Um sentido abraço ao Tiago
Só isto, Tiago. Sem mais.
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Só isto, Tiago. Sem mais.
«Porro fez um golo à Cristiano Ronaldo.»
Tiago Fernandes, ontem, n' A Bola
Frederico Varandas, 4 de Julho de 2018
Frederico Varandas, 12 de Novembro de 2018
Frederico Varandas, 12 de Novembro de 2018
«Alguém iria despedir um treinador que venceu duas taças?»
Frederico Varandas, 4 de Setembro de 2019
Frederico Varandas, 27 de Setembro de 2019
A história podia ter sido muito diferente, não podia?
Se se verifica que Silas não funciona, vejo apenas (sublinho apenas) três possibilidades:
Paulo Bento, casmurro o suficiente para não deixar que façam dele gato sapato. Sabe armar equipas em função dos recursos que tem e detesta vedetismo.
Carlos Queiroz, idem, com a nuance de ser mais atacante, mas também mais arisco com a media.
Abel Ferreira, idem, com a nuance de ser mais moderno e conhecer melhor a realidade do futebol português. Será o que tem mais anticorpos junto dos adeptos (mas todos têm).
Como opção extra, o filho do Manuel Fernandes, que tem sangue na guelra e parece ser competente. Não sei é se não se enfarilhará depressa com a direção (seja esta qual for)
Farto das baboseiras do destituído, que nem merecem resposta, andava a passear pelos canais quando oiço Tiago Fernandes na Sport TV a dizer o óbvio, que o Bas Dost com um modelo de jogo a privilegiar o jogo interior, extremos de pés contrários e laterais incapazes de centrar bolas em condições está condenado ao insucesso.
Só um cego é que não vê. Até pode ser holandês também mas, por amor da Santa, se tem um ponta de lança de eleição, ponha a equipa a funcionar em função dele.
Foi assim que Boloni fez com Jardel, com Quaresma dum lado e João Pinto do outro a centrar para o "cabecinha de ouro", mas se calhar com Keizer andava a fazer tabelinhas no meio campo... e haveria aqui quem se queixasse que o brasileiro era um cepo.
Se do lado esquerdo Borja e Acuña garantem profundidade e cruzamentos, mas é preciso insistir e rotinar os dois, do outro Raphinha não faz um centro e os dois laterais são mais que medíocres nesse domínio. Quando entra Diaby, pior um pouco. Nani jogava tambem de pé contrário. Que saudades Bas Dost deve ter de Gelson e Podence...
O desempenho extra de Bruno Fernandes tem tapado muita coisa...
SL
Foto Jornal de Notícias
Fui dos que criticaram o despedimento de José Peseiro, não por ser um entusiasta do treinador português, que demasiadas vezes tem sido um perdedor ao longo da carreira, mas porque entendo que apenas devemos promover uma troca se houver algo a ganhar com a mesma. O tempo veio dar-me razão, apesar do inesperado sucesso inicial de Marcel Keizer, ao qual também eu me rendi, afinal quem não gosta de futebol espectáculo? Só que foi sol de pouca dura, após a inevitável primeira derrota, que aconteceu na deslocação a Guimarães, não mais o Sporting se reencontrou, acumulando derrotas ou empates em jogos de médio ou elevado grau de dificuldade.
Bem sei que tivemos um penoso virar de página no final da época passada, ao qual os sócios não querem voltar, por mais que as viúvas do destituído pairem como abutres sobre as péssimas exibições que o Sporting vem acumulando, rosnando que no tempo do lunático estávamos melhor, se um destes dias e espero que tal não aconteça, formos obrigados a repensar a liderança directiva, o passado de triste memória não poderá fazer parte da equação, porque esteve na raiz do problema.
Mas a pesada herança não explica tudo, Frederico Varandas fez uma aposta de risco ao escolher um treinador sem currículo e tendo arriscado, há que perceber que perdeu a aposta. Marcel Keizer não consegue colocar os jogadores a praticar bom futebol, pior, não tem hoje sequer uma ideia de jogo, é bola para o Bruno Fernandes à espera que o nosso melhor jogador resolva individualmente o que a equipa se revela incapaz jogo após jogo. Aqui chegados há que jogar os próximos dois jogos e tirar conclusões, recepção ao Braga e deslocação ao Villareal. Caso não vençamos o Braga e sejamos eliminados na Liga Europa, Marcel Keizer não pode continuar a treinar o Sporting, espero que Frederico Varandas o perceba, errar é humano, não corrigir um erro é burrice. Mas que não se cometa novo erro para corrigir um erro anterior, quando Peseiro foi despedido, talvez Tiago Fernandes pudesse ter continuado, para substituir Marcel Keizer, julgo que deveríamos apostar em Raul José, que conhece o clube.
Já comentei, numa referência deixada pelo Pedro Azevedo, que não gostei nada das declarações do Tiago Fernandes, e hoje mais uma vez as suas palavras vieram dar-me razão. As falsas modéstias, por vezes, transformam-se em arrogâncias, que levam geralmente a maus resultados. Tratando-se de alguém sem provas dadas no futebol profissional, dizer que não precisa de aprender nada, que se sente perfeitamente preparado para treinar Porto, Benfica e qualquer outro clube de Portugal, revela algo que não fica bem e sobretudo que não se adequa à "escola do Sporting", nem ao espírito de quem se diz criado na cultura sportinguista.
Que tenha sorte em Chaves é aquilo que lhe desejo, mas que entenda também que em qualquer profissão estamos sempre a aprender.
Tiago Fernandes, que assegurou sem derrotas a transição da equipa principal do Sporting entre José Peseiro e Marcel Keizer, prepara-se para rumar ao Chaves como treinador. Merece o nosso apreço.
O oxímoro (paradoxo) do título caracteriza aquilo que têm sido as intervenções públicas do até há pouco tempo atrás treinador (interino) do Sporting, um homem aparentemente avesso ao som do silêncio (outro oxímoro) e que não parece fazer da discrição uma forma de vida.
Há um lado "fofinho" em Tiago Fernandes que humildemente transmite “estar sempre pronto a ajudar”, logo entrecortado pelo gabarola “é difícil chegar algum treinador e ensinar-me mais de futebol do que eu percebo”. Ora, alguém que está sempre pronto a ajudar e a quem é difícil ensinarem-lhe mais de futebol do que ele percebe terá de seguir uma carreira a solo, como treinador principal, porque a alternativa, a de ser um adjunto que presume saber mais do que o líder da equipa técnica - algo com que Peseiro terá tido de lidar, ele que até já tinha um outro presume (Nuno, com P grande) na sua equipa técnica – parece redutora para tanto saber e poderia pôr em causa a prazo a hierarquia de comando.
Peseiro saiu, Tiago ficou. E logo tentou dar o seu cunho pessoal às coisas. Na organização do meio campo, na saída de bola, no sistema de jogo houve alterações significativas e positivas face ao passado recente, sinal de que Tiago possui ideias próprias (boas, diga-se) e não tem rebuço em as pôr à prova. Tem, no entanto, e ao contrário do que transmite e a crueza dos resultados mostra, ainda muito que aprender. A primeira grande lição do resto da sua vida ocorreu em Londres, no Emirates, onde levou “um banho de bola” da equipa comandada por Unai Emery, incapaz que foi de pôr em prática as ideias ofensivas que teria para os leões nesse jogo, acabando por as fazer capitular em função do chutão para a frente e sem que a equipa realizasse um único remate enquadrado com a baliza, algo não visto quando alguns dias depois o Wolverhampton, comandado por outro técnico português (Nuno Espírito Santo), visitou a capital londrina e defrontou a, então sim, equipa titular do Arsenal. Acresce também que na época passada ficaram algumas questões no ar sobre a gestão da equipa de juniores, nomeadamente no que concerne à pouca utilização dos mais promissores jogadores de primeiro ano (Diogo Brás e Bernardo Sousa à cabeça), os quais vinham num percurso ascendente (e com 3 títulos consecutivos conquistados nos escalões de iniciados e juvenis) e pareceram regredir (Diogo Brás foi repescado na parte final da época por Luís Martins para a equipa B), preteridos em função de jogadores 1 ano mais velhos mas com muito menos talento e que dificilmente virão a ser uma opção de futuro no Sporting. Como em tudo na vida, uma coisa são as ideias, outra a sua execução prática e a resiliência que é necessária para, acreditando num caminho, não dele descarrilar.
Tendo sido anunciado pelo próprio que ficará ao leme dos Sub-23, algo que tem o seu quê de insólito pois deveria ter sido inicialmente transmitido pelo clube e acompanhado da solução pública para José Lima (anterior treinador do escalão), resta-me desejar que realize um bom trabalho e contribua para o crescimento dos jovens jogadores a seu cargo e sua futura integração na equipa A. Não deixo de pensar, no entanto, que a melhor solução seria tentar colocá-lo como treinador principal numa equipa da 1ªLiga, assegurando um direito de opção. Isso permitir-lhe-ia crescer e aprimorar os seus princípios de jogo ao mesmo tempo que a Estrutura leonina poderia ir aferindo o seu progresso num nível competitivo mais elevado, podendo um dia tornar a Alvalade, mais rodado, pronto para cumprir o desígnio pessoal a que aparentemente se propôs, até porque boas bases ele tem. Até lá, deixemo-nos de idolatrias para com quem, apesar de talentoso, ainda tem todo um percurso a fazer e, sem autofagias, criemos condições para que Keizer se integre e possa trabalhar sem sombras e em paz. Não é de todo um nome sonante, mas é um homem de projecto (e uma decisão corajosa de Frederico Varandas) e o Sporting necessita de seguir uma filosofia que lhe assegura a sustentabilidade presente e futura, sem descurar a competitividade desportiva. Obviamente, um nome menos conhecido dará menos garantias no curto-prazo, pelo que a chave do sucesso desta escolha recairá muito no apoio, determinação, cobertura e resiliência que a administração da SAD, com Varandas à cabeça, mostrar para com ele. Que sejam todos felizes, pois tal encheria de alegria a vastíssima maioria dos sportinguistas, que merecem como ninguém momentos de glória no futebol.
Tiago Fernandes, ao contrário do que já se ia ouvindo por aí, vai manter-se ligado ao Sporting Clube de Portugal. E logo numa função em que o seu talento mais pode ser aproveitado: como novo treinador dos sub-23 leoninos.
É um acto de gestão desportiva que justifica aplauso, como reconhecimento do mérito do jovem treinador que, enquanto interino, mostrou bom serviço em várias frentes: alcançou duas vitórias para o campeonato nacional (com Santa Clara e Chaves), manteve a equipa principal ao melhor nível na frente europeia (conseguindo um empate em Londres, no jogo mais difícil da nossa série, contra o Arsenal), estreou Miguel Luís como titular, interrompeu uma longa série de partidas a sofrer golos fora de casa e praticamente garantiu o acesso do Sporting à fase seguinte da Liga Europa.
Tudo isto em cerca de três semanas. Merece o nosso apreço e a aposta que a estrutura directiva leonina nele manifesta: o tempo joga a favor dele, como o futuro próximo confirmará. Aqui estou, grato também, a desejar-lhe a melhor das sortes nas funções que hoje inicia. Pronto a aplaudi-lo nas vitórias que vão seguir-se.
... 1 - ele está de volta!
... 2 - temos um grande treinador na calha.
Obrigado, Tiago Fernandes!
Sporting 2 - Desp. Chaves 1
Liga NOS - 10.ª Jornada
11 de Novembro de 2018
Renan Ribeiro (2,5)
Muito pouco teve para fazer ao longo de quase todo o jogo e muito pouco fez nas raras ocasiões em que era preciso. Além do lance do golo do Chaves, no qual foi impotente perante o arco do triunfo de Niltinho, o guarda-redes brasileiro distinguiu-se por algumas reposições de bola muito abaixo dos mínimos.
Bruno Gaspar (3,0)
Despertou para alguns dos melhores e mais intensos minutos que os sportinguistas lhe viram (não muitos ao vivo, pois pouco mais de 20 mil foram ao estádio) na segunda parte, depois de ficar estendido na grande área adversária ao fazer aquilo que se pede a um lateral de um clube grande: diagonais que aumentem as hipóteses de golo. Já na primeira parte tivera uma ocasião para marcar, permitindo o desvio para canto, mas na maioria parte do tempo parecera tão detido nas movimentações quanto o homónimo que o foi contratar à Fiorentina.
Coates (3,5)
Nem o golo do Chaves, longe da sua área de influência, retira brilho a mais uma grande exibição do uruguaio, impondo extremas restrições ao espaço aéreo como só ele sabe. No que toca às tradicionais incursões ofensivas destaca-se uma tentativa de triangulação prejudicada pela interpretação de Bruno Gaspar do que representa ser um vértice.
Mathieu (3,5)
Começou o jogo com um susto, pois um atraso levou a bola a deslizar demasiado na relva molhada. Teve muito tempo para se redimir e assim fez, não só nos cortes e na pressão sobre os adversários, mas também na capacidade de esticar o jogo ofensivo dos leões.
Acuña (3,5)
Foi o último a tocar na bola antes do apito final, o que constituiu uma certa justiça cósmica para o argentino, novamente posicionado como lateral-esquerdo de grande vocação atacante. Deve-se-lhe o cruzamento perfeito que permitiu a Bas Dost inaugurar o marcador, outros centros que ficaram por aproveitar, uma atitude de carraça que deve causar calafrios aos adversários e a disponibilidade para disputar a bola mesmo que lhe estejam a agarrar a camisola ou a fazerem entradas de sola que são punidas com vermelho directo. A destoar em mais uma grande exibição só mesmo a liberdade que concedeu a Niltinho no lance do golo do Chaves.
Gudelj (3,0)
Viu um cartão amarelo por uma obstrução que provavelmente seria considerada um cumprimento cordial na Sérvia. Novamente colocado na posição mais recuada do meio-campo leonino, onde parece ter encontrado o seu nicho, voltou a servir-se do físico e da experiência acumulada para levar a água ao seu moinho.
Miguel Luís (3,0)
Manteve a titularidade que lhe fora entregue perante o Arsenal pelo seu antigo treinador dos tempos de júnior. Distinguiu-se pelo muito que lutou no miolo do terreno, ainda que sem nunca deslumbrar tanto quanto deverá precisar para continuar a ser aposta do novo treinador.
Bruno Fernandes (3,0)
Teve em omnipresença o que lhe faltou em omnipotência e omnisciência, pois o seu mapa de acção cobre todo o relvado. O pior foram os resultados práticos, pois a sua tentativa de míssil teleguiado saiu directa para as bancadas esvaziadas pelo boicote da Juve Leo, uma desmarcação feita por Jovane Cabral foi desperdiçada e um passe longo que isolaria Nani não chegou ao destino. Pode ser que a pausa na Liga e a mudança de treinador ilumine o melhor futebolista da última edição da Liga NOS.
Nani (3,0)
Passou o tempo a construir jogadas e à procura de oportunidades para se reaproximar da liderança da lista de melhores marcadores. Valeu a pena? Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena... Teve direito a aplausos das bancadas ao ser substituído, já em tempo de descontos.
Jovane Cabral (3,0)
Desta vez foi titular, o que não costuma combinar assim tão bem com ele. Mesmo assim, um cruzamento para Bas Dost cabecear à figura e um remate rasteiro desviado pelo guarda-redes compensam um pontapé sem qualquer nexo junto da linha de fundo.
Bas Dost (3,5)
Passou dois minutos com a bola nas mãos, enquanto à sua volta os jogadores do Chaves protestavam, o videoárbitro revia as imagens e o guarda-redes era assistido. Foi autorizado a marcar o pénalti, fez o resultado final. Logo no início da primeira parte inaugurara o marcador com um cabeceamento irrepreensível, demonstrando que quem sabe nunca esquece.
Montero (2,0)
Preparava-se para entrar com o jogo empatado, entrou com o 2-1 e a missão de agitar o ataque, mas ficou demasiado só e lutou mais do que conseguiu obter.
Diaby (2,0)
Entrou para o lugar de Jovane e também oscilou de ala, logrando um bom cruzamento da direita para Bas Dost, que não andou longe de ser a única coisa digna de registo que o maliano tem para oferecer.
Misic (-)
Voltou a pisar o relvado em tempo de descontos. Pode ser que o Keiser engrace com ele.
Tiago Fernandes (3,0)
Deixa o Sporting na segunda posição, a apenas dois pontos do FC Porto, e bem posicionado para a qualificação na Liga Europa. Não só isso como aqui e acolá surgem uns vislumbres do que é construir jogadas com pés e cabeça. O interino emocionou-se no final do jogo, mas não se deve esquecer que os leões voltaram a terminar um jogo com vontade de queimar tempo para assegurar os três pontos. Estando a jogar contra dez.
O terceiro ajuda?
(ver comentários, aqui)
Lembro-me de ter lido num livro de Carlos Heitor Cony, qualquer coisa do género: "na lógica de Aristóteles, somente com o terceiro elemento de um problema se chegava à solução. Omne trinum est perfectum".
Do terceiro nada sabemos mas dos dois que o antecederam sim.
José Peseiro disputou catorze jogos oficiais; oito para a Liga Nos, 16 pontos; um para a Taça de Portugal, 3 pontos; dois para a Taça da Liga, 3 pontos; três para a Liga Europa, 6 pontos. No total de 42 pontos possíveis, fez 28, se fizermos a média em cada dois jogos, Peseiro fez quatro pontos, precisamente, o registo de Tiago Fernandes, dois jogos, quatro pontos.
Será que Marcel fará melhor?
Esperemos que sim, que venha ensinar novas movimentações, um futebol mais empolgante e eficaz, um futebol mais bonito, "coisas boas, coisas belas" como diria o treinador-poeta.
Que venha para ensinar e para vencer... o professor Marcel.
Arsenal 0 - Sporting 0
Liga Europa - 4.ª Jornada da Fase de Grupos
8 de Novembro de 2018
Renan Ribeiro (3,0)
Tornou-se o primeiro guarda-redes a defender as balizas do Sporting em relvados ingleses sem ser natural de Marrazes desde há muito tempo, podendo celebrar a data com o fim da impressionante série de jogos consecutivos a sofrer golos fora de casa que os leões ostentavam. Longe de ter feito uma exibição espantosa, daquelas que o levariam, mais tarde ou mais cedo, a engrossar as fileiras do Wolverhampton, o brasileiro teve um par de defesas seguras que ajudaram a manter o empate, distinguiu-se nas saídas aos cruzamentos e contou com a preciosa ajuda da dupla de centrais.
Bruno Gaspar (2,5)
Muito sofreu com o endiabrado extremo Iwobi, felizmente mais interessado na parte lúdica do futebol do que na fria contabilidade dos golos e assistências, mas a sua passagem por Londres fica marcada acima de tudo pela participação inadvertida na grave lesão do avançado Welbeck.
Coates (3,0)
Seria candidato a homem do jogo se não tivesse deixado escapar um atraso de bola proveniente do meio-campo que deixou a equipa a jogar só com dez nos últimos minutos. Ainda assim há que referir que o sacrifício a que forçou Mathieu foi compensado pela diligência com que impediu um autogolo do francês, na melhor jogada do Arsenal na primeira parte, despejando a bola para longe antes de esta passar a linha de golo. Apenas uma das muitas intervenções em que o uruguaio, desta vez menos afoito no ataque - a única tentativa de avançar no terreno durou menos de cinco segundos -, impôs a sua lei e contribuiu para que os leões tenham um pé e meio nas eliminatórias da Liga Europa. Mesmo que durante grande parte do jogo aparentasse um daqueles polícias que tentam em vão evitar o massacre num filme de terror.
Mathieu (3,0)
Raras são as ocasiões em que um jogador que viu o vermelho directo é cumprimentado pelos treinadores das duas equipas. O veterano francês salvou o empate ao derrubar Aubameyang mesmo antes de o avançado do Arsenal entrar na grande área, livrando-se da nefasta viagem ao Azerbaijão no fim do mês. No resto do tempo dedicou-se a afastar o mal das balizas leoninas, pressionado por avançados que quase o levaram a marcar na própria baliza, e atento ao espaço nas costas de Acuña.
Acuña (2,5)
Regressou ao posto de lateral-esquerdo, após ter sido o homem do jogo anterior enquanto extremo-direito, e essa roleta posicional esteve muito aquém de lhe trazer benefício. Abriu demasiado espaço aos adversários em muitas ocasiões e abusou das faltas mesmo depois de um cartão amarelo por protestos, o que também o afasta da próxima jornada da Liga Europa e praticamente assegura que Jefferson terá oportunidade de contrariar quem não cessa de repetir que o seu prazo de validade expirou há muito tempo.
Gudelj (3,5)
O Sporting perdeu o Battaglia mas ganhou um homem de guerra, que se dedicou a servir de cortina de ferro aos avanços do meio-campo do Arsenal. Naturalmente menos dedicado a lances de ataque, pertenceu-lhe o primeiro remate do Sporting mais ou menos digno de tal nome, ainda que tenha saído tão alto que nem uma versão gigantone de Peter Cech lhe conseguiria tocar. Certo é que lutou muito, ao longo de quase 100 minutos, e mesmo no final só lhe faltaram pernas para chegar à bola num contra-ataque que poderia ter recompensado o esforço e dedicação da equipa mais do que seria justo.
Miguel Luís (3,0)
Provando que as notícias acerca da morte da formação do Sporting são manifestamente exageradas o campeão europeu de sub-17 e sub-19 estreou-se a titular na equipa principal. Deu boa conta do recado quase sempre, embora uma falha de marcação tenha estado na origem da tal jogada em que Coates teve de evitar o autogolo de Mathieu, mas a prova de fogo ficará para um próximo desafio em que o Sporting tenha a iniciativa de jogo. Talvez já neste domingo à noite, em Alvalade, frente ao Chaves.
Bruno Fernandes (3,5)
Faltou-lhe espaço e tempo para investir nos remates de longa-distância, mas manteve-se sempre atarefado com a pressão sobre o adversário e constantes tentativas de lançar o contra-ataque em circunstâncias assaz desiguais. Boa parte deste empate deve-se à sua incansável eficácia.
Diaby (2,0)
Conseguiu fazer o que se lhe pedia uma única vez, ainda na primeira parte, quando ganhou a linha direita e cruzou para a grande área do Arsenal, onde Montero não estava e Nani não chegou a tempo. Aquilo que mais demonstrou foram gritantes deficiências no domínio de bola, o que dilui a importância da sua velocidade nos contra-ataques leoninos. Numa rara ocasião em que havia três atacantes do Sporting para três defesas do Arsenal preferiu rematar contra um adversário em vez de passar a bola a Bas Dost ou Nani. Resta a compensação de que o seu passe foi um milhão de euros mais barato (sem contar uns quantos anos de inflação) do que o passe de Sinama-Pongolle.
Nani (3,5)
Puxou dos galões de ex-Manchester United e tentou levar tudo à sua frente na ala esquerda. Conseguiu-o algumas vezes, cruzando na melhor dessas ocasiões para o espaço onde Montero não conseguiu desviar para golo. Muito assobiado pelos adeptos da casa, sobretudo depois de não ter lançado a bola para fora do relvado aquando da lesão de Lichtsteiner, encolheu os ombros, na melhor expressão “haters gonna hate”, e seguiu caminho.
Montero (2,5)
Deixado à deriva entre a linha defensiva do Arsenal, foi a versão menos eficiente daquilo que fizera, frente ao mesmo adversário, no jogo de Alvalade. Teve poucas ocasiões, pouco conseguiu combinar com os colegas, e quando cedeu o lugar a Bas Dost nada de relevante teria para escrever num postal enviado para casa.
Bas Dost (2,5)
Veio refrescar o ataque do Sporting, trazendo poder de choque e apetência pelo jogo aéreo, e não se coibiu de trocar a bola com os colegas para lançar jogadas de ataque - tentou, por exemplo, fazer a assistência para Gudelj. Não era, no entanto, noite para contrariar a ideia de que o holandês é o tipo de goleador que prefere ser forte com os fracos.
Jovane Cabral (2,0)
Demorou muito a substituir o inoperante Diaby e revelou-se igualmente inoperante. Espera-se que não tenha perdido a qualidade de talismã com a saída de José Peseiro e o novo corte de cabelo, demasiado conservador para quem parece destinado a dar nas vistas.
Petrovic (2,5)
Entrou numa fase de sufoco, com a missão de servir de tampão aos ataques da equipa da casa, posicionando-se junto à linha defensiva, mas a expulsão de Mathieu levou a que recuasse para central. O nulo do resultado final mostra que foi bem-sucedido naquilo que se lhe pediu.
Tiago Fernandes (3,5)
Montou um onze para o objectivo que alcançou, o que basta para escrever que o treinador interino teve uma noite bem positiva. Mesmo a opção arriscada na titularidade de Miguel Luís torna-se normal perante as alternativas no banco leonino e os enormes e trágicos equívocos na construção do plantel. Esteve bem nas substituições, ainda que Diaby pudesse ter saído mais cedo, e acertou especialmente em cheio na necessidade de ter o esforçado Petrovic a assegurar um empate a zero que, por todos os motivos, é mais valioso do que a soma das suas partes.
Corpo Expedicionário Sportinguista (5,0)
Raras foram as vezes que uma equipa portuguesa pareceu jogar em casa num país que até optou pelo Brexit. Os milhares de sportinguistas que estiveram no estádio Emirates exponenciaram as suas vozes e impuseram-se à maioria silenciosa, quase do primeiro ao último minuto, constituindo um valiosíssimo 12.° jogador que explicou aos arsenalistas por que não fica em casa. Tiveram direito ao agradecimento sentido (e merecido) da equipa, abrindo caminho para a necessária reconciliação entre jogadores e adeptos.
Volta para adjunto?
Vem um novo treinador?
Nesta fase da época, o mais importante é ganhar jogos e somar pontos. Hoje diante do Santa Clara, Tiago Fernandes abandonou o mal-amado duplo pivot e colocou em campo Lumor, que até aqui pouco ou nada contava. No entanto a 1ª parte foi sofrível, jogando a favor do vento, apenas 2 remates de meia-distância e um cabeceamento num lance de bola parada, colocaram em perigo a baliza dos açoreanos. À entrada para a 2ª parte, Tiago Fernandes que já havia sido obrigado a gastar uma substituição, pela lesão de Battaglia, entrando para o seu lugar Gudelj, não hesitou e colocou Jovane Cabral na ala esquerda, Acunã na direita e Nani nas costas do ponta de lança. A partir daí a dinâmica da equipa mudou por completo e estivemos sempre por cima no jogo, não permitindo veleidades ao adversário, que apenas nos descontos voltaria a incomodar. Nada a dizer quanto à grande penalidade, existiu e foi assinalada. A expulsão do jogador adversário é daqueles absurdos que acontecem, uma atitude irreflectida que prejudicou a sua equipa, mas da qual o Sporting não tem culpa.
A nível individual destaco Acuña, Bas Dost e Jovane Cabral, mas toda a equipa esteve em bom plano, mesmo Gudelj que tem sido algo contestado, transmitiu segurança no meio campo, entendendo-se com Bruno Fernandes que recuando no terreno foi obrigado a trabalho defensivo, tendo cumprido. Diaby completamente desinspirado, passou ao lado do jogo, terá sido o elo mais fraco da equipa e por isso foi substituído. Com Nani nas costas do ponta de lança a Bruno Gaspar não mostrou grande fulgor, mas pareceu-me defensivamente mais seguro que o habitual titular, Ristovski, na manobra ofensiva tem mais dificuldades. Os centrais estiveram seguros ao nível a que nos habituaram. Renan, que não fez uma defesa em todo o jogo, pareceu-me hesitante no lance do golo, tendo ficado a meio na saída. A seu favor o benefício da dúvida pela bola ter diminuído de velocidade pela acção do vento.
Se dúvidas houvesse, este jogo provou que apesar das lacunas no plantel, que podem ser rectificadas na reabertura de mercado em Janeiro, existem alternativas aos habituais titulares, sendo necessária alguma rotação de jogadores, por forma a garantir que todos cheguem em condições físicas à fase decisiva da época. Claro que a experiência da época passada, é algo aberrante a nunca mais repetir, por isso aguardo ansiosamente pela chegada do novo treinador, feliz por saber que não é o mestre da táctica de má memória, que foi demasiado caro para o clube, principalmente para tão fraco pecúlio desportivo.
Para já estamos a 2 pontos da liderança, com tudo em aberto para o que resta da época. Se ganharmos o próximo jogo em Alvalade, vamos em excelente posição para a próxima paragem do campeonato. As notícias da morte do Sporting, que algumas aves de mau agouro, incluindo os que nas bancadas de Alvalade choram pelo passado recente de má memória, eram manifestamente exageradas…
Acaba de ser divulgada a convocatória para o Santa Clara-Sporting deste domingo. Tiago Fernandes escolheu levar os seguintes jogadores:
Renan Ribeiro, Salin, Luís Maximiano
Bruno Gaspar, Thierry Correia, Coates, Mathieu, André Pinto, Acuña, Lumor
Gudelj, Battaglia, Bruno Fernandes, Miguel Luís
Bas Dost, Montero, Castaignos, Nani, Diaby, Jovane Cabral
Começo por assinalar o número reduzido de 6/8, que permite acreditar que o duplo pivot defensivo também assinou a rescisão, embora Acuña possa ser desviado para o meio-campo. A exclusão de Petrovic acaba por ter uma pontinha de injustiça, pois o sérvio foi um dos menos maus (melhores só o também ausente Wendel, suponho que por lesão, e Bas Dost), mas será por um bem maior.
Também saliento a inclusão de Lumor, e o afastamento de Jefferson, punido por um jogo abismal. E, sobretudo, a estreia de Thierry Correia, um lateral com imenso potencial, que o treinador interino do Sporting conhece bem, e que me parece uma opção a ter em conta numa das posições (lateral-direito, embora também possa jogar à esquerda) em que o plantel não tem indiscutíveis.
A maior curiosidade é, apesar disso, a oportunidade dada a Castaignos. Veremos se apenas para acumular milhas...
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