Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Nacional, da Taça da Liga, por quatro diários desportivos:
Gyökeres: 26
Morten: 25
Trincão: 23
Harder: 22
Morita: 22
Maxi Araújo: 21
Geny: 21
Vladan: 21
Matheus Reis: 20
Debast: 19
Fresneda: 19
Gonçalo Inácio: 19
Esgaio: 19
Quenda: 18
Edwards; 17
St. Juste: 12
Todos os jornais elegeram Gyökeres como melhor em campo.
Morten e Gyökeres: golos nórdicos na vitória por 3-1 para a Taça da Liga contra o Nacional
Foto: EPA / Rodrigo Antunes
Gostei muito de ver ontem Gyökeres marcar mais dois golos, em Alvalade, perante mais de 32 mil adeptos nas bancadas. Mas um deles não foi um golo qualquer: refiro-me ao segundo (terceiro do Sporting neste desafio da Taça da Liga), marcado de livre directo. Por este simples motivo: há quase quatro anos que não marcávamos desta maneira, desde um inesquecível tiro de Pedro Porro contra o Famalicão em Dezembro de 2020. Foi quebrado o enguiço pelo ponta-de-lança sueco, aos 70', nesta recepção ao Nacional. Cinco minutos antes, já ele tinha marcado, mas de penálti. É um dos melhores avançados que desde sempre envergaram a camisola com o símbolo do Leão: leva 16 golos marcados em 15 jogos desta temporada, mais quatro assistências. Também melhor em campo, claro.
Gostei da vitória por 3-1, naturalmente. Iniciada com um golo de Morten, aos 53': remate cruzado por baixo, sem hipótese de defesa para Lucas França. Seguimos para a final-a-quatro na Taça da Liga: mantemo-nos em todas as frentes. Vitória obtida só no segundo tempo, após o empate a zero registado ao intervalo, com a turma visitante a estacionar o autocarro junto à sua baliza (parece sina, enfrentarmos equipas com semelhante "táctica", o que diz tudo sobre a falta de qualidade do futebol português) e o guarda-redes do Nacional a queimar todo o tempo possível em cada reposição de bola, o que lhe valeu um cartão amarelo ainda na primeira parte. Objectivo cumprido nesta prova, para já. Mas o que mais interessa é o campeonato, onde permanecemos invictos à nona jornada. Segue-se a recepção ao Estrela, depois de amanhã.
Gostei pouco de certas exibições no onze inicial. Fresneda, em estreia como ala esquerdo, esteve totalmente desposicionado, quase sem acertar um centro, tarda em mostrar por que motivo foi contratado. Edwards, de regresso a titular como ponta direito, evidenciou os defeitos que já lhe conhecíamos: alheia-se dos lances, foge da disputa da bola, integra-se com dificuldade no colectivo. Sem surpresa, foram ambos substituídos ao intervalo. E a equipa parecia outra: Trincão muito melhor do que o inglês, Gyökeres incomparavelmente superior ao espanhol (Harder foi remetido à posição de Fresneda com a entrada do sueco para avançado-centro).
Não gostei de ver o onze sem Nuno Santos. Acentuou-se a minha convicção de que o extremo agora lesionado irá fazer-nos muita falta. Matheus Reis (que até quase marcou aos 3') tem mais propensão defensiva, Maxi Araújo ainda não ultrapassou o patamar da vulgaridade no Sporting e Geny é muito mais acutilante quando actua do lado direito, agora com Quenda a fazer-lhe concorrência. Fresneda, à esquerda, não é opção. Problema complicado para o técnico resolver. Já não será Rúben Amorim, ao que tudo indica.
Não gostei nada do ambiente frio no estádio. Estava uma atmosfera estranha, que abrangia o banco leonino e contagiava a própria equipa, a quem faltou desenvoltura e alegria. Havia a noção generalizada de que este talvez fosse o último jogo do Sporting sob o comando de Rúben Amorim após quase quatro anos e oito meses. Espécie de despedida antecipada, com o pano prestes a cair. Pairava ali uma aura de tristeza que noutro contexto talvez deixasse alguém perplexo. Mas todos percebemos o motivo: um ciclo muito feliz está prestes a chegar ao fim.
O jogo de ontem em Alvalade foi tranquilo e triste como uma tarde de outono. A tristeza todos sabemos porquê, mas falo disso noutro post.
O Nacional estacionou o autocarro, com o guarda-redes a queimar tempo de todas as formas possíveis. O Sporting foi rodando a bola e tentando entrar pelas portas e janelas, no caso em tabelinhas pelo centro e em incursões pelas duas alas. As oportunidades de remate foram-se sucedendo mas sempre existia um adversário na trajectória da bola.
Além disso, Fresneda e Maxi na esquerda estiveram bem longe do rendimento de Catamo e Edwards na direita, e na frente não era o dia de Harder. O 0-0 ao intervalo castigava a falta de entrosamento desta linha avançada, com Fresneda claramente fora do seu lugar, e um golo fortuito do Nacional como aquele que iria acontecer mais à frente tornaria tudo complicado.
Com as entradas dos titulares Gyökeres, Debast e Trincão tudo mudou, Maxi foi para o seu lugar, e a linha avançada Catamo/Quenda-Trincão-Gyokeres-Harder-Maxi foi castigando o Nacional. O resultado final de 3-1 foi escasso para o domínio do jogo e as oportunidades criadas.
Assim todos os objectivos foram cumpridos, o Sporting está na final four da Taça da Liga, ninguém se aleijou, alguns menos utilizados e/ou vindos de lesão tiveram minutos, a exibição foi agradável e aplaudida por mais de 30 mil adeptos, incluindo muitos das claques que oficialmente quiseram estar ausentes, mais uma vez deixaram o seu clube para segundo plano em detrimento dos seus objectivos "políticos".
Melhor em campo? Gyökeres, pelo grande golo de livre directo.
Arbitragem? Fraquinha, fraquinha, fraquinha, ninguem percebeu o critério dele. Ainda não revi o jogo na TV, não tenho opinião sobre os lances de possível penálti que ocorreram longe do meu lugar, mas aquele abraço ao Trincão na área se não é falta não sei o que é. Se calhar dava um bom árbitro de andebol, mas para futebol...
E agora? Estrela da Amadora, sexta-feira em Alvalade. Para ganhar, obviamente, e seguir na liderança da Liga.
«Quanto ao peso negativo da Taça da Liga, no calendário, é incompreensivel que a 3.ª jornada da fase de grupos - a 3 Dezembro - tenha sido jogada num fim-de-semana, empurrando o calendario dificil das equipas que conseguem os pontos nas competições europeias. Se à Liga não interessa a carga de jogos para os jogadores pós-término da Taça da Liga, pelo menos considerem as desvantagens que isso traz para os jogos da UEFA/ranking. Honestamente não teria saudades nenhumas da Taça da Liga, pelo que bem poderia ser no Verão, mas acho muito dificil que a Liga altere tanto o modelo "campeão de Inverno".»
Miguel Gonçalves, neste texto do Vítor Hugo Vieira
Essa questão foi abordada recentemente pelo Vítor Hugo Vieira. Aproveitando a oportunidade, recordei-me que já tinha escrito sobre ela há seis anos, no rescaldo da primeira vitória do Sporting na competição, e desde então não mudei de opinião.
Já vários colegas de blogue comentaram a situação, por isso não vou entrar em detalhe na questão dos protestos dos polícias, mas, em resumo, que se querem ganhar as simpatias do público não é a faltar em jogos e a ameaçar que poderão faltar às eleições que as vão ganhar.
Para além da irresponsabilidade policial ao faltar ao Famalicão-Sporting, único jogo da 1.ª Liga adiado (o Sporting tem sempre um grande azar nestas coisas), temos ainda de abordar a incompetência da Liga Portugal para fazer o calendário competitivo, algo para que já tenho alertado noutros anos.
Dividindo as competições por meses, para o Sporting esta época temos:
- 3 jogos em Agosto, todos da 1.ª Liga
- 5 em Setembro, 4 da 1.ª liga e 1 da Liga Europa. Inclui uma pausa de 15 dias para as selecções
- 5 em Outubro- 2 da Liga, 1 da Taça e 2 da Europa. Há uma pausa de 15 dias para as selecções, e o jogo de regresso é para a Taça, que nesta altura costuma ser com um adversário acessível. Ou seja, grande parte dos clubes estátrês semanas sem um jogo ao seu nível.
- 6 em Novembro- 2 da Liga, 2 da Europa, 1 da Taça da Liga e 1 da Taça de Portugal.
- 6 em Dezembro- 4 para a Liga, 1 da Europa e 1 da Taça da Liga
- 6 ou 7 em Janeiro- 4 da Liga, 1 da Taça de Portugal, 1 ou 2 para a Taça da Liga
- 7 ou 8 em Fevereiro- 4 da Liga, 1 ou 2 da Taça de Portugal (depende se passar à meia-final), 2 da Liga Europa. O mês mais curto do ano é o que tem mais jogos.
- Entre 4 a 6 em Março- 4 da Liga, 2 da Liga Europa (se passar). Inclui paragem de 15 dias para as selecções.
- Entre 4 a 7 em Abril. 4 da Liga, 2 da Liga Europa (se passar), 1 da Taça de Portugal (se passar)
- Entre 3 a 5 em Maio. 3 da Liga + Final da Liga Europa (se lá chegar) + Final da Taça (se lá chegar).
É bastante claro que há uma competição que estraga o calendário, de seu nome Taça da Liga que, além dos jogos adicionais que provoca em Dezembro e Janeiro, "empurra" ainda vários jogos das outras competições nacionais para Fevereiro e Março, altura em que os clubes Nacionais que ainda estejam nas competições europeias voltam a jogar nas mesmas, ficando dois meses a jogar de três em três dias, com excepção da pausa para as selecções.
Fica tão mau que um jogo que tenha de ser adiado, como foi o caso deste fim de semana, fica provavelmente mais de dois meses sem poder ser realizado, devido a um calendário tão cheio.
No caso do Sporting estamos a falar de um jogo adiado quando a equipa estava no seu melhor momento da época ( não sabemos como vamos estar daqui a dois meses, com possíveis lesões, castigos e abaixamentos de forma), isto para não falar do factor psicológico de deixar de ser o primeiro classificado durante dois meses, por ter sempre um jogo a menos do que o rival Benfica, que também tem bastante influência na cabeça de jogadores e adeptos.
Defendo uma de duas opções, ou que se acabe com a Taça da Liga ou que a mesma passe a ser uma competição de Verão, que pode substituir alguns jogos de pré-época, com a possibilidade de realizar a fase de grupos em terreno neutro, em zonas do país que normalmente não recebem grandes jogos de futebol.
Sp. Braga e Estoril vão ser os finalistas na Taça da Liga, para desconsolo de muitos Sportinguistas e Benfiquistas que já têm o bilhete na mão e não sabem o que lhe fazer.
E a verdade é que dos três grandes foi o Sporting que menos mereceu estar fora da decisão, não me recordo duma derrota com três bolas aos ferros e mais seis ou sete oportunidades flagrantes para marcar. Saiu a sorte grande ao clube minhoto.
Obviamente que todos os Sportinguistas ficaram desiludidos pela derrota, pelo desempenho de um ou outro, pelas substituições que nada acrescentaram, mas mais uma vez logo veio a corja do costume, alguma que se diz Sportinguista, achincalhar treinador e jogadores, falar em falta de estofo, nos resultados contra "as equipas mais difíceis", como antes do clássico contra o FC Porto vieram elencar estatísticas como se as mesmas ganhassem jogos.
A central de contra-informação dum rival continua a inovar, é a multiplicação de nicks para debitar as mesmas tretas, é a invocação de sportinguismo no nick nunca coincidente com o comentário, é a ignorância da realidade dos jogos mascarada por conhecimento de wikipédia, agora é o roubo canalha de identidade tendo como alvo os comentadores mais fiéis do blogue.
São eles os cães.
As hienas estão bem representadas na tasca do ex-candidato aos órgãos sociais do clube, numa lista com muitos admiradores do padrinho do norte, aquele da central de contra-informação acima referida.
Sobre o jogo, Hjulmand resumiu bem no Instagram tudo o que haveria por dizer. "Merecíamos mais. Estou muito orgulhoso de pertencer a esta equipa e a este clube."
Como eu tenho o maior orgulho de ser do Sporting, ter o Rúben Amorim como treinador e poder contar com este plantel e com um leão em campo como Hjulmand.
Os cães ladram, as hienas chiam e os leões passam.
O nosso Mateus Fernandes, agora emprestado ao Estoril, está de parabéns. Fez excelente exibição ontem, na meia-final da Taça da Liga, contribuindo para eliminar o Benfica. Neste sábado, vai defrontar o Braga. Estarei a torcer por ele, naturalmente.
Daí contarem com o meu apoio. Até porque a conquista desta taça valorizará muito Mateus Fernandes - que espero voltar a ver com a verde e branca novamente vestida na temporada 2024/2025. Há lugar para ele no principal plantel do Sporting, claro que sim.
P. S. - Um tal Marcos Leonardo, recém-contratado pelo Benfica e enaltecido pela imprensa colaboracionista da Luz como se fosse a última coca-cola no deserto, falhou ontem um penálti, contribuindo para a eliminação dos encarnados. Parece ser um "craque" à dimensão do Cabral dos 20 milhões.
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Sporting-Braga, da meia-final da Taça da Liga, pelos três diários desportivos:
Nuno Santos: 17
Eduardo Quaresma: 17
Pedro Gonçalves: 16
Trincão: 16
Morten: 15
Coates: 14
Israel: 14
Gonçalo Inácio: 13
Daniel Bragança: 12
Edwards: 12
Gyökeres: 11
Esgaio: 10
Matheus Reis: 9
Paulinho: 9
O Record e O Jogo elegeram Pedro Gonçalves como melhor em campo. A Bola optou porNuno Santos.
A "ciência" do futebol actual está orientada para a questão mais complexa do jogo: a criação de oportunidades de golo. Contra um adversário creditado como difícil o Sporting criou 11 - 11! - oportunidades, o que é extraordinário; não converteu nenhuma, o que é assombroso. Aquela depende do treino colectivo, esta prende-se com o treino individual. Há qualquer coisa que está a falhar muito no Sporting.
Primeiro vamos analisar a jornada 18 que como vemos acima, para os quatro clubes em análise se estendeu por três dias; quinta, sexta e sábado.
Na quinta-feira ocorreu o escândalo minhoto na linda cidade de Famalicão, como foi possível o Benfica de Braga, o Braga vencer o jogo?
Esteve muito bem o presidente do Famalicão em protestar, quem não se sente não é filho de boa gente. O Famalicão/Braga teve quase 20' de descontos; o Braga/Sporting (ontem) teve 4' (4'?, sim).
A seguir no mesmo dia, um Vizela/Sporting, mais do mesmo, dois penalties sonegados ao Sporting, golo duvidoso do Vizela, golos duvidosos roubados ao Sporting, enfim, quando é que isto pára?
Na sexta-feira, o regresso do colinho, faltas por assinalar a favor do Boavista, amarelos a condicionar os jogadores da invicta, um árbitro com a lição bem estudada.
No sábado repetiu-se a receita, o árbitro a ser o melhor em campo, Galenadas, jogadores do Moreirense ensanduichados, o normal.
Quanto à Liga, à Taça da Liga foi daqueles jogos que o FC Porto, o Benfica e agora, também, o Braga não perderiam. O Braga não o perdeu.
(o penalty claro e óbvio cometido por José Fonte não seria assinalado se fosse a favor da trindade acima referida?)
O jogo de ontem foi um daqueles 1 em cada 10 que acontecem a todos os clubes grandes, ou há um dia em que a equipa está menos inspirada, ou em que o adversário surpreende com um boa exibição ou, como foi o caso ontem, há dias em que a sorte não quer nada com a equipa. E quando estamos a falar de três bolas nos postes, mais outros tantos remates a rasar os mesmos, estamos mesmo a falar de sorte.
Ainda assim, tirando algo de positivo de um resultado mau, acabámos de ganhar uns dias extra para descansar e preparar a equipa para o ciclo muito duro que se aproxima:
29-01- Casa Pia (C) -1ª Liga
03-02- Famalicão (F) -1ª Liga
07-02- U. Leiria (F) -Taça de Portugal
11-02- Braga (C) -1ª Liga
15-02- Young Boys (F) -Liga Europa
19-02- Moreirense (F) -1ª Liga
22-02- Young Boys (C) -Liga Europa
25-02- Rio Ave (F) -1ª Liga
Vai ser um Janeiro/Fevereiro completamente cheio de jogos, sempre dois por semana, sendo que cinco serão fora e apenas três em casa.
Daqui a duas semanas e meia jogamos de novo com o Braga, que está perfeitamente ao nosso alcance, como se viu ontem, e a correr mal algum jogo, antes o de ontem que o do Campeonato, onde não podemos perder pontos até ao fim do mesmo, porque já se viu que o nosso perseguidor directo está com a mesma dinâmica de vitórias de 2015/2016, se é que me entendem.
Gostei muito de ver o estádio Magalhães Pessoa, em Leiria, cheio de adeptos leoninos. A esmagadora maioria dos 18.500 espectadores, que preencheram mais de 90% das bancadas, puxou pela nossa equipa na meia-final da Taça da Liga, contra o Braga. De falta de apoio nenhum dos nossos jogadores pôde queixar-se.
Gostei da exibição do Sporting durante mais de 60 minutos. Realço os desempenhos de Nuno Santos (para mim o melhor em campo), Eduardo Quaresma, Morten e Pedro Gonçalves. Além de um par de defesas consecutivas de Israel, aos 75', impedindo golos de Victor Gómez e Ricardo Horta. No golo solitário que sofremos, marcado por Abel Ruiz aos 65', o jovem guarda-redes uruguaio não podia fazer nada.
Gostei pouco de ver Gyökeres manietado durante quase todo o jogo pela defesa braguista, sobretudo por Paulo Oliveira (antigo titular do Sporting), que quase não deu espaço ao sueco para desenvolver todo o seu futebol: sem Viktor a 100%, como é sabido, a nossa equipa não rende da mesma forma. E gostei muito pouco - quase nada - da exibição de Esgaio: incapaz de criar dinâmica ofensiva no corredor direito, incapaz de provocar desequilíbrios, no lance do golo do Braga falhou por completo a marcação a Ruiz, que estava há três meses sem facturar.
Não gostei do festival de esbanjamento que protagonizámos nesta meia-final. Com três bolas nos ferros e outras tantas que andaram perto. Aos 13', Pedro Gonçalves fez tremer a baliza adversária com um petardo disparado de 30 metros que embateu no poste. Aos 37', Nuno Santos acertou com estrondo na barra. Aos 45', novamente Nuno, com nota artística, remata de trivela fazendo a bola chocar no ferro. Aos 54', num dos raros momentos em que conseguiu libertar-se da marcação, Gyökeres levou a bola quase a beijar o mesmo poste esquerdo. Aos 59', após boa tabelinha com Trincão, Pedro Gonçalves, encaminha-a rente ao ferro oposto da baliza à guarda de Matheus. Aos 87', Trincão imitou-o. Demasiado desperdício para um jogo só.
Não gostei nadadesta derrota -- a nossa quarta da época, em 30 jogos disputados. Porque nos afasta da Taça da Liga, ficando assim um objectivo por cumprir. Porque foi a primeira partida em que não marcámos nesta temporada. E porque nos quebra uma dinâmica de vitórias: vínhamos de oito desafios seguidos a vencer, três dos quais com goleadas. Resta-nos recuperá-la já no próximo embate do campeonato, frente ao Casa Pia.
Uma derrota muito difícil de engolir, esta em Leiria. Foram 65 minutos do melhor futebol da época do Sporting, de domínio total. Três bolas nos ferros e várias, nem sem bem quantas, a rasar os postes sem o guarda-redes adversário poder fazer seja o que for. Um lado esquerdo demolidor com Inácio, Nuno Santos, Pedro Gonçalves e Trincão.
Depois o Sp. Braga meteu um avançado fresco. Dum mau alívio de cabeça na direita, penso que por Coates, resultou um centro largo ao segundo poste, Esgaio mais uma vez fica a olhar e esse avançado marca... com o ombro. Mas se fosse com outra parte da anatomia era o mesmo, estava escrito que ia ser assim.
As alterações feitas logo a seguir por Rúben Amorim não ajudaram. Sem Coates os nervos dos mais novos e/ou menos experientes vieram ao de cima, a equipa abusou do jogo directo, tudo era feito à pressa e nada bem, e a partida foi correndo muito ao gosto do Sp.Braga. Até estivemos perto de sofrer um segundo golo, enorme defesa de Israel.
O Braga ganhou porque marcou um golo na primeira oportunidade e conseguiu não sofrer em muitas que teve o Sporting. Com esta sorte, e nem é preciso tanta nos jogos europeus que aí vêm, ainda vai ganhar a Liga Europa. Mas desconfio que no sábado volta ao normal.
O que correu pior ao Sporting e que terá de ser corrigido para o resto da época? Além de todo o azar ou falta de sorte, hoje tivemos:
- Uma equipa coxa do lado direito, ofensiva e defensivamente, sem articulação entre o trio Quaresma-Esgaio-Edwards e com Esgaio a comprometer.
- Uma equipa com overdose de criativos. Pedro Gonçalves, Trincão e Edwards no mesmo onze é demasiado, e quem sofre é o sueco, que nunca sabe o que vai sair dali. Nem eles. Que falta lhe faz o Paulinho.
- Uma equipa em estado de nervos quando se vê a perder e o patrão sai do jogo. Porque Coates é mesmo o patrão neste modelo de jogo do Sporting, é ele que acelera a saída ou temporiza e deixa a equipa subir no terreno, nenhum dos médios tem essas características, e Gonçalo Inácio não tem o mesmo "calo", não falando da questão "mercado de Inverno".
Melhor em campo? Pedro Gonçalves, sempre a procurar fazer bem e a estar no lugar certo. E ia fazendo muito bem um par de vezes.
Arbitragem? Impecável, nada a dizer.
E quando é o jogo com o Casa Pia? Segunda-feira ou quarta-feira?
O Sporting reconquistou ontem o caneco da Liga em futsal, derrotando o Benfica por 4-2.
Nada de anormal, portanto. Eles são nossos clientes frequentes, devem até ter milhas suficientes para uma viagem até ao além, já que são patrocinados por uma agência funerária. Claro que eu não lhes desejo mal algum, senão como teria o prazer regular de ver os nossos derrotarem a equipa que mais investe a nível mundial no futsal e que joga como nunca e em regra perde como sempre?
Leio agora nos media que querem repetir a final porque um dos nossos interrompeu um ataque deles quando já perdiam por dois, a menos de um minuto do final. Sim, sei que um minuto em futsal é uma eternidade, mas o nosso jogador era suplente, mesmo que fosse expulso não adiantaria de muito, mas adiante. Claro que há sempre a possibilidade de a final ser repetida, eu diria as vezes que eles quiserem. Basta irem à box da tv e irem às gravações. Eu recomendaria que vissem acompanhados de uma embalagem de kompensan, à cautela.
Para terminar este postal em jeito de telegrama, só quero mostrar a incongruência para onde nos remete o título: O Benfica (diz que) foi prejudicado pela arbitragem e por isso exige a repetição da final. E onde está a incongruência, perguntarão os estimados leitores? Pois, "Benfica" e "prejudicados pela arbitragem" na mesma frase é como o anúncio do restaurador "Olex"...
Por curiosidade, aqui fica a soma das classificações atribuídas à actuação dos nossos jogadores no Tondela-Sporting, da Taça da Liga, pelos três diários desportivos:
Daniel Bragança: 18
Paulinho: 18
Pedro Gonçalves: 15
Nuno Santos: 15
Israel: 15
Morten: 15
Dário: 14
Edwards: 14
Neto: 14
Gonçalo Inácio: 14
Trincão: 12
Esgaio: 12
Eduardo Quaresma: 11
Matheus Reis: 10
Afonso Moreira: 1
Geny: 1
O Record e A Bola elegeram Daniel Bragança como melhor em campo. O Jogo optou porPaulinho.
Gostei muito do triunfo leonino em Tondela por 2-1. Os números são claros: em 24 jogos já disputados esta época, vencemos 18 em quatro competições diferentes. Chegamos ao Natal competindo em todas as frentes, o que contraria os pessimistas militantes e os letais que torcem sempre por derrotas verde-e-brancas. A vitória neste gélido frio de tarde na Beira Alta torna-nos semifinalistas da Taça da Liga: iremos disputar o acesso à final com o Braga a 23 de Janeiro, no estádio municipal de Leiria. Com o FC Porto já afastado da prova. Convém recordar que quatro das últimas seis edições foram conquistadas por nós.
Gostei de Daniel Bragança, para mim o melhor em campo. Marcou um belíssimo golo, logo aos 18': pura obra de arte - o seu terceiro da temporada em curso. E ainda assistiu Paulinho no segundo, aos 32', também com nota artística: o passe foi de calcanhar. Coincidência ou não, quando foi substituído por Dário, aos 63', a equipa caiu de rendimento. Gostei globalmente do primeiro tempo, em que dominámos por completo, chegando ao intervalo a vencer por 2-0. Destaque também para Paulinho: não apenas pelo golo que marcou, de pé direito, mas por outros dois lances: aos 5' fez a bola embater na barra; aos 66' proporcionou a defesa da noite ao guarda-redes tondelense. Reforça posição como rei dos goleadores na Taça da Liga: já marcou 21 em várias edições.
Gostei pouco que o Sporting tirasse o pé do acelerador, parecendo conformado com os dois golos de diferença alcançados ainda cedo. Apesar do forte apoio sentido no estádio, onde uma das bancadas estava cheia de adeptos leoninos - muitos inconformados por não terem visto jogar Gyökeres. Aliás Rúben Amorim deixou de fora cinco outros habituais titulares: Adán, Diomande, Coates, Morita e Edwards, além do internacional sueco. Em sentido inverso, fez alinhar Neto - desta vez capitão de início, neste seu centésimo jogo de leão ao peito. Assim poupou alguns jogadores para o próximo confronto do campeonato: será dia 30 em Portimão.
Não gostei de Trincão. Integrou o onze, mas voltou a decepcionar. Parece sempre algo desligado da manobra colectiva, apático, desconcentrado. Com os defeitos habituais: agarra-se à bola e entretém-se com ela, esquecido dos companheiros e da baliza, revelando-se inofensivo. Quando intervém, o nosso jogo empastela, perde dinâmica e fluidez.
Não gostei nada de sofrer um golo. Foi contra a corrente do jogo, é certo, e na única oportunidade de que o Tondela dispôs num desafio em que fez o primeiro remate (não enquadrado) só aos 39'. Aconteceu aos 76', por deficiente cobertura de Matheus Reis em zona frontal da grande área, permitindo que o adversário se movimentasse à vontade no lance, num remate indefensável para Israel. Vínhamos de duas partidas consecutivas sem sofrer golos, algo raro nesta temporada. Mas houve duas sem três: andamos mais inconsistentes do que gostaríamos no capítulo defensivo. E convém anotar que o Tondela segue em oitavo lugar na Liga 2: está longe de ser oponente temível.
Numa tarde bem fria e na véspera das mini-ferias de Natal, o Sporting não facilitou. Com um triângulo central Hjulmand-Bragança-Paulinho em evidência fez uma bela primeira parte, marcou dois, falhou outros tantos, sem que Israel tivesse feito uma defesa.
Na segunda parte, sem Pedro Gonçalves e com Edwards e Trincão a abusar no individualismo, o ritmo não foi o mesmo, foi tempo de dar minutos e moralizar Quaresma, Essugo e Moreira enquanto se iam desperdiçando golos em série.
E ainda de consentir um golo por falha grave de Matheus Reis. Que com certeza Rúben Amorim irá confrontar no balneário e, se ele abrir a boca, mandá-lo para a B. E berrar que, se a coisa continua assim, mete os juniores. É um líder, este Amorim.
Falando a sério, mais uma vez Esgaio e Trincão combinaram muito mal na direita, mais uma vez achei que Trincão rende bem mais na esquerda. Para onde foi a meio da segunda parte, em troca com Edwards. Mas, jogando bem ou mal, não pode é perder os golos que perdeu.
E foi assim. No fundo, um óptimo treino para preparar a difícil deslocação a Portimão.
Onde espero estar como estive hoje em Tondela, mas não com este frio.
Pedro Gonçalves acaba de marcar o segundo golo, apontando para Gyökeres, que o assistiu
Foto Miguel A. Lopes / Lusa
Foi um clássico que nos correu muito bem. O melhor desde que afastámos o FC Porto das meias-finais da Taça da Liga, está quase a fazer três anos. Vencemos anteontem a turma azul-e-branca em Alvalade. E convencemos, sem margem para discussão.
Desmentindo os prognósticos das aves agoirentas que piavam por aí, o Sporting dominou com toda a naturalidade, foi claramente a equipa mais pressionante. Derrotámos o adversário por 2-0 (golos de Gyökeres e Pedro Gonçalves), poderíamos ter ganho por 4-0, estivemos sempre mais próximo de ampliar a vantagem do que os portistas de a reduzirem.
O FCP marcou um golo ilegal, bem anulado, em flagrante deslocação. Nós marcámos quatro limpos: num deles o vídeo-árbitro Tiago Martins transformou uma tentativa de falta defensiva em falta atacante, anulando um belíssimo golo de Gyökeres - e anulando também o magnífico trabalho de Eduardo Quaresma na construção desse lance.
O jovem central bem merecia que tivesse sido validado. Não apenas em respeito à verdade desportiva, mas para recompensar a excelente exibição neste que foi o seu primeiro jogo como titular leonino em três anos.
Ele secou Galeno, o mais perigoso e competente dos portistas.
Pepe - expulso com vermelho directo por flagrante agressão a Matheus Reis, aos 51' - nunca conseguiu travar (sem falta) Gyökeres, o nosso abre-latas, com impressionante dinâmica do princípio ao fim. Claramente o melhor em campo. Claramente o homem do jogo. Claramente o grande jogador desta Liga 2023/2024.
Resultado e exibição confirmam que Rúben Amorim preparou melhor a partida, leu melhor o jogo, esteve superior ao colega do FC Porto. E contornou com talento a súbita dificuldade nascida da lesão de Coates, afectado por mialgia na última sessão de treino antes deste clássico. Parecia um golpe de azar, mas não foi.
O infortúnio de uns propicia oportunidades a outros. Vamos precisar de Quaresma nos difíceis meses de Janeiro e Fevereiro, mesmo que venha novo defesa (Eric Dier?) neste mercado de Inverno. Convém lembrar que Diomande e Geny estarão ausentes, ao serviço das respectivas selecções, enquanto St. Juste é um lesionado crónico e Coates, em bom rigor, anda preso por arames há muito tempo.
Enfim, fomos superiores em todos os processos de jogo. Na manobra defensiva, na construção apoiada, nos lances em profundidade, no controlo do corredor central, no domínio das alas - e até na finalização, algo que costumava desequilibrar estes clássicos a nosso desfavor.
Vitória não só dos jogadores: também do treinador, nomeadamente ao incluir sem receio Eduardo Quaresma no onze inicial. Arriscou, foi recompensado.
Conclusão: Rúben Amorim venceu no duelo muito particular que mantém com Sérgio Conceição. Foi outro triunfo que celebrámos em Alvalade. Nós, os que desejamos mesmo ver o Sporting novamente campeão.
Breve análise dos jogadores:
Adán - Capitão por ausência do uruguaio, só fez duas defesas com elevado grau de dificuldade (45'+4 e 64'), respondendo bem. Assim transmitiu confiança redobrada aos companheiros.
Eduardo Quaresma - No primeiro jogo como titular da equipa principal em três anos, secou Galeno, o melhor portista. Sete duelos ganhos, seis desarmes conseguidos. Grande exibição.
Diomande - Voltou a passar com distinção o difícil teste de substituir Coates como comandante do nosso bloco defensivo, apesar de ter apenas 20 anos. Vencedor absoluto nos duelos aéreos.
Gonçalo Inácio - Aos 22 anos, era o mais idoso dos nossos centrais neste clássico. Cumpriu a missão que lhe cabia na meia esquerda. Ao ver um quinto amarelo, fica fora do próximo jogo.
Geny - Ala titular pela direita, ajudou a anular Galeno. Vem melhorando no processo defensivo, preenchendo bem os espaços. Com um belo passe vertical, foi ele a iniciar o segundo golo.
Morten - Talvez a sua melhor exibição de leão ao peito. Excelente nas recuperações (20' e 82'), protagonizou um desarme perfeito na nossa grande área (42'). Exímio nos passes longos.
Morita - Combinação perfeita com o internacional dinamarquês, seu parceiro no domínio do meio-campo: graças a eles, o corredor central foi nosso. Essencial para neutralizar Pepê.
Matheus Reis - Vem-se revelando mais influente. Com toque de classe, assistiu Gyökeres no primeiro golo. Anulou João Mário. Agredido por Pepe aos 49', levou o FCP a jogar só com dez.
Pedro Gonçalves - Voltou aos golos, marcando o segundo aos 60', neste seu jogo 150.º pelo Sporting. Mas permitiu defesa (64') e rematou ao lado (82') quando podia fazer bem melhor.
Edwards - Agarrou-se demasiado à bola, com pouca propensão colectiva. Aos 58', porém, esteve à beira de marcar um grande golo, de pé direito: Diogo Costa fez a defesa da noite neste lance.
Gyökeres - Outra exibição superlativa. Marcou (11'), deu a marcar (60'), viu um golo limpo ser anulado (44'). Balanço provisório: 17 golos e sete assistências em 20 jogos. Uma máquina.
Nuno Santos - Quando entrou (61'), substituindo Quaresma, já estava amarelado: portou-se mal no banco ao reter uma bola. Quis redimir-se com um centro perfeito para Pedro Gonçalves (64').
Esgaio - Entrou aos 75', rendendo Geny, já exausto. Também teve sucesso a neutralizar Galeno, seu competidor directo. Viu um cartão amarelo desnecessário aos 90'+6.
Paulinho - Em campo desde o minuto 75, por troca com Edwards, até marcou um golo, aos 90'+3. Que o vídeo-árbitro Tiago Martins deu indicação para anular, de modo errado. Era golo limpo.
Daniel Bragança - Substituiu Morita aos 84'. Envolvido no lance do nosso segundo golo anulado, erradamente invalidado por suposta falta que não cometeu.
Trincão - Entrou aos 84', substituindo Pedro Gonçalves. Teve o mérito de ajudar a suster jogo quando já tínhamos uma vantagem confortável: o resultado estava construído.
O alarme social propagandeado por papagaios azuis mascarados de verde aqui no blogue sobre o cansaço decorrente da pré-eliminatoria da Liga Europa que o Sporting irá ter em Fevereiro aparentemente teve eco no David Carmo, que já em tempo de descontos ofereceu dois golos ao Estoril.
Logo dois para ter a certeza de que não haveria nenhum mergulho do Taremi que levasse aquilo a penáltis.
E assim já não há cá Taças da Liga para cansar a rapaziada.
Como diriam os "british":
"Well done David! My man!"
E vai lá descansar que bem mereces.
SL
{ Blogue fundado em 2012. }
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