proibida. Foi ele a converter o penálti - mais um - e a tornar inevitável o prolongamento. Com o Benfica arrasado psicologicamente, marcámos mais dois nessa etapa suplementar. Fazendo jus por inteiro ao nosso lema: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória. A anterior Taça de Portugal fora conquistada em 2019, com Marcel Keizer ao leme da equipa. Rui Borges conseguiu em seis meses um título que Ruben Amorim foi incapaz de ganhar em cinco épocas. E torna-se o primeiro treinador português do Sporting a vencer neste século a dobradinha. A anterior conquista teve como técnico o romeno Laszlo Bölöni, em 2002.
Gostei de Trincão, para mim o melhor em campo. Incompreendido por tantos adeptos, e alvo do injurioso sarcasmo dos letais durante toda a época, voltou a demonstrar como foi imprescindível nesta gloriosa caminhada rumo aos dois títulos supremos do futebol português. Jogador mais utilizado durante a temporada, com 4682 minutos de leão ao peito, esteve ontem envolvido em todos os nossos golos: é ele a isolar Gyökeres num soberbo passe de 30 metros, ultrapassando a débil resistência de Florentino no lance do penálti; foi ele a assistir no segundo, aos 98', com um belo passe em arco para a cabeça de Harder; e é ele quem fecha a contagem, aos 121', num túnel ao inepto António Silva e disparo perante o impotente Samuel Soares após o dinamarquês lhe ter retribuído a gentileza num passe cirúrgico. Lance de génio, golaço para ver e rever. Ilustra bem o que é este Sporting bicampeão de 2024/2025 na frente de ataque, temível para qualquer adversário: trio de luxo composto por Francisco Trincão, Conrad Harder e Viktor Gyökeres. Também gostei da estreia de David Moreira na equipa principal: o lateral esquerdo, de 21 anos, entrou aos 115', ainda a tempo de contribuir para anular Di María. Estreia de sonho.
Gostei pouco da primeira parte, que terminou empatada a zero. Consentimos demasiado domínio territorial à equipa adversária e quase não soubemos critar situações de perigo. Aí brilhou Rui Silva, confirmando aos últimos cépticos que foi um dos nossos melhores reforços da temporada. Sobretudo aos 20', negando o golo a Pavlidis num voo em que desviou a bola para o ferro. Intervenções decisivas também aos 81' e aos 90'+8, bloqueando remates de Belotti e Leandro. Gigante entre os postes, sem culpa no golo encarnado, aos 47', num eficaz remate de meia distância de Kokçu.
Não gostei do desempenho de Pedro Gonçalves, que perdeu várias bolas e foi presa fácil para Otamendi: sem surpresa, saiu aos 75', dando lugar a Harder, que esteve num plano muito superior. Aliás Rui Borges derrotou o treinador rival, Bruno Lage, também nisto: o Sporting, ao contrário do Benfica, foi melhorando a cada substituição. Rendimento mais fraco revelaram também Eduardo Quaresma (substituído por Fresneda aos 83'), que perdeu um duelo aos 81' com Schjeldrup, e Debast (cedeu lugar a Morita aos 58'), que facilitou a tarefa ofensiva de Pavlidis aos 20'. Mas não gostei sobretudo de pressentir que esta 18.ª final da Taça de Portugal conquistada pelo Sporting era a última ocasião para todos vermos Gyökeres de verde-e-branco. Ainda está e já nos desperta saudades: é um dos nossos melhores goleadores de todos os tempos.
Não gostei nada daqueles canalhas que nas bancadas onde se concentrava a maioria dos adeptos benfiquistas desataram a imitar o criminoso som do very light, numa aparente glorificação do assassino que noutra final da Taça, naquele mesmo palco, em 1996, roubou a vida ao sportinguista Rui Mendes, de 36 anos. Esta escumalha já fez o mesmo vezes sem conta no pavilhão encarnado, quando o Sporting lá joga, perante a indiferença cúmplice dos responsáveis desse clube. Merecem bem a derrota que acabam de sofrer em campo. Merecem mil derrotas enquanto continuarem a comportar-se desta forma miserável.
Otamendi, bem ao seu estilo, tenta travar Trincão. Mas o minhoto destacou-se ao marcar o golo leonino
Foto: Tiago Petinga / Lusa
Gostei
Deste empate (1-1) que soube a vitória na Luz com lotação esgotada. Cumpriu-se a tradição desta época: o Sporting não perdeu nenhum dos chamados jogos grandes. Vencemos Benfica e FC Porto em Alvalade, e empatámos com ambos nas deslocações aos estádios deles. No sábado, viemos do reduto encarnado com um ponto precioso: temos agora 79. Há seis desafios seguidos que eles não conseguem vencer-nos em campo. Sinal dos tempos.
De começar a vencer. Inferno? Vulcão? Nada disso: a Luz gelou logo aos 4', com o golo leonino, concretizado na primeira oportunidade. Grande arrancada de Gyökeres na meia-esquerda, como ele tanto gosta. Atraiu Tomás Araújo e António Silva, sem nenhum deles conseguir roubar-lhe a bola, e centrou para Trincão, que fuzilou de pé esquerdo, para o ângulo mais inatingível. Trubin tentou voar, sem sucesso. E Carreras, do outro lado, limitou-se a marcar com os olhos. Estava escrito nas estrelas: a sorte iria sorrir-nos.
De Morten. Grande partida do internacional dinamarquês, melhor em campo. Mesmo tendo visto muito cedo o cartão amarelo, aos 19', não se deixou intimidar. Combativo, foi o maior obstáculo às incursões ofensivas da equipa da casa. E não apenas no corredor central: parecia estar um pouco em todo o lado. No segundo tempo, reforçou com eficácia a linha defensiva. E foi campeão nas recuperações de bola: doze, só à conta dele.
De Rui Silva. Quando foi preciso, estava lá. No sítio certo. Impedindo o golo de Aktürkoglu, aos 28'. Sem essa extraordinária defesa, a história do jogo teria sido diferente. No lance do empate (63'), sem hipótese de defesa ao remate enrolado do mesmo jogador que tabelou na cabeça de Maxi Araújo e entrou caprichosamente nas nossas redes. Exibição muito positiva. Confirma-se: foi o nosso grande reforço de Inverno.
De Trincão, já mencionado acima. Melhor época como profissional do avançado leonino. Os números confirmam: dez golos e 16 assistências na temporada. No campeonato, destaca-se como rei do último passe. Os letais detestam-no, mas qualquer outra equipa gostaria de contar com ele nas suas fileiras.
Da nossa organização defensiva. Impecável, excepto no golo sofrido, fruto de grande trabalho individual de Pavlidis. Gonçalo à esquerda, Diomande no meio, Eduardo Quaresma à direita cumpriram com distinção, num esforço bem complementado por Maxi Araújo na ala esquerda, sem hipóteses para Di María, e no corredor direito por Geny, que deu luta cerrada a Carreras.
Do treinador. Rui Borges continua invicto como responsável máximo da equipa leonina em competições nacionais. Cinco meses sem perder.
De chegar à última jornada no comando. Em 33 rondas disputadas, só não liderámos em quatro desde o início da prova. Sinal inequívoco da hegemonia leonina. Dependemos de nós, em exclusivo. Faltam-nos 90 minutos para concretizarmos um sonho que nos foge há mais de 70 anos: ser bicampeões.
Não gostei
Do golo sofrido. Durante 63 minutos, enquanto se manteve a nossa vantagem, fomos campeões virtuais. A festa poderia ter sido feita na Luz. Mas é melhor esperar mais uma semana e fazê-la em nossa casa, com o estádio cheio.
Do amarelo a Morten. Por acumulação de cartões, não poderemos contar com ele na recepção à turma vimaranense. Mas teremos certamente um excelente onze em campo nessa partida decisiva.
Que Gyökeres ficasse em branco. Mas trabalhou muito, sobretudo na primeira parte, pondo sempre os defensores encarnados em sentido. Essencial na construção do nosso golo - a sua oitava assistência na Liga. Já soma 13 no conjunto da temporada.
Do sururu final. Deu direito a quase tudo: até a invasão de campo por parte de um adepto mais fanático do SLB, que se dirigiu ao árbitro João Pinheiro com a clara intenção de injuriá-lo e agredi-lo. Espero que seja devidamente punido - e que o clube acabe responsabilizado por esta inadmissível falha de segurança. Com multa a sério, não a fingir.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Santa Clara-Sporting por quatro diários desportivos:
Trincão: 25
Debast: 25
Geny: 23
Fresneda: 22
Diomande: 22
Gonçalo Inácio: 21
Morten: 20
Rui Silva: 20
St. Juste: 18
Eduardo Quaresma: 17
Maxi Araújo: 17
Harder: 16
Quenda: 16
Gyökeres: 16
Pedro Gonçalves: 11
Matheus Reis: 6
A Bola e o ZeroZero elegeram Trincão como melhor leão em campo. O Record destacou Debast, O Jogo escolheu Geny.
«Pra mim, o Trincão é o melhor jogador português da actualidade. E muito graças a Amorim e ao actual treinador do Sporting. O resto são cantigas para adormecer pacóvios.»
Por uma vez, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos jogadores no jogo Portugal-Dinamarca (5-2), da Liga das Nações, por quatro diários desportivos:
Trincão: 29
Gonçalo Ramos: 25
Bruno Fernandes: 25
Diogo Jota: 24
Nuno Mendes: 24
Gonçalo Inácio: 22
Cristiano Ronaldo: 21
Bernardo Silva: 21
Diogo Costa: 21
Ruben Neves: 20
Nelson Semedo: 20
Diogo Dalot: 20
Vitinha: 20
Francisco Conceição: 18
Ruben Dias: 17
Rafael Leão: 15
Todos os jornais elegeram Trincão como melhor em campo.
Era de esperar. A brilhante exibição de Francisco Trincão no jogo de anteontem contra a Dinamarca, pela selecção nacional, está a despertar a atenção de vários emblemas da Premier League. Manchester United, Newcastle e Arsenal já terão manifestado o seu interesse pelo jogador junto da SAD leonina.
Trincão está ligado ao Sporting por uma cláusula de 60 milhões de euros, mas metade do seu passe pertence ao Barcelona, o que pode desencorajar uma transferência já neste mercado de Verão. Mas é natural que desperte a cobiça de grandes clubes internacionais pela qualidade do seu futebol e pelos números que apresenta nesta época: nove golos e 13 passes para golo. Incluindo os dois que marcou na selecção, onde ainda só teve oportunidade de jogar 72 minutos.
Passo a citá-lo, com a devida vénia, destacando alguns trechos:
«Só neste terceiro jogo com Martínez Trincão pôde actuar como um extremo interior - nas duas vezes anteriores entrou para uma posição mais "colada" à linha. Porquê? Porque Martínez tem desenhado uma ideia que não prevê a existência de um jogador como Trincão. (...) Tem pedido aos laterais da selecção que joguem quase como complementos ao ponta-de-lança. Mendes e Dalot, à vez, têm pisado terrenos interiores - o primeiro mais em condução, o segundo mais em posicionamento entre linhas. (...) Inicialmente, essa parecia ser uma ideia para dar conforto a Rafael Leão e chegou a ter sucesso (...), mas dificulta a vida de jogadores como Trincão, cuja vida é feita de explorar zonas interiores, jogar em espaços curtos e usar o pé esquedo de fora para dentro - para remates, passes a rasgar a defesa ou cruzamentos em arco.»
«Frente à Dinamarca, já na segunda parte, Martínez mudou a tal ideia de laterais por dentro e alas bem abertos no corredor. Moveu Mendes e Semedo para posições exteriores, bem abertos, e os alas (Jota e Trincão) para posições mais condizentes com o futebol de cada um deles - ambos por dentro, com Jota mais vertical e incisivo e Trincão mais refinado a encontrar espaços por dentro. Foi nesse contexto que o jogador do Sporting encontrou caminhos para o golo e levou Portugal à meia-final da Liga das Nações.»
«Outro entrave à afirmação de Francisco Trincão aos olhos de Martínez também se chama Francisco. "Chico" Conceição tem sido um dos preferidos do seleccionador nacional. (...) Trincão dribla menos e é mais um jogador associativo do que de um contra um puro - Conceição tem valores de drible mais altos, Trincão supera em todas as métricas do passe. Através do Sofascore é possível comparar os mapas de calor de Conceição e Trincão e perceber que se movimentam de forma bem diferente - Conceição tem zonas vermelhas muito carregadas e bem coladas à linha, enquanto Trincão tem várias zonas a vermelho, evidenciando muito maior abrangência de movimentos.»
Na passada sexta-feira escrevi e publiquei neste espaço um postal sobre o jogo de Portugal na e contra a Dinamarca. Um texto recheado de ironia e sarcasmo salpicado aqui e ali com algum humor.
Hoje irei perorar sobre o jogo de ontem, mas ao qual retirarei a ironia e o sarcasmo, deixando somente um pouco de humor.
Sendo assim… ontem, no nosso estádio, Portugal mostrou que poderia e deveria ter feito mais nos dois jogos. Tem jogadores com qualidade para fazer melhores partidas. Ou como escreveu alguém numa rede social privada:
O problema reside no senhor Martínez, de quem tenho uma péssima ideia como treinador de futebol. É certo que ele não terá toda a matéria-prima, muito por culpa de alguém que se esconde, mas continua a dominar os meandros da FPF. Estou mesmo convicto que a escolha dos jogadores não será feita por Roberto Martínez, sendo apenas este o treinador de campo.
Ontem Portugal pretendeu principiar com alguma dinâmica, mas a grande penalidade falhada por Ronaldo atirou a selecção para o marasmo de quinta-feira. Valeu-nos um jogador dinamarquês ao fazer autogolo.
A segunda parte trouxe mais golos. Todavia e perante o desaire que estava a ser a selecção, RM puxou de um trunfo e colocou-o em campo aos... 81 minutos. De nome Francisco, este jogador ao fim de cinco minutos trincava já. Ao fim de onze repetiu a proeza e ainda teve tempo para estar na jogada que daria o quinto golo de Portugal.
Posto isto hoje lembrei-me da BD que tenho em casa e onde fui buscar esta imagem.
Calculo que deva ter sido isto que perguntou Martínez a si mesmo quando Trincão marcou o primeiro golo. Ou o segundo!
De um tipo que ganha quatro milhões de euros por ano, não se pensa que aposte no Eurmilhões. Eu falo por mim...
Roberto Martinez, o tipo em causa, que consegue o feito invejável de colocar um grupo de jogadores notável a jogar um caracol (e a passo de), vendo que o vento não lhe estava a correr de feição, teve que arriscar desobedecer aos cânones que a si próprio impôs (ou lhe foram impostos) e ao invés de mais uma vez apostar em ser Félix, apostou em quem lhe poderia salvar o ordenadito quando a coisa estava a ficar negra como bréu. Meteu cinco números, um deu-lhe duas estrelas.
Sem nada a dizer quanto aos da defesa, Ruben ofereceu um golo ao adversário, mas Ruben tem o crédito que o Inácio, que fez uma exibição de luxo não tem. Fosse o nosso "minino" a dar aquela casa e hoje já a nação da bola e um ror de sportinguistas não se calavam a oferecer cruzes para enfeitar as costas do rapaz. Só se for(em) em carvalho, avisou ele enquanto fazia mais um corte a uma bola que passou a metro e meio de altura por cima de Vitinha. Tem a mesma terminação diminutiva, mas se calhar para aqueles cavalões dinamarqueses talvez fosse mais avisado meter ali o Palhinha, afinal se a selecção serve para recuperar jogadores tem que valer para todos, ou é só para o Félix, para o Bernardo (não havia um amigável para lhe oferecerem a placa dos cem jogos?), para o Leão (paga o que deves, caloteiro!) e para o minorca do Xico Ceição?
E estava Martinez a pensar com os seus três pêlos da careca e os dois botões do casaco que lá se ia o bem bom dos quatro milhões, que isto agora com o querido pia mais fino (ontem até pareceu que queria jogar também, tal o entusiasmo antes do jogo), não queremos cá misérias, quando teve o arrojo de soltar amarras e tirou quem realmente nunca deveria ter entrado, o Xico e o Rafael. E não é que um dos rapazes que entrou deu cabo da equipa adversária? Jackpot!
Isto leva-nos a questionar o posicionamento de Martinez: Sabe ele quem deve colocar no onze e por teimosia coloca outros com menos qualidade? Sabe ele quem deve colocar no onze e por "sugestão" de alguém vai colocando quem lhe sopram? Ou é cuco ou mocho, não me restam quaisquer dúvidas. Um tipo que deixa Quenda no banco e mete o Leão, que foi uma nulidade e que olha mais para as botas que para a bola, que é um displicente convicto e irritante, só pode ser masoquista, ou vendido. Um tipo que deixa o Vitinha do primeiro para o segundo jogo, só pode ser incompetente, ou vendido. Um tipo que mete o Xico, que não ganhou um duelo e foi recordista das bolas para trás, só pode ser cego. Ou vendido. Eu diria que é ambas as duas e ainda incompetente. Como disse lá atrás, é muito difícil colocar este conjunto de jogadores a jogarem... Bola. Valeu-lhe Trincão, pode respirar de alívio, pelo menos até Junho.
Uma nota final para Ronaldo. Aí as carpideiras invejosas, que adoravam ter um jacto e um iate e hotéis e o diabo a sete, mas nunca mexeram o cu para comprar uma trotinete, deliraram e até lhes caiu uma pinguinha quando o capitão falhou o penalti, muito mal marcado, diga-se. Para se redimir marcou logo a seguir, mas não valeu: A valer, marcou na segunda parte, pleno de oportunidade, pelo buraco da agulha, coisa só ao alcance de alguns, poucos. Saiu estoirado, é normal, mas com o sentimento de ter contribuído para a vitória. Para a rapaziada mal-dizente, apontem-me assim um, unzinho, que lá na frente seja melhor que Ronaldo, dos portugueses disponíveis. Mesmo quando os adversários já estão rotos e abertos, salvo seja, e se pode cavalgar por ali acima. Não conheço um único cromo em quem carimbar o número da bola, senão o dele.
E o Martinez lá continua a desfrutar, diz ele, do grande salário que recebe e da grande amizade do Jorge Mendes.
Desta vez com uma defesa em condições, mas com um maestro minorca a tentar tocar bombo e um Ronaldo desesperado para dar uns toques na bola, conseguiu ter um penálti digno do Taremi, oferta que o Ronaldo logo devolveu tentando imitar o Bruno Fernandes (para fazer aquilo estava lá o original, não era preciso a imitação), conseguiu ter um autogolo daqueles cabeceamentos que o mesmo Ronaldo não faria melhor, chegar ao intervalo em vantagem para se repetir na segunda parte o banho de bola de Copenhaga.
O nosso ataque era inofensivo com dois inúteis "italianos" em processo de revitalização a perderem a bola e dar origem a contra-ataques. Os dinamarqueses faziam o que queriam do meio-campo, o Vitinha via-os passar e os outros dois baixinhos pouco ajudavam. O nosso Hjulmand passeava-se no campo e só à conta dele foram três os remates perigosos. Para ajudar à festa, o Rúben Dias demora mais um pouco no passe e daí sai o golo da Dinamarca.
A 10 minutos do fim, com a eliminatória em risco, à beira de ser despedido, o Martínez não mete o Feliz e Contente, e vai â sua vida de vez. Mete o nosso Trincão, que lhe resolve o problema em dois lances magníficos. Também não deixa o Ronaldo a perder bolas no meio-campo e mete enfim um ponta de lança. Com Jota, que tinha entrado antes, finalmente tínhamos uma linha avançada que corria e jogava futebol. E chegámos a um inimaginável 5-2.
E lá vamos para a Final Four apesar do Martínez.
Francisco Conceição vinha duma lesão na Juventus, não convence, fala-se que vai ser devolvido ao Porto. Solução para revitalizar o rapaz: titular na selecção.
João Felix é achincalhado em Itália, fala-se que vai ser devolvido ao Chelsea. Solução para revitalizar o rapaz: convocado na selecção.
Rafael Leão anda castigado ao banco no Milão pelo Conceição pai. Solução para revitalizar o rapaz: titular na selecção.
Bernardo Silva está a atravessar uma péssima fase na pior época do Man.City com Guardiola. Solução para revitalizar o rapaz: Titular na selecção.
Trincão e Quenda estão a fazer uma bela época no Sporting e não precisam de revitalização nenhuma. Trincão salvou a selecção ontem. Quenda, diz o Martínez, está "a crescer". E o Feliz já cresceu tudo???
Enfim, isto não é um seleccionador, é um coleccionador de cromos da caderneta do Mendes.
O que seria desta selecção com alguém honesto e exigente à sua frente? Acho que nunca vamos saber.
A selecção de Portugal qualificou-se esta noite, no Estádio José Alvalade, para a final-a-quatro da Liga das Nações. Iremos disputar o próximo encontro a 4 de Junho contra a Alemanha, selecção anfitriã.
Qualificámo-nos com goleada à Dinamarca, que derrotámos por 5-2 após prolongamento, superando o resultado desfavorável (0-1) que trouxemos de Copenhaga.
As outras selecções que marcarão presença em Estugarda ou Munique são as da Espanha (que ontem só ultrapassou a da Holanda nos penáltis) e as da França (após superar a da Croácia, igualmente ontem, na lotaria das grandes penalidades).
Como adepto da selecção que sempre fui, só posso aplaudir.
E divirto-me com a azia que vou observando à minha volta. Começando nos comentadores televisivos, que esta noite gastaram dois terços do tempo a denegrir a equipa nacional. Quem ignorasse o resultado julgaria que tínhamos perdido e ficado excluídos da fase culminante da prova em vez de termos eliminado os dinamarqueses.
Vários destes comentadores desancaram Cristiano Ronaldo - passatempo favorito deles há mais de uma década. Indiferentes ao facto de o craque madeirense ter apontado contra a selecção visitante, em Alvalade, mais um golo: o nosso segundo da noite, aos 72', em oportuníssima recarga na sequência de um petardo de Bruno Fernandes ao ferro. Assim se redimindo de ter permitido defesa de Schmeichel ao bater mal um penálti aos 6'.
Foi o golo n.º 136 de CR7 pela equipa das quinas. E o seu golo n.º 929 em competições oficiais, número que o credita como maior goleador da história do futebol.
Quem o detesta - e são muitos, nesta terra de gente invejosa - redobrou a azia. Porque Portugal passou, porque Ronaldo marcou.
É chato, como diria o outro.
Mas há ainda mais aziados. Infelizmente, tenho de assinalar, também entre os sportinguistas. Todos aqueles que andam desde o início da temporada a rogar pragas a Francisco Trincão, zurzindo-o nomeadamente nas caixas de comentários deste blogue, tiveram de engolir duas ameixas com caroço. Precisamente os golaços que ele marcou no relvado de Alvalade. Foi mesmo decisivo para que a nossa selecção conseguisse o apuramento neste jogo dos quartos-de-final da Liga das Nações.
Roberto Martínez não apostou nele como titular. Mas aos 81', quando saltou do banco substituindo Dalot, o canhoto do Minho fez logo a diferença. Aos 86' meteu-a lá dentro, correspondendo da melhor maneira a centro de Nuno Mendes, outro herói da partida. E aos 91' - primeiro minuto do prolongamento, após 3-2 no fim do tempo regulamentar - voltou a facturar com talento e classe, numa bola rasteira em arco, após defesa incompleta de Schmeichel a remate de Gonçalo Ramos.
Trincão teria ainda intervenção directa no quinto golo, com passe muito bem medido para Diogo Jota, que a deixou para Ramos: este limitou-se a empurrá-la para o sítio certo.
Azia máxima para os detractores de Trincão. Começando pelos internos, aqueles sem os quais o Sporting nunca precisa de inimigos pois encarregam-se eles mesmos de tentar denegrir alguns dos nossos melhores.
Começo pelo princípio: Fresneda. Marcou mais um, demonstrando-me que é mais jogador do que aquilo que eu por aqui fui dizendo a seu respeito. Pode não ser grande espingarda a defender, que não é, mas na ala direita tem feito muito boa figura. Mérito dele e de Rui Borges, que lhe sabe retirar o que pode dar.
Dez minutos iniciais de serenata, à chuva da depressão Laurence, que soou depois a desafinada até final da primeira parte, ou não fosse karma dos sportinguistas verem aquilo que se prevê fácil, acabar num cabo de trabalhos e verem sempre em campo menos um jogador. Hoje mais uma vez calhou a Trincão, que demonstrou ter dois tijolos em vez de pés (se calhar por causa da cor das chuteiras) no lance do primeiro golo, fazer de ausente. Regressou, ainda que com cara de envergonhado, na segunda parte, a tempo de fazer uma pré-assistência para o terceiro, a única coisa de jeito que fez em todo o jogo, já depois de estarmos a jogar com nove, após expulsão, mais uma estúpida, de Maxi e da entrada de Esgaio. A meio do caminho, ainda tivemos que levar com mais uma infantilidade de Diomande, que cometeu mais um penalti daqueles que só a parvoíce leva a cometer. Há quem fale em dores de crescimento, eu falo em falta de foco, que vem sendo recorrente. A rever, com alguma urgência nesta paragem se ele não for para a selecção do seu país.
Na segunda parte, as coisas correram bem melhor, Quenda abriu o livro, finalmente, ele que fez tudo na ala direita, o meio campo começou a ter bola, deixou de ser bola na frente e fé em Gyokeres, que, já agora, levou a biblioteca toda e distribuiu cultura em doses industriais, que lhe deram para duas assistências e o picar do ponto da ordem.
E terminou este match de football com uma vitória por três bolas a uma, que poderia ter chegado mais cedo, que sumo para isso foi bastamente espremido e esbanjado, que o redes deles defendeu que se fartou. Quem também demonstrou que a sua contratação foi um tiro certeiro foi Rui Silva, que veio fazer jus à frase "finalmente temos um guarda-redes" e ele hoje numa altura em que os famalicences estavam a arrebitar cabelo, puxou dos galões e demosntrou que se o careca espanhol precisar dele para a baliza, pode contar com classe entre os postes.
Mas claro, se não fose assim, não seria o Sporting. Sofrer é o nosso karma e é para isso que teremos que estar preparados nas oito finais que faltam até este campeonato se finar, isto se os outros não encostarem por aí num campo qualquer, ele às vezes há coisas e mesmo com os MIB (Man In Black) a espaldar qualquer falta de jeito, engenho e capacidade físico-motora, pode ser que a coisa seja mais folgada, a ver vamos como dizia um ceguinho que fazia vida no Metro de Lisboa e "batia" o mercado de Tomar à Sexta-feira, com a frase que ficou para a posterioridade: "Auxiliai o ceguinho". E eu seja ceguinho, salvo seja, se isto não vai acabar em bem, mesmo com toda a tendência dos nossos rapazes para nos colocarem à prova o nosso coração.
Agora é para descansar e para o treinador treinar alguma coisa, pelo menos com a meia-dúzia que fica em casa que isto a bem dizer, temos quatro na selecção nacional, um na da Suécia, outro na da Bélgica, outro na da Costa do Marfim, outro na de Moçambique, outro na do Japão, outro na da Dinamarca e possivelmente dois na do Uruguai. Sabem o que vos digo? Fora o panzer que já tomou da poção mágica novamente, os outros podem nem sequer jogar, que eu não me importo nadinha.
Momento do jogo, aos 45'+1: Gyökeres assistiu, Trincão marcou. Alvalade em peso aplaudiu
Foto: José Sena Goulão / Lusa
Cada um joga com as armas que tem ao dispor. Não posso, por isso, criticar a postura ultra-defensiva que o Nacional adoptou em Alvalade, na visita que nos fez anteontem à noite. O treinador organizou a equipa num 5-4-1 com dupla muralha numa extensão máxima de 30 metros. Sem a menor preocupação em abrir linhas ou arriscar um contra-ataque. Durante toda a primeira parte, nem uma só incursão da turma madeirense fora do seu reduto. Na segunda, tentaram uma vez incomodar Rui Silva, sem o conseguir.
Nem parecia a mesma equipa que duas semanas antes tinha vencido o FC Porto, categoricamente, por 2-0 na Choupana. É verdade que este FCP é inferior ao Sporting, mas a diferença de atitude dos jogadores do Nacional não podia ter sido mais acentuada - o receio de saírem com derrota por goleada sobrepôs-se neles à capacidade de darem luta. Nesse aspecto, conseguiram: só sofreram dois golos, sem marcarem nenhum.
Caso para dizer que se contentam com pouco.
Da nossa parte, o desafio era outro: como ultrapassar aquela muralha. Tentámos de várias formas. Incursões entre linhas, que esbarraram em florestas de pernas. Cruzamentos a pingar para a área, que deram em nada. Lances de bola parada, mas nem cantos nem livres incomodaram os da Madeira.
Estava escrito que o dique acabaria por rebentar à bomba.
Foi precisamente o que aconteceu. Tínhamos acabado de entrar no minuto inicial do tempo extra da primeira parte - o árbitro concedeu quatro - quando Trincão, servido por Viktor, conseguiu aquilo que tão bem sabe fazer em noites de verdadeira inspiração. Pegou na bola junto à linha direita, inflectiu para dentro e disparou a mais de 30 metros com colocação perfeita: remate em arco, fazendo-a anichar no ângulo mais distante do guarda-redes.
Obra-prima: é daqueles golos que não nos fartamos de rever. Já está a ser exibido um pouco por toda a Europa, reforçando a fama do Sporting além-fronteiras.
Momento mágico em noite de futebol tépido, mas onde se cumpriu o essencial: mantivemos o controlo das operações do primeiro ao último minuto, não nos desorganizámos, tivemos a paciência suficiente para manter a bola no meio-campo adversário.
Nunca o Nacional esteve perto de marcar.
Faltava-nos apenas criar uma oportunidade para ampliar a vantagem, evitando a vitória por golo solitário quando já no estádio se escutavam alguns assobios dos imbecis do costume.
E essa oportunidade acabou por surgir. No último minuto do tempo regulamentar. Com Geny a progredir junto à linha direita e a cruzar para a área. Houve um ressalto e a bola sobrou para João Simões, que com instinto felino a apanhou a jeito do seu pé esquerdo, dando-lhe o melhor rumo, em diagonal rasteira, longe do alcance do guardião nacionalista.
Foi o segundo e último momento mágico da noite, este estrelato do jovem médio algarvio, que aos 18 anos se estreou como artilheiro da equipa principal depois de se ter destacado nos escalões da formação. Com lágrimas de alegria a escorrerem-lhe pelo rosto, correu cerca de 50 metros e foi festejar o disparo bem-sucedido junto dos apanha-bolas: bonita maneira de celebrar o golo entre gente muito cá da nossa casa.
Futebol não é só técnica nem táctica. É também isto: festa intensa com emoções à solta, partilha de momentos inesquecíveis.
João Simões nunca esquecerá este Sporting-Nacional. A alegria dele contagiou-nos a todos: tornou-se um pouco nossa também. Ficamos a dever-lhe isso. Enquanto celebramos também o reforço da liderança: estamos seis pontos à frente do Benfica e outros seis à frente do FC Porto. Quinze jornadas nos separam da conquista máxima. Falta cada vez menos.
Breve análise dos jogadores:
Rui Silva (5) - Segundo jogo seguido da Liga a titular, segundo jogo sem necessidade de cumprir serviços mínimos. Por inoperância total dos adversários. Antes assim.
Fresneda (4) - Demasiado ansioso, com mais vontade do que jeito para mostrar serviço. A sua inoperância é mais visível na manobra ofensiva: nem dribla nem cruza.
Diomande (7) - Patrão da defesa. Impõe-se no jogo aéreo e na antecipação, cortando linhas de passe. Com tanta maturidade táctica nem parece ter apenas 21 anos.
Gonçalo Inácio (6) - Regressado de lesão sem ter sequelas aparentes, compõe eficaz duo defensivo com Diomande. Falta-lhe recuperar a veia goleadora.
Maxi Araújo (5) - Muito voluntarioso e participativo no corredor esquerdo, teve exibição oscilante. Precisa de aprender a libertar mais cedo a bola para ser útil.
Trincão (8) - Golaço aos 45'+1: foi ele a romper a muralha. Repetindo o que fizera no quarto golo ao Vitória. Este valeu-nos três pontos. Melhor em campo.
Morten (8) - O rei dos desarmes e das recuperações: assim foi aos 6', 17', 22', 45'+3 e 51'. Infatigável, parece estar sempre em todo o lado. Imprescindível.
Morita (6). Forte na pressão e no ataque às segundas bolas. Eficaz a arrastar marcações. Saiu aos 68', com queixas musculares. Outra lesão à vista.
Quenda (6)- Um dos criativos do onze leonino, desta vez não conseguiu ser abre-latas. Mas foi tentando. Falta-lhe melhorar no capítulo da definição.
Daniel Bragança (5). Começou como segundo avançado, logo atrás de Gyökeres, mas desta vez com pouca influência. Saiu à hora de jogo.
Gyökeres (7)- Assistiu no golo de Trincão. Quase marcou num remate cruzado (45'+3). Saiu apenas aos 89': quase não chegou a ser poupado.
Geny (6) - Substituiu Daniel Bragança aos 60'. Mais acutilante do que o colega, foi ele a construir o segundo golo: João Simões agradeceu.
Debast (4) - Substituiu Morita aos 68'. Exibição modesta. É duvidoso que seja mais útil à equipa como médio-centro improvisado.
João Simões (6) - Jogo de sonho para ele: entrou aos 89', rendendo Trincão, marcou logo no minuto seguinte. Estreia como goleador na equipa A.
Harder (-) - Entrou para o lugar de Gyökeres aos 89'. Sem tempo nem oportunidade para demonstrar nada.
Matheus Reis (-) - Substituiu Maxi Araújo aos 89'. Mal se deu por ele em campo.
De termos ultrapassado mais um obstáculo. Recebemos e vencemos o Nacional - a mesma equipa que há duas semanas, na Choupana, derrotou o FC Porto numa partida em que a turma portista foi incapaz de fazer um só remate enquadrado. Quem pensava que seriam favas contadas estava a ver mal o filme: a equipa madeirense apresentou-se em Alvalade num 5-4-1 muito difícil de transpor, mesmo quando já perdia 0-1 - resultado que se registava ao intervalo.
De Trincão. Tantas vezes mal amado pelos adeptos, foi ele mais uma vez a desbloquear um jogo, valendo-nos os três pontos. Perante a muralha madeirense, solucionou o problema de modo brilhante: com um tiro disparado a mais de 30 metros, com a bola a descrever trajectória em arco a partir da meia-direita e a anichar-se no sítio certo. Um golaço que quebrou a resistência do Nacional quando já decorria o minuto inicial do tempo extra da primeira parte e começavam a escutar-se manifestações de impaciência nas bancadas. O avançado minhoto volta a ser crucial após o fabuloso golo do empate que apontou em Guimarães mesmo à beira do apito final dessa trepidante partida. Melhor em campo.
De Morten. Outra actuação superlativa do internacional dinamarquês. Fundamental para impedir a construção ofensiva do Nacional. Protagonizou recuperações aos 6', 17', 22', 45'+3 e 51' - sempre com elevadíssimo grau de eficácia. Ostenta com todo o mérito a braçadeira de capitão: é um elemento crucial deste Sporting que sonha com a reconquista do bicampeonato.
De Diomande. Ao vê-lo com tanta personalidade e tanta autoridade natural em campo, até nos esquecemos que só tem 21 anos. O internacional marfinense voltou a ser dono e senhor do nosso bloco defensivo, que comanda com segurança e desenvoltura. Transmite tranquilidade à equipa.
Da estreia de João Simões a marcar na equipa A. Funcionou o dedo experiente do treinador Rui Borges: tripla substituição aos 89', um dos que entraram foi João Simões, que no minuto seguinte marcou de pé esquerdo o segundo golo, fixando o resultado: 2-0. Primeiro golo pela equipa principal do médio com 18 anos recém-festejados: foi a maior nota de alegria numa noite que encerrou em clima de festa. Fica para a história a corrida de 50 metros do João em direcção aos apanha-bolas, que abraçou efusivamente enquanto chorava lágrimas de genuína e compreensível felicidade.
Da nossa reacção à perda da bola. Em nenhum momento do jogo deixámos de dominar por completo o controlo das operações. Em nenhum momento nos desorganizámos. Em nenhum momento perdemos a noção do fundamental: era preciso metê-la lá dentro para conseguirmos os três pontos. Concentração total que deu frutos, mesmo com exibições menos conseguidas e o estigma do cansaço por excesso de jogos sempre a pairar sobre a equipa.
De Rui Borges. Facto que merece ser assinalado: na Liga, o nosso treinador ainda não perdeu qualquer jogo à frente do Sporting. Mantendo uma atitude serena, própria dos verdadeiros líderes, soube ler bem o jogo e fazer as mudanças que se impunham. Qualidades que se prolongam fora de campo, nas declarações aos jornalistas. Com um discurso claro, directo, sem "futebolês". Confirma em Alvalade o bom trabalho que já havia demonstrado em Guimarães.
Que mantivéssemos a baliza intacta. Pelo segundo jogo consecutivo da Liga (acontecera o mesmo na deslocação a Vila do Conde), Rui Silva não teve de fazer uma defesa digna desse nome. Onze dos nossos 19 desafios disputados neste campeonato terminaram assim: sem o Sporting sofrer golos.
De ver Mathieu de regresso a Alvalade. O excelente central francês, que tão bem serviu o Sporting durante três épocas, entre 2017 e 2020, assistiu ao jogo num camarote. Será sempre bem-vindo.
De ver as bancadas muito preenchidas. Mais de 42 mil adeptos acompanharam ao vivo, no estádio, este Sporting-Nacional.
De reforçar a nossa posição a liderar a Liga. Comandamos com 47 pontos - apenas menos dois do que na mesma fase do campeonato anterior. Aumentámos a distância para o Benfica, que segue com menos seis - há um ano, tinha apenas menos um. Somos a equipa com mais vitórias e menos derrotas. Temos o melhor ataque (53 golos, mais dez do que o Benfica) e a melhor defesa. Temos o maior goleador. Todos os números indicam: vamos no bom caminho. Para que o sonho se torne realidade.
Não gostei
De termos esperado 45'+1 para vermos o nosso primeiro remate enquadrado. Mas valeu a pena: o impasse foi quebrado pela bomba de Trincão. Nota máxima no plano artístico.
Do atraso do jogo. Começa a tornar-se um mau hábito em Alvalade: desta vez a partida começou com 6 minutos de atraso.
De Fresneda. Ele esforça-se, mas voltou a ter exibição insuficiente. Quando sobe no corredor, não dribla nem cruza. O mais provável é vê-lo perder a bola. A defender, não transmite segurança: abusa dos passes à queima e mostra-se muito intranquilo. Precisamos com urgência dum lateral direito melhor que ele.
De ver sair Morita com problemas musculares. Aconteceu aos 68': o internacional japonês abandonou o jogo com cara de sofrimento, queixando-se de dores numa coxa. Outra lesão à vista ou recaída da anterior? Convém lembrar que ele é um dos elementos mais importantes do Sporting, nada fácil de substituir.
Dos assobios. Alguns adeptos, sempre à beira de um ataque de nervos, começaram a vaiar certos jogadores (Fresneda foi um deles) a meio da segunda parte, indiferentes ao facto de estarmos a vencer e de o Benfica, pouco antes, ter sido derrotado (1-3) pelo Casa Pia. Estes adeptos tardam em perceber que assim nada conseguem de positivo: em vez de apoiarem, só desapoiam. Volto a perguntar: se é para assobiar, por que raio não ficam em casa?
O melhor elogio que posso fazer a Rui Borges, e que nunca consegui fazer a João Pereira, é que o Sporting de ontem em Alvalade, perante um Nacional que ali montou um autocarro de três andares, parecia ser aquele de Rúben Amorim frente ao Casa Pia no mesmo estádio.
O mesmo ritmo pausado, a mesma obsessão pelo controlo, a prioridade à eficácia sobre o espectáculo. Agora num contexto de desgaste acumulado e de lesões que Amorim não teve tempo esta época para vivenciar.
Se calhar o futebol desejado de Rui Borges é o dos primeiros 10 minutos e não os dos outros 80, mas os campeões fazem-se com eficácia e controlo do desgaste, ou seja, com jogos como os dos outros 80.
Neste jogo, o Sporting foi sempre muito competente a construir e a recuperar a bola na perda, mas com muitos problemas pelo ritmo baixo em que caiu em ultrapassar uma defesa a 11 do Nacional que deixava poucos espaços, onde o centro ou o remate sempre se perdia na floresta de pernas contrária.
Foi preciso Trincão, agora na posição dele que o Catamo não está a merecer ocupar, ter um remate cruzado portentoso e conseguir um golo de bandeira no final da 1.ª parte para desbloquear o jogo.
A 2.ª parte ficou bem mais tranquila. O Nacional teve de jogar à bola e não investir na palhaçada à moda do Santa Clara, e jogando à bola sujeitou-se a perder por mais, o que esteve por acontece várias vezes antes do recém-entrado João Simões aproveitar um centro interceptado de Catamo.
Foram mais três pontos numa jornada em que o Benfica fracassou com o Casa Pia e o Porto vamos ver como acabará com o tal Santa Clara. E é o que mais interessa. Isto não está para jogar como nunca e perder como sempre, está para ganhar e logo se vê o resto.
Melhor em campo? Trincão, golaço. A sociedade dele com Fresneda tem muito por onde crescer, digamos que a dupla enquanto tal está a 10% do que pode render. Quenda e Maxi combinam muito melhor do outro lado.
Arbitragem? Tem enorme dificuldade em distinguir jogo duro leal do malandro e em protreger quem joga a bola, mas pelo menos não estragou o jogo, o que já não é mau.
E agora? Despachar o Bolonha na quarta-feira, que vem aí o Farense. Jogo a jogo.
PS: Mesmo sem os três ou quatro miúdos da B que foram suplentes ontem em Alvalade, João Pereira conseguiu com um empate nos Açores a passagem à fase de subida da Liga 3. Os meus parabéns a um treinador que com tempo no banco e na credenciação pode ter uma bela carreira apesar do fracasso recente que todos lamentamos.
Rui Borges mantém-se invicto ao comando da equipa de futebol profissional do Sporting. Mesmo tendo disputado até agora três dos seus quatro jogos enquanto treinador leonino contra os nossos dois históricos rivais.
Esta noite aconteceu mais um: a final da Taça da Liga, tendo o Benfica como adversário. A partida chegou ao fim empatada 1-1 - resultado construído ao intervalo, com golos de Schjelderup (29') e Gyökeres (43').
Final muito intensa, com emotivos duelos em várias zonas do terreno e o resultado em aberto até ao último lance. O empate acabou por desfazer-se só após 13 pontapés de grande penalidade: acabámos por perder 7-6. Com um jogador a fazer a diferença, pela negativa: Trincão rematou sem força, permitindo a defesa de Trubin. Ao contrário do que tinham feito Gyökeres, Morten, Harder, Maxi Araújo, Debast e Quenda.
Entregue o título, concentremo-nos nas competições que ainda disputamos. Sobretudo na Liga: mantemos intactas as aspirações à conquista do bicampeonato.
Com Rui Borges ao leme, claro. Após esta final, tenho confiança reforçada no nosso treinador - e a certeza de que a esmagdora maioria dos adeptos pensa como eu.
Jogo de loucos ontem num campo onde perdemos na época passada. Duas equipas intensas na pressão e objectivas no ataque, muitas oportunidades de golo para os dois lados. Estivemos a ganhar por 3-1 já na 2.ª parte, estívemos a perder por 3-4 com o jogo a terminar, o 4-4 final num golo de génio do Trincão veio repor alguma justiça no resultado.
O Sporting podia e devia ter segurado a vantagem e ter ganho o jogo. Porque não o conseguiu fazer então?
Porque o V. Guimarães carregou ainda mais no acelerador e foi muito feliz na concretização das oportunidades que teve, e porque, tal como tinha acontecido no dérbi, meia-equipa "deu o berro" fisicamente a começar por Morita, e foi perdendo duelos e cometendo erros. Também porque não fez o óbvio: fazer baixar o ritmo de jogo, povoar mais o meio-campo, circular a bola.
Também só ao Sporting acontece que a quinta opção de ponta-de-lança do adversário entre por lesão do titular, e esteja em dois golos, no 3-3 cabeceia à trave mesmo estorvado por St. Juste, no 3-4 penteia para golo estorvado agora por Matheus Reis. Dieu-Merci Ndembo-Michel, 20 anos. Joga melhor de cabeça que qualquer um dos nossos pontas de lança...
Além de tudo o que conhecemos, o Sporting está a pagar a factura do plantel curto escolhido por Ruben Amorim para a temporada. Neste momento, além do onze titular, temos como opções "válidas" Debast, J. Simões e Harder. Se Edwards não serve para este jogo, não serve para nenhum.
Uma equipa que quer ganhar o título e sonha com o bicampeonato não pode chegar aos 60' a vencer 3-1 e depois consentir três golos de rajada num quarto de hora (70', 82' e 85').
Infelizmente foi o que esta noite aconteceu ao Sporting em Guimarães. E se não fosse um golaço de Francisco Trincão no último dos seis minutos do tempo extra, fixando o resultado em 4-4, teríamos regressado do Minho com uma derrota.
Fica a lição aos jogadores: não podem afrouxar em circunstância alguma. Na segunda parte os profissionais do Vitória deram-lhes um banho de bola.
Fica também a lição ao novo treinador, Rui Borges: não deve mandar os jogadores recuar linhas a defender o resultado ainda com uma parte inteira para jogar. Isso é atitude de equipa pequena, não de um emblema com a grandeza do Sporting.
Viktor Gyökeres - que voltou a marcar três golos, os seus primeiros em 2025 - não merecia isto.
Trincão ouviu merecidos aplausos em Alvalade: ao bisar, garantiu três pontos ao Sporting
Foto: José Sena Goulão / Lusa
Este Boavista que nos visitou há três dias nem devia estar a competir no campeonato nacional. Clube falido, penhorado, proibido de fazer contratações, quase só pode recorrer a miúdos da formação. É a equipa mais fraca da Liga.
Mesmo assim fez tremer o Sporting. Em nossa casa. Ao intervalo, havia empate: 1-1.
Tal como a alegada equipa técnica, sempre a tremer no banco. De olhos tristes a contemplar a pantalha. À espera que os minutos se escoassem e a vantagem que tivemos duas vezes e duas vezes desperdiçámos aguentasse até ao apito final. E aguentou. Mas com imensos calafrios no relvado e enorme intranquilidade na bancada, onde se sentavam 34 mil adeptos.
A partida terminou com o Boavista a pressionar mais para chegar ao 3-3 do que o Sporting para ampliar a magra vantagem.
Enquanto João Pereira, sentado no banco por imperativo regulamentar, mantinha o olhar temeroso que já lhe conhecemos. Mesmo podendo respirar fundo por ter evitado sofrer a quinta derrota consecutiva - algo jamais ocorrido na história do nosso clube.
A turma axadrezada foi a Alvalade fazer os seus dois primeiros golos de bola corrida da temporada. Perante uma defesa de papel onde Debast teve actuação calamitosa e o tenrinho Israel mais parecia o Zé Frango.
Passividade total do reduto recuado. Que nas mais recentes três jornadas da Liga sofreu cinco golos - tantos como nas onze rondas iniciais, sob o comando de Ruben Amorim.
No primeiro, dois boavisteiros resolveram tudo sem qualquer pressão nossa. Matheus Reis abriu a porta e fez vénia à esquerda; Debast marcava com os olhos, ficando nas covas.
No segundo, falha colectiva: o Sporting parecia turma dos campeonatos distritais. Geny falhou a abordagem junto à linha direita, Quaresma mediu mal o tempo de intervenção, Debast manteve-se incapaz de controlar o espaço. O pior foi Israel. Inseguro, recebeu o remate de Bruno, colocado mas não muito forte, com a bola encaminhada na sua direcção: estendeu as mãos, mas deixou-a escapar, saltitando para o fundo das redes.
Candidato a Frango do Mês. Por demérito próprio.
Felizmente os nossos avançados estiveram em melhor nível.
Geny pressionando pela direita, forçando os duelos individuais que foi ganhando. Maxi Araújo objectivo nas suas intervenções pelo flanco esquerdo. Procuraram ambos servir Gyökeres, mas o sueco só acertou uma vez, aproveitando brinde defensivo do Boavista. Falhou três golos cantados, algo absolutamente anormal nele.
Melhor esteve Trincão, que não fazia o gosto ao pé desde Setembro. Marcou não um, mas dois. E desatou o nó. Oportuno no primeiro, virtuoso no segundo. Sem ele, a vitória teria sido empate.
Dizem que João Pereira estava a ser "trabalhado" desde o final da época passada para suceder a Amorim.
Mas que "trabalho" é este se o técnico se tem revelado um zero em comunicação, garantiu ser incapaz de «replicar» o antecessor (algo que facilmente se confirma em campo) e repôs a famigerada cultura da derrota no SCP com a frase-chave «temos de levantar a cabeça»?
Sinto que nos venderam gato por lebre.
E continuo sem compreender como é que um técnico da terceira divisão, sem nunca ter feito um minuto como treinador da Liga 1, foi convidado para substituir Amorim. Também inexplicável foi ele aceitar este encargo para o qual não estava preparado. Tinha obrigação de saber isto muito bem.
Breve análise dos jogadores:
Israel (3) - Mostrou-se sempre intranquilo. Péssima intervenção entre os postes, permitindo o segundo golo, perfeitamente defensável.
Eduardo Quaresma (5) - Missão de sacrifício após ter aberto o sobrolho no jogo anterior. Actuou condicionado, mas sem virar a cara à luta.
Debast (4) - Central ao meio, nada habitual. Chumbou no teste. Tem responsabilidade nos dois golos sofridos. Melhor com bola do que sem ela.
Matheus Reis (4) - Incapaz de travar Salvador Agra, que teve todo o tempo para cruzar, assistindo no primeiro do Boavista. Viu um amarelo disparatado aos 39'.
Geny (6) - Foi remando contra a maré com bons cruzamentos (5', 8', 17') a partir da direita, onde joga melhor. Falhou intercepção inicial no primeiro do Boavista.
Morten (6) - O mais pendular dos nossos jogadores. Combinou bem com João Simões. É uma das raras vozes de comando em campo.
João Simões (6) - No segundo jogo a titular, consolida imagem positiva. Serviu bem Gyökeres aos 31' e rematou ele próprio com perigo aos 33'.
Maxi Araújo (6) - Melhor a atacar do que a defender. Momento alto: o soberbo passe para o golo inicial de Trincão. A sua primeira assistência no Sporting.
Trincão (7) - Melhor em campo. Marcou dois (49' e 66') e já tinha oferecido outro a Gyökeres (15'), infelizmente desperdiçado.
Quenda (6)- Voltou a ser interior esquerdo, posição que não lhe é familiar. Mesmo assim isolou muito bem Geny (16') e iniciou o terceiro golo.
Gyökeres (6)- Golo fácil, após oferta (23'). Assistiu no terceiro. Podia ter feito muito melhor aos 8', 15' e 31'. Quase marcou de livre aos 62'.
Harder (4) - Substituiu Geny aos 67'. Actuou bastante encostado à linha, onde acaba por ser desperdiçado. Não é ali que mais rende.
Diomande (5) - Substituiu Eduardo Quaresma aos 72'. Tentou transmitir serenidade à linha defensiva quando o jogo já estava partido.
Arreiol (-) - Entrou aos 80', substituindo João Simões. Duas recuperações: pouco mais fez.
Da vitória contra o Boavista, mesmo tangencial (3-2). Após quatro derrotas consecutivas, duas das quais para o campeonato, João Pereira conseguiu enfim os seus primeiros pontos na Liga 2024/2025. Triunfo arrancado a ferros, em casa, contra o antepenúltimo. Que, afogado em dívidas, está há dois anos proibido de fazer novas contratações. Equipa débil, que mesmo assim conseguiu marcar-nos dois golos nos dois únicos remates enquadrados de que dispôs.
De Trincão. De longe o melhor em campo. Grande obreiro destes três pontos tão penosamente alcançados. Bisou a passe de Maxi Araújo (minuto 49) e de Gyökeres (minuto 66). Rematando de primeira para fora do alcance do guarda-redes, no primeiro; protagonizando brilhante rotação que deixou a baliza à mercê do seu pé esquerdo, no segundo. Soma agora seis golos e dez assistências na temporada. Mereceu todos os aplausos que escutou.
De Gyökeres. Está ainda longe da excelente forma a que nos habituou, mas um mês depois voltou a marcar um golo em lance corrido (aproveitando brinde do defesa boavisteiro Pedro Gomes, que fez a formação em Alcochete) e fez precioso passe para o remate de Trincão que nos valeu os três pontos. Num jogo em que desperdiçou três oportunidades flagrantes de a meter lá dentro - aos 9', 15' e 31'.
De João Simões. Nesta sua segunda partida como titular, consolida-se a impressão de que é mesmo reforço para o depauperado meio-campo leonino. Com apenas 17 anos, revela maturidade precoce, bom sentido posicional e inegável cultura táctica. Melhor do que o emprestado Dário Essugo na mesma posição.
Da arbitragem. Bom desempenho de Fábio Veríssimo, bem auxiliado pelo vídeo-árbitro Bruno Esteves.
De continuar a ver o Sporting no comando. Estamos com 36 pontos à 14.ª jornada. Agora com mais quatro pontos do que o Benfica e mais cinco do que o FC Porto.
Não gostei
Do nosso descalabro defensivo. Bastou ao Boavista subir duas vezes à nossa área para a meter lá dentro, aos 43' e aos 58'. Com responsabilidades individuais (que começam em Matheus Reis no primeiro golo e Geny no segundo) em ambos os casos, mas também devido à inoperância do nosso sector mais recuado, incapaz de se manter alinhado e de segurar as situações de vantagem até Trincão fixar o 3-2 final. O facto de actuarmos com um inédito trio de centrais (Quaresma, Debast, Matheus) terá contribuído para isto. Por que motivo Diomande ficou no banco e só entrou aos 72'? Mistério. Talvez nem o próprio João Pereira saiba.
Dos dois golos sofridos em casa. Há mais de nove meses que não nos acontecia em desafios da Liga. Desde o campeonato anterior, a 3 de Março, contra o Farense. E desde 2006 não víamos o Boavista bisar contra nós num jogo.
De Israel. Dilema grave: nenhum dos nossos dois guarda-redes principais é recomendável. Vladan foi incapaz até hoje de fazer uma exibição digna de elogio. O jovem internacional uruguaio tem sérios problemas técnicos e anímicos. Inacreditável, como deixa escapar a bola entre os braços a um remate que Bruno, do Boavista, lhe fez à figura. Será o momento de chamar Callai para finalmente mostrar o que vale no primeiro escalão?
De St. Juste. Voltámos a não contar com ele. Uma "síndrome gripal" levou à sua remoção do onze titular: nem no banco se sentou. Está mais que visto: é jogador que passa muito mais tempo fora do que dentro. Candidato inevitável a transferência, talvez já no mercado de Inverno. Não deixará saudades.
Do quarto de hora final. Pressão constante do Boavista, com o Sporting encostado às cordas e os nossos jogadores a aliviarem a bola de qualquer maneira, como podiam, à maneira das equipas do fundo da tabela. Neste período até parecia que a turma axadrezada era a grande e o Sporting era a pequenina.
Da equipa técnica. A mesma inoperância, a mesma incapacidade de reacção, a mesma deficiente leitura de jogo, a mesma ausência de ousadia, a mesma incompreensível gestão do esforço dos futebolistas. João Pereira queixa-se de jogar a cada três dias, mas voltou a não esgotar as substituições pelo segundo desafio consecutivo.
Do progressivo desinteresse dos adeptos. À 14.ª jornada, registámos o mais baixo número de assistentes no José Alvalade em jogos da Liga da presente temporada: cerca de 34 mil. Quem pode admirar-se?
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