Em artigo publicado no blogue Leonino, o antigo candidato à presidência do Sporting Fernando Tavares Pereira anuncia a criação de mais um grupo «com vista à união de todos os sportinguistas».
Anotei a novidade. Era mesmo o que nos estava a faltar: outra capelinha verde e branca. Ainda só havia mil setecentas e vinte e cinco. Todas prometendo unir o Clube.
Assim mesmo, sublinhando até o numeral com maiúsculas.
Subentende-se: com ele à frente, o clube estaria provavemente em melhores condições de conquistar o título de campeão nacional que nos foge desde a época 2001/2002.
Fui recordar, portanto, a percentagem obtida por Tavares Pereira na eleição de há dois anos: 0,88%, correspondendo a 197 votantes. Mais sócios votaram em branco do que nele.
Não restam dúvidas: haverá poucos tão qualificados como este ex-candidato presidencial para se pronunciarem sobre os fracassos do Sporting. Venha o tal grupo para debater isto.
Victor Frankenstein teria o sábado facilitado caso fosse um sócio do Sporting com as quotas em dia.
Bastar-lhe-ia criar a meio da noite um candidato com a cultura de campeão de João Benedito, a proximidade do futebol de Frederico Varandas, a experiência acumulada de Dias Ferreira, os milhões de euros de Rui Jorge Rego, as credenciais de empresário de Tavares Pereira e a capacidade de atrair adversários (internos e externos) de José Maria Ricciardi. Estes e outros pontos fortes reunidos na mesma criatura, formada de retalhos de todos quantos disseram presente na hora de suceder a Bruno de Carvalho.
Mas nenhum sócio do Sporting com as quotas em dia terá ausência de moral, conhecimento científico e vontade de acrescentar trabalho à Polícia Judiciária bastantes para perpetrar os crimes necessários para seguir a imaginação da escritora Mary Shelley. Resta-lhes, por isso, escolher o candidato que mais se aproxime daquilo que consideram necessário para o futuro do clube, pousando na balança de precisão personalidade, programa eleitoral e equipa de cada um dos seis.
A acreditar nas últimas sondagens, acima de dois em cada três sócios inclinam-se para votar em João Benedito ou Frederico Varandas. Ambos têm grandes qualidades e entusiasmo, ambos são alvos fáceis devido à idade e inexperiência na liderança do clube, tal como Bruno de Carvalho era um alvo fácil aquando da eleição para o primeiro mandato. Mas em nenhum dos dois se reconhece a volatilidade (digamos assim) que se revelou o vício intrínseco do presidente destituído.
Tirando os respectivos núcleos duros de fiéis, todos os sócios do Sporting com as quotas em dia serão forçados a dar um salto de fé no próximo sábado. Depois caberá ao vencedor garantir que, ao contrário da criatura de Frankenstein, não acabará perseguido por uma multidão com forquilhas e archotes.
P.S. - Um enorme obrigado ao Pedro Correia pelo convite para regressar a este blogue. Extensível a todos os outros que o escrevem e aos que o lêem.
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