Custa sempre assistir à partida definitiva de jogadores que, jogando mais ou menos, souberam "vestir a camisola" e dignificar o clube.
Se inicialmente torci o nariz à contratação dum extremo brasileiro meio maluco do Portimonense, rapidamente comecei a apreciar o seu jeito de jogar futebol e a reclamar mais oportunidades para um jogador extremamente versátil, formado no Atlético Mineiro, que passou pela selecção olímpica do Brasil e que cada vez que entrava deixava melhor impressão, a que só faltava continuidade de utilização para explodir de vez. Até pensava que poderia estar ali o sucessor de Matheus Nunes.
Não sei até que ponto a figura meio sinistra de Theodoro Fonseca e a situação contratual ao nível da partilha do passe foi determinante na falta de minutos de Tabata no Sporting, sei é que ele demonstrou a maior integração e espírito de equipa, mesmo nas questões que deram origem a castigos. Tabata sempre pareceu alguém que sofreu pelo grupo, que deu a sua pele pelo Sporting.
Segue agora para o campeão do Brasil e para o comando de Abel Ferreira, e a verdade é que o Palmeiras leva um belo jogador, parece que o Sporting vai ser ressarcido do que pagou ao Portimonense, mas francamente sabe a muito pouco.
O que saberia bem melhor era o Sporting ter adquirido a totalidade do passe e Tabata ficar no clube onde se sentia feliz, mas as coisas são o que são, pelo menos vai ficar muito bem desportiva e financeiramente.
Claro que há aqueles que embarcaram na estúpida frase do nosso ex-presidente: "Estou cá para defender os interesses do Sporting, os jogadores que defendam os deles." Mas esteve muito bem o Sporting em colaborar numa solução a contento de todos.
Fica aqui o video de despedida e a entrevista final de Tabata. Para chorar mesmo. Da minha parte foi um prazer contar contigo, Tabata, a defender a camisola do Sporting. Vou ficar a torcer para o teu sucesso no regresso ao teu país. Obrigado, Bruno Tabata. Tudo de bom para ti.
Durante o dia de ontem foram circulando com insistência notícias que dão nota da provável saída de Bruno Tabata do Sporting por meros 5 milhões de euros. Recordo que este jogador de 25 anos destacou-se como internacional júnior do Brasil, beneficia de uma cláusula de rescisão fixada em 60 milhões de euros, cumpre diversas missões na equipa com desempenho digno de realce, tem golo (lembremos o que marcou à Roma há poucos dias) e vem justificando calorosas palavras de elogio por parte do treinador.
Não quero acreditar que tais notícias sejam verdadeiras. Ver Tabata abandonar Alvalade por um quantia ridícula, equivalente à dolosa cláusula de rescisão que acaba de ser batida pelo Ajax para levar Francisco Conceição do FC Porto, é algo que nem me passa pela cabeça. Estou confiante, portanto, que tal disparate não passa de desinformação estival. E que Tabata vai mesmo integrar o plantel leonino com o n.º 7, conforme foi apresentado perante os adeptos no passado domingo.
Foi tudo menos um amigável o jogo de hoje no Estádio do Algarve do Sporting de Amorim contra a Roma de Mourinho.
Dum lado uma equipa séria, a jogar futebol e a testar quase o seu melhor onze para os jogos importantes que se avizinham, do outro um bando de jogadores a fazer pela vida e a bater forte e feio, com algumas noções do jogo colectivo mas condicionados pela rotação decidida do banco.
Tudo isso com uma arbitragem com altos e baixos, que não se conseguiu impor aos excessos dos romanos mas que tambem não estragou o espectáculo. No final, se calhar o Sporting ainda recebeu mais cartões do que o Roma para calar a boca a Mourinho com o penálti bem assinalado. Nem faço ideia como é que metade da nossa equipa, a começar por Matheus Nunes, tem as pernas, espero que nada fracturado nem rasgado. Agora banhos e massagens para estarem bons para domingo.
Passando ao.jogo propriamente dito. Amorim testou mais uma vez a táctica "dos 3 baixinhos", que jogam muito, rematam pouco e marcam menos ainda. Foi preciso um penálti para marcar e chegar ao intervalo com um empate e mesmo assim dando um banho de bola à Roma.
Depois entrou Trincão e ainda mais se notou a falta duma referência ofensiva, porque ele é muito mais do que um jogador de pequenos espaços como Edwards ou o Rochinha.
Entrou Tabata e finalmente tivemos alguém que recebe, roda e remata, um ponta de lança. Que nos deu a vitória.
Gostei muito, como todo o estádio gostou, da exibição do Sporting. Todos os reforços estiveram muito bem, a equipa fez um belíssimo teste para o que aí vem no arranque do campeonato, o Pote voltou a ser de ouro mas o melhor de todos foi... aquele uruguaio meia-leca... como se chama.. Manuel? Ugarte?
Alguns perguntarão (como o fizeram nalgumas tascas da net) como é possível o Sporting ter conseguido contratar um jogador assim. Dizem que é da Gestifute e de Jorge Mendes. Só pode ser mesmo gestão danosa de negociadores incompetentes. Pelo menos para alguns que ainda fazem contas sobre quanto custou Paulinho. Saberão eles quanto custou o Abraham ao Roma? 40M€. Marcou algum golo? Não, deu a marcar. Também não presta???
PS: Uma vergonha os insultos ao Rui Patrício patrocinados por quem, ou pelos amigos de quem, toldados de raciocínio e ao abrigo do desvario dum presidente que acabou destituído e expulso, o andou a bombardear com tochas em Alvalade e assaltou Alcochete para lhe bater a ele e a outros como ele.
Exibição de luxo do ex-internacional olímpico brasileiro neste desafio da Taça de Portugal, disputado a horas impróprias, em noite muito fria. Bruno Tabata marcou dois nesta goleada (0-4). O mais vistoso foi o primeiro, que aqui se reproduz, coroando da melhor maneira uma excelente jogada individual. Não restam dúvidas quanto ao requinte técnico deste futebolista, que merece ser mais aproveitado em Alvalade.
Pelo que se relata do que vai acontecendo nestes primeiros treinos da pré-temporada, Rúben Amorim começa a experimentar Bruno Tabata como avançado-centro. Será uma adaptação do médio ofensivo brasileiro com hipóteses de vingar?
Confesso ver com agrado esta solução caso não surja nenhum reforço específico para a posição 9.
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre TABATA:
- David Rodrigues: «É um bocado incógnita. Tem muito golo nos pés e é tecnicamente desinibido também. Terá a raça e o poder de choque do Matheus Nunes?» (31 de Julho)
- Luís Lisboa: «Cada vez mais me convence que poderia ser um médio bem mais adequado que Bragança para um meio-campo a dois.» (19 de Novembro)
- Eu: «Merece, sem dúvida, mais oportunidades neste Sporting 2021/2022: estou certo que Amorim tomou boa nota do seu desempenho esta noite.» (12 de Janeiro)
- Edmundo Gonçalves: «Todos temíamos a saída de Palhinha ou Pedro Gonçalves, ou até o menos exuberante Tabata, mas saíram do núcleo duro "apenas" Tiago Tomás e Jovane Cabral, duas pérolas que por ora apresentavam um brilho mais baço, se me é permitido dizer isto assim.» (1 de Fevereiro)
- CAL: «Tabata, estamos cá para o que houver, esclarecidos quanto ao jogador que é e ao contexto alargado em que se verifica a sua expulsão.» (13 de Fevereiro)
estive a ver alguns vídeos do pós jogo no Estádio do Dragão. Vi-o enquanto se manteve a longa distância (vídeo a partir das bancadas disponível no desportivo diário conhecido por ser muito sensível ao FCP), vi a relativa distância que guardou do aglomerado maior e enquanto caminhava, calmamente, na direcção do que veio a ser um foco de tensão no qual teve uma intervenção directa. O que vejo? Interviu com um movimento que procurou afastar um agressor de um colega seu. Exactamente assim: não tentou agredir alguém, realizou um movimento que permitiu retirar os dois braços, de um dirigente desportivo, do corpo do seu colega Gonçalo Inácio, mais concretamente, da área correspondente ao pescoço. Também não escapou à minha observação que o dirigente manteve os seus braços em cima do corpo de Gonçalo Inácio enquanto este era deslocado do espaço onde se deu o confronto inicial, sem evidenciar sinal visível de, expontaneamente, ou por intervenção daqueles que o acompanhavam, querer interromper a consumação das suas intenções.
Para além daquilo que as leis da física explicam, gostaria de chamar a vossa atenção para o momento capturado aos 1:41. Concentrem a vossa atenção na zona dos pés. O movimento que o corpo do dirigente faz após intervenção de Bruno Tabata, e a queda para trás do dirigente portista. Que a "propulsão à retaguarda" não escape à vossa observação, ainda que precisem de concentrar a vossa atenção e rever os frames várias vezes.
Analise-se o comportamento de Bruno Tabata ao longo dos vídeos disponíveis e contextualize-se devidamente o sucedido: manteve um comportamento não provocador, evitou focos de tensão e quando agiu, fê-lo no sentido de pôr fim a uma agressão em curso, a um seu colega de equipa. O movimento realizado não visa infligir dor/sofrimento ao visado, menos ainda agiu, intencionalmente, de forma que pode representar a extinção da vida do seu interlocutor. Visou, sim, impedir a prossecução de uma agressão a uma zona especialmente crítica de qualquer animal, o pescoço.
Tabata, estamos cá para o que houver, esclarecidos quanto ao jogador que é e ao contexto alargado em que se verifica a sua expulsão.
Gostei muito da goleada (0-4) do Sporting frente ao Leça, em Paços de Ferreira. Uma goleada que aqui exigi horas antes, enquanto adepto leonino, para ajudar a superar a derrota anterior, perante o Santa Clara. A equipa correspondeu ontem àquilo que eu esperava dela: quatro golos, dois em cada parte, domínio total do jogo. Era mesmo esta a nossa obrigação, atendendo ao facto de o adversário militar no quarto escalão do futebol luso, agora denominado Campeonato de Portugal. Para a vitória tão robusta contribuiu - tenho a certeza - o facto de Rúben Amorim ter voltado ao banco, já recuperado do coronavírus. Seguimos para as meias-finais da Taça de Portugal, único troféu que o actual treinador ainda não conquistou em Alvalade. Esta foi a nossa primeira vitória no ano civil agora iniciado. A primeira de muitas, todos esperamos.
Gostei da exibição de Tabata, de longe o melhor em campo. O brasileiro, ex-internacional olímpico, marcou dois grandes golos - o primeiro, aos 12', culminando uma excelente jogada individual, e o terceiro, aos 80', após cruzamento impecável de Esgaio - que já soma sete assistências de verde e branco. Quase marcou outro, aos 43', num belíssimo remate que proporcionou ao guardião do Leça a defesa da noite. E ainda fez uma assistência para o segundo, marcado por Matheus Nunes aos 31'. Merece, sem dúvida, mais oportunidades neste Sporting 2021/2022: estou certo que Amorim tomou boa nota do seu desempenho esta noite. Tal como terá gostado das actuações de Ugarte (magnífica, aquela recuperação de bola ultrapassando três adversários no início do segundo golo), Matheus Nunes (inegável qualidade na ligação entre o meio-campo e o ataque) e Nuno Santos (actuando desta vez como avançado e marcando o quarto golo aos 90'+2). Também merecem registo positivo Feddal e Gonçalo Inácio, ambos regressados. O primeiro de lesão prolongada, o segundo após ter testado positivo à covid-19.
Gostei poucode algumas exibições. Tiago Tomás, desta vez titular, esteve 90' em campo sem fazer um só remate enquadrado: outra oportunidade desperdiçada para mostrar o que vale, parecendo ter regredido face à época anterior. Vinagre, regressado ao onze inicial após longa ausência, continua a parecer carta fora do baralho: é uma espécie de corpo estranho nesta equipa. Ala esquerdo, actuou sem rasgo, sempre muito colado à linha, e desperdiçou vários cruzamentos - excepto o último, que funcionou como assistência para o golo de Nuno Santos, embora ainda tenha sofrido desvio num defesa do Leça. Também a exibição de João Virgínia - desta vez no lugar de Adán - deixou a desejar: não sofreu golos, mas teve duas saídas em falso e entregou uma bola em zona proibida por deficiente jogo de pés.
Não gostei da hora do jogo. Em noite fria de semana, com início às 20.45. Mesmo assim as bancadas estiveram animadas, com cerca de cinco mil espectadores, boa parte dos quais adeptos leoninos. Também não gostei da súbita lesão de Porro, quando já aquecia para entrar: Esgaio acabou por ser titular na ala direita, ao contrário do que fora anunciado uma hora antes do início da partida. Amorim aproveitou para descansar sete jogadores: Adán, Coates, Matheus Reis, Palhinha, Pedro Gonçalves, Sarabia e Paulinho (tendo este entrado aos 83', substituindo um Matheus Nunes já muito fatigado).
Não gostei nada que até esta fase da Taça de Portugal, segunda mais importante competição do futebol nacional, a vídeo-arbitragem estivesse ausente. Algo totalmente incompreensível, quando todos dizem pugnar pela verdade desportiva e é inquestionável que este instrumento se tornou decisivo para trazer transparência e equidade às decisões assumidas pelos árbitros de campo. Felizmente o desafio de ontem já contou com o VAR. Espero que na próxima edição da Taça os novos meios tecnológicos apareçam mais cedo nesta competição.
Era um jogo para ganhar contra uma equipa do 4.º escalão nacional e o Sporting ganhou tranquilamente por 4-0, o Leça não teve qualquer oportunidade de golo durante a partida.
Era um jogo para voltar ao modelo de futebol característico deste Sporting de Amorim, controlado, rigoroso e agressivo no ataque ao golo. O terceiro golo é o melhor exemplo disso: uma bola recuperada na esquerda, um passe a toda a largura de Matheus Nunes, Esgaio ameaça ir à linha arrastando a linha defensiva contrária e centra atrasado para Tabata, livre de marcação, encostar. Tudo bem feito, tudo marca Sporting.
Era também um jogo para testar o momento de forma de alguns dos menos utilizados esta época, e se Ugarte e Tabata responderam afirmativamente - Ugarte foi o posto de controlo da equipa e Tabata o desequilibrador - Virgínia, Vinagre e TT estiveram muito aquém das necessidades do Sporting, o que é difícil de entender. Ia a dizer que Vinagre podia centrar 100 vezes que seriam todos para ninguém, quando ele lá conseguiu acertar num defesa de forma à bola ir parar à cabeça de Nuno Santos. Fantástico.
Se Feddal voltou bem da lesão, Porro ressentiu-se e assim perdemos a oportunidade de recuperarmos o melhor quinteto titular da defesa: Porro, Inácio, Coates, Feddal e Matheus Reis. E muito precisamos para o que aí vem deste quinteto a funcionar em pleno.
E que mais? Apenas dizer que Esgaio mereceu bem o aplauso que recebeu aquando da substituição, já o vi jogar melhor e pior mas sempre vi um rapaz humilde e trabalhador que gosta mesmo da camisola que veste. Pode não ser o melhor defesa direito do mundo, e não é com certeza, mas é inegavelmente aquele jogador polivalente que todos os treinadores querem ter nas suas equipas.
Gostei muito de confirmar que o Sporting chega ao Natal mantendo-se em todas as frentes desportivas, algo que não aconteceu no ano passado. Seguimos no topo do campeonato, permanecemos na Liga dos Campeões, transitámos para as meias-finais da Taça da Liga e esta noite chegámos aos quartos--de-final da Taça de Portugal derrotando o Casa Pia por 2-1 no estádio Pina Manique. Com boa réplica da equipa visitada, que ocupa o quarto lugar na Liga 2. Além disso continuamos invictos nas competições nacionais desta temporada: nem uma derrota sofrida.
Gostei de três desempenhos em particular. Coates, um dos centrais mais goleadores da história do Sporting, voltou a ser decisivo ao desbloquear o 1-0 que se mantinha desde os 8'. Desta vez o nosso capitão não marcou de cabeça, na sequência de um canto: o seu golo, aos 33', foi com o pé direito. Sarabia marcou hoje pela quarta vez nos últimos cinco jogos - um golão que fez a bola embater com estrondo na barra, ultrapassar por centímetros a linha de baliza e voltar a subir à trave, tal foi a potência do remate: estavam decorridos 58', selava-se o resultado do encontro. Destaco ainda o desempenho de Daniel Bragança, para mim o melhor em campo: respira classe tanto na recepção como no passe no corredor central, desta vez com mais liberdade para avançar no terreno. Serviu sempre bem os colegas e tentou ele próprio o golo em dois disparos bem colocados, aos 23' e aos 42'.
Gostei poucoda lentidão da nossa equipa na primeira parte, com vários jogadores presos de movimentos. Nazinho, como ala esquerdo titular, não resultou. Pedro Gonçalves andava meio perdido. Sarabia mal se viu neste período inicial. Após o intervalo, Rúben Amorim trocou Nazinho por Paulinho: rima e bateu certo. O n.º 21 fez a diferença assim que entrou, arrastando marcações e abrindo diagonais em movimentações constantes. Não tardou muito para que o empate a uma bola registado ao intervalo se desfizesse: foi, de longe, o melhor período do Sporting. Durou até ao minuto 71, quando Tabata viu o cartão vermelho. Depois, imperou a preocupação de segurar a vantagem tangencial e até de recorrer a expedientes típicos do futebol português para queimar tempo à espera que soasse o apito final. Terá sido eficaz, mas não foi bonito.
Não gostei de verificar que o Sporting continua a marcar poucos golos. Estivemos a perder durante um quarto de hora, a partir dos 8', empatámos e após o intervalo carimbámos a vitória contra o Casa Pia. Sem ambição de ampliar a vantagem. É verdade que tivemos um a menos nos 20 minutos finais, mas defrontávamos uma equipa do segundo escalão do futebol português. Também não gostei que se cumprisse o sétimo jogo seguido sem Pedro Gonçalves a marcar. É certo que mandou uma bola ao poste, aos 53', e foi ele a pontapear o canto de que resultou o primeiro golo, mas habituou-nos a ser mais acutilante e concretizador do que mostrou nesta difícil vitória frente ao Casa Pia.
Não gostei nada da actuação de Rui Costa, um dos piores árbitros ainda em actividade quando já podia e devia ter arrumado as botas. Perdoou dois penáltis à turma da casa, esteve prestes a anular o golaço limpo de Sarabia (valeu-nos a intervenção da vídeo-arbitragem, já existente nesta fase da Taça de Portugal) e tomou uma decisão desproporcionada ao expulsar Tabata num lance em que apenas se impunha o amarelo. De qualquer modo, o brasileiro deve rectificar o comportamento em campo: esta é a segunda vez em que é expulso num intervalo curto. Só é útil para a equipa quando está em jogo, não quando recebe ordem de expulsão.
Foi um Sporting de serviços mínimos que tivemos ontem em Penafiel, mas que ainda assim cumpriu todos os objectivos traçados. Ganhou o jogo, preparou o onze para Barcelos sem lesões e deu minutos a alguns menos utilizados.
De negativo apenas a arbitragem à moda da 3.ª Liga. Quem vir os jogos do Sporting B confirmará que é disto que apanhamos todas as jornadas: franguitos armados em galos, a quererem demonstrar que conseguem amarelar e expulsar campeões nacionais, medíocres, arrogantes e tendenciosos. Tabata sofre um toque dentro da área de possível penálti, leva amarelo; Ronaldo dá duas patadas, nada; Neto corta a bola, amarelo; Tabata entra por trás mas apenas joga a bola, amarelo e é expulso; Coates chama-o à razão, amarelo também.
Pena para Tabata: fez um jogo razoável e precisa de jogar mais, nem todos conseguem jogar "à Kaizer" do lado direito de pé esquerdo como ele e fazer aqueles movimentos para dentro que complicam a vida da defesa. Gonçalo Esteves fez um jogo de tracção à frente, e nisso entusiasma, mas tem de ganhar outra presença defensiva. Bragança esteve regular, Virgínia também, Neto a mesma coisa, TT demora a sair da trapalhice que tanto resulta em golos como em lances ingloriamente desperdiçados. Os titulares basicamente treinaram sem se esforçar muito.
Resumindo, continuamos na Champions e o Porto não, na Youth League e o Porto não, vamos à Final Four da Taça da Liga e o Porto não, mas todas as equipas quando jogam com o Sporting deixam a pele em campo, e contra Porto e Benfica nem sempre.
Gostei muito que o Sporting transitasse para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o que aliás já era garantido antes do desafio desta noite contra o Ajax. O que nos situa entre as 16 melhores equipas do futebol europeu nesta temporada 2021/2022, ao contrário do que sucedeu com o FC Porto, eliminado em casa pelo Atlético de Madrid.
Gostei que tivéssemos marcado dois golos: o primeiro aos 22' por Nuno Santos, o segundo aos 78' por Tabata. Este, que selou o resultado em 4-2, resultou de um vistoso disparo do pé canhoto do brasileiro, que elejo como melhor Leão em campo: já tinha sido dele a assistência para o nosso golo inaugural. Por ironia, mesmo derrotado, o Sporting consegue ser a única equipa a bisar até agora contra o Ajax numa época imparável para o campeão da Holanda, que em 15 jogos do campeonato ainda só sofreu dois golos. Gostei também que nos tivéssemos apresentado em campo com a nossa mais jovem equipa de sempre na principal prova organizada pela UEFA a nível de clubes. Quatro estreantes na Liga dos Campeões: João Virgínia (22 anos), Ugarte (20 anos), Gonçalo Esteves (17 anos) e Dário (16 anos). Nenhum deles esquecerá o dia de ontem. Para os jogadores, é importante ganhar experiência. Para o clube, é fundamental apostar no futuro.
Gostei poucode ver tantas alterações à equipa titular promovidas pelo nosso treinador. Entrámos em campo com apenas dois dos habituais onze: Gonçalo Inácio e Matheus Reis. João Virgínia, Neto, Gonçalo Esteves, Esgaio, Bragança, Ugarte, Tabata, Nuno Santos e Tiago Tomás têm sido suplentes em grande parte dos jogos. Algumas poupanças foram forçadas, por lesão (Feddal, Palhinha) ou covid-19 (Coates). Outras para prevenir acumulação de amarelos (Matheus Nunes e Porro), o que também se justifica. Menos compreensíveis as ausências iniciais de Adán, Paulinho, Pedro Gonçalves e Sarabia - aliás os três últimos acabaram por saltar do banco entre os minutos 60 e 73, quando a pressão do Ajax ameaçava tolher por completo a nossa equipa. As mudanças produziram efeito: marcámos o segundo golo e podíamos até ter marcado um terceiro, por Bragança, a passe de Tabata (76').
Não gostei dos excessivos erros individuais contra o Ajax. Aos 8', Daniel Bragança falha a intercepção na grande área e comete penálti infantil sobre Haller, logo convertido no primeiro golo contra nós. Aos 42', Gonçalo Inácio entrega literalmente a bola a Antony em zona proibidíssima, quando a partida estava empatada 1-1, ditando assim o destino do Sporting em Amesterdão. Aos 58', Nuno Santos culmina uma noite de desacerto (apesar do golo que marcou) perdendo a bola no meio-campo defensivo, o que abriu uma avenida para o terceiro da turma holandesa, marcado por Neres. Tiago Tomás mostrou-se perdulário, desligado do conjunto e com fraquíssima pontaria. Tudo isto tem um preço elevado quando se disputa um desafio da Champions. Enfim, terminou um notável ciclo de 12 vitórias consecutivas da nossa equipa em diversas competições.
Não gostei nada das bancadas vazias e do deprimente silêncio no estádio Johan Cruyff que até parecem ter contagiado quem narrava e comentava o jogo na TVI. Picou-se o ponto mas a festa esteve ausente, confirmando que o pesadelo da Covid-19 continua a marcar o quotidiano europeu em geral e o futebol em particular. Andamos há quase dois anos nisto.
O Sporting carimbou hoje em Amsterdão a passagem aos oitavos de final da Champions, alinhando com uma equipa de habituais suplentes tirando um ou outro, e complicando moderadamente a vida a um Ajax que é uma equipa doutro patamar.
Se virmos bem, o Sporting entrou com mais ou menos a equipa que entrou no Restelo para derrotar uma equipa da 4.ª Liga Portuguesa. Obviamente que o resultado esperado seria sempre a derrota, como acabou por acontecer.
Foi um jogo cuja vitória o Sporting nunca conseguiu disputar por ter oferecido três golos de mão beijada. No primeiro Neto escorrega e Bragança demonstra porque não pode jogar a trinco, no segundo o mesmo Neto oferece a Inácio um presente envenenado, no terceiro Nuno Santos escorrega e a equipa fica decompensada. Além disso, a intenção de sair a jogar desde trás nem sempre funcionou, a equipa respirou sempre melhor quando a bola chegava a terrenos mais avançados.
Com a entrada do trio atacante titular, mas Tabata à frente e Pedro Gonçalves nas costas do trio, logo o jogo ficou diferente e o Sporting deu um cheirinho do que poderia ter feito, a começar pelo belo golo do mesmo Tabata.
Deste jogo tem mesmo de ficar o palco dado aos menos utilizados do plantel. Virgínia demonstrou ser um guarda-redes com qualidade, nada parecendo dever a Max. Gonçalo Esteves fez uma bela primeira parte. Tabata demonstrou que pode ser de grande utilidade no que resta da temporada. Gonçalo Esteves, Nazinho e Essugo tiveram uma noite que vai ficar para o resto das suas vidas, são exemplo para todos os miúdos da B e sub23. Com Amorim, quem trabalha e merece é recompensado.
Melhores em campo? Matheus Reis e Tabata. Muito bem em todo o tempo.
Grande aplauso para Rúben Amorim. Fez o que devia fazer em Amsterdão: criou valor ao plantel. Vamos receber o Boavista com disponibilidade física e psíquica para o efeito e, ganhando, ficar com um resto de Dezembro confortável.
Uma palavra para o Porto. Teve azar no jogo, merecia talvez ter passado, temos sempre de desejar o melhor para todas as equipas portuguesas nas competições europeias, mas quem brinca com o fogo com aquelas confusões junto ao banco às vezes fica queimado. Recordo-me da cena com Acuña nas Antas, no jogo imediatamente anterior à final da Taça que lhes ganhámos no Jamor. Felizmente o argentino nesse dia teve o maior sangue-frio do mundo, e assim o tivemos no Jamor a centrar para Bas Dost facturar. E o Sérgio Conceição a estrebuchar na tribuna.
Parece que o Taremi também é bem melhor em arrancar penáltis nas competições caseiras do que em atirar ao golo quando tem oportunidades flagrantes, ou em ajudar a defesa nos pontapés de canto. Imaginem só o que seria nalguns sectores do Sporting se o mesmo tivesse acontecido com Paulinho em casa contra o Dortmund.
Voltando ao Sporting, possíveis adversários para já nos oitavos de final da Champions: Manchester City, Liverpool, Bayern Munique, Manchester United e Real Madrid.
Posso estar enganado, mas a posição do jogador que irá jogar ao lado do Palhinha não é bem a do tradicional 8. Será uma mistura de 8 com 10.
Um verdadeiro box-to-box com golo. Que ligue a equipa, o maestro da equipa.
Nem Palhinha é um verdadeiro 6 neste sistema de jogo. A posição 6 começa a ser feita pelo defesa central do meio.
Palhinha também tem liberdade para ligar a equipa e tentar o golo.
Ou seja, neste sistema de jogo cada posição é feita por dois jogadores. Ou, visto outra forma, cada jogador faz mais do que uma posição dentro do campo de jogo. A razão da preferência de jogadores polivalentes por Rúben Amorim.
Na época 2015/16 tínhamos: 6 - William Carvalho 8 - Adrien Silva 10 - João Mário
O meio-campo da seleção campeã da europa.
João Mário foi um excelente jogador na época passada. Só tinha um problema: não tinha velocidade nas pernas para fazer o papel de 8. Mas tem pantufas e inteligência para perfumar o futebol paciente. E tinha a sorte de ter Palhinha que fazia, também, a parte das funções dele libertando-o.
Na sua nova equipa, ou o reforço francês permite-lhe ter a mesma capacidade no sistema de três centrais, ou caso contrário, Jorge Jesus comprou lenha para se queimar, pois tem que jogar em 4-4-2, e apenas neste sistema táctico, para tirar o máximo rendimento do jogador.
Daniel Bragança é um 10, um mágico com a bola nos pés. Não é um tradicional 8.
Rúben Amorim tentou variar o sistema tático, usando um 3-5-2, com Daniel Bragança a 10. O resultado não foi muito famoso.
Daniel Bragança vai ser muito útil quando precisarmos marcar golos na segunda parte, esticando a equipa na frente, com o adversário fechado.
Palhinha não tem substituto no Sporting.
Ugarte é um misto de 6 e 8 raçudo e bom tecnicamente. A ser contratado, permite dar fôlego e descanso a Palhinha; e nos jogos com adversários fortes fazer dupla com ele.
Matheus Nunes, se se libertar ainda mais, será um box-to-box de altíssimo quilate com golo nos pés. Não pode falhar tantos passes, como em alguns jogos o fez.
Tabata é um bocado incógnita. Tem muito golo nos pés e é tecnicamente desinibido também. Terá a raça e o poder de choque do Matheus Nunes?
O tempo responderá e é nos treinos, em função das características do adversário, das lesões, da forma, e dos castigos, que será dada resposta.
Texto do leitor David Rodrigues, publicado originalmente aqui.
A fórmula usada por Rúben Amorim na época passada, e que tão bons resultados produziu, deverá ser repetida nesta época prestes a iniciar-se.
Não há um onze titular indiscutível. Há adversários que são analisados previamente e que, face à análise, implicam a escolha deste ou daquele onze inicial do Sporting Clube de Portugal.
Não é só na questão da pontuação que Rúben Amorim defende a teoria do jogo a jogo. Também na selecção do onze inicial nota-se que o treinador escolhe aqueles que, face a determinadas circunstâncias, serão os melhores para aquele tipo de exigência.
Na última época, vimos jogadores a saltar, com alguma surpresa, para o onze inicial. Por norma, essas alterações prendiam-se mais com as características do adversário do que com algum abaixamento de forma do jogador que saía do onze.
Para a posição 8, o Sporting Clube de Portugal possui jogadores de excelente qualidade. Estou convencido de que Rúben Amorim há-de saber encontrar aquele que, entre os candidatos ao lugar, melhor se adapte ao adversário. Hoje, pode ser Matheus Nunes; amanhã, pode ser Tabata; depois de amanhã, pode ser Daniel Bragança.
Muito importante para o Sporting Clube de Portugal é saber que existem várias opções para preencher a posição 8 e que todas elas convergem para superar as diferentes dificuldades que o clube irá encontrar em todos os jogos das diferentes competições em que vai participar.
Para o próximo sábado, contra um adversário que tem um meio-campo muito combativo – Sporting Clube de Braga -, apostaria no Matheus Nunes.
Para o jogo contra o Futebol Clube de Vizela apostaria no Tabata.
Texto do leitor Francisco Gonçalves, publicado originalmente aqui.
É o momento indicado para fazer a pergunta aos leitores do És a Nossa Fé: quem deve ser o nosso novo número 8 titular, preenchendo o lugar deixado vago pela saída de João Mário?
Há pelo menos três candidatos: Matheus Nunes, Tabata e Daniel Bragança. Qual deles tem mais hipóteses?
Outra vez a estrelinha. Dá-nos imenso jeito. Vencemos ontem, no estádio Bela Vista (Lagoa), a equipa do Angers, 13.ª classificada do último campeonato francês, com aproveitamento máximo das oportunidades. Duas oportunidades, dois golos. O primeiro, num ressalto de carambola na sequência de um canto em que a bola vai ao poste antes de pingar para o centro da pequena área. Gonçalo Inácio meteu o pé, encostando, e um defesa francês confirmou, com o guardião mal batido. O segundo, também de ressalto, surgiu após um petardo de Nuno Santos ao poste com Paulinho a aparecer, oportuno, pelo lado esquerdo e a metê-la lá dentro.
Na primeira parte, Max impediu dois golos. Na segunda, Adán repetiu a proeza. Paupérrimo desempenho colectivo leonino nos 45 minutos iniciais, sem qualquer remate digno desse nome: o melhor que aconteceu foi um cabeceamento frouxo de Paulinho, quase um passe ao guarda-redes, após bom centro de Esgaio.
Vários jogadores estiveram irreconhecíveis: Nuno Mendes, Daniel Bragança, Pedro Gonçalves... O cansaço apoderou-se muito cedo de quase todos, em contraste com a frescura do Angers, onde se destacou o extremo direito Cho: com apenas 17 anos, foi driblando Feddal e Nuno Mendes, fazendo-lhes a cabeça em água.
Passes trocados, incapacidade de sair com bola, falta de ligação entre o meio-campo e o ataque, ineficácia na zona de finalização: tudo isto marcou a nossa primeira parte - de longe a pior desta pré-temporada. No segundo tempo a equipa melhorou quando Rúben Amorim trocou Daniel por Nuno Santos, logo ao intervalo. E sobretudo quando o técnico do Angers mudou meia equipa: as segundas linhas eram claramente inferiores.
Muito melhor o resultado do que a exibição: antes assim. Do nosso lado destacou-se Tabata, em grande forma. Mas a equipa precisa ainda de muita afinação antes do primeiro embate a sério da época, daqui a dez dias, na disputa da Supertaça frente ao Braga.
Análise muito sumária do desempenho dos jogadores:
MAX. Fez toda a primeira parte, mostrando-se impecável entre os postes. Grandes defesas aos 30' e aos 38', impedindo o golo forasteiro. Deu lugar a Adán ao intervalo.
NETO. Ultrapassado em confrontos individuais. Falhou passes. Jogou no limite em certos lances: num jogo que não fosse amigável arriscaria o cartão.
GONÇALO INÁCIO. Exibição positiva do jovem central, hoje a fazer de Coates. Abriu o marcador, aos 63', apontando o seu segundo golo desta pré-temporada.
FEDDAL. Fora de forma no plano físico, foi central pela esquerda, falhando diversas dobras a Nuno Mendes e deixando-se desposicionar por Cho, o melhor dos franceses.
ESGAIO. Boa condição física, em contraste com a maior parte dos colegas. Dois bons cruzamentos lá na frente. Vai começar a época como titular da ala direita.
PALHINHA. Errou alguns passes, ao contrário do que é costume. E teve dificuldade em articular jogo com Daniel no corredor central do meio-campo. Saiu aos 69'.
DANIEL BRAGANÇA. Foi o primeiro a quebrar fisicamente, ainda muito cedo. Incapaz de ligar sectores na posição 8. Já não regressou do intervalo.
NUNO MENDES. Exibição para esquecer. Perdeu grande parte dos duelos individuais na ala esquerda e quase não cruzou. Substituído aos 57'.
PEDRO GONÇALVES. Também ele está fora de forma. A vontade de mostrar serviço notou-se mas tudo lhe saiu lento e mal direccionado. Saiu aos 69'.
TABATA. Começou como extremo, à direita. Mas rendeu mais na posição de médio ofensivo. Foi ele a marcar o canto de que saiu o primeiro golo. Pareceu inesgotável.
PAULINHO. Foi tentando, em vão. Ensaiou remates, mas nada lhe foi saindo. Até marcar enfim o nosso segundo, aos 86', aproveitando um ressalto.
ADÁN. Jogou todo o segundo tempo. Tão eficaz como Max no primeiro, destacou-se com grandes defesas aos 79', 83' e 90'+2.
NUNO SANTOS. Entrou aos 46'. Encostado à ala, a posição em que mais rende. Notável o lance individual em que atira ao poste - daí nasceu o segundo golo.
VINAGRE. Entrou aos 57', substituindo Nuno Mendes como lateral esquerdo projectado na ala. É o lugar dele. Tentou duas vezes o centro, sem êxito.
MATHEUS NUNES. Substituiu Palhinha aos 69. Dinâmico, esteve em campo no melhor período do Sporting. Grande passe longo aos 90'+2.
JOVANE. Em campo desde o minuto 69, substituindo Pedro Gonçalves. Pareceu um pouco perdido, desta vez não criou desequilíbrios.
Notas finais:
- O onze que iniciou este último jogo-treino transmitido pela televisão é quase a equipa-base da nova época. Só faltou Coates, acabado de regressar de férias. E jogará Adán em vez de Max.
- Vinagre ainda não teve verdadeira oportunidade de mostrar o que vale no corredor esquerdo. Já Esgaio, na ala oposta, esteve quase ao nível médio que revelou na época passada pelo Braga.
- Na luta pela posição que foi de João Mário em 2020/2021, Tabata ganhou terreno. À custa de Daniel Bragança, desta vez incapaz de mostrar o seu melhor.
- Em sete jogos disputados pelo Sporting nesta pré-época houve seis vitórias. Mas só duas sem golos sofridos. A segunda foi neste embate com o Angers.
- Voltaremos a ver o Sporting em acção já este domingo, pelas 20 horas. Num jogo contra o Lyon, em Alvalade, para o Troféu Cinco Violinos. Falta saber se haverá público no estádio.
Dois jogos em dias consecutivos, dois onzes totalmente diferentes. Ontem Rúben Amorim experimentou jogadores com uma equipa totalmente renovada face à partida da véspera, tendo desta vez o Belenenses SAD como adversário, no Estádio Algarve. Mas mantendo intacto o sistema táctico que elegeu - precisamente aquele que permitiu ao Sporting tornar-se campeão após 19 anos de jejum.
Desta vez, porém, o treinador leonino viu-se forçado a fazer alterações ao onze inicial. Pelo pior dos motivos: Porro teve de sair logo aos 8', lesionado. Substituído por Vinagre, em estreia absoluta de verde e branco. Pálida estreia, jogando de pé trocado no corredor direito, sem exuberância no plano físico, acabando por sair antes do fim.
Antes da lesão, Porro teve tempo de contribuir para o nosso golo inicial, aos 4', com um forte disparo à baliza. Da defesa incompleta do guarda-redes resultaram dois ressaltos, com autogolo de um defesa azul. Estrelinha de campeão neste lance.
Feddal, Nuno Santos e Tiago Tomás completavam o quarteto de habituais titulares do Sporting nesta partida. Que contou com Rodrigo e Nazinho no onze inicial - dois jogadores oriundos da equipa B, o segundo, com apenas 17 anos, em estreia ao primeiro nível perante os adeptos que puderam acompanhar a partida pela televisão.
Jogo bem disputado na primeira parte, com o triunfo leonino a ser construído nesse período - o segundo por Jovane de penálti, aos 31', castigando falta cometida sobre Tiago Tomás. O jovem luso-caboverdiano foi o elemento mais em destaque. Na segunda parte, já com os "astros" Palhinha e Pedro Gonçalves em campo, o tédio instalou-se no Estádio Algarve, em parte devido ao calor que se fazia sentir.
Houve ainda tempo para ver Nuno Mendes actuar no corredor oposto ao que costuma ser seu. Com a eficiência habitual. O jovem campeão é esquerdino mas não "cego" do pé direito. Em situação de emergência, pode actuar perfeitamente naquela ala.
Análise muito sumária do desempenho dos jogadores:
MAX. Bom jogo de pés. Atento, rápido de reflexos. Aos 72', saiu muito bem aos pés de Ndour, o melhor do Belenenses SAD. Nada podia fazer no golo sofrido, aos 21', num belo remate, indefensável, do mesmo jogador.
NETO. O golo adversário aconteceu numa perda de bola do capitão, apanhando-o fora de posição. Foi o principal deslize numa partida em que procurou, nem sempre com sucesso, começar a construir com passes longos.
FEDDAL. Com Coates ainda ausente, actuou no centro da defesa. Faltam-lhe automatismos na posição que costuma estar confiada ao uruguaio. No lance do golo, tentou a dobra a Neto sem conseguir travar Ndour.
RODRIGO. É médio de raiz, mas cumpriu como central mais à esquerda, revelando disciplina táctica e capacidade de compensar as subidas de Nazinho. O melhor passe longo da primeira parte saiu dos pés dele.
PORRO. Entrou com a genica e o dinamismo habituais, prometendo manter os índices competitivos que lhe conhecemos da época anterior. Participou na construção do golo, mas saiu por lesão quatro minutos depois, aos 8'.
DÁRIO. O jovem médio defensivo fez toda a primeira parte num lugar muito especial: o que costuma estar entregue a Palhinha. Cumpriu no essencial, actuando sem complexos. Por vezes esquecemo-nos que só tem 16 anos.
TABATA. Uma das melhores exibições leoninas. Fez parceria inédita com Dário, actuando como médio de construção. Boa tabelinha com o colega aos 13'- quase marcou. Aos 64', lançou muito bem Tiago Tomás.
NAZINHO. Tem apenas 17 anos, mas revela bom toque de bola. Fez de Nuno Mendes, como lateral projectado na ala esquerda. Deu nas vistas: capacidade de acelerar e temporizar o jogo conforme as circunstâncias pediam.
JOVANE. Desequilibrador. Converteu aos 31' o penálti da vitória, punindo falta cometida sobre TT. Aos 37', grande passe de trivela, isolando Nuno Santos: foi golo, invalidado por fora-de-jogo. Melhor da primeira parte, única em que jogou.
NUNO SANTOS. Cumpriu no essencial, sem brilhantismo. Alvo de sucessivas faltas adversárias. Nem sempre os centros lhe saíram com a eficácia habitual. Chegou a marcar, mas viu o golo anulado pelo VAR por deslocação.
TIAGO TOMÁS. Fez de ponta-de-lança. Nem um remate na primeira parte: a bola não lhe chegava. Esteve mais em evidência no segundo tempo, com fortes pontapés a visar a baliza, aos 59' e 76', para defesas apertadas do guarda-redes.
VINAGRE. Entrou em campo quase sem aquecer, aos 11', cabendo-lhe render Porro. Está como peixe fora de água no corredor direito, sobretudo no momento de centrar. Viria a sair aos 57', substituído por Nuno Mendes.
PALHINHA. Fez a segunda parte, substituindo Dário, num momento de menor pressão azul devido ao calor algarvio. A diferença notou-se sobretudo ao nível dos passes longos e na capacidade de verticalizar o jogo.
PEDRO GONÇALVES. Todo o segundo tempo em campo, substituindo Jovane. Menos velocidade, mais passes curtos, como interior sobretudo no lado direito. A posição em que marcou 23 golos na temporada anterior.
NUNO MENDES. Receava-se que viesse de férias, e de lesão, em menor condição física, mas desfez as dúvidas mal saltou do banco, aos 57', rendendo Vinagre. Na ala direita, fazendo logo a diferença no passe e no remate.
Notas finais:
- Mantém-se a aposta de Rúben Amorim na prata da casa: seis dos iniciais são da nossa formação. E só três dos 14 que jogaram são estrangeiros (Feddal, Porro, Tabata).
- Nazinho, nome a reter pelos adeptos. Exibição muito positiva do jovem ala esquerdo, outro valor em evidência da nossa Academia.
- Rodrigo (90' em posição adaptada, como central) e Dário Essugo (como médio defensivo, embora só tendo jogado 45') também com desempenhos positivos.
- Rúben Vinagre: estreia imprevista como pronto-socorro para uma ala em que se sente pouco à-vontade. Muito cedo para concluir o que quer que seja.
- Continua em aberto a discussão para o lugar de João Mário. Será de Matheus Nunes? Será de Daniel Bragança? Tabata mostrou ser também candidato.
- Tem-se discutido se Pedro Gonçalves deverá recuar no terreno, actuando como 8. Faz pouco sentido. Deve jogar na posição em que brilhou no campeonato.
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