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És a nossa Fé!

Os melhores golos do Sporting (46)

 

Golo de TANAKA

Braga - Sporting, 0-1

11 de Janeiro de 2015, estádio do Braga

 

Há jogadores a quem basta um golo para se tornarem ídolos de multidões. Aconteceu no Sporting, durante a breve passagem do japonês Junya Tanaka pelas hostes leoninas. Ia complicada a nossa travessia na Liga 2014/15, afectada por um conflito larvar entre o presidente e o treinador, estava aferrolhado o nosso desafio em Braga, com um persistente empate a zero para além do tempo regulamentar, quando o artilheiro nipónico dispôs de um pontapé de livre, alguns metros fora da área, na banda direita do corredor central.

Decorria o terceiro minuto do tempo extra, aquele seria o último lance da partida. Tanaka tomou algum balanço, disparou com força e precisão, a bola descreveu um ligeiro arco e foi anichar-se ao fundo da baliza bracarense. Um remate indefensável, candidato a melhor golo de bola parada de todo o campeonato e um dos nossos mais vibrantes golos dos últimos anos. Perante a euforia dos jogadores em campo, perante a euforia de milhões de adeptos que acompanhavam a transmissão televisiva - tantos já descrentes da possibilidade de o Sporting trazer três pontos da Cidade dos Arcebispos.

Mas trouxemos mesmo. Graças a Tanaka, que foi o herói daquele dia e viria a figurar nas manchetes da manhã seguinte. Efémero herói que aguentaria cerca de um ano mais em Alvalade, sem nunca ter conseguido uma verdadeira oportunidade de ingressar como titular na equipa. Em 35 partidas de Leão ao peito, participando apenas em 13 jogos completos, o japonês marcou sete golos e fez seis assistências. Um registo que, aliado ao profissionalismo sempre revelado nos treinos, fez dele um jogador sempre simpático aos olhos dos sportinguistas enquanto permaneceu sob a fugaz orientação técnica de Marco Silva e Jorge Jesus.

Samurai

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É a quarta opção do ataque leonino. E provoca sorrisos desdenhosos de alguns comentadores emproados. Mas tem um dos melhores registos do nosso plantel: participou em 13 jogos completos, facturando sete golos e contribuindo ainda com seis assistências.

As contas são fáceis de fazer: a cada 90 minutos participou numa jogada de golo. E foi decisivo em desafios como o da nossa vitória tangencial em Braga, no campeonato 2014/15.

Junya Tanaka entrega-se aos treinos com o mesmo brio profissional que tem revelado sempre que é chamado a jogo. Espero que Jorge Jesus conte com ele.

Balanço (23)

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O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre TANAKA:

 

- Duarte Fonseca: «Tanaka é um híbrido. Tem alguns pormenores interessantes, nomeadamente de movimentação, mas dificilmente será titular e se Slimani sair, não faz sentido fazer uma época só com Montero e Tanaka.» (1 de Agosto)

- Eu: «Um dos reforços que estão a causar mais entusiasmo entre os adeptos. Porque o japonês não se limita a movimentar bem dentro da área: também marca. E se há coisa de que o Sporting precisa é disso. De golos.» (11 de Agosto)

- Luciano Amaral: «Se calhar, Marco terá de pensar a sério no Tanaka.» (17 de Agosto)

- Edmundo Gonçalves: «Estou em crer que ontem, com aquele golo magistral de Tanaka, para além de nos manter na luta pelo título (sim, a primeira volta ainda não acabou!), ganhámos uma equipa (ou fortalecemos os laços, se quiserem).» (12 de Janeiro)

- Paulo Gorjão: «Nos poucos momentos em que jogou já tinha deixado bons apontamentos. Ontem marcou um golo fantástico. Decorrida sensivelmente metade do campeonato, estou cada vez mais convencido que Tanaka será mesmo a revelação da época.» (12 de Janeiro)

- Cristina Torrão: «E não é que o Tanaka marcou mesmo? O Tanaka marcou um golaço! O que nos vale é o Sporting! Para nos abençoar o sono e nos fazer esquecer as agruras de travessar meia Europa de carro em pleno inverno!» (12 de Janeiro)

- Francisco Almeida Leite: «Para este jogo, e perante o regresso adiado do Slimani, podíamos ter o Tanaka de início.» (22 de Fevereiro)

Reforços assim mesmo, sem aspas

sporting-treino[1].jpg

 Ryan Gauld e Paulo Oliveira, dois dos reforços

 

A espinha dorsal deste Sporting 2014/15 ainda é semelhante à da época anterior, conduzida por Leonardo Jardim. Mas aos poucos Marco Silva tem vindo a utilizar os reforços que Bruno de Carvalho colocou à sua disposição. E que estão mesmo a ser reforços, sem aspas, ao contrário do que alguns pseudo-entendidos em futebol garantiam.

Basta ver que ontem, contra o Rio Ave, seis dos 14 jogadores utilizados em Alvalade não tinham jogado pelo Sporting no campeonato nacional anterior: Paulo Oliveira, Tobias Figueiredo, João Mário, Nani, Ryan Gauld e Tanaka. Aliás dois deles, Tobias e Gauld, só agora se estrearam na Liga. E três dos nossos quatro golos foram marcados por reforços: Nani, João Mário e Tanaka.

 

Jogadores com qualidade? Decerto. Citemos, a propósito, o que escreve hoje um jornal insuspeito de simpatias pelo nosso clube: A Bola. Sobre Tanaka: «Terceiro golo consecutivo a marcar, agora de bola corrida (belo golo), depois do livre directo ao Braga e do penálti ao Boavista. É para levar a sério.» Sobre Gauld: «Mais uma estreia no campeonato e com vários pormenores deliciosos, como aquele túnel a um adversário no início da jogada do 3-0. O miúdo promete e os adeptos gostam dele.» Sobre Tobias: «Voltou a deixar as boas indicações que fazem de si um central muito promissor. Terá subido, ontem, mais um degrau. Venham os próximos.»

 

Eis portanto boas notícias para o Sporting: acabou a polémica sobre a eventual falta de qualidade dos reforços leoninos e qualquer possível divergência entre Bruno de Carvalho e Marco Silva a propósito desta matéria já foi ultrapassada com inteligência e bom-senso entre as partes, sem ninguém perder a face.

Além disso - mais importante do que tudo o resto - o Sporting continua a ganhar. Jogue Nani ou não jogue, jogue Slimani ou não jogue, jogue Adrien ou não jogue. Confirma-se: o todo é sempre maior do que a soma das partes.

Quatro notas sobre o jogo desta noite

1. Confirma-se que temos reforços. Estão mais perto do que muitos pensavam: no Sporting B ou à sombra dos titulares habituais, espreitando um lugar na equipa. O jogo de hoje em Alvalade para a Taça da Liga, contra o Boavista, reforçou a impressão que o de há duas semanas em Guimarães já tinha demonstrado: estes jovens que costumam manter-se no banco dos suplentes ou nem lá costumam sentar-se merecem uma oportunidade. Porque têm qualidade suficiente para dar o seu contributo. Que aliás já pode ser avaliado em números: dois jogos, duas vitórias. Três golos marcados, nenhum sofrido.

 

2. Andávamos vários de nós preocupados com as carências no ataque leonino e afinal, também aqui, havia uma solução pronta a utilizar. Tanaka, até há muito pouco preterido e já transformado no novo ídolo de Alvalade. Várias vezes defendi aqui que o japonês devia merecer a confiança de Marco Silva. Isto apenas com base na boa pré-temporada que fez com a camisola verde e branca, tendo-se distinguido então como o nosso melhor marcador. Agora, depois daquele espectacular pontapé de livre que valeu três pontos em Braga, já ninguém tem dúvidas: podemos e devemos contar com ele. Hoje voltou a marcar o golo da vitória, de grande penalidade. O mês vai quase a meio e ainda ninguém deu pela falta de Slimani, ausente no campeonato africano das nações.

 

3. A solidez do desempenho colectivo destas "reservas" do Sporting num onze de onde estiveram ausentes todos os titulares relega para segundo plano os realces individuais. Mesmo assim, faço alguns destaques. Tobias Figueiredo voltou a situar-se em alto nível, conferindo solidez e segurança ao eixo defensivo. André Geraldes reforçou a excelente impressão que me causara em Guimarães apesar de nos dois jogos, enquanto lateral esquerdo, actuar fora da sua posição de origem, que é na ala oposta. Rosell soube gerir bem a posse de bola e ligar os sectores, mas tem de se acautelar com os cortes demasiado exuberantes atendendo à tendência dos árbitros portugueses de inflacionar a exibição de cartões. Ryan Gauld voltou a ser muito influente, nomeadamente nas recuperações de bolas e na jogada mais decisiva do encontro, ao provocar o contacto com o guarda-redes adversário de que resultou o penálti. Esgaio regressou a uma posição que conhece bem, como ala direito, e correspondeu à aposta que nele fez o treinador: destaco dois passes para Tanaka, aos 37' e 64', que quase funcionaram como assistência para golo. Podence, muito dinâmico, voltou a revelar qualidades: precisa apenas, em certos lances, de libertar mais cedo a bola. E Slavchev, que tinha sido o jogador mais apagado em Guimarães, revelou desta vez bons apontamentos enquanto o físico resistiu, mas falta-lhe rodagem para aguentar mais de 45 minutos.

 

4. Esta noite, mais ainda do que no desafio de Guimarães, estes jogadores que raras vezes têm treinado e actuado juntos organizaram-se em campo com verdadeiro espírito de equipa. Gerindo a posse de bola com muita inteligência. Ganhando ressaltos por sistema aos adversários. Ocupando eficazmente tanto os corredores como o espaço central nas missões ofensivas e defensivas. E criando sucessivas linhas de passe no meio-campo do Boavista, que mesmo a jogar com mais um durante a meia hora final - devido à expulsão de Rosell por discutível acumulação de cartões amarelos - nunca traduziram em campo essa superioridade numérica. Pelo contrário, parecia até que era o Sporting a ter um jogador a mais.

O que nos vale é o Sporting!

Saímos cedo de Macedo de Cavaleiros, em direção à fronteira, debaixo de um nevoeiro cerrado e temperaturas negativas. A geada cobria a paisagem, nem as árvores escapavam. Ao passar em Bragança, o termómetro do carro mostrou cinco graus negativos.

Do lado espanhol, a coisa não melhorou: Zamora, Toro e Valhadolid pareciam estar encarceradas numa arca congeladora. Em Burgos, enfim o sol! Fizemos uma pausa e, ao contrário de em Toro, pudemos passear a cadela sem tiritar. Nas montanhas bascas, vivemos uma primavera antecipada, mas depressa escureceu e, como se não bastassem os dias pequenos de inverno, chegámos a Bordéus debaixo de uma chuva miudinha.

O quarto do hotel estava quente demais e não se podia regular o aquecimento. O sono não foi tranquilo. Passámos o dia seguinte debaixo de chuva. A temperatura descia e a tempestade aumentava de intensidade, à medida que nos aproximávamos de Paris. Pudera! Vivemos tempos bizarros, em que se executam caricaturistas!

Deixámos para trás as convulsões da capital francesa e pernoitámos em Valenciennes, junto à fronteira belga. Desta vez, a temperatura do quarto era mais agradável, mas, a meio da noite, alguém resolveu festejar, com música alta. Não chegámos a saber se era no hotel, se fora dele.

Partimos às seis e meia da manhã, mais mortos do que vivos, tendo ainda setecentos quilómetros pela frente. Atravessámos uma Alemanha fustigada por ventanias e saraivadas, por vezes, a visão era mínima. E já nem falo nos passeios com a cadela...

Chegar, descarregar o carro, arrumar as coisas, tentar estabelecer a ordem no meio do caos. Quando pude, liguei o computador, li os mails, vagueei um pouco pela blogosfera… Eram cerca das nove e meia (na Alemanha, é uma hora mais tarde), quando o meu marido me veio dizer: «A RTP Internacional está a transmitir o Braga-Sporting. 0:0 ao intervalo».

Já não me demorei na internet. Fui ver a segunda parte. O Sporting começou bem, mas as oportunidades falhadas sucediam-se. Na parte final, o Braga cresceu e eu já rezava que não marcassem, que se salvasse, pelo menos, o empate.

Em tempo de descontos, a entrada violenta de Matheus sobre Tanaka. O guarda-redes só levou o cartão amarelo. «Haviam de marcar este golo», disse o meu marido, «sempre se fazia justiça por o Matheus não ter visto o vermelho».

E não é que o Tanaka marcou mesmo? O Tanaka marcou um golaço!

O que nos vale é o Sporting! Para nos abençoar o sono e nos fazer esquecer as agruras de atravessar meia Europa de carro em pleno inverno!

Rescaldo do jogo de hoje

Gostei

 

De Tanaka, que nos deu o golo da vitória. No último instante da partida, o japonês que entrou só aos 79' para o lugar de Montero arrancou um livre directo (num lance em que o guarda-redes do Braga, Matheus, devia ter sido expulso). E marcou esse livre de forma exemplar. Com um remate indefensável, já candidato a melhor golo de bola parada neste campeonato. Foi a estreia de Tanaka - o homem do jogo - a marcar na Liga 2014/15.

 

De Carrillo. Continua em grande forma. Voltou a ser um jogador muito influente, conduzindo as jogadas de ataque mais perigosas do Sporting. Numa delas, aos 58', a bola foi desviada in extremis, ainda roçando o poste. Promete fazer uma segunda volta inesquecível.

 

De João Mário. Foi o nosso médio mais avançado e cumpriu a missão que Marco Silva lhe confiou, não dando um momento de descanso ao reduto defensivo do Braga. Teve duas oportunidades sucessivas de golo, aos 48', e também aos 56', quando falhou uma recarga rematando a escassos centímetros do poste.

 

De William Carvalho. De jogo para jogo vai retomando a forma a que nos habituou na época passada. Desta vez, em Braga, já esteve próximo das exibições que tantos aplausos lhe valeram ao fechar bem o caminho para a nossa baliza e liderar as operações de recuperação de bola no meio-campo. Só lhe faltou fazer um daqueles seus passes de longa distância que servem de assistência para golo. Se o tivesse feito, mereceria nota ainda mais positiva.

 

Da nossa organização defensiva. Sólida, tranquila, segura. Com Paulo Oliveira e Maurício no eixo e Cédric e Jefferson nas alas. Nota-se aqui muito trabalho nas sessões de treino: alguns erros cometidos anteriormente não voltaram a ser repetidos, o que ajudou hoje a neutralizar o ímpeto ofensivo bracarense.

 

De ver sete portugueses no nosso onze titular. Seis deles oriundos da nossa formação: Rui Patrício, Cédric, William, Adrien, João Mário e Nani.

 

Que tenha sido posto fim ao mito de que só ganhamos às equipas mais pequenas. Depois do triunfo ao Guimarães na Taça da Liga, esta vitória em Braga desfaz todas as dúvidas.

 

Que esta tenha sido a nossa sexta vitória consecutiva. Nos últimos cinco jogos, marcámos onze golos e não sofremos nenhum. Melhor registo da temporada até agora.

 

 

Não gostei

 

De tantos minutos sem golos. O jogo, bem disputado entre as duas equipas, só pecou por falta de capacidade de concretização durante os 90 minutos. Valeu-nos o talento de Tanaka, já no período de compensação.

 

Dos cartões amarelos a Paulo Oliveira, Adrien e Maurício. O médio ficará de fora no próximo jogo. E vai fazer-nos falta.

A hora de Tanaka?

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Com Slimani lesionado, e portanto fora da lista de convocados para o jogo desta tarde com o Marítimo, abre-se a perspectiva de vermos enfim Tanaka dar maior contributo à equipa no campeonato. O japonês destacou-se na pré-temporada, chegando a marcar três golos num só jogo, e estreou-se da melhor maneira na Liga 2014/15 com uma bola ao poste que ajudou a desatar o nó na partida contra o Arouca.

Poucos minutos em campo mas que bastaram para deixar boa impressão deste avançado, blindado por uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros.

{ Blogue fundado em 2012. }

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