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És a nossa Fé!

Quente & frio

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Gyökeres e Pedro Gonçalves: ambos bisaram contra o Tondela para a Taça

Foto Lusa

 

Gostei muito da segunda goleada consecutiva do Sporting em poucos dias. Desta vez a vítima foi o Tondela, que já tínhamos vencido para a Taça da Liga em Dezembro. Desta vez, triunfo por 4-0: a vitória começou a ser construída muito cedo, logo aos 10'. Com um jogador em evidência máxima: Gyökeres, sempre ele. Bisou anteontem em Alvalade, numa noite muito fria e com chuva. Intervem na construção do primeiro com uma fantástica recuperação junto à linha final, marca o terceiro (de cabeça) aos 37' e é também ele a marcar o quarto, no primeiro minuto do segundo tempo, em lance que começa e termina nos seus pés. Melhor em campo, grande figura do jogo, grande figura da temporada: depois de ser substituído, aos 59', a partida entrou em toada morna, perdendo interesse. Enquanto a noite ficava ainda mais fria.

 

Gostei da prestação de Pedro Gonçalves. Está de regresso aos golos - e logo a bisar, tal como Gyökeres. Aos 10' meteu-a lá dentro, à ponta-de-lança. Aos 16' aproveitou da melhor maneira uma péssima reposição de bola do Tondela para se apoderar dela e encaminhá-la para as redes adversárias. Bom desempenho também de Daniel Bragança, suprindo a ausência de Morita, ao serviço da selecção nipónica: protagonizou recuperações com eficácia máxima, exibiu qualidade no passe curto ou longo, assistiu Pedro Gonçalves no segundo, interveio no terceiro com uma pré-assistência. Passes de qualidade irrepreensível para Paulinho (10') e Nuno Santos (56'). Destaque ainda para o guarda-redes Israel, neste seu sétimo jogo oficial pelo Sporting: impediu duas vezes o golo com vistosas defesas aos 8' (Rui Gomes) e aos 58' (Daniel dos Anjos). Nota muito elevada.

 

Gostei pouco que só estivessem 15.721 espectadores em Alvalade O adversário era uma equipa do segundo escalão, a noite invernosa não convidava a sair de casa, mas a verdade é que o Sporting atravessa o melhor momento da temporada, confirmado neste apuramento para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Merecia mais público, por vários motivos. Eis dois deles: o jogo assinalou o regresso de Coates após quatro semanas de ausência forçada por lesão e foi outra oportunidade de vermos actuar o extremo Afonso Moreira, de 18 anos - uma das jovens estrelas da nossa Academia. Foi o nosso sexto triunfo seguido (após Sturm Graz, FC Porto, Tondela para a Taça da Liga, Portimonense e Estoril). Vencemos há dez partidas consecutivas no nosso estádio para várias competições. Registámos a quarta goleada da época (após Farense, Dumiense e Estoril) e desta vez não sofremos golo nenhum.

 

Não gostei da estreia de Rafael Pontelo, o central brasileiro que acaba de vir do Leixões. Lançado por Rúben Amorim seis dias após a chegada, o canhoto entrou no onze titular formando trio com Gonçalo Inácio (central ao meio) e Neto (à direita). Fez enorme asneira logo aos 8', perdendo a bola no sector à sua guarda: isto permitiu um perigoso ataque do Tondela que terminou com a bola a embater no nosso poste esquerdo após defesa aparatosa de Israel. Intranquilo, precipitado, transmitiu sinais evidentes de que ainda não está maduro para actuar na posição habitualmente preenchida por Gonçalo Inácio. Melhores dias virão.

 

Não gostei nada de Paulinho, uma vez mais. Não marcou, não assistiu, limita-se a arrastar defesas enquanto se passeia no último terço do campo, parecendo sentir alguma aversão pela baliza - algo estranho num avançado. Nesta partida falhou quatro clamorosas ocasiões de golo: aos 10' (esbanjando oferta de Daniel Bragança), aos 24' (na cara do golo), aos 52' (autêntico passe ao guarda-redes em vez de fuzilar) e aos 90' (inutilizando brinde de Trincão). Vai faltando a paciência para tanto desperdício, sobretudo por contrastar com a produção ofensiva de Gyökeres. Enorme diferença.

O dia seguinte

Um jogo para a Taça de Portugal a meio da semana neste complicado mês de Janeiro obriga a muito mais do que pôr o melhor onze em campo. Foi esse o exercício que Rúben Amorim fez, dando treino a alguns, protagonismo a outros e motivação a terceiros. Sempre numa lógica de alargar o plantel efectivo, aquele com que pode mesmo contar para o resto da temporada.

Com o onze que definiu para enfrentar o Tondela, o Sporting conseguiu uma bela primeira parte. Equipa com tracção à frente pela locomotiva sueca e com um Bragança sempre a pôr carvão na caldeira, conseguindo abafar um adversário que tentou jogar futebol. O 3-0 ao intervalo apenas pecava por escasso, mesmo considerando a grande defesa de Israel num lance que nasceu dum passe de Nuno Santos para o "pé cego" do estreante Pontelo.

E a mesma locomotiva logo inventou mais um golo no início da 2.ª parte. Com 4-0 aos 60 minutos o desfecho da eliminatória estava mais do que definido, altura em que ele e Inácio sairam. Aí o jogo terminou. Quem ficou no estádio, como eu, foi assistindo a duas equipas a falhar, por cansaço de alguns e desispiração de outros, e um árbitro ainda a falhar mais porque mais do que aquilo não sabe. Quem tenha saido aos 60 minutos não perdeu nada.

 

Melhor em campo? Gyökeres, mais uma vez, um exemplo para todos. Grande exibição de Bragança na 1.ª parte, realmente cresceu nesta temporada duma forma incrível, isto após uma época perdida por uma lesão grave. Se calhar Varandas e Amorim tinham mesmo razão.

Sobre Pontelo, parece o irmão mais novo de Feddal. Claro que não é um Diomande, precisa também de ganhar outra compleição física, mas também está muito acima de defesas centrais com a sua idade que tenham passado pela nossa equipa B nos últimos tempos. Nem vale a pena comparar com o Chico Lamba ou com o Muniz. Excelente contratação ainda mais pelo valor do passe, que como Fresneda (e como Tanlongo, e como Sotiris e como Matheus Nunes e como outros) vai precisar de tempo para se impor.

Sobre os mais novos, Essugo e Moreira, foi apenas mais uma oportunidade para os dois. Essugo aos poucos parece lá ir, de jogo para jogo acrescenta qualquer coisa, mas talvez um empréstimo a equipas da 1.ª ou 2.ª Liga onde pudessem jogar com continuidade fosse benéfico para ambos.

Quaresma já parece ter passado essa fase, agora é dar seguimento quando chamado a jogo.

 

E agora? Ir ganhar ao Chaves e depois ao Vizela.

Dois jogos fora contra equipas pequenas cruciais neste mês de Janeiro, em relvado que podem ser verdadeiros pântanos e com arbitragens encomendadas pelos que sabemos quem são.

SL

Quente & frio

 

Gostei muito do triunfo leonino em Tondela por 2-1. Os números são claros: em 24 jogos já disputados esta época, vencemos 18 em quatro competições diferentes. Chegamos ao Natal competindo em todas as frentes, o que contraria os pessimistas militantes e os letais que torcem sempre por derrotas verde-e-brancas. A vitória neste gélido frio de tarde na Beira Alta torna-nos semifinalistas da Taça da Liga: iremos disputar o acesso à final com o Braga a 23 de Janeiro, no estádio municipal de Leiria. Com o FC Porto já afastado da prova. Convém recordar que quatro das últimas seis edições foram conquistadas por nós.

 

Gostei de Daniel Bragança, para mim o melhor em campo. Marcou um belíssimo golo, logo aos 18': pura obra de arte - o seu terceiro da temporada em curso. E ainda assistiu Paulinho no segundo, aos 32', também com nota artística: o passe foi de calcanhar. Coincidência ou não, quando foi substituído por Dário, aos 63', a equipa caiu de rendimento. Gostei globalmente do primeiro tempo, em que dominámos por completo, chegando ao intervalo a vencer por 2-0. Destaque também para Paulinho: não apenas pelo golo que marcou, de pé direito, mas por outros dois lances: aos 5' fez a bola embater na barra; aos 66' proporcionou a defesa da noite ao guarda-redes tondelense. Reforça posição como rei dos goleadores na Taça da Liga: já marcou 21 em várias edições.

 

Gostei pouco que o Sporting tirasse o pé do acelerador, parecendo conformado com os dois golos de diferença alcançados ainda cedo. Apesar do forte apoio sentido no estádio, onde uma das bancadas estava cheia de adeptos leoninos - muitos inconformados por não terem visto jogar Gyökeres. Aliás Rúben Amorim deixou de fora cinco outros habituais titulares: Adán, Diomande, Coates, Morita e Edwards, além do internacional sueco. Em sentido inverso, fez alinhar Neto - desta vez capitão de início, neste seu centésimo jogo de leão ao peito. Assim poupou alguns jogadores para o próximo confronto do campeonato: será dia 30 em Portimão.

 

Não gostei de Trincão. Integrou o onze, mas voltou a decepcionar. Parece sempre algo desligado da manobra colectiva, apático, desconcentrado. Com os defeitos habituais: agarra-se à bola e entretém-se com ela, esquecido dos companheiros e da baliza, revelando-se inofensivo. Quando intervém, o nosso jogo empastela, perde dinâmica e fluidez.

 

Não gostei nada de sofrer um golo. Foi contra a corrente do jogo, é certo, e na única oportunidade de que o Tondela dispôs num desafio em que fez o primeiro remate (não enquadrado) só aos 39'. Aconteceu aos 76', por deficiente cobertura de Matheus Reis em zona frontal da grande área, permitindo que o adversário se movimentasse à vontade no lance, num remate indefensável para Israel. Vínhamos de duas partidas consecutivas sem sofrer golos, algo raro nesta temporada. Mas houve duas sem três: andamos mais inconsistentes do que gostaríamos no capítulo defensivo. E convém anotar que o Tondela segue em oitavo lugar na Liga 2: está longe de ser oponente temível.

O dia seguinte

Numa tarde bem fria e na véspera das mini-ferias de Natal, o Sporting não facilitou. Com um triângulo central Hjulmand-Bragança-Paulinho em evidência fez uma bela primeira parte, marcou dois, falhou outros tantos, sem que Israel tivesse feito uma defesa.

Na segunda parte, sem Pedro Gonçalves e com Edwards e Trincão a abusar no individualismo, o ritmo não foi o mesmo, foi tempo de dar minutos e moralizar Quaresma, Essugo e Moreira enquanto se iam desperdiçando golos em série.

E ainda de consentir um golo por falha grave de Matheus Reis. Que com certeza Rúben Amorim irá confrontar no balneário e, se ele abrir a boca, mandá-lo para a B. E berrar que, se a coisa continua assim, mete os juniores. É um líder, este Amorim.

Falando a sério, mais uma vez Esgaio e Trincão combinaram muito mal na direita, mais uma vez achei que Trincão rende bem mais na esquerda. Para onde foi a meio da segunda parte, em troca com Edwards. Mas, jogando bem ou mal, não pode é perder os golos que perdeu.

E foi assim. No fundo, um óptimo treino para preparar a difícil deslocação a Portimão.

Onde espero estar como estive hoje em Tondela, mas não com este frio.

Melhor em campo? Paulinho. Jogou e fez jogar.

Feliz Natal para todos e...

Saudações Leoninas 

Os melhores prognósticos

Fomos a Tondela vencer (e convencer) por 3-1.

E aqui, na ronda dos prognósticos?

Destacaram-se três triunfadores: Leão do Fundão, Leão do Xangai e Ulisses Oliveira. Todos anteciparam o desfecho da partida e mencionaram Sarabia como um dos marcadores.

Destaco ainda o nosso bom amigo Horst Neumann, da Alemanha, que adivinhou também o resultado, faltando-lhe apenas acertar em pelo menos um dos goleadores.

O dia seguinte

Ontem em Tondela, num estádio repleto de Sportinguistas e num relvado pouco melhor que o batatal do Funchal, o Sporting dominou completamente o jogo até cerca dos 50 minutos, momento em que o artista apitador demonstrou ao que ia e resolveu estragar o jogo.

Até esse momento, o trio dos defesas e o par de médios constituiram um bloco tremendamente eficaz, pelo que construiam sem falhar um passe e pelo que destruiam, matando à nascença todas as tentativas do Tondela contra-atacar com perigo. Por outro lado o trio dianteiro, pela sua mobilidade e trocas de posição, causava sérios problemas a uma defesa a 5. O 2-0 apenas pecava por defeito.

Mas depois entrou o artista, que estava a apitar num critério largo e ajustado ao relvado, o único amarelo tinha sido por uma entrada dura por trás dum homem do Tondela, e duma reacção à perda de Matheus Reis surge uma bola dividida, um amarelo completamente excessivo, e menos um jogador para o dérbi. O artista ficou feliz e voltou ao registo inicial.

Logo a seguir Ugarte fez uma falta tanto ou mais dura do que a anterior e não houve amarelo, mas como de água fria gato escaldado tem medo, Amorim deu-lhe logo descanso e entrou Bragança.

E com ele perdemos o controlo do jogo a meio-campo. Ou passava para trás ou para os lados, ou caía e era falta, ou então caía e não era, e nesse caso era uma ocasião perigosa para o Tondela. A falta de físico que se conhece agravada pelas condições do relvado para o seu futebol rendilhado.

O jogo foi-se partindo, com ocasiões para ambos os lados, surge o penálti claro mas fortuito, e a improvável cabeçada do homem do Tondela para o golo de honra. 

Enquanto isso Amorim foi refrescando a equipa. Tabata entrou muito bem e mostrou serviço, mas Esgaio e Vinagre (deste é melhor não dizer nada) não estiveram nada bem. O miúdo Rodrigo ainda teve direito a uma bela iniciativa.

Mehor em campo? Sarabia, com dois golos e mais dois remates perigosos, mas todo o restante onze inicial esteve a excelente nível, e Ugarte está mesmo a explodir de rendimento.

Foi assim em Tondela. Mais três pontos e vamos com tudo para o dérbi mesmo sem Matheus Reis.

 

#JogoAJogo

SL

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

De mais uma vitória. Foi a quinta consecutiva do Sporting nesta Liga 2021/2022. A 23.ª em 29 desafios já disputados. E a 11.ª fora de casa - desta vez em Tondela, onde há um ano passámos à tangente, por 1-0, com golo marcado por Tiago Tomás. Desta vez o triunfo foi mais inequívoco e tranquilo: 3-1, com 2-0 ao intervalo. Dois golos em quatro minutos, aos 29' e aos 33', resolveram o problema. Missão cumprida nesta nossa antepenúltima saída antes de cair o pano. Restam-nos cinco finais. Há 15 pontos em disputa.

 

Da primeira parte. Exibição de classe da nossa equipa, com domínio absoluto no terreno bem reflectido nas estatísticas dos remates: nove do Sporting, nem um para amostra do Tondela. Sem ponta-de-lança, com três avançados em constante mobilidade (Edwards, Sarabia e Pedro Gonçalves) a baralhar as marcações adversárias, e o nosso trio defensivo muito subido, actuando perto da linha do meio-campo, sufocámos o Tondela, incapaz de sair do seu reduto nestes 45 minutos iniciais.

 

De Sarabia. Novamente o homem do jogo. Bisou, com todo o mérito. Primeiro aos 33', culminando uma excelente jogada colectiva: deu o melhor caminho à bola que lhe foi oferecida por Pedro Gonçalves. Depois de penálti, aos 69' - grande penalidade que ele próprio havia conquistado. Chamado a converter, não vacilou. Soma e segue. É líder destacado dos marcadores leoninos, com 17 golos nesta época.

 

De Ugarte. Titular como médio mais recuado, voltou a fazer uma exibição de grande nível. Já é peça-chave nesta equipa: toda a dinâmica ofensiva passou por ele. Espectaculares recuperações aos 16' e aos 24', anulando lances de construção do Tondela. Tentou o golo num remate cruzado aos 22' que passou rente ao poste. À bica com quatro amarelos, Rúben Amorim decidiu retirá-lo aos 56'. E fez bem: precisamos dele no Domingo de Páscoa, contra o Benfica.

 

De Gonçalo Inácio. Começou onde mais rende: na sua posição natural, como central colocado à esquerda. Exibição quase irrepreensível, aliás à semelhança de Neto e Coates, que com ele compunham o trio defensivo. Receberiam mesmo nota máxima se não fosse o deslize colectivo no solitário golo do Tondela, aos 71'. Mas Gonçalo merece o destaque sobretudo pelo magnífico golo que marcou, num fortíssimo disparo rasteiro com o pé esquerdo, a 30 metros das redes. Desmentindo aqueles que se queixam de «não haver remates de meia-distância» neste Sporting.

 

De Edwards. Titular pela segunda vez, após o jogo contra o Moreirense. Correspondeu por inteiro à confiança que o técnico lhe transmitiu nesta convocatória, praticando a arte de bem conduzir a bola. É ele quem inicia o contra-ataque que culmina no segundo golo. Aos 37', assiste Coates, que desperdiça atirando por cima. Grande jogada individual aos 44', esquivando-se aos adversários com notável capacidade de drible. Serve muito bem Pedro Gonçalves aos 58'. Ainda teve energia e capacidade para a colocar em óptima posição nos pés de Tabata, aos 81'. Saiu sob calorosos aplausos aos 90'+2. Merece integrar o onze inicial nas próximas partidas.

 

De outra estreia oriunda da nossa Academia. Desta vez foi o jovem Rodrigo Ribeiro, ainda com 16 anos. Já tinha actuado uns minutos na Liga dos Campeões, mas só ontem começou a marcar presença no campeonato. Entrou apenas aos 90'2+, mas ainda a tempo de exibir boa técnica num lance ofensivo. Mereceu a chamada, que vai servir-lhe de incentivo para novos voos.

 

Da capacidade ofensiva do Sporting. Marcamos há 42 jornadas consecutivas na Liga portuguesa. Um dado estatístico que merece ser destacado.

 

De ver o estádio cheio. Lotação esgotada em casa do Tondela: foi a melhor receita da equipa beirã nesta temporada. Com grande presença e vibração dos adeptos leoninos.

 

De Rúben Amorim. Cumprido o centésimo desafio ao serviço do Sporting. Com um triunfo - o resultado mais habitual neste treinador, um dos melhores que passaram por Alvalade desde sempre.

 

 

Não gostei

 

Do amarelo a Matheus Reis. O lateral esquerdo, que estava tapado com cartões, fica fora do clássico em Alvalade. Por uma falta absolutamente escusada, a meio do terreno, ao entrar de sola num lance dividido quando já vencíamos por 2-0. Não havia necessidade.

 

Das ausências. Palhinha a cumprir castigo pelo quinto amarelo (estará disponível contra o Benfica). Nuno Santos por ter dito «uma obscenidade» a um adversário - coisa jamais vista num estádio de futebol. Slimani por alegada quebra de intensidade num treino de véspera. Amorim não facilitou: deixou-o fora da convocatória. Esperamos que este problema tenha solução rápida.

 

Do golo do Tondela. Aconteceu aos 71', praticamente na única vez em que a equipa beirã desenhou uma jogada de perigo, rápida e envolvente. Remate muito bem colocado, ao ângulo superior esquerdo da nossa baliza, sem hipótese de defesa para Adán. Mas continuamos a exibir a melhor defesa do campeonato: apenas 18 golos sofridos em 29 jogos.

 

De Daniel Bragança. Em campo desde os 56', quando o treinador decidiu poupar Ugarte ao risco de ver cartão amarelo. Mas o jovem médio entrou mal, protagonizando logo duas perdas de bola. Desconcentrado, sem ritmo, assim torna mais difícil o sonho de ser titular no Sporting.

 

De Vinagre. Voltou a ter uma oportunidade, entrando aos 71' para substituir Gonçalo Inácio (com Matheus Reis a transitar de lateral para central). Mais de 20 minutos sem um só lance que ficasse na memória dos espectadores. Continua a distinguir-se por fazer sempre a mesma manobra, a mesma finta, os mesmos passes inconsequentes. É um dos mistérios deste plantel: o tempo passa e ele continua igual, sem evolução visível.

Prognósticos antes do jogo

Jogo complicado, mais logo. A partir das 20.30. No estádio do Tondela. Vai ser uma final, na contagem decrescente para o desfecho deste campeonato 2021/2022.

Em Novembro, na primeira volta, vencemos por 2-0 no nosso estádio. 

Na época passada, em Março, o nosso triunfo em Tondela foi tangencial: Tiago Tomás marcou o golo solitário que decidiu a partida.

Desta vez como vai ser? Aguardo com expectativa os vossos prognósticos.

Amanhã à noite em Tondela

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Já não é exactamente assim a envolvência do estádio João Cardoso, em Tondela. Com a construção do edifício visível no canto superior direito veio um novo arruamento que conduz directamente à bancada principal do estádio, não mais sendo preciso dar a volta toda ao estádio para chegar à avenida principal. Ainda bem, porque é para lá que eu vou graças a um primo amigo.

Não faço ideia como é que o Tondela tem vindo a jogar depois da saída do bom treinador que tinham, Pako Ayestarán. Mas está na corda bamba da fuga à despromoção, e os jogadores vão dar o máximo para conquistarem pontos, bem fechados atrás e a sair velozes para o contra-ataque. Quaresma estará ausente do lado do Tondela, Palhinha, Nuno Santos e Feddal também do lado do Sporting.  

No último jogo em Alvalade Pedro Gonçalves demonstrou não atravessar um grande momento de forma e o Sporting não pode perder bolas na zona central. Penso que será importante voltar ao 3-4-3 post-Slimani que já deu provas de ser o sistema de futuro da equipa. Um primeiro ponta-de-lança possante e experiente na ocupação dos espaços, um segundo a jogar como interior dum dos lados mas a entrar na área confundindo marcações e fazendo dupla com o primeiro, e o outro interior mais dedicado à assistência e ao remate de meia distância.

 

Sendo assim, prevejo que o Sporting apresente de início o seguinte onze:

Adán; Neto, Coates e Inácio; Porro, Ugarte, Matheus Nunes e Matheus Reis; Sarabia, Slimani e Paulinho.

Concluindo,

Amanhã o Sporting entra em Tondela para conquistar mais 3 pontos perante o clube local.

Considerando o sistema táctico de Rúben Amorim, qual seria o vosso onze?

 

#JogoAJogo

SL

Os melhores prognósticos

Desta vez houve poucos prognósticos. Descrença na capacidade da equipa? Não me parece. A verdade é que costuma sempre aparecer mais gente a esgrimir comentários quando há crise na equipa ou no clube do que quando o Sporting é reconduzido à sua natural vocação de ser «tão grande como as maiores da Europa», correspondendo ao desígnio do principal fundador. Ganhar onze jogos seguidos causa alguma monotonia entre os adeptos, que ficam sem assunto para dizer mal.

Mas voltemos ao Sporting-Tondela, que vencemos por 2-0 - golos de Sarabia e Paulinho (este muito auxiliado por semigolo de Pedro Gonçalves).

Quem acertou nos vaticínios? No resultado, houve seis: o meu colega Edmundo Gonçalves e os leitores Fernando, Leão 79, Orlando Santos, Paulo Batista, Pedro Batista.

Aplicado o habitual critério de desempate, registam-se dois vencedores nesta ronda: Fernando e Paulo Batista. Por terem previsto os nomes dos autores dos golos. Num dos casos, convenhamos, não era nada fácil.

Rescaldo do jogo de ontem

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Gostei

 

Da nossa vitória frente ao Tondela. Superámos um adversário tradicionalmente difícil vencendo por 2-0 em Alvalade. Um golo em cada metade desta partida que fomos dominando mesmo nos períodos em que abdicámos de fazer grande pressão.

 

De Sarabia. O melhor em campo. Movimentou-se muito bem, revelando automatismos na articulação com os companheiros, abrindo linhas de passe e demonstrando a capacidade técnica que o creditou como titular da selecção espanhola. Estreou-se a marcar no nosso campeonato logo aos 10', aproveitando da melhor maneira um atraso dentro da grande área do Tondela. E foi ele a rematar no lance de que resultou o segundo golo leonino, aos 50', nascido da recarga a esse forte pontapé. 

 

De Gonçalo Inácio. Gostei muito de o ver na sua posição natural, como central à esquerda. É aí que o internacional sub-21 deve actuar preferencialmente. Destacou-se não apenas nas missões defensivas mas na precisão do passe longo, um dos seus principais atributos.

 

De Neto. Regresso à titularidade com exibição de grande nível. Completou o trio defensivo com Gonçalo e Coates, transmitindo personalidade e confiança à posição central do lado direito. Momento culminante: aos 25', vindo de trás, faz um corte com precisão cirúrgica, impedindo um possível golo do Tondela. Lance celebrado com calorosa ovação nas bancadas de Alvalade, como se o Sporting tivesse marcado. Luís Neto mereceu escutá-la.

 

De Daniel Bragança. A partida decorria pastosa e mole aos 56', quando Rúben Amorim fez entrar o jovem médio criativo com a missão de empurrar a equipa para diante em ataque organizado. Missão cumprida: o jogo leonino ganhou qualidade e acutilância. Daniel é um dos elementos deste plantel que tratam melhor a bola. E nunca se esquece que uma partida de futebol também pode e deve proporcionar bom espectáculo.

 

De Pedro Gonçalves. Pouco exuberante e menos influente do que já nos habituou, revelou no entanto um pormenor que bem o define não apenas como jogador mas também como colega. Aconteceu aos 50', quando teve o golo nos pés após simulação a um defesa adversário. Viu num fragmento de segundo que Paulinho estava a seu lado e ofereceu-lhe o golo para moralizar o avançado-centro. Prova evidente, para quem tivesse dúvidas, de que no balneário do Sporting se respira companheirismo e saúde anímica.

 

Do regresso de Paulinho aos golos. Custou mas foi, onze jornadas depois. O avançado vindo do Braga marcou o segundo neste campeonato num lance em que bastava empurrar para a baliza - evidenciando mesmo assim dificuldades técnicas: só a custo a meteu lá dentro. Ouviu aplausos, claro. Mas falhou em diversos outros lances com a bola à sua mercê - aos 10', 29', 49' e 55'. Continua sem convencer muitos adeptos. 

 

Da estreia de Nazinho na Liga. Entrou aos 67', rendendo Nuno Santos: outro jovem da formação que Amorim lança no campeonato. Cumpriu no essencial. É assim que as carreiras promissoras começam a ser construídas.

 

Das poupanças do treinador. Amorim deixou de fora Porro, Feddal e Matheus Reis. Provavelmente já a pensar no desafio seguinte, contra o Benfica na Luz. Fez bem.

 

De cumprir outro jogo sem sofrer golos. A nossa excelente organização defensiva continua a fazer a diferença: reforçamos a posição como equipa menos batida do campeonato. Em 12 jornadas, só quatro vezes a bola nos beijou as redes. Uma a cada três partidas, algo notável.

 

De ver as bancadas bem compostas. Desta vez fomos 34.058 em Alvalade, apesar do fim de tarde chuvoso e muito frio. É notória a empatia entre equipa e adeptos, como há muito não se via - característica que se vai acentuando de jogo para jogo.

 

Da nossa 11.ª vitória consecutiva, em várias competições. E de termos cumprido o 33.º jogo seguido sempre a marcar em casa. 

 

De continuarmos lá em cima, na classificação. Em segundo, mas em igualdade pontual com o FC Porto. E um ponto acima do Benfica. Somamos 32 pontos à 12.ª jornada - mais de um terço da prova principal do futebol português já percorrida. Tantos como na época anterior pela mesma altura

 

 

Não gostei

 

Do longo intervalo entre os dois golos. Decorreram 40 minutos - período demasiado longo para quem assistia ao desafio no estádio. Aqui e ali foram-se escutando pequenos sinais de impaciência, felizmente muito esporádicos. É verdade que soube a pouco termos só vencido por 2-0. Mas a melhor "nota artística" é-nos dada pelos pontos que continuamos a amealhar.

 

De Nuno Santos. Desta vez foi titular, com a missão de funcionar como ala e extremo no corredor esquerdo. Mas quase nada lhe saiu bem: falhou numerosos passes e foi incapaz de dar precisão e segurança ao nosso ataque. Ainda tentou o golo, pouco antes de ser substituído, mas o guarda-redes Pedro Trigueira negou-lhe o intento com uma boa defesa. Saiu visivelmente frustrado, com a noção de ter correspondido muito pouco às expectativas do técnico e dos adeptos.

 

Da lesão de Palhinha. O nosso excelente médio defensivo deu lugar ao jovem uruguaio Ugarte a partir do minuto 67. Saiu com queixas físicas: contraiu lesão muscular numa coxa. Todos esperamos que recupere a tempo do desafio frente ao Benfica.

 

Do arraial pirotécnico. Aos 26', da curva sul onde se alinham vários elementos de claques, começaram a ser arremessadas tochas. Com fogo e muito fumo que demorou largos minutos a dissipar-se. Uma vez mais, esta gente lesa gravemente o Sporting, condenado a pagar pesadas multas jornada após jornada. É intolerável que continuem a comportar-se assim.

 
Foto minha, tirada minutos antes do início do jogo

O dia seguinte

Foi o jogo possível, depois da grande vitória na Champions de quarta-feira e antes da visita à Luz na próxima sexta-feira. Assim não fará sentido nenhum estar armado em exigente, e muito menos ainda quando Palhinha, com tudo resolvido, do nada ou quase nada arranja uma lesão que o deve afastar dos próximos compromissos.

O Sporting entrou em grande, com uma circulação de bola rápida e desmarcações constantes, e em grande continuou a semear perigo na área adversária até marcar um golo que teve tanto de legal como de sorte. Feito o mais difícil parece que desligou do jogo, foi deixando o tempo correr e o Tondela reganhar confiança, com alguns ameaços que não passaram disso mesmo e assim se chegou ao intervalo.

Na segunda parte continuou no mesmo registo até marcar mais um golo que só Paulinho saberá como fez aquilo, e só então o Sporting voltou ao registo inicial. Foram mais uns 10-15 minutos em grande estilo até mais uma vez, e com as substituições, se reduzir a um final muito trapalhão.

Se nos armarmos em exigentes podemos dizer que Paulinho fez dos piores jogos com a camisola do Sporting (deixámos de ter um pivot ofensivo e passámos a ter um pinheiro), Nuno Santos e Esgaio estiveram abaixo do esperado, Sarabia e Pedro Gonçalves estiveram falhos de inspiração, Inácio deu umas baldas no seu lado "natural", a equipa valeu pelo eixo central Adán-Coates-Neto-Palhinha-Matheus Nunes/Bragança (que entrou muito bem). 

Se formos realistas temos que dizer que o Sporting foi competente e pragmático, ganhou por dois e podia ter ganho por três ou quatro, Paulinho marcou, Sarabia também, e Pedro Gonçalves só não marcou por acaso, o adversário teve apenas algumas meias-oportunidades de golo, e cumpriu na perfeição os objectivos da jornada se não fosse... a lesão do Palhinha.

Uma palavra para o Tondela, com baixas devido à Covid, mas que jogou futebol a todo o campo, contou com um guarda-redes inspirado e colocou problemas que só a magnífica dupla Coates-Neto conseguiu prontamente conjurar. Uma equipa honesta que valoriza a 1.ª Liga portuguesa, ao contrário de algumas se calhar mais orientadas para os "cambalachos", como a B-SAD.

E agora como vai ser sem (talvez, pode ser que não) Palhinha na Luz? Mas na época passada também não entrou de início em Alvalade e ganhámos, não foi? E não temos o Ugarte, que já demonstrou a sua valia e que está "no ponto" para brilhar? Porque é que não irá correr bem? 

 

PS: Rúben, este nosso tridente ofensivo ainda não tem a afinação daquele do Liverpool, mas acredito que aquilo que conseguiste na defesa vais também conseguir no ataque. O melhor está para chegar.

 

#OndeVaiUmVãoTodos

SL

Prognósticos antes do jogo

Mais logo, a partir das 18 horas, o Sporting recebe o Tondela. É jogo para vencer, claro. Nem admitimos outro cenário.

Na época anterior, goleámos a simpática equipa beirã por 4-0. Com dois golos de Pedro Gonçalves, um de Porro e outro de Sporar. Mas atenção: nas cinco temporadas anteriores o Tondela veio empatar três vezes a Alvalade.

Quais são os vossos prognósticos para esta partida?

Amanhã ao fim da tarde em Alvalade

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Voltamos amanhã a Alvalade para mais um encontro da 1.ª Liga, onde seguimos na liderança a par com o Porto. 

As grandes equipas não são aquelas que ganham sempre, essas nem sequer existem, mas são aquelas que conseguem ultrapassar rapidamente qualquer resultado menos conseguido. E este Sporting está a ser de facto uma grande equipa. Depois da derrota em Dortmund, que colocava claramente em perigo a continuidade na Europa, foram dez vitórias consecutivas: Arouca (F), Belenenses (F), Besiktas (F), Moreirense (C), Famalicão (C), V. Guimarães (C), Besiktas (C), P. Ferreira (F) e B. Dortmund (C).

Assim temos a continuidade em todas as competições asseguradas e podemos encarar este Dezembro com outra confiança, sem necessidade de rebentar com um ou outro jogador mais fatigado.

E em Dezembro vamos ter oito jogos: Tondela (C), Benfica (F), Ajax (F), Boavista (C), Penafiel (F), Gil Vicente (F), Casa Pia (F) e Portimonense (C), dos quais apenas um apresenta dificuldade máxima, a visita à Luz, já que a visita ao Ajax deixou de ser decisiva para a continuidade na Champions. 

A equipa está bem e recomenda-se. Cresceu imenso desde igual período da época passada, cada vez mais camaleónica na ilusão aos adversários, mudando rapidamente de registo conforme o andamento da partida, e com um onze-base cada vez mais mecanizado e oleado. Faltará apenas mais um encontro de fases no tridente atacante, acho que ainda nunca tivemos o melhor dos três no mesmo jogo, e quando isso acontecer vai ser um regalo.

E, nunca é de mais realçar, não existem jogadores chateados, nem paizinhos irritados, nem empresários a reclamar nas redes sociais, nem treinador a descompor uns e a desculpar outros. Quem não calça rejubila com a felicidade de quem calçou, como aconteceu com Gonçalo Esteves e Nazinho. Só se ouve falar de renovações e aumentos para compensar o rendimento já obtido e pedir ainda mais resultados. Tudo orientado, tudo focado. Jogo a jogo para ganhar. A nota artística fica para quando a lua estiver de feição. 

 

Bom, tudo óptimo, mas ainda há muito para tentar conquistar esta temporada: agora segue-se o Tondela. Uma equipa que já nos deu alguns amargos de boca, e agora anda numa fase "ibérica" se calhar e, pelo que se vai ouvindo, amanhã noutra "carioca". Nesta última fase temo-nos dado bem com eles: jogam e deixam jogar.

Adivinhar apenas o onze inicial já deixou de ter grande interesse, pelo que propunha o seguinte. Adivinhar como começa e como acaba o Sporting. Já bem mais complicado.

O meu palpite é:

Inicial: Adán; Inácio, Coates e M. Reis; Esgaio, Palhinha, M. Nunes e Nuno Santos; P. Gonçalves, Paulinho e Sarabia

Final : Adán; Inácio, Coates e M. Reis; Porro, Ugarte, Bragança e Nazinho; Tabata, Tiago Tomás e Nuno Santos.

Vou contar um ponto por acerto, 22 pontos em discussão. Fico a aguardar os vossos palpites.

 

#OndeVaiUmVãoTodos

SL

Os melhores prognósticos

Desta vez foi em grande: nove palpites certos no Tondela-Sporting (0-1), repartidos entre leitores e colegas de blogue. Fica o registo dos vencedores: AntónioAntónio Pedro, CALCristina TorrãoFernando LuísGasparJosé da XãLeão 79Luís Silva.

Ao contrário do que costuma suceder noutras rondas, não se aplicou aqui o factor desempate. Porque nenhum dos nove vaticinou que seria Tiago Tomás a marcar o nosso golo. Daí ficarem todos creditados com a vitória nesta ronda.

Não é só dentro de campo

Não é só dentro do campo que os miúdos (há aqui no blog gente da estatística que num instantinho fazia a média de idades dos que estiveram ontem em campo em Tondela) dão cartas.

A começar pelo treinador, ele próprio um miúdo, que dá lições na arte de bem comunicar (e de mexer na equipa) e a acabar noutro miúdo, o Neto, que celebra no banco como se fosse ele a marcar o golo que dá a vitória, obtido por um miúdo junior a quem pedem que faça de Paulinho, de Luis Phelipe ou de Ronaldo... e o prazer que é escutá-lo na entrevista rápida, sem caganças, humilde mas assertivo, com a lição bem estudada. Quase tão adulto como o Neto, o miúdo que é o "avô" daquela maltinha.

A passos de formiguinha, nem sempre pelo caminho certo mas nunca perdendo o rumo, os putos lá vão demonstrando que merecem fazer parte do grupo dos grandes. E quando a coisa está preta, o timoneiro faz os cálculos e traça o melhor rumo. Tratando todos como obreiras, cada um com a sua tarefa em prol de um objectivo comum, servir a equipa, o colectivo, o clube; Sem vedetismos, pés bem assentes na relva e uns cortes pelo ar quando é preciso.

Às vezes não jogando bem, como ontem, como no jogo anterior, mas meus amigos, no final do dia o que conta são os três pontos no bornal. No início da próxima época, em Julho praí, ninguém se lembra se jogávamos bem ou mal, se ganhámos por um ou por mil (bom, se ganhássemos por mil nunca o esqueceríamos), o que fica para a história são os pontos alcançados e o lugar obtido.

Quantas vezes não dissemos que os campeonatos se ganham não perdendo pontos com as equipas tidas por mais fracas? E com maior ou menor nota artística, o que importa é que o objectivo tem sido atingido. Com pontos é que se ganham campeonatos, não com vitórias morais.

Como diria a tia-avó da minha mulher, referindo-se ao filho, um Leão dos quatro costados e meu grande amigo, que evoluia majestoso no empedrado lá da terra pela Associação Desportiva da Madalena, há quase cinquenta anos, "o mê Chico é ca cabeça e tudo!"

O espírito tem que ser esse. 

Ladeira acima

Ó rapazes, então não vos vos disse que isto agora ia ser sempre a subir? Doravante os fracos vão deitar às malvas qualquer veleidade futebolística para não se atolarem na tabela e os fortes vão-nos enfrentar de orgulho ferido por um bando de rapazolas mais um par de jarretas lhes terem feito tamanha desfeita de se porem à frente deles. Ambos recorrerão, por um lado, ao método paleolítico do homem-a-homem com cotoveladas, pisadelas e sarrafadas e, por outro, ao de se espojarem agarrados à cara mal percam a bola ou falhem a marcação. Os jogos do Sporting estão a ficar aborrecidos, enervantes e arrítmicos e lá está o patego do apito para garantir que isto seja assim. Também terão visto logo ao início aquele Khacef a fazer-se ao pé de Porro, este a sorrir-lhe e com um gesto de mão a dizer "vem cá, vem" e o longo assédio que se seguiu - como é diferente o futebol em Portugal...

Eu também sou exímio em "sofástica", neologismo inventado agora mesmo para designar os peritos que se aliviam de sofismas desde o sofá, e também sei sempre o que fazer desde que não me obriguem a responsabilizar-me pelo que digo. Por isso acho que Rúben Amorim aceitou telepaticamente o meu conselho de trocar o Nuno Santos pelo Bragança o que, tal como previ, mudou logo a fluência do jogo. Depois, foi esperar que TT amadurecesse meia-época no hiato de um jogo para começar como junior em remates à baliza e acabar como avançado veterano. A continuar assim o rapaz retira-as aos 37 anos no final da temporada.

Calma rapazes, é respirar fundo, contar até 3 e seguir em frente.

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da vitória em Tondela. Haverá quem pense que estes jogos são fáceis: pura ilusão. Neste mesmo estádio, onde ontem vencemos por 1-0, só Benfica e V. Guimarães tinham saído antes com três pontos na Liga 2020/2021. Nós próprios perdemos lá nos dois campeonatos anteriores: 1-2 em Janeiro de 2019 e 0-1 em Novembro de 2019. O que torna esta vitória ainda mais saborosa. Foi a décima nos últimos 11 jogos.

 

Do golo da vitória. Exemplar lance de futebol colectivo, aos 81', numa fase do jogo em que a equipa anfitriã já estava muito desgastada. Com envolvimento de Daniel Bragança a recuperar, Nuno Mendes a conduzir e a centrar a toda a largura da esquerda para o poste do lado contrário, e Pedro Gonçalves a recolher assistindo Tiago Tomás que, livre de marcação, a meteu lá dentro. Sinal de maturidade e competência numa equipa muito jovem.

 

De Nuno Mendes. Depois de alguns jogos com exibição apagada, ontem ressurgiu em Tondela como um dos pilares do nosso onze titular - e, quanto a mim, o melhor em campo. Compensando Porro, que no corredor oposto acusava ainda os efeitos da recente lesão. O jovem ala esquerdo foi sólido a defender e acutilante nas acções ofensivas. Destaque para um excelente centro aos 45'+1 que atravessou toda a área do Tondela, infelizmente sem ninguém para a meter lá dentro. E, claro, para o lance do golo, em que teve um papel decisivo.

 

De Palhinha. Fundamental na nossa organização colectiva. No preenchimento de espaços, na recuperação da bola, no desenho de passes longos, no modo prático e eficiente como inicia os lances ofensivos, sem nunca complicar. Tem visto o seu nome associado a "casos" mediáticos, mas nota-se em campo que isso não o afecta. Ainda bem.

 

De Tiago Tomás. Merece destaque pelo golo que marcou: desde 27 de Dezembro, frente ao Belenenses SAD, que não fazia o gosto ao pé. Sempre muito batalhador, implacavelmente rodeado de adversários que lhe tolhiam os movimentos na grande área, compensou com a conquista dos três pontos um cabeceamento deficiente, de olhos fechados, quando podia ter posto o Sporting em vantagem aos 43'. Está em processo de amadurecimento numa posição nada fácil, onde é alvo de constantes faltas à margem das regras: ontem voltou a acontecer, aos 76', quando sofreu um pisão dentro da área. Era penálti, não assinalado pelo árbitro Nuno Almeida.

 

Das substituições feitas por Rúben Amorim. O treinador voltou a acertar quando decidiu mexer na equipa para desfazer o empate a zero que teimava em prolongar-se. Daniel Bragança (substituiu Nuno Santos aos 60'), Tabata (substituiu Porro aos 73'), Matheus Reis (substituiu Feddal aos 73'), Jovane (substituiu João Mário aos 73') e Matheus Nunes (substituiu Pedro Gonçalves aos 85') imprimiram rapidez de processos e maior objectividade ao nosso jogo colectivo. Já tínhamos encostado o Tondela ao seu reduto: faltava só marcar. E assim aconteceu. Levamos 38% dos golos marcados (17 em 45) após o minuto 80. Será só "estrelinha"? Tenho a certeza que não.

 

Da eficácia da equipa. Duas oportunidades claras de golo, uma das quais aproveitada. Ambas por Tiago Tomás: desperdiçou a primeira, concretizou a segunda. Continuamos muito próximos da eficiência máxima. Em evidente contraste com o que sucedia noutras épocas.

 

Da aposta deliberada na juventude. Terminámos o jogo com Tiago Tomás (18 anos), Nuno Mendes (18 anos), Gonçalo Inácio (19 anos), Daniel Bragança (21 anos), Matheus Nunes (22 anos), Jovane (22 anos) e Bruno Tabata (23 anos). Com outros treinadores, estavam na bancada. Ou andavam a "rodar" por outros clubes.

 

De ver mais um recorde batido. Continuamos sem derrotas à 23.ª jornada. Uma marca que iguala o melhor registo de sempre do Sporting nesta fase de um campeonato nacional de futebol. Se há palavra que dá motivação a uma equipa e alegria aos verdadeiros adeptos, é esta: a palavra invictos.

 

De já somarmos 61 pontos. Correspondentes a 19 vitórias e quatro empates. Ultrapassámos a classificação de toda a época passada, quando faltam ainda 11 jornadas para concluir a Liga 2020/2021. Lideramos o campeonato há 17 jornadas. Estamos a oito vitórias de nos sagrarmos campeões.

 

De nos mantermos como equipa menos batida. Sofremos apenas 11 golos em 23 desafios já disputados. Menos de meio golo por jogo. Um dos nossos melhores registos defensivos de sempre.

 

 

Não gostei
 

 

Do 0-0 ao intervalo. Primeira parte com pouca acutilância ofensiva, quando tínhamos os corredores tapados pela boa organização defensiva do Tondela. Nesse período abusámos da troca de bola entre os nossos defesas, com sucessivos atrasos ao guarda-redes, na aparente (e fracassada) tentativa de chamar a equipa adversária ao nosso meio-campo. E nunca tentámos o remate de meia-distância para quebrar a muralha. O espectáculo foi prejudicado. Felizmente o mais importante acabou por se conseguir, na etapa complementar. 

 

Da ausência de Paulinho. É verdade que já temos um ponta-de-lança. Mas, por enquanto, só em teoria: o ex-avançado do Braga continua lesionado e ficou fora da convocatória para este jogo. Faz cada vez mais falta.

 

De Nuno Santos. Recuperou a titularidade, mas acabou por ser rendido aos 60': teve um desempenho muito abaixo daquilo a que já nos habituou. Os corredores estavam muito bem cobertos pelos defensores adversários e não teve engenho para procurar outros espaços, fora da sua zona de incursão habitual. Deu lugar a Daniel Bragança, quando Amorim percebeu que tinha de desembrulhar o jogo. 

 

Do amarelo a Coates. O nosso capitão, que andava há várias jornadas em risco de ser excluído, recebeu ontem o quinto cartão. Vai ficar fora da próxima partida, frente ao V. Guimarães em Alvalade.

O dia seguinte

Sabia que não ia ser fácil e não foi nada fácil. Este Tondela "ibérico" foi crescendo durante a temporada e ontem foi muito competente. Mais uma vez Rúben Amorim precisou de recorrer ao plano C (de Caos, de C... vamos a eles) para conseguirmos sair com os 3 preciosos pontos.

Foi um jogo de sentido único, com o Sporting a querer construir com critério, circulando bem a bola e falhando muito poucos passes, e o Tondela num pressing intenso a todo o campo que originava situações de contra-ataque perigosas. Neste tipo de jogos muita falta faz o tal ponta de lança alto e forte: Tiago Tomás muito lutava mas quando a bola lhe chegou pelo ar redondinha e pronta a facturar, mostrou mais uma vez que não é ele o tal.

Os minutos foram passando, o Tondela foi cedendo fisicamente, e Rúben mexeu muito bem na equipa, dando-lhe uma energia nova que ajudou a que novos espaços fossem encontrados. Dum aproveitamento de Pedro Gonçalves veio então o golo do Tiago, que se redimiu assim do falhanço anterior.

 

Melhores do lado do Sporting? Claro que o TT pelo que lutou e pelo golo que marcou, Palhinha e Nuno Mendes. 

Mais uma vez, duma forma competente e eficaz, o Sporting atingiu o seu objectivo, sem penáltis oferecidos por seus ex-jogadores, sem favores arbitrais, antes pelo contrário, com uma equipa assente na prata da casa e que custa metade das dos dois rivais.

Este treinador e esta equipa merecem todo o nosso apoio. Não vale a pena colocarmos exigências descabidas senão parecemos aquele pobre habituado a sardinha de lata a quem saiu a lotaria e que depois, no melhor restaurante, protesta sobre a frescura do "robalo ao sal". Mas se calhar é apenas este nervoso miudinho que se está a apoderar de nós, o desgaste de toda a temporada a fazer-se sentir, o estamos perto mas nunca mais lá chegamos. A "última milha".

Temos que pensar como o Carlos Lopes: demos o esticão, ganhámos vantagem, vamos em primeiro, mantemos a passada, tranquilos e serenos. Os outros que corram atrás se quiserem e puderem.

#OndeVaiUmVãoTodos

SL

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