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És a nossa Fé!

O Ruben Amorim do Aliexpress

É inevitável, quando se diz no futebol diz que alguém é o novo "qualquer coisa", dá sempre merda.

Veja-se o sucesso que foi, só para ir aos nossos casos, o novo Cristiano Ronaldo, Fábio Paím, ou o "mini-Messi", Ryan Gauld.

Quando há uns dias chegou o Anselmo, o "novo Ruben Amorim", para treinar o Porto, quando vieram logos os Freitas Lobos desta vida falar da elegância argentina, da paixão pelo jogo, do cavalheirismo e o diabo a sete, eu torci logo o nariz.

Primeiro, sobre o cavalheiro argentino vieram logo palavras pouco elogiosas do Renato Paiva, que o acusou de falta de ética quando se andou a fazer ao lugar de treinador do Independiente del Valle, do Equador, quando o pportuguês ainda ocupava o lugar.

Depois, também foi um cavalheiro na maneira como se meteu a andar do Cruz Azul do México, que fez uma queixa à FIFA, basicamente desaparecendo de lá.

Ontem também foi um verdadeiro "gentleman" quando, após o primeiro resultado desfavorável ao serviço de Porto um jornalista lhe fez uma questão de que ele não gostou, respondeu: "Qual é a pergunta mesmo?"

Parece que afinal calhou um Ruben Amorim do Aliexpress.

The right man, in the right place

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Ricardo Costa renovou hoje o contrato de treinador do andebol do Sporting até 2030.

Numa altura em que os filhos Francisco e Martim Costa ajudam Portugal a fazer história no Campeonato do Mundo da modalidade.

Ainda há pouco o cumprimentei pessoalmente e lhe disse quanto o apreciava como treinador, e aos craques em todos os sentidos do termo que são os seus filhos. Mostrei-lhe a foto tirada pelo clã Costa no restaurante Peixeiro em Espinho, covil de ferozes leões e leoas, facultada pelo leão mais velho. Local a não perder numa passagem pelo local.

Ricardo Costa e o filho Martim Costa acabaram de receber um prémio Stromp.

Na comunicação conjunta com Miguel Afonso, Ricardo Costa manifestou todo o conforto, todo o apoio que sente no Sporting, o leão rampante assentou-lhe de maravilha, e o pavilhão João Rocha está com ele e com a sua vibrante e talentosa equipa rumo a novas conquistas.

Obrigado, Ricardo Costa! 

SL 

Quatro que empataram e um enterramento

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Quatro treinadores que empataram e um que foi enterrado (vivo).

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Na Choupana aconteceu verdade desportiva, tal como tinha sido previsto.

Quando falta o discernimento de Pinto da Costa a escolher jogadores, cito:

"Este é o Futre não é? Quem é que o descobriu?

[Pinto da Costa] "Fui eu. Um dia cheguei junto do Pedroto e disse: "Mister, hoje vi um jogador que vai ser um portista dos grandes". 

Quando faltam as macacadas dentro e fora do campo, é mais difícil o FC Porto vencer. O Nacional mereceu vencer o jogo na Choupana apesar de ter sido prejudicado pela não expulsão de Rodrigo Mora. Há, no final do jogo, uma tentativa patética do árbitro e do VAR fingirem imparcialidade ao validarem o segundo golo do Nacional. Golo ilegal, agarrão e empurrão a Galeno, tentativa da arbitragem tentar desculpar um erro com outro.

Em Leiria empate entre Lage e Borges e direito à lenga lenga da cabeça levantada.

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Às vezes andar com "a cabeça no ar" é o oposto de focar. Levantar a cabeça, como diria o pensador Jaime Pacheco: "é uma faca de dois legumes".

Para terminar, dois treinadores que estão a trabalhar no estrangeiro.

Em Itália, Sérgio "Cohiba" Conceição empatou em casa com o último, queixou-se que o Cagliari mandou muitos charutos e perdeu tempo. No fim do jogo, desta vez, não houve charutada.

Em Inglaterra, Ruben continua com um registo à Fernando Santos, ganha pouco, perde muito e vai empatando.

Nos jogos com Newcastle, Liverpool e Arsenal, Amorim perdeu o primeiro e empatou nos outros dois.

Os hereges

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Quando oiço por aí falar em "desertor", ou leio palavras como "fugitivo" ou "foragido" nestas caixas de comentários, questiono-me se os adeptos quererão falar de Ruben Amorim ou de Rui Borges.

Seja o visado quem for, estão errados.

Na sexta à noite, em Guimarães, o novo técnico leonino foi recebido com gritos (e tarjas) a chamarem-lhe "traidor". Nestas alturas verifico a enorme semelhança que pode haver entre um clube de futebol e uma seita religiosa - com os seus fiéis, os seus anátemas, os seus hereges. "Traidores", "desertores", "renegados" e expressões do género são típicas de seitas vocacionadas para espalhar o ódio.

Essa é a parte do futebol que menos me interessa. Aliás, é uma parte do futebol de que não gosto nada.

2024 em balanço (2)

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TREINADOR DO ANO: RUBEN AMORIM

É inevitável: teria de ser ele o eleito. Foi o melhor ano de Ruben Amorim (escrito sem acento em Ruben, como apenas soubemos, insolitamente, no dia em que ele nos deixou) no Sporting. Quando ele conquistou o segundo campeonato nacional para o nosso clube desde que iniciou funções. Conseguindo tanto em cinco anos incompletos como tínhamos alcançado nos 40 anos anteriores.

Soube tão bem como em 2021. Ou ainda melhor. Porque desta vez havia espectadores nos estádios e pudemos apreciar a equipa ao vivo. Mas também porque tínhamos um plantel com mais qualidade, o que bem se reflectiu nas exibições. E fomos mais longe na dimensão do triunfo, conseguindo a nossa maior pontuação de sempre: 90 pontos. Segunda maior de que há registo, em termos absolutos, num campeonato nacional. 

Dominámos do princípio ao fim. Numa dinâmica imparável sob a batuta de Amorim. Concluímos as 34 jornadas com 29 vitórias, 3 empates e apenas 2 derrotas. Golos marcados? 96. Sofridos? Apenas 29.

Dez pontos de avanço sobre o Benfica, segundo classificado. Dezoito sobre o FC Porto, que ficou em terceiro.

 

Amorim não se limitou a imprimir categoria, talento e classe aos seus jogadores campeões na Liga 2023/2024. Fez o mesmo nas onze jornadas da Liga seguinte, agora quase a meio. 

Liderou essas rondas só com vitórias, somando 33 pontos. Mais oito do que o Benfica e mais seis do que o FC Porto. 

Na Liga dos Campeões cumpriu quatro jornadas quase com nota máxima: três triunfos, um empate, segundo lugar entre 36 participantes na prova de maior prestígio do futebol europeu. Vencemos o Lille em Alvalade (2-0), empatámos com o PSV em Eindhoven (1-1), fomos à Áustria arrancar um triunfo ao Sturm Graz (2-0). E, cereja em cima do bolo, goleámos o Manchester City em casa (4-1).

Uma das maiores proezas de sempre do Sporting em competições da UEFA. Sem precisarmos do calcanhar do Xandão.

 

Amorim deixou-nos a 11 de Novembro rumando à Premier League, onde estão outros compatriotas: Marco Silva (igualmente ex-técnico do Sporting), Nuno Espírito Santo e agora Vítor Pereira. Foi um trauma para os adeptos.

Mas saiu como o treinador português com mais títulos e troféus alcançados em Alvalade. Com números quase inacreditáveis. Não perdeu qualquer jogo da Liga em 2024. E alcançou 71% de vitórias durante os quatro anos e oito meses que permaneceu entre nós - nenhum outro português aguentou tanto tempo no Sporting. 

Em comparação, recorde-se que José Peseiro conseguiu 64%, Silas não foi além dos 61%, Marcel Keizer ficou-se pelos 60% e João Pereira - fugaz sucessor de Amorim - quedou-se nuns ínfimos 37,5%.

Mais ainda: legou-nos um plantel em grande parte escolhido por ele que continua a dar cartas no campeonato nacional. Basta referir alguns nomes: Morten, Morita, Gyökeres, Diomande, Geny, Harder, Nuno Santos e Pedro Gonçalves. Multifuncionais, em vários casos. Jogarão bem em qualquer sistema táctico.

Quem faz o que pode, a mais não é obrigado. Amorim fez muito. Por mim, ser-lhe-ei sempre grato. Aconteça o que acontecer.

 

Treinador do ano em 2012: Domingos Paciência

Treinador do ano em 2013: Leonardo Jardim

Treinador do ano em 2014: Marco Silva

Treinador do ano em 2015: Jorge Jesus

Treinador  do ano em 2016: Fernando Santos

Treinador do ano em 2017: Jorge Jesus

Treinador do ano em 2018: Nuno Dias

Treinador do ano em 2019: Paulo Freitas

Treinador do ano em 2020: Rúben Amorim

Treinador do ano em 2021: Rúben Amorim

Treinador do ano em 2022: Nuno Dias

Treinador do ano em 2023: Rúben Amorim

Varandas nem sabe chutar uma bola

Consta que Sir Bobby Robson, despedido quando o Sporting se encontrava em primeiríssimo lugar no campeonato, em jeito de reação à anunciada entrega do comando técnico da equipa a Carlos Queiroz, disse, sobre o novo técnico, que "Queiroz nem sabe chutar uma bola!". 

De João Pereira, felizmente, não se pode dizer o mesmo, no que ao domínio do esférico diz respeito, claro está. Mas quanto ao resto, é uma desolação. 

Frederico Varandas, por estes dias, faz lembrar aqueles primeiros-ministros que, contra toda a lógica, aguentaram certos ministros, autênticos erros de casting ou simplesmente incompetentes, para além do aceitável, até que não lhes restou outra opção senão mesmo demitirem-nos. E quando esse momento chegou, não só o Governo e muito menos o país ganharam alguma coisa com o prolongamento do ministro no cargo, como o próprio Governo saiu ainda mais desgastado.

O Presidente do Sporting está, para grande pena minha, a desbaratar o capital de prestígio que acumulou nos últimos anos. Como ainda ontem assinalou o Pedro Correia, ninguém consegue perceber o plano do líder leonino. Quantos mais pontos perdidos teremos de esperar até que reconheça que João Pereira não serve?

Estamos quase para dizer, tal como Sir Bobby Robson, que "Varandas nem sabe chutar uma bola!".

De pé atrás

Confesso que quando escutei Frederico Varandas a dizer, na apresentação do novo treinador do Sporting, que quando era diretor clínico João Pereira sempre demonstrou liderança, caráter e um entendimento do jogo anormal para um jogador, fiquei de pé atrás.

É que, no passado, também José Mourinho teceu o mesmo rasgado elogio sobre Costinha, sobre quem vaticinou um auspicioso futuro como treinador de futebol e foi o que se viu.

Também no passado, Jorge Jesus, com fundamentação similar, apontara um grande futuro a Silas e é o que se sabe hoje.

Curiosamente, sobre Ruben Amorim, nunca se conheceu uma declaração pública de JJ a prever que viria aí grande treinador...

Há, seguramente, um longo caminho entre o conhecimento do futebol/carisma do jogador e um bom/grande treinador na prática.

João Pereira ainda está a percorrer esse caminho. Frederico Varandas quis queimar-lhe etapas e, com isso, está a queimar a época desportiva do Sporting e, igualmente grave, a própria carreira (ainda incipiente) do João Pereira.

Se nada se fizer já e isto acabar (como receio) da pior maneira possível, o "erro de casting" ficará colado à pele do João Pereira durante muito, muito tempo e, assim, nenhum clube de jeito quererá pegar nele tão cedo. O Costinha e o Silas que o digam.

O sucessor de Amorim

Escrevi este post há uns dias, mas achei que não fazia sentido "enterrar o morto antes dele morrer". E foi hoje em Braga que "morreu" Rúben Amorim como treinador do Sporting, no mesmo local em que "nasceu" para o Sporting. E "morreu" em grande, foi um "enterro" digno dum faraó egípcio.

Ruben Amorim deixa uma herança bem pesada no bom sentido. Liderança invicta na Liga, passagem para a fase seguinte na Champions assegurada, uma equipa rotinada e a jogar de "olhos fechados", um balneário forte com um grane capitão.

Amanhã o novo treinador do Sporting será apresentado com pompa e circunstância, de acordo com a grandeza do Sporting.

Segundo as minhas contas foram 53 os treinadores (não contando com os interinos) que passaram pelo Sporting nos últimos 50 anos, mas só seis chegaram a campeões e só três completaram três temporadas.

  • 1973/74 - Mário Lino
  • 1974/75 - Di Stefano, Fernando Riera
  • 1975/76 - Juca
  • 1976/77 - Jimmy Hagan 
  • 1977/78 - Paulo Emílio, Rodrigues Dias
  • 1978/79 - Milorad Pavic
  • 1979/80 - Rodrigues Dias, Fernando Mendes
  • 1980/81 - Fernando Mendes, Srecko Radišić
  • 1981/82 - Malcolm Allison
  • 1982/83 - António Oliveira, Josef Venglos
  • 1983/84 - Josef Venglos, Marinho Mateus
  • 1984/85 - John Toshack, Pedro Gomes
  • 1985/86 - Manuel José
  • 1986/87 - Manuel José, Keith Burkinshaw
  • 1987/88 - Keith Burkinshaw, António Morais
  • 1988/89 - Pedro Rocha, Manuel José
  • 1989/90 - Manuel José, Raul Águas
  • 1990/91 - Marinho Peres
  • 1991/92 - Marinho Peres, António Dominguez
  • 1992/93 - Bobby Robson
  • 1993/94 - Bobby Robson, Carlos Queiroz
  • 1994/95 - Carlos Queiroz
  • 1995/96 - Carlos Queiroz, Octávio Machado
  • 1996/97 - Robert Waseige, Octávio Machado
  • 1997/98 - Octávio Machado, Francisco Vital, Vicente Cantatore, Carlos Manuel
  • 1998/99 - Mirko Jozic
  • 1999/00 - Giuseppe Materazzi, Augusto Inácio
  • 2000/01 - Augusto Inácio, Manuel Fernandes
  • 2001/02 - Laszlo Bölöni
  • 2002/03 - Laszlo Bölöni
  • 2003/04 - Fernando Santos
  • 2004/05 - José Peseiro
  • 2005/06 - José Peseiro, Paulo Bento
  • 2006/07 - Paulo Bento
  • 2007/08 - Paulo Bento
  • 2008/09 - Paulo Bento
  • 2009/10 - Paulo Bento, Carlos Carvalhal
  • 2010/11 - Paulo Sérgio, José Couceiro
  • 2011/12 - Domingos Paciência, Sá Pinto
  • 2012/13 - Sá Pinto, Oceano, Frank Vercauteren, Jesualdo Ferreira
  • 2013/14 - Leonardo Jardim
  • 2014/15 - Marco Silva
  • 2015/16 - Jorge Jesus
  • 2016/17 - Jorge Jesus
  • 2017/18 - Jorge Jesus
  • 2018/19 - José Peseiro, Marcel Keizer
  • 2019/20 - Marcel Keizer, Jorge Silas e Rúben Amorim
  • 2020/21 - Rúben Amorim
  • 2021/22 - Rúben Amorim
  • 2022/23 - Rúben Amorim
  • 2023/24 - Rúben Amorim
  • 2024/25 - Rúben Amorim, ?

Se tivesse de escolher 5 entre estes 53, por aquilo que conquistaram, pela memória que deixaram e pelo legado em termos de Sporting, seriam os seguintes. Ficam de fora deste pódio alargado muitos outros. Campeões nacionais que apanharam a época em andamento como Fernando Mendes e Augusto Inácio, um Bobby Robson que com a melhor equipa técnica de sempre foi despedido quando começava a ganhar embalagem para triunfar no Sporting, muitos que não conseguiram dar sequência a excelentes inícios de época como Jimmy Hagan e Marinho Peres, bons treinadores que não conseguiram triunfar por diferentes motivos como Marco Jozic, Leonardo Jardim, Marco Silva e Jorge Jesus. Mas para mim, são estes mesmo.

1. Rúben Amorim - Treinador excelente em diferentes dimensões, na visão, na liderança, na comunicação, no modelo de jogo, na inovação, no trabalho em equipa. Quem esteve como eu em Alvalade no seu primeiro jogo logo percebeu que estava ali alguém diferente para fazer diferente, para cumprir o seu destino. O modelo de jogo foi um 3-4-3 com um trio avançado com um ponta de lança e dois interiores próximos, agora Trincão, Gyokeres e Pedro Gonçalves. Ganhou 2 campeonatos nacionais e 3 taças.

2. Malcolm Allison ("Big Mal")  - Grande líder, grande cultura de futebol, inovador e rompedor de tabus (no livro sobre ele fala-se dum professor de ballet que veio ajudar na preparação física do plantel e depois já no Setúbal foi buscar um de artes marciais, o Roger Spry), e foi despedido estupidamente por João Rocha na pré-época seguinte. O modelo de jogo era um 4-3-3 com um trio avançado muito móvel formado por Oliveira, Jordão e Manuel Fernandes. Ganhou um campeonato nacional e uma Taça de Portugal.

3. Laszlo Bölöni - Lider sereno, com ética de trabalho ("Barbosa, está lento !!! Isso mesmo mister, talento, talento"), com Jardel mas perdendo o Nicolai (o Gyokeres da altura). O modelo de jogo era um 4-3-3 muito assimétrico, com três defesas centrais, e um extremo e um avançado movel a municiarem Jardel, o ataque Quaresma, Jardel e João Pinto. Ganhou um campeonato nacional e uma Taça de Portugal.

4. Mário Lino - Homem da casa, um homem bom, conseguiu com Yazalde aguentar um balneário dividido, ganhou o campeonato e só não ganhou a taça porque... foi despedido também por João Rocha na véspera, penso que por ousar criticar uma digressão aos EUA. O modelo de jogo era 4-3-3 com um trio atacante demolidor, Marinho-Yazalde-Dinis, os dois extremos bem colados às linhas, o Nelson a entrar nas costas do Yazalde. Ganhou um campeonato nacional e (quase) uma Taça de Portugal.

5. Paulo Bento - O ex-jogador que ganhou o campeonato de juniores como treinador e soube muito bem aproveitar uma geração de jovens de muita qualidade, contando com um campeão do tempo de Mário Lino como adjunto, o Carlos Pereira. O modelo de jogo era 4-4-2 losango, com Liedson e mais alguém no ataque. Ficou por três vezes em 2.º lugar no campeonato, frequentou a Champions. Ganhou duas Taças de Portugal e mais uma taça.

 

Pensando nestes cinco treinadores, penso que é fácil chegar à fórmula de sucesso para o treinador Sporting:

- Liderança serena, agregadora e inspiradora;

- Comunicação honesta e assertiva;

- Ética de trabalho, "trabalho é trabalho, conhaque é conhaque";

- Modelo de jogo diferenciado, assente na cultura táctica dos jogadores.

Quem vai ser ele? Amanhã vamos saber!

SL

Rúben Amorim e a manutenção do paradigma

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Há muitas maneiras de classificar treinadores.

Gosto de os dividir em dois tipos:

1. O saber de experiência feito. Os ex-jogadores a sério. Os que "cheiraram" o balneário. Treinadores como Bobby Robson, Guardiola ou Amorim.

2. Os professores de ginástica filhinhos do papá. Os que botam/botaram cheiro no balneário.Treinadores como José Mário Mourinho, Rui Vitória, Bruno Lage ou Vítor Bruno Fernandes.

Os segundos, generalizando, são treinadores de conflito, de guerra (ver título do livro de Rui Vitória) ou as atitudes de José Mário na carreira em geral, nesta recta final em particular, as derrotas na Turquia nunca são culpa dele, parece que o mundo inteiro se uniu para o tramar (Carlos Tê).

Os primeiros são de outra estirpe não devem a carreira aos pais e/ou a amigos dos pais (Manuel Fernandes) construíram a carreira com sangue, suor e lágrimas, sabem o que lhes custou, subiram a pulso. Já falámos de Bobby Robson, de Guardiola ou de Amorim podemos incluir neste grupo João Pereira, neto e filho de leões:

https://www.cmjornal.pt/domingo/detalhe/joao-pereira-sumo-da-meia-laranja

https://www.tvguia.pt/estrelas/detalhe/do-casal-ventoso-a-selecao-a-historia-de-joao-pereira-o-provavel-sucessor-de-ruben-amorim

Nem sempre um mau princípio implica uma derrota, só no final dos jogos (e da vida) fazemos o balanço.

E se corre bem?

Sobre Ruben Amorim

Independentemente da decisão que Rúben Amorim venha a tomar - ficarei contente se ficar, respeitarei se sair - há aqui uma questão acima disto tudo que não se percebe como é que não é regulada pela FIFA/UEFA.

Só há dois períodos de transferências para jogadores numa época, que na Europa é o período de Verão e depois o mês de Janeiro. E muito bem, senão o mundo do futebol era uma selva, por exemplo o Sporting estava em risco constante de um clube rico vir cá e levar jogadores importantes de um dia para o outro, o que causava um efeito dominó, porque depois o Sporting iria a outros clubes buscar jogadores para suprir essas saídas.

Se a saída de um jogador importante causa transtorno a um clube, imagine-se então este caso do Rúben Amorim, em que um clube rico irresponsável com muito dinheiro para derreter pode cá vir a qualquer altura do ano, bater a cláusula e deixar o Sporting sem treinador, literalmente de um dia para o outro.

Ou seja, parece-me evidente que também devia haver restrições ao período de transferência de treinadores e elementos da equipa técnica, semelhante às dos jogadores.

Se o Man. United quisesse contratar alguém, que fosse ver na lista de treinadores desempregados, que deve ter bastantes opções, em vez de vir atrás do treinador da moda.

Ele vai mandar nelas

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Aumenta a influência de Rúben Amorim no Sporting: o futebol feminino do Clube passa a ter um treinador indicado por ele. É Micael Sequeira, que trabalhou no Sp. Braga com o actual técnico leonino, de quem foi adjunto na Cidade dos Arcebispos. 

Aos 51 anos, o sucessor de Mariana Cabral irá estrear-se no futebol feminino. Apesar da inexperiência, mostra-se empenhado em contribuir para o desenvolvimento da modalidade, agora de Leão ao peito.

O que tem ele a dizer? Isto: «O que me fez vir para o futebol feminino foi o desafio, uma nova experiência num futebol que está a crescer muito. Espero contribuir para o seu desenvolvimento e conseguir potenciar as jogadoras para atingir os resultados que desejamos e que fazem parte do ADN do Sporting: ganhar.»

Só posso desejar-lhe boa sorte. Vir com recomendação expressa do Rúben certamente ajuda muito.

O treinador de excelência

No meu último post sobre as modalidades colectivas mais importantes do Sporting eu chamava a atenção para a importância crucial do treinador no sucesso da equipa. 

Depois o João Gil veio dizer que faltavam os outros 50%, os jogadores, a qualidade do plantel e obviamente que é assim mesmo. Poderíamos ainda referir a importância do capitão de equipa, como porta-bandeira dos valores do Sporting, líder do balneario e elemento agregador de homens/mulheres atletas de diferentes nacionalidades e sentimentos.

Mas, voltando ao tal treinador de excelência, para o Sporting em que consiste?

Mais do que vir aqui elencar qualidades mais ou menos óbvias, interessa-me olhar para três casos: Rúben Amorim, Nuno Dias e Ricardo Costa. Treinadores vencedores, líderes inspiradores, premiados nos círculos Sporting, orgulho do clube. Treinadores de excelência para o Sporting.

 

Em primeiro lugar as suas qualidades de liderança, o respeito pelos valores do Sporting, o entender muito bem as idiossincrasias do universo Sporting e as dos rivais, o saber falar com sócios e adeptos, o identificar e trabalhar os factores críticos de sucesso.

Aqui é preciso dizer que um ex-atleta benfiquista como Rúben Amorim ou um ex-portista como Ricardo Costa até partem em vantagem. Sempre foram treinados e motivados para derrotar o Sporting. Muitas vezes até o conseguiram.

 

Em segundo, uma visão própria sobre a modalidade, modelo de jogo de autor, diferenciado dos demais, que leva tempo a construir mas produz resultados. Aposta em jovens que cresçam e se projectem dentro desse modelo.

Em terceiro, o instinto matador que contagia a equipa. Chegados ali, com a meta à vista, é esquecer tudo, dar o que se tem e o não se supunha ter e ganhar. Conquistar a glória, levantar o caneco.

Depois disso é que vem a estrutura, todos aqueles dentro do clube, desde o presidente ao roupeiro colaboram naquilo que lhes compete para tornar possível o sucesso. Mas o treinador de excelência é essencial.

SL

Menos de um mês

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Álvaro Pacheco aguentou menos de um mês como treinador do Vasco da Gama: o anúncio da sua contratação aconteceu a 21 de Maio, o anúncio do seu despedimento ocorreu ontem. Quando o clube ocupa o 17.º lugar no campeonato brasileiro de futebol após três derrotas e um empate sob o comando do ex-técnico do V. Guimarães.

Recordo que o nome de Álvaro Pacheco chegou a ser sugerido por comentadores deste blogue como sucessor de Rúben Amorim no Sporting quando aqui se equacionou a hipótese de saída do nosso treinador no final da última temporada.

Obrigado, Rui Pedro Costa

É impossível falar de voleibol feminino no Sporting sem falar em Rui Pedro Costa. Foram sete anos na liderança da equipa, da 3.ª à 1.ª divisão e às competições europeias, competindo pelo título nacional e ganhando uma Taça de Portugal e duas Taças Federação, tudo isto numa modalidade muito virada a Norte. Não deve ser fácil "arrancar" uma atleta com a sua casa e a sua vida organizada lá em cima sem entrar numa escalada de ordenados e de despesas.

Comecei a acompanhar a equipa há cerca de três anos por uma casualidade. Algumas jogadoras vinham equipadas à Sporting por uma rua de Alvalade, depois comecei a ver na TV, fui ao João Rocha e rapidamente aderi pela raça e entrega que demonstravam. Muitos jogos ganharam na negra após duas horas e tal de jogo, deixando a pele em campo. A capitã Daniela Loureiro era o melhor exemplo disso, mas a Thais Bruzza ou a Jady Gerotto entusiasmavam o pavilhão. Faltava apenas alguma estrangeira diferenciada para serem a melhor equipa nacional. Era um exemplo para a triste equipa masculina do ano passado.

Por alguma razão que desconheço este ano tudo mudou, mesmo com a chegada duma distribuidora veterana turca de excelência. As restantes contratações deixaram muito a desejar, mas o núcleo duro das épocas passadas ficou irreconhecível. Curiosamente a equipa de voleibol masculino fez o percurso inverso...

E Rui Pedro Costa começou a demonstrar alguma incomodidade com os maus resultados, até a disparar em diferentes direcções, falta de vontade da Direcção no reforço da equipa, falta de compromisso das atletas que "comiam no hotel enquanto as outras comiam sandes", falta disto ou daquilo numa equipa que antes parecia uma família unida e vibrante. Basta procurar os vídeos das ultimas conquistas.

Que se passou exactamente? Acho que ele fica a dever aos sócios e adeptos que sempre apoiaram a equipa uma explicação, para além da óbvia: temos de aumentar o nível de investimento para haver sucesso na luta contra as melhores equipas do Porto e arredores.

De qualquer forma, por todos os bons momentos que a sua equipa nos proporcionou, fica aqui o meu muito obrigado ao Prof. Rui Pedro Costa, com votos de sucesso no seu futuro profissional.

SL

Verdade, mentira e consequência

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Todos sabemos o contexto deste gesto.

Di Maria remata, no seu jeito desajeitado, a bola bate no peito de Pedro Silva, o argentino aldrabão e batoteiro corre na direcção de Lucílio Baptista a berrar que foi mão, o bandeirinha perto do lance não viu, o árbitro não viu (não podiam ter visto uma inexistência) foi o bandeirinha do outro lado do campo (que estaria envolvido no caso Paulo Pereira Cristóvão) que afiançou que tinha visto, nitidamente, a mão de Pedro Silva.

Paulo Bento foi, duramente, castigado pelo gesto, o nosso treinador tinha razão, estava a dizer a verdade.

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E agora?

É anulado um golo ao Benfica. Toda a gente diz que o golo foi bem anulado, são as regras.

O alemão aldrabão diz que não, qual será a punição?

Os treinadores do Sporting Clube de Portugal

Quem vai seguindo o que escrevo por aqui rapidamente percebe que acredito na estabilidade, sou avesso a "chicotadas psicológicas" e entendo que o clube deve procurar manter treinadores e jogadores o tempo necessário para conseguir extrair deles o máximo.  Claro que uma ou outra vez as coisas não funcionam mesmo e há que mudar, mas não é por algumas derrotas ou desentendimentos que se deve pôr tudo em causa. Construir leva tempo, destruir é num instante.

Uma das razões,  já falámos doutras também, para que o Sporting tenha ganho tão pouco no futebol nos últimos 50 anos foi o autêntico rodízio de treinadores. O saudoso presidente João Rocha deu o "tiro de partida" despedindo o campeão Mário Lino na semana antes da final da Taça no Jamor em 1974. 

Frederico Varandas entrou no Sporting com uma ideia de treinador na cabeça, mas falhou no homem certo para o lugar. Marcel Keizer era por demais profissional "das 9 as 5" e descomprometido com o clube, Jorge Silas foi um erro de casting colossal (Silas, Ilori, Camacho, Vinagre, todos Sportinguistas, todos flops) e foi preciso apostar todas as fichas num benfiquista compadre do Hugo Viana, o Rúben Amorim, para a coisa dar certo.

Também na equipa B, no futebol feminino e nas principais modalidades houve mudanças de técnicos durante estes cinco anos de Frederico Varandas. Por continuada falta de resultados, por incompatibilidades com a estrutura ou simplesmente por cansaço do próprio, mas entre Rúben Amorim, Filipe Celikkaya, Mariana Cabral, Ricardo Costa, Nuno Dias, Pedro Nuno Monteiro, Alejandro Domínguez, Rui Pedro Costa e João Coelho, o número de temporadas à frente das respectivas equipas é elevado. Isto é fundamental para que os resultados apareçam.

E os resultados aparecem mesmo. Andamos entre o 1.º e o 2.º na grande maioria dos campeonatos respectivos, e em competição com rivais com outros orçamentos, o pior desempenho no momento está a ser no voleibol feminino para grande desconsolo do Rui Pedro Costa. Uma equipa que era guerreira e vibrante, que deixava a pele em campo, tornou-se por alguma razão abúlica e descrente, ele e a capitã Daniela Loureiro saberão melhor do que eu as razões, se calhar a mistura de feitios/nacionalidades não resultou num plantel que não está suportado pela formação interna.

Para alguns, qualquer derrota é pretexto para exigir a cabeça do treinador. Para mim todos os percursos tem altos e baixos, e os treinadores devem ter a confiança de todos para levar os respectivos barcos a bom porto.

Por último, prezo muito que os treinadores, mesmo os que não nasceram Sportinguistas, tenham uma forma de ser e estar de acordo com os valores e a cultura do nosso clube. Sou avesso aos batoteiros, arruaceiros e malcriados que existem noutros emblemas, e nesse aspecto só tenho muito bem a dizer dos nossos treinadores. 

SL

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