E que tal falarmos de coisas bonitas?
Sem qualquer desprimor para o passe de Solange Carvalhas que isolou Carolina Mendes, permitindo-lhe inaugurar o marcador do Sporting-Estoril com um chapéu bem calculado, percam uns segundos do vosso tempo a ler a minha tentativa de descrever a forma como Rita Fontemanha recebeu a bola na esquerda (a ausência de Joana Marchão forçou a meio-campista transformada em lateral-direita a nova adaptação), olhou para a área e só depois, mesmo junto à linha de fundo, cruzou à beira da perfeição para o cabeceamento da nossa goleadora de serviço, que bisou e sossegou espíritos inquietos por um onze desfalcado (espera-se que não por nada especialmente grave) de Ana Borges. E ainda o melhor que consigo descrever do cruzamento em arco que Tatiana Pinto executou junto à quina da área, na sequência de um canto curto, levando a bola a passar pelas jogadoras esquipadas de amarelo até encontrar o pé da central goleadora sérvia Nevena Damjanovic.
O jogo esteve longe de ser perfeito, mas estes lances vieram recordar como o futebol pode ser bonito. Venham mais assistências tão vistosas quanto estas.