A "desimportância" do futebol
Há coisas mais importantes.
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Há coisas mais importantes.
E era só isto. Uma sempre eterna esperança.
Um dia esta direção irá sair, alguém são irá liderar o clube, e recomeçaremos a sarar feridas e reparar danos.
É uma tragédia isso não ter começado há uns ontens, mas, como disse, partamos do princípio de que o Sporting Clube de Portugal nunca vai acabar.
Tão ladrão é o que rouba a horta como o que fica à porta. Cúmplices de um crime, e possíveis instigadores de outros, são aqueles grunhos que, de cachecol encarnado ao pescoço, imitam o som de very lights enquanto uivam cânticos rascas sobre "lagartos assados" no Jamor.
Que o Papa Francisco lhes perdoe. Eu não sou capaz.
A morte de qualquer ser, de forma trágica e violenta, é sempre uma ocasião arrepiante.
Os acidentes acontecem diariamente, pelas mais variadas causas, humanas ou mecânicas.
A queda de um avião, sendo um acontecimento raro face aos milhares de voos que cruzam os céus diariamente, é sempre causa de um número considerável de mortes, pela capacidade cada vez maior que tem este meio de transporte.
Esta madrugada houve mais uma tragédia com um avião, que se despenhou na Colômbia. A bordo seguia uma equipa de futebol brasileira, o Chapecoense, para além de outras pessoas, entre as quais também 22 jornalistas.
Estas coisas têm mais impacto quando a bordo seguem pessoas um pouco distintas do comum dos mortais, no caso futebolistas, o que já aconteceu, que me lembre, por três vezes na história da aviação.
Resta-me acompanhar o Sporting na manifestação de pesar, nesta hora violenta.
Que repousem em paz os que pereceram e que se recomponham rapidamente os sobreviventes.
Normalmente, este género de triste episódio sportinguista era causado pela exigência de um grande número de adeptos para que o clube despedisse o treinador na sequência de "maus resultados" (nem que fossem apenas cinco pontos de atraso). Eram os lenços brancos, era a gritaria das claques...
Agora foi a própria direcção a agitar o lenço branco. E foram os adeptos (uma boa parte deles, pelo menos) a apelar à calma, à aposta de longo-prazo numa equipa técnica. Ao contrário do que se diz das instituições e das massas (que são aquelas que domesticam os instintos mais desbragados destas), agora foram os adeptos a domesticar a instituição. Ou seja, os adeptos aprenderam mais depressa do que a instituição (pelo menos a sua actual direcção). Sobretudo, aprenderam que a política do cemitério de teinadores (sim, porque no caso do Sporting se trata de uma verdadeira política, já que é a única grande constante através da história recente) é uma das raízes do mal do nosso clube.
A direcção que aprenda com os adeptos, que lhe ofereceram nos últimos dias uma lição exemplar. Que aprenda e procure remediar da melhor maneira possível um episódio que ninguém, a não ser ela própria, quis.
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